Igreja: Os sistemas internos – 1
Este texto é o segundo de uma série de 8 sermões de John MacArthur a respeito da “Anatomia do Corpo de Cristo (igreja)”, onde ele distingue a cabeça, o esqueleto, os sistemas internos, os músculos e a carne.
No primeiro sermão ele falou sobre cinco verdades inegociáveis que formam o esqueleto da igreja: Uma visão elevada de Deus, a autoridade absoluta das escrituras, a clareza doutrinária, a santidade pessoal e a compreensão da autoridade espiritual.
Neste segundo sermão ele começa a expor os “sistemas internos da igreja”, definido como sendo 16 atitudes básicas. Este assunto foi dividido em 4 sermões.
No domingo passado, compartilhei um pouco de meu coração ao falar do assunto que chamo de “a anatomia da Igreja”.
Falei que nossa igreja está em um ponto crucial de sua história, Deus tem feito grandes coisas e penso que há coisas grandes pela frente.
Eu estou muito comprometido com a obra de Deus neste local. Estou animado com o futuro. Mas, sei que o inimigo vai se levantar e sempre enfrentaremos batalhas espirituais muito fortes.
Sou muito grato pelas respostas dos irmãos. Eu recebi um monte de cartões, algumas cartas, telefonemas e palavras encorajadoras.
Ouvir muitos dizerem: “Eu quero reafirmar meu compromisso com o Senhor, com esta igreja e com o seu ministério”. E isso significa muito. Sou muito grato a Deus pela sensibilidade que vocês demonstram diante da Palavra.
Quero continuar o que começamos na última vez, e eu acho que nós poderíamos dizer que esta é uma breve espécie de ‘arqueologia espiritual’.
Alguns de vocês vieram congregar conosco, mas não estavam aqui nos momentos intensos de estruturação da igreja.
Você realmente não pode entender o que está por baixo de tudo, e por isso o que estou tentando fazer é “cavar” um pouco a base para você e deixá-lo ver o fundamento com o qual este ministério é realmente comprometido.
Usando a maravilhosa analogia de Paulo sobre o corpo, estamos falando sobre a anatomia da igreja.
Penso que há quatro características do corpo que queremos olhar: o esqueleto, os sistemas internos, os músculos e carne. Essa é uma perspectiva bastante simplificada, mas penso que vai servir-nos bem.
[A tremenda verdade do “Cabeça da Igreja” foi o tema do oitavo sermão].
Vimos que a igreja deve ter um esqueleto. Isso lhe dá forma, uma estrutura em que ela pode repousar.
Sãos elementos inegociáveis, uma substancial fundação que norteia o mover da igreja. Vimos que esse esqueleto se manifesta em cinco princípios inegociáveis: uma visão elevada de Deus; a autoridade absoluta das Escrituras; a clareza doutrinária, a santidade pessoal e uma compreensão da autoridade espiritual. Esses são princípios fundamentais.
Temos que continuar a erguer nossos olhos para Deus, para exaltar Seu bendito santo nome.
Temos que continuar a dar prioridade à Palavra de Deus, para torná-la o tudo, estudando, pregando e ensinando o Santo Livro.
Também devemos estar comprometidos com a sã doutrina, para que ela seja clara, precisa e aplicável à vida.
Devemos também buscar, com toda a nossa força, no Espírito Santo: santidade, virtude, piedade, justiça e compreender a autoridade espiritual.
Há uma grande responsabilidade em ser um líder espiritual, bem como em ser alguém que escolta aqueles que são liderados.
E é por isso que, frequentemente, você me ouve falar sobre Deus, sobre as Escrituras, a doutrina, santidade e autoridade, pois eu tenho que manter o esqueleto, a estrutura da igreja. E isto deve ser sempre repetido.
Esta preocupação na manutenção da estrutura fundamental da fé foi demonstrada pelos apóstolos:
Por isso não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais, e estejais confirmados na presente verdade. E tenho por justo, enquanto estiver neste tabernáculo, despertar-vos com admoestações, Sabendo que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo, como também nosso Senhor Jesus Cristo já me tem revelado. Mas também eu procurarei em toda a ocasião que depois da minha morte tenhais lembrança destas coisas (II Pedro 1:12-15).
Creio ser essencial na vida da igreja que estes elementos inegociáveis sejam enfatizados, sendo objeto de muita atenção do ministério de ensino.
Se você exerce qualquer função de ensino na igreja, seja com crianças, discipulado etc., a constante afirmação do esqueleto da igreja deve ocupar muito seu tempo, bem como deve ser vista na prática de sua vida diária.
Temos que ser diligentes não só no que dizemos, mas na vida em que vivemos. Sem isto, nosso esforço torna-se inútil.
Agora, começaremos a ver a segunda categoria: Os sistemas internos. Continuaremos nas próximas semanas.
Creio que deve fluir através da igreja certas atitudes espirituais. Um corpo físico tem órgãos e fluidos que fluem através dele, capacitando-o a viver e funcionar.
O corpo não é apenas o esqueleto. Ele dá forma, mas tem que haver uma corrente fluindo através de certas atitudes espirituais; e é isso que eu vejo como ‘os sistemas internos da igreja’.
O empenho, objetivo e meta dos anciãos da igreja deve ser gerar, nos corações das pessoas, certas atitudes espirituais.
Não estamos apenas tentando levá-las a fazer certas coisas, mas que desenvolvam adequadas atitudes espirituais, para que o serviço não tenha, como pano de fundo, atitudes ruins.
Às vezes os jovens pastores não veem as coisas acontecendo da forma que desejariam ver, e partem para fazer mudanças na igreja.
E terão, como resultado, as mesmas pessoas, com as mesmas atitudes, em uma estrutura diferente.
Você não pode se preocupar com a estrutura da igreja, se não houver uma atitude espiritual correta.
A estrutura tem uma maneira de cuidar de si mesma, quando as pessoas controladas pelo Espírito fazem as coisas guiadas pelo Espírito. E assim, elas se movem em direção à conformidade com o padrão bíblico da igreja.
Portanto, temos que ter uma ênfase nas atitudes. Temos que trabalhar sobre o que está acontecendo dentro de você.
Não é simplesmente nos certificar que você está orando, ofertando, lendo a Bíblia, etc. Não é esta a ideia. Isto seria uma base legalista ou superficial.
Muitas vezes tudo é feito a partir de atitudes erradas. E quando não focamos nas atitudes interiores, podemos ficar satisfeitos com as pessoas agindo, mesmo com atitudes más.
Ao longo dos anos, procurei observar algumas atitudes necessárias em mim e em todas as pessoas aqui.
Em primeiro lugar, e acima de tudo, é a obediência. Esta é a atitude fundamental de todas as atitudes. Se Deus disse algo, não discutamos ou debatamos, mas pratiquemos.
Essa atitude deve ser para a glória de Deus, sua própria bem-aventurança, avanço do evangelho e como exemplo aos outros cristãos.
Por todas estas razões, nós obedecemos, porque é justo, glorifica a Deus, nos coloca no lugar de bênção, nos permite estar cheios do Espírito, nos permite alcançar outros e faz de nossas vidas exemplo para os demais.
Você foi salvo por afirmar o senhorio de Jesus Cristo. Isto quer dizer que que Ele está no comando de sua vida. Você é o servo, Ele é o Senhor.
Mas, Jesus perguntou: “E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?” (Lucas 6:46).
E disse: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mateus 7:21).
Nós afirmamos o senhorio de Cristo, mas isto só é validado em nossas vidas por uma manifesta vida de obediência.
Uma pessoa, que ouviu uma das minhas pregações no rádio, nos escreveu relatando que apreciava muito nossos estudos bíblicos, mas que ele não poderia deixar de praticar um pecado que tanto amava.
Ele, então, afirmou que poderia ser aperfeiçoado em outras áreas, e perguntou se aquele pecado poderia afetar sua condição de cristão.
Respondemos, biblicamente, que sua prática pecaminosa era uma afronta a Deus. Ele respondeu dizendo que somos tão apegados à Bíblia que não estamos preocupados em saber o que Deus sente.
Mas, de que outra forma você vai saber como Deus se sente, se não for através da Bíblia? O que ele quis dizer foi o seguinte: “Não me olhem através das Escrituras, não posso ser avaliado por aquilo que Deus diz”.
Eu não posso levar em consideração um possível envolvimento daquele homem com atividades em algum meio cristão, para respaldá-lo como cristão. Eu sei o que a Bíblia claramente diz: “E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos” (I João 2:3).
Isto é muito simples. Mas, mesmo diante de suas práticas abomináveis, aquele homem justificava-se a si mesmo. Esta é uma faceta do pecado.
Tanto no Velho como no Novo Testamento, Deus sempre quis produzir um povo obediente.
A Bíblia é clara: Deus fala e nós obedecemos. A desobediência é exatamente o oposto a tudo o que Deus quer realizar em sua vida.
Você pode ouvir sobre o perdão, mas prefere prosseguir com um coração amargurado contra alguém. Não há nada que substitua a obediência.
Você diz: “Bem, mas eu executo muitos serviços no meio da igreja”. Lembro-lhe a palavra de Deus que Samuel falou ao rei Saul:
Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei (I Samuel 15:22-23).
Ouvi alguém dizer que os cristãos mais velhos deveriam ser os mais dispostos, comprometidos, puros, entusiasmados e os mais disponíveis para o serviço.
Por quê? Porque eles deveriam ter ouvido e aplicado a Palavra há mais tempo, passando por um processo constante de amadurecimento espiritual e consolidação da fé.
Mas, se você falha em aplicar constantemente a verdade divina a sua vida, o tempo não vai te ajudar, apenas testemunhará sua “aposentadoria” espiritual. Esta é uma triste situação que muitas vezes é vista no meio da igreja.
Mas, quantas vezes você já ouviu isso? E eu concordo plenamente com isto. Ouço alguns dizerem que é muito bom ter uma igreja cheia de jovens, pois eles dão dinamismo para a igreja.
Eu gosto muito dos jovens e sei da importância deles na igreja. Mas, escute, é um triste comentário sobre uma igreja quando sua liderança lamenta por ela estar cheia de pessoas mais velhas.
Esta é uma triste realidade de pessoas que gastaram o tempo sem aplicar as verdades bíblicas em seu viver. Resultando em “aposentados espirituais”. Eles envelheceram, e foi apenas isto que aconteceu na vida deles.
Quando olhamos para o Antigo Testamento e o início da igreja, vemos os homens e mulheres de cabelos brancos e piedosos.
Precisamos da vida e energia das crianças e jovens, mas também precisamos do poder que os crentes maduros possuem, após viveram longos anos aplicando a verdade em suas próprias vidas.
A igreja precisa dos mais velhos que foram amadurecidos por uma caminhada junto ao Senhor, e não simplesmente daqueles que são apenas mais velhos, que apenas amontoaram coisas e hoje sofrem de senilidade espiritual.
Eu não quero isto para minha vida. Eu não quero me aposentar do serviço de Cristo. Isto é a minha vida. Para isto devo estar comprometido com a obediência ao Senhor.
Eu desejo ver a igreja cheia de pessoas de todas as idades, mas com a força e o poder vindo daqueles amadurecidos por uma longa história de obediência e fidelidade a Deus.
Deixe-me dar-lhe uma segunda atitude: Humildade. É outra atitude que desejamos muito gerar nos corações das pessoas. Isto sempre foi uma preocupação para mim. O orgulho é um problema para nós. Eu pensava que se eu entendesse as verdades divinas, Deus deveria fazer-me humilde automaticamente.
Há uma atitude interior que o Espírito da Escritura nos transmite, que é a humildade que buscamos. Não é que nós a temos encontrado, mas algo que temos que perseguir no poder de Deus.
Quando você se tornou um cristão, você não estava, sob qualquer ilusão, imaginando que o Senhor estava precisando de você. Você estava? Isso é ridículo.
Você não tem nada para oferecer a Deus, a não ser sua dívida impagável. Chegamos a Ele como mendigos carentes e falidos. E se temos qualquer coisa agora, não é o nosso.
A única coisa que tenho a oferecer a Deus é o que Ele me deu, santificado pela Sua salvação e Seu Espírito. Isso não é para o meu crédito, mas para Sua glória. Então, o que poderia me fazer orgulhoso?
Temos nos empenhado para resistir aos cultos de autoestima, combater o egoísmo de nossa sociedade contemporânea e apontar para o fato de que Deus nos chamou para mansidão, abnegação, sacrifício e humildade.
Jesus disse: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á” (Mateus 16:24-25).
Ou seja, temos que pagar o preço de nossa própria anulação, depreciação, rebaixamento, desenvolvendo a humildade.
A Palavra diz: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo” (Filipenses 2:3).
Isto é tão importante na igreja. Se numa igreja há pessoas lutando pela proeminência, o caos estará estabelecido nela. O mesmo caos que houve entre os doze, quando disputavam quem seria o maior.
Embora sejamos de grande valor para Cristo, o que O levou a nos comprar por um preço incalculável, nossa atitude deve ser buscar os lugares mais humildes.
O amor constrangedor de Cristo por nós deve nos conduzir a dizer que não somos nada e nos levar a não desejar qualquer destaque. Isto nos leva a amar o próximo como a nós mesmos.
A humildade é o que Deus busca em Sua igreja e que nós devemos ter. Levando-nos a deixar de lado nossas próprias necessidades e prioridades em prol dos outros.
Isso significa dizer ‘não’ para as minhas próprias liberdades. Se comer carne ofende a um irmão, deixarei de comê-la em benefício dos interesses de Cristo (Romanos 14:21).
Em suma, é a prática de “quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (I Coríntios 10:31) e “porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. Porque quem nisto serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens” (Romanos 14:17-18).
Mas, há pessoas que vivem o oposto a isto, buscando suas próprias vontades e se opondo aos princípios elementares de humildade, que devem permear um povo santo.
Terceira atitude: O amor. Você não pode falar sobre humildade sem falar sobre o amor, porque somente pessoas humildes amam. O amor de quem não é humilde é falso.
O mundo ama orientado a algo que lhe agrada, que produz uma ligação emocional. É por isso que os casamentos se desmancham, pois foi construído com base na emoção e não no amor.
Para o mundo, o amor depende do que se sente e não no que se pode dar. Enquanto se estiver recebendo, a emoção sustenta o relacionamento.
Mas o amor, biblicamente falando, é completamente diferente. Não é uma emoção, mas um ato de serviço sacrificial. Em I Coríntios 13 temos uma descrição do verdadeiro amor:
– Benigno, não invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não se conforma com a injustiça, se alegra com a verdade, tudo sofre, tudo crê, tudo suporta.
O amor é um ato de serviço que flui de um coração humilde, que diz: “Eu me importo mais com você do que comigo”. Apenas pessoas humildes amam.
O orgulhoso não pode amar, porque todas as pessoas orgulhosas estão olhando apenas para seus interesses.
O único amor que eles conhecem é um amor físico, uma ligação emocional com as pessoas certas, e se você não é uma daquelas pessoas certas para eles, você não vai sentir nada deles.
Uma das faces da falta de amor é a indiferença, quando não nos importamos com algumas pessoas, e temos para com elas um desprezo, muitas vezes disfarçado. Foi sobre isto que Jesus tratou na parábola do bom samaritano (Lucas 10:27-37).
Jesus nos deu o modelo do verdadeiro amor:
Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. (João 13:34).
O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei (João 15:12).
Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também (João 13:14-15).
João escreveu: “Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros, meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (I João 3:11,18).
O amor resulta em serviço imediato e espontâneo, quase como um reflexo, porque você tem um coração humilde.
Um coração humilde não se manifesta dizendo: “Eu sou um verme!”. Muitas vezes isto pode ser apenas uma falsa humildade.
A humildade sempre pode ser vista através da manifestação do serviço, no atendimento à necessidade do outro.
O apóstolo João escreveu: “Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos. Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe fechar o seu coração, como estará nele o amor de Deus?” (I João 3:16-17)
O amor não é uma atitude de emoção para com as pessoas que são atraentes. É a atitude de servir as pessoas com necessidades.
Peço a Deus que sempre sejamos um povo em que as atitudes de amor sejam abundantes, um amor altruísta que flui de corações humildes.
Vamos para a última atitude por hoje: a unidade. Temos mais doze atitudes a analisar, mas ficarão para as próximas vezes.
Um ponto que sempre foi uma grande preocupação para mim é a unidade. Jesus orou em João 17: “Pai, que eles sejam um, como Tu e eu somos um, para que o mundo saiba que tu me enviaste”.
Jesus responde às minhas orações. Eu gostaria de responder à Dele, você não gostaria? Ele orou pela unidade.
Ele deseja não apenas uma unidade de redenção, mas uma unidade em termos de vida e propósito na igreja.
Efésios 4:3 diz: “Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”.
É uma parte muito importante para a vida da igreja e é por isso que Satanás constantemente quer atacá-la.
Podemos ter discordâncias em questões pequenas, mas a humildade do amor não permite atitudes que firam o princípio da unidade no Corpo de Cristo.
Nos vinte e cinco anos que estou aqui, tenho contemplado o esforço de toda a igreja no cultivo da unidade em nossos corações.
Satanás quer destruir, ele nunca desiste. Louvo a Deus por ter nos mantidos atentos e vigilantes contra os intentos malignos.
Nós sempre oramos por uma congregação cheia de pacificadores, que querem manter a unidade e não semear a discórdia.
Ninguém é perfeito, mas isto não é um motivo de desacordo. Graças a Deus que, quando nos pomos juntos de joelhos, podemos procurar manter a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.
Este é o desejo dos escritores do Novo Testamento.
Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer (I Coríntios 1:10).
Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz (Efésios 4:3).
Atitudes. Você pode vê-las em sua vida? A sua vida é caracterizada pela obediência que gera uma progressiva maturidade? Há uma aplicação da Palavra em sua vida que gera santificação?
Você pode ver o crescimento? De modo que quando você chegar ao final de seus anos terrestres, você terá atingido o auge de sua vida espiritual, em termos de dedicação?
E o que acontece com a humildade? Você abandonou-se si mesmo para o bem dos outros, tendo um amor que procede de um coração humilde?
E você, a qualquer custo e sacrifício, procura manter a unidade do Espírito pelo vínculo da paz?
Isto é o que estamos procurando. Esta é a vontade de Deus para nós.
Pai, eu peço, a começar por mim. Reacende no meu coração uma dedicação à obediência.
Ajuda-me a, pela graça do Espírito de Deus, experimentar a humildade que olha para os outros, não em mim mesmo, e vê os outros melhores do que eu. Ajuda-me a fazer sacrifícios para satisfazer as necessidades de qualquer um em meu caminho, cuja necessidade eu sou capaz de atender, sem buscar nada em troca.
E, a todo o custo, Senhor, com a minha ação e a minha língua, que eu possa ser uma fonte de unidade e não de discórdia. Pois, se não houver humildade, não há amor e não há uma busca pela unidade, então, não há obediência, tampouco; e eu seria culpado, como todos nós, de ouvir a verdade e não aplicá-la e tornar-me endurecido, estagnado e frio.
Nós vamos interromper nossa oração por um momento. Mas, enquanto sua cabeça está inclinada, eu gostaria que todos nós fizéssemos um tipo de aliança juntos em nossos corações, diante de Deus.
Ore e peça ao Senhor para produzir em você estas quatro atitudes que falamos hoje de manhã.
Para que Deus lhe dê um coração obediente, não importa qual seja o preço, que Deus quebre seu orgulho e te faça humilde, te dê o amor que estende a mão para os necessitados, e te torne um pacificador que procura a todo o custo a unidade do corpo.
Se você achou difícil orar por essas coisas, isso só diz como endurecido o seu coração se tornou; se você não está disposto a orar assim, é ainda pior.
Você já ouviu Deus falar e não obedeceu; e agora você tem desenvolvido hábitos de desobediência, tão difíceis de quebrar, e talvez você deva prosseguir na oração de intercessão pelo quebrantamento do seu espírito, o lançamento de um novo hábito de obediência.
Esta é uma série de 8 sermões sobre a Anatomia do Corpo de Cristo (igreja)
01. Anatomia da Igreja: O esqueleto
02. Anatomia da Igreja: Os sistemas internos – Parte 1
03. Anatomia da Igreja: Os sistemas internos – Parte 2
04. Anatomia da Igreja: Os sistemas internos – Parte 3
05. Anatomia da Igreja: Os sistemas internos – Parte 4
06. Anatomia da Igreja: Os músculos e a carne – Parte 1
07. Anatomia da Igreja: Os músculos e a carne – Parte 2
08. Anatomia da Igreja: A cabeça da igreja
Este texto é uma síntese do sermão “The Anatomy of the Church: The Internal Systems, Part 1”, de John MacArthur, em 04/09/1983.
Você poderá ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:
https://www.gty.org/resources/sermons/2025/the-anatomy-of-the-church-the-internal-systems-part-1?Term=The%20Anatomy%20of%20the%20Church
Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno