O Deus de Obras Completas

Quando entramos na grande oficina de Deus, não encontramos nada que carregue a marca da incapacidade de terminar. A obra que sua graça começou, o braço de sua força completará. Deus não é um Deus de obras inacabadas, ele completará a boa obra que começou em cada um de seus fihos. Essa é a nossa esperança e alegria incondicional. 

Continuamos agora nosso estudo da carta ao Filipenses, estamos examinando os versículos 3 a 8 do primeiro capítulo. Tal como as cartas aos efésios, aos colossenses e a Filemon, Paulo escreveu esta carta quando estava preso em Roma (60 – 62 d.C.).

Filipenses 1
3 Dou graças ao meu Deus por tudo que recordo de vós,
4 Fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos vós, em todas as minhas orações,
5 Pela vossa cooperação no evangelho, desde o primeiro dia até agora.
6 Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.
7 Aliás, é justo que eu assim pense de todos vós, porque vos trago no coração, seja nas minhas algemas, seja na defesa e confirmação do evangelho, pois todos sois participantes da graça comigo.
8 Pois minha testemunha é Deus, da saudade que tenho de todos vós, na terna misericórdia de Cristo Jesus.

A carta ao Filipenses é chamada de carta da alegria, porque a expressão de alegria e regozijo preenche toda a carta. Paulo conheceu a plenitude da alegria dada pelo Espírito Santo, algo que todo crente deve experimentar.

O conflito do salmista nos Salmos 42 e 43 em contraste com as certezas de Paulo 

Não temos certeza sobre quem escreveu os Salmos 42 e 43, embora muitos apontem para Davi. Eles mostram um homem deprimido e, de alguma forma, desesperado. Ele não conseguia sair do buraco em que estava.

Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, enquanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus? Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma; pois eu havia ido com a multidão. Fui com eles à casa de Deus, com voz de alegria e louvor, com a multidão que festejava. (Salmos 42:1-4)

O autor está sendo devorado pelo lamento, tristeza e solidão. Um estado de desespero, ele se sente separado de Deus, solitário. É como uma corça sedenta busca por rios de água, assim sua alma anseia por Deus, pelo Deus vivo.

Ele sente como se Deus o tivesse abandonado, como se Deus não estivesse por perto e não se importasse com ele. E foi ainda mais desesperador quando ele ouve seus inimigos dizendo: “Onde está o teu Deus?”. Como se esfregassem na cara dele a indiferença e impotência de Deus ou o salmista não ser digno da atenção de Deus. Ele pensava que Deus o abandonou.

E o salmista lembra de seus privilégios perdidos, falando dos momentos de alegria e louvou na casa do Senhor, juntamente com a multidão. Ele estava longe de Jerusalém.

Ele está sozinho, sente-se abandonado por Deus, zombado por seus inimigos, longe do seu povo e da sua terra. Ele está deprimido. Mas perceba como ele reage à sua depressão:

Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu. (Salmos 42:5)

Como se estivesse dizendo à sua alma: “Por que você está desesperada? E por que você se perturbou dentro de mim? Por que você está fazendo isso? Não há razão para isso! Deus não me abandonou! Confie e espere em Deus! Eu o louvarei! Ele é meu auxílio e meu Deus!”.

Mas o salmista volta à depressão. Ele sabe a resposta, ele simplesmente não consegue aplicá-la.

Sinto abatida dentro de mim a minha alma; lembro-me, portanto, de ti, nas terras do Jordão, e no monte Hermom, e no outeiro de Mizar. Um abismo chama outro abismo, ao fragor das tuas catadupas; todas as tuas ondas e vagas passaram sobre mim. (Salmos 42:6-7)

Ele se lembra do Deus de sua terra, do Deus da aliança, do Deus da promessa e do Deus de poder. Mas fala do fato de que o problema continua vindo. Um abismo chama outro abismo significa que um golpe segue outro golpe – quer dizer, você simplesmente se levanta do chão, e outra coisa o derruba. Então ele diz:

Contudo o Senhor mandará a sua misericórdia de dia, e de noite a sua canção estará comigo, uma oração ao Deus da minha vida. (Salmos 42:8).

Mas ele volta à depressão:

Digo a Deus, minha rocha: Por que te esqueceste de mim? Por que ando lamentando por causa da opressão do inimigo? Com ferida mortal em meus ossos me afrontam os meus adversários, quando todo dia me dizem: Onde está o teu Deus? (Salmos 42: 9-10)

E então ele faz a mesma pergunta:

Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face, e o meu Deus. (Salmos 42:11)

Você pode ver o salmista em ciclos. Ele entra em depressão, questiona “o porquê de não esperar em Deus?, mas não consegue e volta à depressão. Teria sido suficiente se terminasse ali, mas olhe para o Salmo 43.

Faze-me justiça, ó Deus, e pleiteia a minha causa contra a nação contenciosa; livra-me do homem fraudulento e injusto. Pois tu és o Deus da minha fortaleza. Por que me rejeitas? Por que hei de andar eu lamentando sob a opressão dos meus inimigos? Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem e me levem ao teu santo monte e aos teus tabernáculos. Então, irei ao altar de Deus, de Deus, que é a minha grande alegria; ao som da harpa eu te louvarei, ó Deus, Deus meu. Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu. (Salmos 43:1-5)

Ele sabe a resposta: encontrar sua alegria em Deus. Mas aqui está um homem em depressão. Aqui está um homem que sabe que ele está errado em se concentrar em suas circunstâncias. Aqui está um homem que sabe que sua alegria é encontrado em seu Deus, mas ele não consegue superar as circunstâncias em que vive e confiar plenamente em seu Deus.

A diferença entre a atitude do salmista e a atitude de Paulo

Você sabe onde Paulo estava quando ele escreveu a carta aos Filipenses? Muito provavelmente acorrentado em uma prisão romana. Ele estava sozinho e isolado, tal como o salmista. .

Mas Paulo não diz: “Deus, Tu estás aqui? Quando o Senhor vai agir? Por que estou me lamentando?”. Isso não está acontecendo.

Ele não olha para sua terrível situação e nem lamenta sua condição, mesmo estando preso e privado da comunhão com a igreja. E ainda vivia sob ataque de pagãos, de judeus, de falsos irmãos e de críticas injustas sobre seu ministério.

Mas, diferente do salmista, ele estava se regozijando em seu Deus. E essa é a obra do Espírito Santo. Ele escreveu: “o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm. 14:17).

A verdadeira alegria espiritual não está relacionada às circunstâncias. É um dom de Deus para todos que creem no evangelho de Cristo, sendo produzida pelo Espírito Santo, por recebermos e obedecermos a Palavra de Deus. E, mesmo diante das dificuldades, mantemos o foco na glória eterna.

Na carta aos Filipenses temos um homem em uma situação terrível, muito semelhante ao do salmista, mas que está radiante de alegria em face de seu relacionamento com o Deus verdadeiro por meio de Cristo. É uma epístola da alegria. A alegria do apóstolo está em toda a carta.

 ELEMENTOS DA ALEGRIA DE PAULO 

1) Alegria de suas recordações: “Dou graças ao meu Deus por tudo que recordo de vós” (Fp. 1:3)

Podemos dizer que alguém cheio do Espírito vive lembrando do melhor das pessoas e não nas decepções e problemas com elas. É a alegria produzindo a alegria das recordações.

O coração onde o Espírito Santo produz alegria é um coração cheio de benignidade, amor, cuidado, sacrifício, compaixão e perdão. A alegria tem um jeito de se esquecer de feridas e mágoas.

As memórias controlam as atitudes. É crucial que deixemos que o Espírito de Deus produza essa alegria em nós, a alegria da recordações, um coração que cultiva boas memórias do povo de Deus.

2) A alegria da intercessão: “fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos vós, em todas as minhas orações” (Fp. 1:4).

Suas intercessões eram uma grande fonte de alegria. A alegria gerada pelo Espírito Santo encontra sua mais alta expressão na alegria de orar pelas necessidades dos outros.

Paulo era consumido com a intercessão em favor dos outros. Não vivia em torno de seu próprio conforto, felicidade, realização e satisfação. Interceder em favor dos outros é um privilégio, é uma verdadeira alegria.

3) Alegria da participação: “pela vossa cooperação no evangelho, desde o primeiro dia até agora” (Fp. 1:5)

A palavra traduzida como “cooperação” é “koinōnia”, que significa “comunhão”. Ele conhecia a alegria da comunhão. Ele exultava de alegria por estar entre os irmãos, compartilhar sua vida com eles.

4) A alegria da expectativa

Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus. (Fp. 1:6).

Uma das grandes alegrias do ministério é saber em que a igreja acabará se tornando. Se você olhar para o que a igreja é agora, poderá ficar muito desanimado. Se você olhar para o que a igreja será no futuro, ficará muito animado. Essa é a perspectiva que Paulo tinha.

O sentido original é que ele estava com total e absoluta certeza de que o Deus que começou a boa obra neles haveria de concluí-la cabalmente até o dia de Cristo.

A palavra grega traduzida como “começou” é um verbo usado apenas duas vezes no Novo Testamento. É usada aqui e em Gálatas 3.3. Em ambos os casos, faz referência à segurança e à salvação. Então ele diz que Deus começou uma boa obra, a salvação é uma obra de Deus.

A igreja em Filipos foi iniciada quando em uma certa mulher, chamada Lídia: “o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia” (Atos 16:14). Ela foi a primeira convertida em Filipos. Foi uma obra de Deus. Paulo deu o evangelho, o Senhor abriu o coração dela, ela foi salva e foi assim que a igreja começou.

Além de salvar outras pessoas naquele dia, Deus salvou o carcereiro filipense, que diante do mover sobrenatural divino para libertar Paulo e Silas do cárcere, clamou: “Senhores, que devo fazer para que seja salvo?” (Atos 16:30). Paulo respondeu: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa” (Atos 16:31). E naquele toda a família daquele homem foi evangelizada e batizada (Atos 16:32-34).

A salvação é uma obra de Deus. É essencial que você entenda isso. Aquele que começou uma boa obra nos redimidos, vai completá-la, nada ficará inacabado. Veja esses textos:

Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade (Fp. 1:13,14)

Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. (João 1:12,13)

E, ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida. (Atos 11:18)

Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo… (1 Pedro 1:2)

Os gentios, ouvindo isto, alegravam-se e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna. (Atos 13:48)

Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade. (2 Tess. 2:13)

Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. (João 6:44)

Deus abriu nossos corações, nos deu convicção, fé e salvação. Deus escolheu cada redimido. Nós estávamos mortos em nossos pecados. Um morto não tem, por si mesmo, condição de reagir. Mas o Senhor nos deu vida em Cristo e nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo (Ef. 2:1-6).

A salvação é uma obra de Deus. Ele nos escolheu, nos chamou, nos salvou, sustenta nossa salvação e nos glorificará para vivermos eternamente como ele.

Agora vamos voltar para Filipenses. Paulo diz: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp. 1:6).

O Senhor concluirá cabalmente a obra que ele começou em nós pela salvação. O Deus que nos salvou, começou a nobre obra santificadora e irá completá-la até o dia de Cristo. É uma grande declaração.

O pastor e evangelista inglês FB Meyer escreveu:

Entramos no estúdio do artista e encontramos ali pinturas inacabadas que cobrem grandes telas e sugerem grandes desenhos, mas que foram abandonados, ou porque o artista não era competente para concluir o trabalho, ou porque a paralisia inutilizou a sua mão. Mas quando entramos na grande oficina de Deus, não encontramos nada que carregue a marca da incapacidade de terminar, e temos certeza de que a obra que sua graça começou, o braço de sua força completará.

Isso não é tremendo? É a verdade. O que Deus começa, ele completa. Essa é a perseverança, ou a preservação dos santos, isso é o que chamamos de segurança eterna: O Deus que lhe salvou pelo Seu poder, lhe manterá pelo poder dele.

Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. (Romanos 5:10)

Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. (Hebreus 7:25)

Se a morte dele pode nos salvar, então a vida dele pode nos manter. E ele vive para interceder por nós.

E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou […] Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Romanos 8:30,38-39)

Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. (João 6:37).

Aquele que realmente nasceu de novo não está no processo de ser salvo, ele foi redimido por Cristo e selado com Espírito Santo da promessa. Ele não está salvo, ele é um salvo.

O “dia de Cristo” é diferente do “dia do Senhor”

Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus (Fp. 1:6)

Paulo fala que a obra do Senhor nos redimidos será completada até o dia de Cristo Jesus. O que isso significa o dia de Cristo: Ao que isso faz referência?

“O dia do Senhor” é um termo comum no Antigo Testamento, aparecendo cerca de 20 vezes. Sempre se refere ao julgamento de Deus sobre os ímpios. É uma referência ao derramamento de ira. E a expressão máxima do dia do Senhor será no retorno de Jesus Cristo, quando Deus derramar sua ira sobre os ímpios de todas as eras.

Mas, no Antigo Testamento, houve outros dias do Senhor; qualquer dia em que Deus se mova em juízo severo sobre os pecadores poderia ser chamado de dia do Senhor. O último dia do Senhor é o dia em que ele virá para julgar os ímpios na segunda vinda de Cristo.

É também chamado em 1 Tessalonicenses 5:4, quando Paulo diz: “Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia como ladrão vos apanhe de surpresa”. Refere-se ao dia do juízo: o dia da ira, o dia da vingança (Is. 61:2).

Mas Paulo não fala sobre o “dia do Senhor”, mas no “dia de Cristo Jesus.” O dia de Cristo Jesus se refere a algum tempo em que os crentes serão glorificados, quando a salvação se tornar completa, quando a justificação e a santificação se tornarem glorificação. Paulo repete isso várias vezes:

Para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo (Fp. 1:10).

Preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente (Fp. 2:16)

De maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo (1 Cor. 1:7)

Como também já em parte nos compreendestes, que somos a vossa glória, como igualmente sois a nossa no Dia de Jesus, nosso Senhor. (2 Cor. 1:14)

Refere-se aos crentes sendo inculpáveis, obviamente se referindo à glorificação, um tempo de recompensa, de alegria e de vitória para os crentes.

Entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor [Jesus]. (1 Cor. 5:5)

Esta é uma situação de disciplina; um crente em pecado é entregue a Satanás para a destruição de sua carne, “para que seu espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus”.

A obra completa até o dia de Cristo

“O dia do Senhor” é sobre julgamento dos ímpios, e “o dia de Cristo” é sobre a glorificação dos santos. Então, tendo isso em mente, Paulo diz:

Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus. (Fp. 1:6).

Deus nos sustentará até o dia da glorificação. Deus terminará cabalmente sua obra da graça. Amado, essa é uma grande e maravilhosa verdade. William Hendriksen escreveu: “Deus não é como os homens. Os homens conduzem experimentos, mas Deus realiza um plano”. Estamos divinamente preservados, isso é maravilhoso.

Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna. (João 4:14)

Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia. (João 6:37-39)

As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar (João 10:27-29)

Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Romanos 8:38,39)

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo. (1 Pedro 1:3-5)

O que Paulo diz em Filipenses 1:6, em outras palavras, é: “minha alegria é que não importa o que aconteça na igreja, a obra que Deus começou Ele completará.” Ele viveu sempre nesta alegre expectativa. É a mesma que Judas expressou:

Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém! (Judas 1:24,25)

Se você se concentrar no que está errado com a igreja, você pode ficar deprimido. Mas se você se concentrar no que a igreja vai se tornar, ficará radiante de alegria.

Podemos gemer, lamentar e resmungar sobre o que não é da forma que deveria ser, ou apenas olhar para o que vai acontecer. E o mais impactante é que nenhum dos redimidos vai se perder. Se você pensa que pesa sobre você a responsabilidade de manter sua salvação, você viverá de forma angustiada.

Mas você pode decidir que vai simplesmente se concentrar no que não é, ou pode se alegrar com o que será. Eu escolho a última. Se você pertence a Cristo, você chegará lá.

É essa sensação de alegria triunfante que Paulo expressou. A verdadeira igreja do Senhor, formada por todos aqueles que, de fato, nasceram de novo, será exatamente o que Deus quer que seja.

Isso tira muita pressão. Não faz sentido gastar toda a sua vida em um estado de depressão sobre o que a igreja não é, quando você poderia passar toda a sua vida em um estado de alegria sobre o que a igreja será. Você será tudo o que deveria ser no plano de Deus.

Eu não sei por que algumas pessoas querem resmungar o tempo todo sobre o que não é do jeito que elas gostam, quando podemos nos sentar e esperar até que seja do jeito que Deus quer que seja na glória eterna.

Se eu achasse que tinha de ser o instrumento básico e gerador da salvação, responsável por salvar as pessoas e depois mantê-las salvas, não suportaria sequer em pensar nessa responsabilidade.

Você gostaria da responsabilidade, por exemplo, de seus filhos que vieram a Cristo, e se Deus dissesse a você: “Ei, a propósito, eu os salvei, mas é melhor você mantê-los salvos”. Você quer essa responsabilidade? Isso é assustador. Você não tem essa responsabilidade, pois não tem poder para tal.

O Senhor vai levar sua igreja à plena realização. Esse pensamento é maravilhoso. Claro, nós não somos tudo o que devemos ser, mas aqui não é um lugar para pessoas perfeitas; aqui é um hospital para pessoas que, pelo menos, sabem que estão doentes e sabem onde está a cura.

Como as pessoas dizem: “Ah, eu não quero estar na igreja, há muitos hipócritas.” Vamos lá, você se sentirá em casa. Somos apenas nós, é isso. Mas ouça, você se lembra do pequeno acordo? “Graças a Deus, ele ainda não terminou comigo – seja paciente.”

Isso é verdade, quer dizer, não estamos prontos. Quando terminarmos, seremos perfeitos. Isso tira toda a pressão, para que você possa desfrutar do seu ministério, e você possa desfrutar da sua igreja, e você possa amar o que faz.

Você diz: “Bem, então, por que você faz isso? Quer dizer, se Deus os salva, e Deus os mantém, e Deus os leva para o céu, por que você está pregando?” Porque eu amo o pensamento de que ele está me usando como parte de todo o processo. E eu posso servi-lo por alegria, por gratidão, e porque ele me chamou, e eu o amo, e eu o obedeço, mas a responsabilidade pela salvação das pessoas não recai sobre meus ombros.

Tudo o que ele quer que eu faça é compartilhar sua palavra com alegria. E por que eu deveria deixar minha alegria ser roubada porque me tornei incapaz de me concentrar no que a igreja se tornaria? Então Paulo tem a alegria da expectativa. Eu entendi isso.

Eu olho para meus filhos, às vezes, quando eu percebo que eles são muito parecidos com os pais deles – eles não são tudo o que deveriam ser. E eu poderia me preocupar, mas sei que todos amam a Cristo, e o fato é que sei em que eles acabarão se tornando. Eles serão como Cristo.

Você percebe como isso é esmagador? Então, eu também poderia aproveitar meu ministério, assim como aproveitar a vida. Eu poderia muito bem derramar meu coração em serviço, por pura alegria, gratidão, obediência e amor por Cristo, e ficar feliz em fazer parte do processo.

Mas não carrego em meus ombros algo que apenas o Senhor pode fazer em nossas vidas, ou seja, nos eleger, chamar, salvar e no fim glorificar. Eu não assumo essa responsabilidade, e você também não deveria.

Então, aproveite a igreja. Ela nunca será tudo o que deveria ser, nunca será tudo o que você quer que seja até chegarmos à glória. Lá não haverá nada negativo por toda a eternidade. Tudo que vemos agora é temporário, viva sob a alegria da certeza da expectativa futura. Vamos nos curvar juntos em oração.

Senhor, somos gratos a Ti pela alegria da expectativa que temos. Ajuda-nos a viver essa alegria enquanto vivemos a alegria da cooperação, enquanto desfrutamos uns dos outros, enquanto vivemos a alegria da intercessão quando oramos em favor de um do outro, e a alegria da lembrança quando destacamos as coisas boas que nós lembramos.

Ó Deus, produza em nós a alegria do Espírito para que nos regozijemos, para que possamos nos deleitar, para que possamos ficar satisfeitos em qualquer circunstância com o Senhor e com a Sua obra em nossa vida. E nós te agradecemos em nome de Cristo. Amém.


Leia também: As Doutrinas da Graça


Este texto é uma síntese do sermão “Elements of Joy, Part 2”, de John MacArthur, em 24/4/1988. 

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

https://www.gty.org/library/sermons-library/50-3/elements-of-joy-part-2

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno


 

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