A libertinagem do álcool na igreja

Referências Bíblicas: Levíticos 10:9; Provérbios 31:4; Lucas 1:15; Efésios 5:18; Colossenses 2:16-23; 1 Timóteo 5:23

Se tudo o que você sabe sobre a vida cristã vem de blogs e sites, no bairro novaiorquino da “comunidade reformada”, você pode ter a impressão de que a cerveja é o principal símbolo da liberdade cristã.

Para alguns que se auto-identificam como “jovens, agitados, e reformados”, dedicam sites inteiros para a celebração de bebidas fabricadas. Eles sinceramente asseguram que “a maioria da boa discussão teológica tem sido historicamente feita em bares e estabelecimentos de bebidas.(!!!)”. Nos encontros entre eles são servidas as suas próprias marcas de cerveja e até mesmo oferecem aulas de como fazer cerveja em casa.

É claro que a paixão pela cerveja é uma marca que identifica muitos destes chamados cristãos. Aparentemente, a cerveja é também um elemento essencial na estratégia missionária deles. A bebida é muitas vezes apontada como um meio necessário para penetrar na cultura da juventude ocidental, e, inversamente, a abstinência é considerada um “pecado” do qual devemos nos arrepender.

Afinal, em uma cultura onde tudo é legal e permitido, o que poderia ser um lubrificante melhor para a testemunho do que uma ‘gelada’?

É claro, a cerveja não é de maneira nenhuma o único sinal de “experiência” cultural frequentemente associada com a religião moderna. Todos os tipos de atividades considerados como viciosos e danosos pelas mães em todos os lugares foram adotados como crachás de identidade calvinistas e assim “redimidos”, tais como: tabaco, tatuagens, jogos, artes marciais misturadas, linguagem profana, e muita conversa explícita sobre sexo. (!!!). Tudo é permitido.

Lançar um olhar de desaprovação para qualquer uma dessas atividades, faz com que você seja cercado de reformadores inquietos denunciando legalismo e que querem debater se é um “pecado” beber vinho ou fumar um charuto.

Mas, mesmo sem levantar a questão de saber se esta ou aquela atividade específica é aceitável, indiferente, ou não danosa, nós certamente devemos ser capazes de dizer que as substâncias controladas e outros símbolos do lado obscuro da sociedade secular, não são o que a igreja de Jesus Cristo deveria desejar e ser conhecida por se misturar com estas práticas.

Na verdade, até muito recentemente, nenhum cristão de fé digna em toda a era da igreja jamais teria sugerido que tantas características que evocam o ambiente de um salão de bilhar ou um cassino, também poderiam ser marcas adequadas para o povo de Deus.

É irresponsável, para qualquer pastor, incentivar o uso recreativo de bebidas alcoólicas, especialmente em atividades patrocinadas pela igreja. Os estragos do alcoolismo e abuso de drogas em nossa cultura são muito bem conhecidos, e nenhum símbolo da escravidão do pecado é mais sedutor ou mais opressivo do que o álcool.

Tenho ministrado a centenas de pessoas ao longo dos anos que eram entregues à dependência do álcool. Muitos deles travaram uma batalha diária com desejos carnais ampliados mil vezes mais potentes, por causa do antigo vício. A última coisa que eu jamais iria querer fazer é ser a causa de tropeço para um deles.

Além disso, cultivar deliberadamente um apetite pela cerveja ou uma reputação de amor ao álcool não é apenas má estratégia missionária e um mau testemunho, mas é repleto de perigos espirituais mortais. O dano é claramente evidente em lugares onde essa estratégia foi elogiada. Darrin Patrick, que ajudou a pioneira “Teologia nos Bottleworks”, reconhece a gravidade do problema:

“Como treinador e mentor dos plantadores de igrejas e pastores, estou chocado com o número deles que são ou viciados ou que estão se dirigindo para a dependência do álcool. Cada vez mais, o mesmo acontece com medicamentos prescritos. Um pastor que conheço não poderia relaxar sem várias cervejas depois do trabalho e não conseguia dormir sem o auxílio de um comprimido para dormir.” [Church Planter (Wheaton: Crossway, 2010), 51]

Nos tempos bíblicos, o vinho era necessário por razões de saúde. O risco de amebas e parasitas em água potável podia ser significativamente reduzido ou eliminado através da mistura de água com um pouco de vinho (1 Timóteo 5:23). O resultado era um vinho muito diluído que praticamente não tinha potencial para fazer qualquer um bêbado. Hoje temos meios de filtrar e purificar a água (Para entender melhor, Clique aqui e leia “O cristão e o álcool – Parte 1.

Ao contrário do mito atual, a abstinência não é pecado, muito menos para alguém dedicado ao ministério (Levítico 10: 9; Provérbios 31: 4; Lucas 1:15). É, naturalmente, um pecado submeter a mente à influência do álcool ou ornamentar a própria reputação com símbolos deliberados de deboche. Por uma questão de fato, embriaguez e devassidão são a própria antítese da santificação promovida pelo Espírito Santo (Efésios 5:18) -e homens que se entregam ao álcool não estão qualificados para serem líderes espirituais.

Sim, eu percebo que o próprio Jesus foi referido por seus inimigos como “um comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores” (Mateus 11:19). Mas Ele não era nenhuma dessas coisas, nem nunca construiu uma reputação com base nelas.

Ele realmente era “um amigo de publicanos e pecadores”, no sentido que Ele se especializou em levantá-los para fora do barro de lodo em que viviam e por os pés deles sobre uma rocha. Mas Ele não adotou ou incentivou o seu estilo de vida. Ele não abraçou os seus valores ou empregou palavrões emprestados de seu vocabulário, a fim de ganhar sua admiração ou ganhar a adesão em seu grupo social. Ele confrontou a sua maldade e repreendeu seus pecados tão corajosamente como ele pregou contra os erros dos fariseus (Mateus 18:7-9).

Observe, também, que Ele comeu e bebeu com fariseus (Lucas 07:36) tão facilmente como Ele comeu e bebeu com os publicanos. A única diferença significativa foi a de que o cobrador de impostos típico era mais inclinado a confessar a sua própria necessidade desesperada de perdão divino do que a média dos fariseus hipócritas (Marcos 2: 16-17; Lucas 18: 1-14).

Mas não há nenhuma sugestão na Escritura de que Jesus propositadamente assumiu a aparência e estilo de vida de um publicano, a fim de ganhar a aceitação em uma subcultura sem Deus. Ele não o fez.

Esta tendência para enaltecer a si mesmo com símbolos de indulgência carnal, como se fossem emblemas válidos de identidade espiritual, é um dos aspectos mais preocupantes que denota a inquietação do movimento dos assim chamados ‘novos novaiorquinos reformados’. É equivocado, carnal, e imaturo imaginar que o comportamento de “bad-boy” é boa estratégia missionária. A imagem boêmia de beber cerveja não contribui em nada para avançar a causa do reino de Cristo.

Eles têm mais em comum com Ló, que armou sua tenda perto de Sodoma, do que com Jesus, que é “santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e elevado acima dos céus.” (Hebreus 7:26).

A verdadeira liberdade cristã não reside em desprezar tabus e ofender as noções convencionais de decoro. A liberdade na qual estamos firmes começa com a libertação integral das ameaças e condenações da lei da Velha Aliança e nos coloca em paz com Deus (Romanos 5: 1, 8: 1). Liberdade cristã também remove as restrições dos mandamentos cerimoniais da lei (Colossenses 2: 16-17), liberta-nos também de ascetismo, superstição, sensualidade, e “preceitos e ensinamentos humanos” (Colossenses 2: 18-23).

Todavia, sóbrio autocontrole e maturidade são virtudes comandados e elogiadas pelas Escrituras, pois não são regras feitas pelo homem ou padrões legalistas. Por uma questão de fato, uma das principais qualificações para os diáconos e presbíteros na igreja é que eles não podem ser dados a muito vinho. Em outras palavras, eles devem ser conhecidos pela sua sobriedade, não por seu consumo de cerveja.

Ninguém precisa ser um doutor em teologia para notar que as Escrituras consistentemente exaltam virtudes como o autocontrole, sobriedade de espírito, pureza de coração, contenção de nossos desejos carnais, e produção de frutos advindos da obra santificadora do Espírito Santo em nossas vidas. Certamente, estes são as virtudes que devemos manter em alta estima, modelando nossas vidas diárias, e honrando em nossos ‘sites’, em vez de tentar impressionar o mundo com indulgência desenfreada nas mesmas coisas que detêm tantos incrédulos em cativeiro.


Clique aqui e leia “O cristão e o álcool – Parte 1”

Clique aqui e leia “O cristão e o álcool – Parte 2”

Clique aqui e leia “Unidade no que é absoluto, liberdade no que é relativo e, acima de tudo, o amor. É bíblica esta frase?!”


Este texto é síntese do artigo “Beer, Bohemianism and True Christian Liberty”, de John MacArthur em 09/08/2011.

Você poderá ler o artigo, integralmente, (em inglês) no link abaixo:

http://www.gty.org/blog/B110809/beer-bohemianism-and-true-christianliberty?Term=Alcohol

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno


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