Aborto! Que diz a Bíblia? – 1
Este é o primeiro de dois sermões de John MacArthur sobre o aborto. Eles foram pregados em 1992. O cenário visto por ele, naquela época, é bem mais grave hoje. O mundo abraçou a causa abortista e isto avançou para o meio do cristianismo apóstata. Estima-se que, atualmente, cerca de 50 milhões de bebês são abortados (assassinados) por ano em todo o mundo. O que é um aborto? Você conhece os tipos de procedimentos macabros do aborto? Quando começa a vida? O que Deus pensa do aborto? Há exceções com respaldo na Palavra de Deus? E outras perguntas que um verdadeiro servo do Senhor precisa responder com profundidade.
À medida que chegamos esta manhã à questão do aborto, antes de levá-los às Escrituras e examinarmos mais de perto o que a Bíblia tem a dizer, é apropriado obtermos algum tipo de compreensão sobre o assunto em si mesmo. E, assim, quero abordar isso, se puder, por um momento, e o que vou dizer pode soar como um artigo de jornal, porque está cheio de estatísticas e citações, e esse tipo de coisa, mas é necessário definir a cena para a compreensão do problema em questão.
Para resumir o que estamos experimentando com relação ao aborto nos EUA, poderíamos simplesmente dizer que esta é uma nação que está altamente comprometida, por lei e pela prática, com uma forma de assassinato em massa. E isso é realmente a linha de fundo. Esta nação, que certamente se orgulha de seu humanitarismo, está em um ciclo assassino de violência que faz com que o Holocausto nazista pareça leve, em comparação.
Cerca de 2 milhões de bebês são abortados por ano nos EUA. Entre as mulheres casadas, os abortos agora excedem os nascimentos. Mais bebês são mortos do que nascidos. Alguns nos dizem que há um aborto a cada 15 segundos nos EUA. Em alguns hospitais metropolitanos, nas principais cidades da nossa nação, os abortos superam em muito os casos de nascidos vivos.
A Planned Parenthood (empresa promotora de abortos) foi tão longe, a ponto de dizer que esses abortos não são nada mais do que um meio de prevenir a doença, ou seja a gravidez. Tratam a gravidez como uma doença.
Nota do site: para saber mais sobre a Planned Parenthood, empresa promotora de abortos, acesse o link: https://www.institutoliberal.org.br/blog/planned-parenthood-e-a-agressao-aos-direitos-natur.
Se você acha que isso soa exagerado, vou lembrá-lo de um documento produzido pelo Dr. Willard Cates, da Planned Parenthood Physicians Association. O título do artigo é “O aborto como tratamento para a gravidez indesejada, a segunda doença mais sexualmente transmissível“. A gravidez, então, é vista pela Planned Parenthood como uma doença sexualmente transmissível que precisa ser curada através do aborto.
A Planned Parenthood tem cerca de 1.000 clínicas de aborto que realizam cerca de 75.000 assassinatos por ano (Em 2014 ela realizou 578.161 abortos). E ela está recebendo milhões de dólares de apoio do governo dos Estados Unidos (em 2014 ela recebeu US$ 550 milhões), da United Way e de outras agências como essa. Nossa nação, assim como outras nações, estão exterminando, francamente, uma geração inteira de seres humanos, através de infanticídio em massa.
Estima-se que talvez 75 milhões de bebês são assassinados por ano em todo o mundo. Este tipo de assassinato é chocante e eu não quero ser muito chocante, mas eu quero te dizer como isso é feito e espero não ofender a ninguém. [Algumas pessoas podem ser muito sensíveis a esses tipos de relatos, porque descrevem atos de violência chocantes].
Os processos de aborto são bastante assustadores e bizarros. Se o aborto ocorre durante o primeiro trimestre de gravidez, os métodos usados são a dilatação e a sucção. Basicamente, significa que um vácuo rasga a criança em pedaços e suga os pedaços para fora através de um tubo, ou um instrumento afiado desmembra o feto em partes e, em seguida, muitas vezes pinças são usadas para esmagar a cabeça e reduzir o seu tamanho. E isso, naturalmente, pode resultar em útero rasgado, útero perfurado, esterilidade, coisas assim.
Se o aborto ocorre durante o segundo trimestre de gestação, a casa segura e confortável da criança, conhecida como o saco amniótico, é furada por uma agulha, que retira o líquido amniótico, e o substitui por uma solução salina pesada, que basicamente queima a criança viva (por dentro e por fora). E em 24 horas a 72 horas o corpo expelirá o feto morto.
Se o aborto ocorre durante o terceiro trimestre, é utilizada uma histerotomia [incisão no útero]. Às vezes administra-se prostaglandina, droga que induz o trabalho de parto. Estes procedimentos produzem às vezes crianças nascidas vivas que são deixadas, então, para morrer ou até mesmo são assassinadas.
Uma nova maneira de se executar os abortos, defendida pela Federação Nacional de Aborto em suas reuniões recentes, foi divulgada em um seminário: perfurar o ponto fraco da cabeça do bebê [conhecido como ‘moleira’] e, em seguida, aspirar o conteúdo da cabeça. Outro abortista, naquela reunião, sugeriu que o comprimento do pé do bebê poderia ser medido e usado para determinar o preço do aborto. Isso parece quase primitivo, certamente não característico de uma cultura sofisticada como a nossa.
Mesmo as cesarianas são realizadas como abortos no terceiro trimestre de gestação. Lembro-me de ler sobre um caso em Nova York, sobre bebês gêmeos concebidos e se desenvolvendo bem no útero de sua mãe. Ambos tinham Síndrome de Down e foram mortos [abortados] através da punção direta de seus corações.
Centenas dessas tentativas de aborto no terceiro trimestre de gestação não dão certo, de modo que as crianças nascem vivas e depois são usadas em algum tipo de experimento (há um comércio milionário de tecidos e órgãos de bebês abortados) . O IRS [Internal Revenue Service é uma agência do Tesouro do governo dos EUA], entrando para a briga, como eles sempre querem fazer, a fim de determinar uma regra acerca de como tudo isso afeta nossos impostos, decidiu* que os pais têm direito a uma isenção de imposto se, após uma tentativa aborto, seu filho viver por qualquer período de tempo. [*Revised Rule 73-dash].
Agora, como é que uma criança vítima de tentativa de ser abortada pode ser considerada uma criança dependente se ela vive, mas não será dependente se morre? Que tipo de dilema é esse? Suponho que é o mesmo dilema que a polícia de Van Nuys* enfrentou há muito tempo, quando uma mulher, aqui em Los Angeles, teve um bebê no banheiro e o matou com uma lâmina de barbear. Se ela tivesse matado o bebê antes que ele nascesse, ela não teria tido problemas. Porque ela o matou com uma lâmina de barbear depois que ele nasceu, ela está cumprindo uma pena de prisão de 11 anos. Esta é a estupidez do humanismo.
A partir dos quinze anos de idade, podem ser feitos os abortos sem o conhecimento dos pais ou seu consentimento. A propósito, em geral, a lei sempre parte do pressuposto de que os pais são o inimigos da liberdade dos filhos. De fato, é considerado inconstitucional [Nos EUA] exigir o consentimento do cônjuge para o aborto ser realizado.
Fetos mortos são usados na indústria de negócios e experimentos. O Journal of Clinical Pathology relata que órgãos fetais foram enxertados em ratos para ver quanto tempo eles viveriam. Há experimentos tão assustadores, que eu nem sequer tenho como falar em uma reunião pública como esta.
A Squibb Company está envolvida no pagamento de dezenas de milhares de dólares para médicos, para fazerem experimentos com fetos usando-os em pesquisas sobre as drogas de controle de pressão arterial elevada. Tudo isso está crescendo bastante rapidamente. Eu vi algo sobre isso outra noite na televisão. O governo dos EUA financiou experiências em bebês abortados vivos.
Alguns são jogados fora. Dr. J. Dominguez, de Nova York, escreveu: “Em qualquer segunda-feira você pode ver 70 sacos de lixo com material fetal neles ao longo das calçadas de clínicas de aborto em Nova York“. Então, estamos lidando com uma prática muito, muito difundida. Agora é possível fazer a um bebê retardado o que seria impossível fazer a um cão ou a um gato.
De fato, um processo recente na Califórnia, tendo como partes Curlander contra Bio Science Labs, tornou possível para os filhos processarem judicialmente seus pais por ‘vida injusta’, isto é, por deixá-los viver e terem se recusado a abortá-los quando ainda eram fetos. Isto foi relatado no boletim de notícias do Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia. Em outras palavras, se seus pais não te abortaram, e você viveu, e tem problemas graves, você pode processá-los por te deixarem viver.
Sacos com bebês são encontrados por compactadores de lixo, como todos sabemos. Por outro lado, uma águia americana ferida foi encontrada recentemente em Maryland e foi levada às pressas para a emergência. No entanto, ela morreu e uma recompensa de US$ 5.000,00 foi oferecida para a prisão de quem a feriu. É ilegal capturar uma lagosta grávida. A multa para quem fizer isso é de US$ 1.000,00.
No estado de Massachusetts, há uma lei anti-crueldade que torna ilegal conceder um peixe dourado como prêmio. Por quê? Eis a justificativa: “Para proteger a tendência de entorpecimento dos sentimentos humanitários e evitar corromper a moral daqueles que abusam dos peixes dourados.” Geralmente as mesmas pessoas que querem salvar o peixinho dourado estão liderando as campanhas a favor do aborto.
Ademais, desenvolveu-se em torno do aborto uma indústria de vários bilhões de dólares e, em termos de negócios, muitas pessoas ganham dinheiro com isso. Falei com um abortista que estava frequentando nossa igreja há alguns anos atrás e lhe apresentei o evangelho. Tivemos várias reuniões juntos. Ele entendeu plenamente o evangelho. Eu não conheço sua condição espiritual neste momento, mas eu me lembro nos dias que eu conversei com ele, que me disse que ele sozinho lucrou US$9 milhões com abortos em um ano, em sua própria clínica. Esse é apenas um médico.
Essa indústria milionária vai além do aborto em si, lucrando também com os produtos usados para a realização do aborto. Ademais, o material fetal é usado para todos os tipos de experimentos e vendido. É uma grande indústria. E não para aí. Isso fica mais bizarro, mas não há necessidade de aprofundarmos esse assunto agora. Toda a indústria do aborto é assustadora, incompreensível.
Sendo uma nação de pessoas civilizadas – se é que somos civilizados… avançados tecnologicamente sim, civilizados não – não há explicação para como podemos tolerar isso, exceto pela queda e a miserável pecaminosidade do coração humano.
Em outros países do mundo, as pessoas ainda estão se recuperando do impacto do aborto. Vou lhes dar uma ilustração. O Japão tem sido muito agressivo no campo do aborto há vários anos. No Japão, as mulheres enfrentam um trauma severo, porque ocorreram milhões e milhões de abortos por lá. Ao longo dos últimos, digamos, por cerca de 40 anos no Japão, foram realizados cerca de 50 milhões de abortos.
As mulheres ficaram traumatizadas por causa desses abortos em sua própria vida emocional, e assim, os budistas erigiram templos para o propósito expresso de lidar com a questão do aborto. Estes são os templos chamados de “bebês de água”, que é um termo usado para se referir a uma criança abortada, as crianças que perecem por aborto. A fim de assegurar a paz para as almas das crianças abortadas, essas mulheres vêm a esses lugares.
Agora elas estão conscientes do fato de que esses bebês abortados têm um alma, e assim elas têm que fazer algo pelas almas que partiram. Então, os budistas erigiram templos onde as almas desses ‘bebês de água’ podem ser atendidas por mães penitentes.
Gastando entre US$ 340,00 e US$ 640,00, uma mãe de luto pode comprar um pequeno Buda de pedra, e de alguma forma, comprar este pequeno Buda de pedra não só traz mais lucro para a indústria em torno do aborto, como alivia a ansiedade, pois creem que fizeram algo pela alma do bebê.
Somente em um desses templos, dezenas de milhares desses Budas foram vendidos. Tais templos se tornaram uma atração comercial, onde os visitantes pagam para vir e tirar fotos de mulheres que estão lá agonizantes por causa de seus ‘bebês de água’. Os sacerdotes oferecem orações naquele lugar, para os ‘bebês de água’, por US$ 120,00 por cada bebê e US$ 40,00 por cada bebê adicional que tiver sido abortado. Essa é apenas uma ilustração de um país onde há esse trauma na vida dessas mulheres.
As estatísticas dizem que as taxas de suicídio aumentam entre 400% e 800% entre mulheres que fizeram abortos. Hipocondria, depressão, síndrome de abstinência, culpa, vergonha, dependência de drogas e álcool, trauma emocional sério: tudo isso é enfrentado por mulheres que fizeram abortos. Morrem de seis a sete vezes mais mulheres todos os anos em função de abortos legais do que em ilegais.
Então, a coisa toda é um cenário muito, muito assustador. Vou lhes dar apenas mais algumas informações das que eu tenho aqui comigo. Vou apenas ler algumas informações acerca dessa questão do aborto, no que diz respeito à forma como ela afeta as mulheres:
- O risco de gravidez fora do útero, que ameaça a vida da mãe, é duplicado para as mulheres que fizeram um aborto e quadruplica no caso de dois ou mais abortos.
- Os abortos espontâneos são quase duas vezes mais comuns para as mulheres que abortaram intencionalmente.
- Um estudo de 26.000 nascimentos indicou um aumento de mais de três vezes no número de bebês natimortos e de bebês que morrem recém-nascidos entre as mães que fizeram aborto.
- Dado que cerca de 2% ou 3% das mulheres que fazem aborto necessitam de uma transfusão de sangue, existe, por conta disto, um risco aumentado de exposição a hepatite e AIDS.
- Hemorragias são mais comuns em gestações subsequentes.
- Muitos pesquisadores observaram subsequentes nascimentos prematuros e de crianças de baixo peso ao nascer entre mulheres que fizeram abortos anteriores.
- Há um risco aumentado de danos ao colo do útero.
- Há um aumento de sete vezes dos casos de placenta prévia.
- É aumentado cerca de duas vezes o risco de câncer de mama nas mulheres que realizaram os abortos no primeiro trimestre da gravidez. Isso é porque Deus, em parte, projetou o corpo para começar a se preparar para o nascimento da criança. Quando esta é abortada, isso cria certos fatores de risco no corpo, como se o corpo recuasse, para tentar compensar.
- Há até 30 por cento maior risco de infecção pélvica.
As estatísticas, no entanto, são provavelmente ainda mais sombrias, uma vez que uma mulher que está com problemas em função do aborto raramente volta ao médico ou instituição onde ocorreu o aborto. Além disso, as complicações muitas vezes se desenvolvem mais tarde e não são registradas como relacionadas com o aborto. Mesmo a morte não é geralmente ligada ao aborto em relatórios e em atestados de óbito.
E, então, quando você olha para o efeito emocional, como eu relatei quanto às mulheres no Japão, você encontra todos os tipos de informações interessantes:
- As mulheres que já tinham problemas emocionais ou mentais, anteriores ao aborto, muitas vezes se tornam piores. E fazer um aborto produz tais problemas em mulheres que anteriormente não tinham nenhum deles.
- Mulheres que fizeram um aborto são mais propensas a sentir culpa, depressão e ao suicídio. No entanto, a alegação de que uma mulher vai cometer suicídio se a ela é negada o direito de fazer um aborto – é o que os pró-aborto nos dizem – é altamente improvável, porque o suicídio é quase inexistente entre as mulheres grávidas. Ao longo de um período de vinte anos, a 13.500 mulheres suecas foi recusado o direito de fazerem abortos. Apenas três cometeram suicídio. Como disse, é muito, muito raro.
- Além disso, após um aborto, uma mulher é muito mais propensa a romper com seu parceiro, seja ela casada ou não. O aborto só destrói todo mundo no processo.
Chegamos, então, à seguinte questão: como começou e quem começou isso? Bem, triste dizer, isso começou lá atrás. Quer dizer, se queremos saber onde tudo começou, temos de ver que começou certamente na mente de Satanás, pois de acordo com João 8:44, ele é um assassino. Certamente partiu do mesmo tipo de atitude caída que fez Caim matar Abel. Caim era um assassino. Essa é a expressão da queda.
Você pode voltar no passado e verá que houve esforços por parte de Satanás para assassinar bebês no tempo de Moisés e no tempo de Jesus. E ele teve sucesso, como você sabe, no tempo de Jesus, em massacrar bebês com menos de dois anos de idade, a fim de tentar eliminar o Messias.
Nas culturas antigas, você pode encontrar abortos praticados entre os pagãos, mas nunca entre os judeus, por razões óbvias. Eles sabiam que a vida é sagrada, que é concedida por Deus. Eles se fundamentavam no segundo grande mandamento: “Ame o teu próximo como a ti mesmo“, e já que um bebê concebido é uma pessoa, ele se tornou seu próximo, e, portanto, prejudicar o próximo seria violar o segundo mandamento.
No tempo do Novo Testamento, havia também pagãos que se engajaram no aborto, mas, novamente, os judeus não concordavam com essa prática no tempo do Novo Testamento, nem a igreja. Platão e Aristóteles recomendaram a limitação do crescimento familiar através do aborto. O aborto foi usado, mesmo nos tempos do Novo Testamento, entre os pagãos para esconder o sexo ilícito. Se você pudesse remover a evidência, você poderia remover o estigma do sexo ilícito.
As mulheres ricas também não queriam deixar suas riquezas para crianças de classe baixa geradas de forma ilegítima, por isso, embora elas pudessem querer ter um caso com algum homem de classe baixa, elas não queriam criar seu filho, e assim, o aborto era uma maneira de lidar com isso. Além disso, o aborto era uma forma de preservar, diziam eles, o seu apetite sexual, pois não precisavam “incomodar o útero com os bebês saltitantes”. O aborto também era uma forma de contracepção.
Em tempos de culturas antigas, mesmo na era do Novo Testamento, os métodos utilizados variavam desde substâncias introduzidas no útero através do canal de nascimento, às vezes drogas orais ou venenosas, como costumavam ser chamadas, às vezes misturas com o propósito de provocar a morte do feto. Às vezes, eles enrolavam a barriga da mulher grávida com cordas muito, muito apertadas ou panos, a fim de espremer, literalmente, o útero e esmagar a criança, tirando-lhe a vida.
Outras vezes, eles localizavam o bebê no ventre materno e usavam um objeto duro para esmagar o bebê no útero e matá-lo dessa forma. Também usavam lâminas ou ganchos introduzidos através do canal de parto, para matar os fetos. Pagãos faziam isso. Os judeus sempre rejeitaram essa prática, porque a vida foi criada por Deus, e qualquer pessoa criada por Deus se torna seu próximo, de modo que, tirar uma vida, era violar o segundo mandamento.
A igreja primitiva, também, tomou uma forte posição contra o aborto. No Didaché, que é uma codificação do ensino da igreja primitiva, é dito: “Não matarás um filho pelo aborto“. O aborto foi rejeitado em outro documento antigo chamado “A Epístola de Barnabé“, sendo considerado contrário ao amor devido ao próximo. Assim, você pode ver que a igreja primitiva manteve algumas das idéias judaicas.
A Didaché dizia que o caminho dos que praticavam aborto era um caminho de morte, maldição, adultério, assassinato. Eles os chamavam de ‘corruptores das criaturas de Deus’. E, no terceiro século, uma palavra latina surgiu: ‘abortistas’. O aborto, diziam eles, trouxe o julgamento de Deus.
A Reforma não mudou isso. A igreja sempre viu o aborto como um assassinato, um ato de violência e uma falta de amor para com alguém criado por Deus. Portanto, esse não é um assunto novo. O povo de Deus, Israel, era contra o aborto. A igreja sempre foi contra o aborto. E hoje nós devemos nos posicionar contra isso.
Estamos vivendo em um momento da história em que este movimento a favor do aborto se tornou uma indústria maciça, tornou-se um reflexo da nossa cultura. Se você olhar para trás um pouco, vai poder ver como foi construída a base na qual toda essa cultura abortista repousa. Vou compartilhar alguns fatos com você, para que você entenda como todo esse compromisso com o aborto começou.
O primeiro passo foi a revolução sexual que, basicamente, apregoou: “Queremos ser livres para nos expressarmos sexualmente!“. No início dos anos sessenta, todo mundo tinha que se envolver no ‘amor livre’. Lembra da expressão ‘amor livre’? Você se lembra de todos os hippies e daquela coisa toda? A revolução sexual gerou o aborto como uma indústria, porque simplesmente disse que ‘temos que ser livres para nos expressar sexualmente e nós realmente não precisamos lidar com as conseqüências’.
Na verdade, eles chegaram ao ponto de dizer: ‘se vamos ser livres, as mulheres certamente não podem ser vitimadas pelos homens. Os homens podem se deitar com qualquer pessoa que eles queiram, e ir embora e não há qualquer consequências para eles. Mas o que nos acontece é que ficamos grávidas’. E assim, com o aborto, sua liberdade sexual não tem impacto, não tem consequências, não tem resultados indesejados.
Então, o pensamento das mulheres é: ‘para que possamos ser realmente livres, temos que eliminar a conseqüência, a principal conseqüência do sexo livre, do amor livre, isto é, temos que ser capazes de eliminar a gravidez. De outro modo, somos vítimas dos homens e não queremos ser vitimadas pelos homens’. Assim, a revolução sexual com seu amor livre realmente preparou o terreno para o massacre de milhões de bebês, que não passaram de intrusos nas fornicações e nos adultérios de uma sociedade miserável e degenerada.
Depois, houve o segundo passo: a questão das deformidades. Todos vocês recordam do grande problema da talidomida nos anos sessenta. Muitas mulheres tomaram talidomida durante a gravidez e você também se lembra que essa droga teve alguns efeitos colaterais graves em termos de crianças que nasceram mutiladas ou com membros mal formados.
Houve alguns médicos na Inglaterra que acreditavam que essas deformidades, bem como outras deformidades, eram graves o suficiente para levá-los a defender o aborto eugênico [purificação racial através da eliminação de pessoas geneticamente imperfeitas]. E isso, começou na Inglaterra, como eu disse, eliminando crianças com defeito de nascença por causa do custo que representavam para a sociedade, por causa do problema que eles causam aos pais.
As justificativas eram que essas crianças portadoras de deficiências são difíceis de lidar. Portanto, deveria ser dito aos pais: ‘Olha, não faz sentido trazer crianças deformadas para o mundo. Já é um lugar bastante difícil, de qualquer maneira…’. E assim, os defensores do aborto tomaram mais esse argumento para justificar o assassinato dessas crianças.
E então, veio todo o movimento feminista, que levou a expressão da liberdade sexual a um passo além, dizendo: ‘Nós não só queremos ser sexualmente livres sem consequências, mas queremos ser capazes de vestir nosso terno azul, pegar nossa pasta e ir trabalhar cada dia também. Queremos competir no mundo do homem como iguais, e se tivermos que ter bebês, não podemos fazer isso!!’
Betty Friedan, uma líder do movimento feminista, disse: “As mulheres não são iguais aos homens, a menos que estejam livres das responsabilidades para com os filhos. As mulheres devem ter o aborto como um ‘plano B’ para a falha contraceptiva. Contracepção primeiro, e se não funciona, então, o aborto, porque não podemos ser incomodadas com as crianças. Temos que ir trabalhar e fazer o nosso caminho no mundo dos homens.”
Então, na formação da base para a cultura do aborto que temos hoje, primeiro veio a revolução sexual, depois a situação foi gravada por aquela espécie de jogo genético para eliminar os deformados da sociedade e, acrescentando a isso, veio o terceiro recurso, que é o argumento feminista de que ‘se vamos trabalhar no mundo dos homens e sermos iguais aos homens em todos os sentidos, não podemos estar ocupadas em casa com as crianças. Então, nós temos que eliminá-las de nossas vidas’.
Se não bastasse, surgiu outro componente, outra peça: o controle do crescimento da população. Passaram a divulgar que o mundo estaria superpopulado. E eu li tudo isso. Você não se lembra de ler isso nos anos sessenta? Todo mundo estava falando sobre superpopulação. Lembro-me de encontrar um livro antigo, que foi escrito em 1918, com a seguinte declaração: “Se algo não mudar, temos muitos cavalos nas ruas de Chicago, e na taxa projetada, em 25 anos, a cidade de Chicago estará com 18 pés de profundidade de estrume.“
É o mesmo tipo de raciocínio: todos nós vamos nos afogar em um mar de bebês! E tudo isso alimentou o edifício desta plataforma pró-aborto. A base foi construída até que se chegou à decisão no processo ‘Wade contra Roe’, em janeiro de 1973. E nesse ponto, a Suprema Corte dos Estados Unidos excluiu as crianças por nascer, os nascituros, da proteção da Décima Quarta Emenda [Constituição dos EUA], que diz: “Ninguém será privado da vida sem o devido processo legal“. O argumento foi: “Os filhos não nascidos não são pessoas“.
Sim, eles são. E vamos ver isso em um minuto. Um dos professores do Master’s College, Dr. John Pilke, ensina no nosso Departamento de Literatura Inglesa, escreveu-me um pequeno memorando. Ouça o que diz:
A expressão ‘pró escolha’ – que os pró-abortistas usam – a mim me parece um dos fatos retóricos mais depravados e apocaliticamente mais perversos da história da civilização ocidental na era cristã. A frase significa ‘pro pecado’ ou ‘livre para escolher o pecado’.
A frase seria realmente menos terrível se fosse ‘pró-aborto’, porque isso a confinaria à esfera de um problema moral particular. Mas, ao transformá-la em algo que parece um eufemismo, os defensores da ‘pró-escolha’ deram um toque final de retórica ao experimento dos democratas. A frase ‘pro escolha’ significa ‘sem consciência’, ou ‘sem inibição’, ou ‘sem restrições’.
É apregoada sob a bandeira jeffersoniana da liberdade de consciência e da separação entre a igreja e o Estado. Como um gesto retórico perfeitamente concebido para funcionar como uma bandeira política, esta frase constitui a última palavra, a formulação oficial do desafio apóstata oficial contra o Deus do cristianismo. Estou confiante de que Deus responderá apocaliticamente.
Sim, eu acredito que ele está certo. Creio que o aborto é a última postura oficial do desafiante apóstata contra Deus, que diz: ‘Deus, você não vai determinar quem vive ou morre. Eu vou!’ A apostasia final. É onde estamos em nossa cultura, estamos nisso por lei, a lei de nosso próprio governo.
O tribunal ignorou a questão de quando a vida começa, que é uma questão médico-científica. Mesmo que criminosos sejam processados com êxito por matarem crianças que estão ainda por nascer, em um ataque a uma mãe grávida, essas crianças são consideradas não-pessoas se suas próprias mães decidem matá-las. Se um criminoso mata, eles são processados. Se a mãe mata, não matou uma pessoa, mas uma não-pessoa.
Tanto quanto posso dizer – e minha pesquisa pode não ser exaustiva – mas, tanto quanto posso dizer, não há nenhuma nação na face da terra com uma política de aborto mais permissiva do que os Estados Unidos, com a única exceção da China . É reflexo de nossa revolução sexual, desprezível, lasciva, imoral, pervertida, do desvio do papel ordenado por Deus para homens e mulheres. É reflexo do nosso sistema de valores egoísta e materialista. É reflexivo, acima de tudo, de nossa ética ateísta hostil a Deus.
E agora, temos um holocausto que Deus julgará, e eu vou falar sobre isso hoje à noite. Vou falar sobre o que significa o sangue da vítima assassinada clamar do chão contra quem cometeu o assassinato. A ciência médica estabeleceu claramente que a concepção traz uma vida individual única. A vida começa na concepção. Isso é absolutamente um fato médico.
Uma citação de uma fonte secular, Dr. Jerome Lejeune, professor de genética fundamental na Universidade de René Descartes em Paris:
A vida tem uma história muito longa, mas cada indivíduo tem um começo muito claro, que é o momento de sua concepção. O elo material é o fio molecular do DNA. Em cada célula reprodutiva, esta fita de cerca de um metro de comprimento é cortada em 23 pedaços, ou cromossomos. Assim que os 23 cromossomos derivados paternalmente se uniram através da fecundação aos 23 maternos, a reunião genética completa necessária para expressar todas as qualidades inatas do novo indivíduo é recolhida, ou seja, ocorre a constituição pessoal.
E se eu puder digressar um pouco sobre essa citação, quero dizer que tudo o que está lá no momento da concepção vai se refletir na plena idade adulta do ser humano, pois todo o material componente está lá. Lejeune continua escrevendo:
Aos dois meses de gestação, o ser humano tem menos de um polegar de comprimento, da cabeça até a nádega. Ele se encaixaria facilmente em uma casca de noz, mas tudo está lá: mãos, pés, cabeça, órgãos, cérebro. Na quarta semana está a consciência. Tudo está no lugar. Seu coração está batendo há um mês e as impressões digitais podem ser detectadas. Seu coração está batendo, aos 2 meses, de 150 a 170 batidas por minuto. Aceitar o fato de que depois que a fecundação ocorreu um novo ser humano veio a existir, não é mais uma questão de gosto ou de opinião.
Bem, pelo menos, é uma introdução ao assunto. A Suprema Corte dos Estados Unidos da América votou sob pressão e influência daqueles que estão envolvidos numa revolução sexual, daqueles que querem controlar eugenicamente quem nasce ou quem morre, daquelas feministas que querem ter certeza de que não haja responsabilidades que as mulheres têm que ter que os homens não as têm, daqueles que trouxeram para a nossa lista, por assim dizer, um fator de medo em termos de superpopulação.
Todas essas pessoas têm orquestrado, penso eu, sob o controle de Satanás, a Suprema Corte para fazer o que fez em 1973 e, conseqüentemente, estamos em um holocausto de conveniência, matando para que as pessoas possam ser sexualmente livres, para que as pessoas não precisem lidar com aqueles que são deficientes, para que as mulheres possam fazer tudo o que elas pensam e querem fazer, e assim, podemos viver o tipo de estilo de vida materialista e descomplicada que tantas pessoas querem viver.
O efeito disso é que nos tornamos assassinos em massa. E agora, com tudo isso como pano de fundo, nós fazemos a pergunta mais importante que vai dirigir o foco do resto da nossa discussão esta manhã e hoje à noite, e aqui está a questão: O que a Bíblia diz sobre tudo isso? Eu tenho cerca de cinco pontos. Vou falar sobre um nesta manhã e o resto à noite.
A concepção é um ato de Deus
Já observamos para você que, do ponto de vista médico-científico, a concepção produz uma nova pessoa. E assim, a vida começa na concepção. A personalidade começa na concepção. E agora dizemos, à medida que olhamos para a Bíblia, que a concepção é um ato de Deus. O Salmo 127: 3, diz: “Eis que os filhos são um dom do Senhor“. Deus cria pessoalmente toda vida. A Escritura torna esse fato claro.
Deixe-me olhar para ele de um ponto de vista negativo, voltando a Gênesis. Olhando para ele negativamente, Gênesis 20 diz isso: “Porque o Senhor tinha fechado completamente todos as madres da casa de Abimeleque“. Eles não podiam ter bebês, porque Deus não permitia. Deus fechou os úteros. Gênesis 16: 2 diz: “E disse Sara a Abraão: O Senhor me impediu de gerar.”
Em 1 Samuel 1:5-6, Ana disse: “O Senhor tinha fechado seu ventre“. Então aqui, de uma perspectiva negativa, você vê que Deus fecha o útero. Deus diz: ‘Nenhuma criança nascerá nesse ventre’. Ele tem controle sobre isso.
Do lado positivo, Gênesis 17:16, Deus disse a Abraão: “Porque eu a hei de abençoar, e te darei dela um filho; e a abençoarei, e será mãe das nações; reis de povos sairão dela.” Eu vou abrir seu ventre! Gênesis 21: 2 diz: “E concebeu Sara, e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que Deus lhe tinha falado.“
Gênesis 25:21 diz: “E Isaque orou insistentemente ao Senhor por sua mulher, porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca sua mulher concebeu”. Deus permitiu que ela tivesse um filho. 1 Samuel 1:19-20, continua a falar sobre Ana, e diz: “O Senhor se lembrou dela“. Embora tivesse fechado seu ventre, Ele se lembrou dela. “E depois de ter concebido, deu à luz um filho, e chamou-lhe Samuel, dizendo: Porquanto o pedi ao Senhor.” O Senhor lhe abriu o ventre e lhe deu um filho.
Rute 4:13, assim diz: “Assim tomou Boaz a Rute, e ela lhe foi por mulher; e ele a possuiu, e o Senhor lhe fez conceber, e deu à luz um filho.” Que grande declaração: “o Senhor lhe fez conceber.” Nenhuma concepção ocorre, em qualquer lugar na face da terra, através de toda a história humana, que não seja resultado do propósito criativo de Deus.
Em Juízes 13:3, a esposa de Manoá está em questão, e ela pediu e o Senhor respondeu. Diz o texto: “E o anjo do Senhor apareceu a esta mulher, e disse-lhe: Eis que agora és estéril, e nunca tens concebido; porém conceberás, e terás um filho.” Aquele filho foi Sansão. Em outras palavras, Deus não lhe havia permitido ter um filho, mas agora Ele o fará.
Essas passagens simplesmente nos mostram que Deus é o poder por trás da esterilidade e que Deus é o poder por trás da concepção. Onde quer que haja concepção, Deus a fez acontecer. Então, quando alguém pratica um aborto, está mexendo com o que Deus fez. Essa é a questão.
Agora, vamos olhar para isto de outro ponto de vista. Vá para o capítulo 10 de Jó. E aqui encontramos algumas declarações a respeito da compreensão de Deus acerca de Deus, algo de Sua teologia, e como ela aponta para esta mesma questão. Em Jó, capítulo 10, Jó está refletindo sobre o fato de que tudo deu errado em sua vida e ele está consultando Deus, como ele costumava fazer, sobre o porquê.
E em Jó 10:8, ele diz: “As tuas mãos me fizeram e me formaram completamente; contudo me consomes.” Em outras palavras, ‘eu reconheço que Tu me fizeste’. E então, ele pergunta: ‘Então por que me destruíste?’ Ele não entende o que está acontecendo com sua vida, e diz: ‘Isto eu sei, Tu me fizeste completamente.’ Essa palavra “completamente“, literalmente, no hebraico significa “inteiramente, totalmente“. Ou seja, ‘em todos os sentidos, Tu me fizeste’.
Verso 9: “Peço-te que te lembres de que como barro me formaste e me farás voltar ao pó.” Em outras palavras, ‘simplesmente Tu me formaste do barro’. No verso 10, ele usa outra ilustração: “Porventura não me vazaste como leite, e como queijo não me coalhaste?“, querendo dizer que ‘Tu me extraiste e me moldaste e formaste’.
Verso 11: “De pele e carne me vestiste, e de ossos e nervos me teceste.” Tu me concedeste. Tu me fizeste, é o que ele diz, de todas as maneiras que possa dizer. Olhe para Jó 12: 9: “Quem não entende, por todas estas coisas, que a mão do Senhor fez isto?” Em outras palavras, Deus é a fonte de toda a vida.
Veja Jó 31. E vou lhe mostrar duas outras passagens. Elas são muito úteis. Jó 31:15 diz: “Aquele que me formou no ventre não o fez também a ele? Ou não nos formou do mesmo modo na madre?” Ele está falando de si mesmo e de outra pessoa. Deus não nos fez todos? Ele não nos formou no ventre? Esse processo criativo começou no útero, na concepção.
Jó 33: 4 diz: “O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida.” É muito claro aqui que mesmo antes do Pentateuco ser escrito – pois Jó é o livro mais antigo da Bíblia – que nos primórdios, na época dos patriarcas, eles já tinham total noção de que foi Deus quem os criou. O salmista tem o mesmo conceito.
Veja o Salmo 22:9-10, Davi, numa situação semelhante a Jó, tentando resolver seus problemas, volta ao fato de que ele sabe que Deus o criou: “Mas tu és o que me tiraste do ventre; fizeste-me confiar, estando aos seios de minha mãe. Sobre ti fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha mãe.” O Salmo 100: 3, diz assim: “Sabei que o Senhor é Deus; foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do seu pasto.“
Vocês dizem: ‘Bem, nós fizemos um bebê’. Não, você realmente não fez um bebê. Você foi a instrumentação humana através da qual Deus criou um bebê. Deixem-me dizer algo: vocês podem transmitir as características físicas, mas não podem fazer uma alma. Vocês entendem isso? Vocês não podem, através de relações sexuais, criar uma alma imortal e eterna. No momento da concepção, quando os fatores físicos se unem, Deus tem que transmitir uma alma.
No Salmo 104: 30, é dito: “Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra“, lembrando-nos que o Espírito de Deus é a força criadora. Em Jeremias 1:5, Deus disse a Jeremias: “Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta.” Em outras palavras, Deus está dizendo a Jeremias: ‘desde o início, Eu conheci você como uma criatura racional’.
Gálatas 1:15, Paulo diz: “Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça“, e assim por diante. Paulo sabia, Jeremias sabia e qualquer cristão sabe que Deus tem a Sua mão sobre nós desde o momento da concepção, e que o nosso destino eterno já estava estabelecido, e o propósito e o plano para o nosso serviço a Deus foi estabelecido antes mesmo de existirmos.
O Novo Testamento enfatiza isso de maneira majestosa. Veja Mateus, capítulo 1, o nascimento de Cristo. Esta é uma ilustração bastante importante, que muitas vezes não é considerada. Mateus 1:18, assim diz: “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Que estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.” Eles estavam noivos, ainda não casados. Eles não tinham se unido em relação sexual.
Agora, isso é muito embaraçoso para José, porque aqui ele acreditava em seu coração que esta menina era espiritualmente comprometida, uma menina justa e santa, que ela era virgem e pura. Porém, de repente, ela está grávida, e ele era um homem bom e justo e não queria a desgraçar e envergonhar publicamente. Ele tinha o direito legal de tê-la apedrejado publicamente. Então, ele planejou divorciar-se dela secretamente. Ele estava envergonhado e não conseguia entender como isso poderia ter acontecido.
“E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo“, verso 19. O ponto que eu quero que você note é esse: Deus está envolvido no próprio ato de concepção. Não só no caso de Jesus Cristo, mas de qualquer vida nascida no ventre.
Não é menos verdade no meu caso, ou no seu, ou de qualquer outra pessoa nascida neste mundo, que Deus estava envolvido em nossa concepção. A diferença é que não tivemos um nascimento virginal. Jesus não tinha pai terreno. Mas somos, no entanto, o produto da mão criadora de Deus através do Espírito Santo, que sopra vida em tudo.
Além disso, a vida no ventre de Maria não era uma bolha impessoal. Não era um material fetal. Era o Filho de Deus. Sua vida começou na concepção. Cristo veio ao mundo na concepção. Olhe para Lucas 1:41, que diz: “E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo.” Isabel, você se recorda, estava grávida de João Batista. João Batista foi cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe, como nos é dito em Lucas 1:15.
Então, o Espírito Santo já estava envolvido na vida de João Batista, como o Espírito Santo está envolvido em qualquer vida, porque Ele é aquele que dá o sopro da vida. Mas, de uma maneira única, o Espírito Santo estava de alguma forma envolvido na vida de João Batista, mesmo no útero, como na vida de Jesus Cristo. E o que quer que isso signifique, é dito que “o bebê pulou em seu ventre.” Deve significar que, de alguma forma, aquela criança respondeu ao que estava acontecendo do lado de fora.
O Espírito Santo moveu essa pequena vida em algum movimento. Isso é uma coisa maravilhosa para se contemplar, mesmo que seja misterioso para compreender. Observe a palavra “bebê“. E esse é o ponto chave aqui. A palavra “bebê” no texto de Lucas 1:41 é brephos. Esta mesma palavra é usada em Lucas 2:12, 2:16, 18:15, 1 Pedro 2: 2 e em outras passagens para se referir a um bebê vivo, que já nasceu. Mas, aqui em Lucas 1:41 é usada para se referir a um bebê que não nasceu.
Escute atentamente o que eu digo: essa foi a palavra usada para bebês nascidos ou ainda não nascidos. Eles não tinham uma palavra diferente. Não o chamavam de feto. Era um bebê não nascido ou era um bebê nascido. Nenhuma palavra distinta era necessária. Uma vez que a criança que é formada no ventre é um bebê. O momento real do nascimento não determina a viabilidade ou a vida. A vida está na concepção.
E assim, o brephos é o bebê no útero ou o bebê fora do útero. Não é utilizada nenhuma terminologia diferente. Não se trata de um mero conjunto de células, mas de um bebê, um brephos. Este é um bebê.
A concepção, então, é o ato de Deus pelo qual uma pessoa é criada pela vontade soberana de Deus, uma alma é soprada no tecido vivo pelo Espírito Santo. O destino dessa alma já é conhecido de Deus e determinado por Ele antes da fundação do mundo. O aborto, então, torna-se um ato violento anti-Deus. Não é apenas um assassinato do indivíduo, é uma afronta ao Criador.
Agora, alguém pode dizer: ‘Bem, e quanto às pessoas deformadas que nascem? Deus é o Criador delas?’ Em Êxodo 4:11, Deus diz: “E disse-lhe o Senhor: Quem fez a boca do homem? ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor?” ‘Eu os faço assim!’ É para os Seus propósitos, às vezes, fazer homens mudos, surdos, que enxergam ou que são cegos.
Vocês se lembram em João, capítulo 9, do homem cego de nascença e o discípulo disse: “Quem pecou, este homem ou seus pais?” E Jesus disse: “Ninguém. Este homem nasceu cego para a glória de Deus.” Deus o fez assim.
Portanto, o primeiro ponto a partir do qual você deve começar qualquer discussão bíblica é que a concepção é um ato de Deus, um ato em que 23 cromossomos de um pai e 23 cromossomos de uma mãe se reúnem em uma tira de DNA que faz uma vida . E, no momento dessa reunião física, Deus então, por meio de Seu Espírito Santo, sopra uma alma, uma alma imortal e eterna que transcende o corpo, pois viverá para sempre, embora o corpo morra.
Na concepção, então, você tem a vida. Matar essa vida é brincar com Deus. Além de ser uma afronta tão séria, como é, contra a vida em si, é mais grave ainda contra Deus, que é o Criador. O aborto é a evidência final da miséria de nossa cultura. É a prova final de quão profundo é o nosso ateísmo, a ponto de matarmos a vida que Deus cria. Temos usurpado o trono soberano e agora somos deuses. E vamos determinar quem vive e quem morre.
E isso está se espalhando, meus amigos, na eutanásia, que está chegando, é melhor você saber, como um furacão para varrer com toda a nossa população de idosos, porque nós somos deuses agora e vamos decidir. Esse tipo de ateísmo trará a ira de Deus, e nós veremos sobre isso esta noite. Vamos orar.
Pai, nós Te agradecemos esta manhã que Tu nos chamaste para uma clara compreensão destes assuntos em Tua Palavra. Estamos chocados, para dizer o mínimo, e estamos tristes, e estamos aflitos por esse horror que ocorre em nossa própria terra. Nós Te agradecemos que em Tua graça cremos que Tu congregas estes pequeninos para ti, que Tu os recolhes no Teu reino.
Nós também Te agradecemos que Tu sabes, desde o princípio, que eles nunca nascerão, porque eles serão mortos, e isso não exonera o assassino, mas Tu planejaste que o futuro desses pequenos seja para o bem e não para o mal. Mas, Senhor, isso não anula o pecado pelo qual essas pessoas serão julgadas, tanto aquelas que fazem essas coisas, como aquelas que as têm feito e aqueles que toleram esse pecado.
Nós Te agradecemos também, Senhor, porque Tu perdoas a mulher que fez um aborto, Tu perdoas o homem que consentiu com o aborto. Tu perdoas o marido que o permitiu, o amante que o quis. Tu perdoas todos os nossos pecados, se viermos em nome de Cristo e pedir perdão. Nós Te agradecemos que Tu possas lavar e tornar limpo como a neve aquele que está manchado por um pecado como este, e Tu podes devolver a paz à ansiedade e a alegria pela tristeza, através do Teu perdão.
Oramos hoje, Senhor, para que nos dê convicções claras sobre esta questão. Ajuda-nos a compreender que, como igreja, como cristãos, não podemos tolerar qualquer tipo de aborto, qualquer tipo de usurpação do trono divino sobre o qual Tu te assentas, qualquer tipo de violência, assassinato em massa, sem ter o chão clamando contra nós.
Ajuda-nos a falar claramente sobre este assunto e tomar a nossa posição onde temos que tomá-la. Mas, Senhor, também queremos que Tu nos dês compaixão e bondade para com aqueles que caíram neste pecado, e que possamos trazer-lhes o evangelho salvador de Cristo e Sua misericórdia de perdão. Para esse fim oramos, e Senhor, de alguma forma, reverte tudo isso neste país, traz-nos de volta a um padrão justo. Estejas com nossos líderes, dá-nos líderes que nos movam em uma direção que Te agrade, não em uma direção que Te enfurece. Pedimos Tua orientação, em nome de Cristo. Amém.
Veja este vídeo. Gianna Jessen sobreviveu a um aborto pela retirada do líquido amniótico no útero de sua mãe, e substituição por uma solução salina pesada, que basicamente queima a criança viva por dentro e por fora. Logo abaixo você pode ver a foto de seu corpo todo queimado. Ela sobreviveu por um milagre divino.
Esta é uma série dois sermões sobre o aborto na perspectiva bíblica.
- Aborto! Que diz a Bíblia? – Parte 1
- Aborto! Que diz a Bíblia? – Parte 2
Este texto é uma síntese do sermão “The Biblical View on Abortion, Part 1”, de John MacArthur em 30/08/1992.
Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:
https://www.gty.org/library/sermons-library/90-67/the-biblical-view-on-abortion-part-1
Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno