A Alegria do Discípulo de Jesus

João 16
13 Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.
14 Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.
15 Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.
16 Um pouco, e não me vereis; e outra vez um pouco, e ver-me-eis; porquanto vou para o Pai.
17 Então alguns dos seus discípulos disseram uns aos outros: Que é isto que nos diz? Um pouco, e não me vereis; e outra vez um pouco, e ver-me-eis; e: Porquanto vou para o Pai?
18 Diziam, pois: Que quer dizer isto: Um pouco? Não sabemos o que diz.
19 Conheceu, pois, Jesus que o queriam interrogar, e disse-lhes: Indagais entre vós acerca disto que disse: Um pouco, e não me vereis, e outra vez um pouco, e ver-me-eis?
20 Na verdade, na verdade vos digo que vós chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará, e vós estareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria.
21 A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo.
22 Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará.

Todos nós entendemos que a Bíblia apresenta nosso Senhor Jesus Cristo de muitas maneiras diferentes. Ele é apresentado como Rei, Messias, profeta, o grande Sumo Sacerdote etc. E quando a Escritura fala de Jesus como um grande Sumo Sacerdote (Hebreus 4:14), aquele que intercede por nós, diz que Ele nos compreende, se identifica com as nossas fraquezas, por Ele ter sido “tentado em todas as coisas, como nós, mas sem pecado” (Hebreus 4:15).

Ele enviou o Espírito Santo, que é o Consolador (João 14:26). Deus é o Deus de toda a consolação (II Coríntios 1:3); e Cristo é o nosso compassivo Sumo Sacerdote. Sabemos disso porque a Bíblia diz assim. Tal é o caso do texto bíblico acima, vemos o nosso compassivo Sumo Sacerdote; Aquele que carrega nossas preocupações, que sente nossas cargas e fraquezas; Aquele que busca a nossa paz e alegria.

A falta de esperança é a agonia final no sofrimento.Todos nós sofremos. Todos nós passamos por decepções e sofrimentos. Sofremos com situações que são completamente contrárias do que esperávamos e havíamos planejado. Vivemos com desafios que são aparentemente insuperáveis.

Estamos sempre à procura de alguma luz no fim do túnel. As pessoas poderiam realmente suportar praticamente qualquer dificuldade se eles pudessem contemplar um fim bom. Se eles não podem ter esperança em um fim bom, a vida se torna esmagadoramente sombria.

O livro de Provérbios coloca desta forma: “A esperança adiada entristece o coração” (Provérbios 13:12). A falta de esperança é a agonia final no sofrimento. A Falta de esperança elimina a alegria. Nosso Senhor, no entanto, procura a nossa alegria, e por isso sempre nos dá esperança.

Veja no livro de , por exemplo, e você vê Jó sofrer severamente. E no meio do seu sofrimento ele lamenta e diz coisas como estas:

Quebrou-me de todos os lados, e eu me vou; e arrancou a minha esperança, como a uma árvore (Jó 19:10).
Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão, e acabam-se, sem esperança (Jó 7:6).

O salmista, em turbulência severa, desafia seu próprio coração com estas palavras:

Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face” (Salmos 42:5).

O salmista, em meio ao sofrimento grave, estende a mão para Deus para encontrar n’Ele a sua esperança.

Nós todos sabemos que Jeremias é chamado o profeta “chorão”. Um profeta escolhido por Deus, grande pregador e fiel servo. Ele foi rejeitado por seu povo, que não quis ouvir a sua mensagem, o desprezou e atentou contra sua vida.

Jeremias estava sofrendo horrores por tudo o que estava acontecendo de errado em Israel, estava à beira do cativeiro babilônico. Mas as pessoas não o escutavam. No livro de Lamentações, que é basicamente um livro de lamentos, Jeremias diz isto:

Minha alma certamente disto se lembra, e se abate dentro de mim. Disto me recordarei na minha mente; por isso esperarei. As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade. A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto esperarei nele. Bom é o Senhor para os que esperam por ele, para a alma que o busca. Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor (Lamentações 3:20-26).

Todos nós vivemos em tempos sombrios de decepção e desilusões, onde não conseguimos encontrar a luz no fim do túnel, ou não sabemos se há uma saída. Onde tudo parece sombrio e continua a piorar. Isso faz parte da vida em um mundo caído e em trevas.

Esta seção da Escritura que nós vamos estudar esta manhã deve ser para nós uma fonte de esperança, porque aqui encontramos o Senhor Jesus Cristo desejando, com todo seu coração, dar aos seus discípulos uma esperança, e até mesmo alegria, no meio de um cenário terrível.

E o que é tão incrível sobre a preocupação de nosso Senhor aqui, tão único sobre esta preocupação, é que Ele sabe que os onze discípulos estão destroçados. Eles não podiam ver uma luz no fim do túnel.

  • Jesus tinha falado sobre o seu iminente sofrimento e morte. Os discípulos estavam perplexos com esta notícia. Você tem que entender que havia, entre aqueles homens, uma enorme expectativa do que o Messias faria quando viesse. Este assunto era parte da cultura e da vida deles.
  • Eles foram escolhidos para estar com Aquele que era o Messias, e isto só havia intensificado e aumentado a expectativa de que Ele iria estabelecer o Seu reino, reinar em Jerusalém, destruir os inimigos de Israel e levar a salvação a toda nação.
  • Mas Ele começou a falar sobre a sua morte. E em detalhes. Ele lhes disse que seria preso, humilhado, espancado e crucificado. E Ele também disse que iria ressuscitar e ser glorificado. Mas eles não entenderam, a frustração das expectativas era muito grande.

Estamos em João 16, dia anterior à morte de Cristo na cruz. Na sexta-feira ele seria crucificado. Eles sabiam o que estava se configurando, e nosso Senhor continuava a falar sobre o fato de que Ele iria morrer, e que a morte era iminente. Ele estava a poucas horas de ser preso, humilhado, julgado e crucificado. Depois de sua crucificação, na sexta-feira, a tristeza atingiu proporções extremamente elevadas no coração daqueles homens.

Várias vezes, entre os capítulos 13 a 16 de João, Jesus diz-lhes: “Não temam”. Mas Tudo parece tão desolador para eles. Jesus olha parta eles e diz: “o vosso coração se encheu de tristeza” (João 16:6). A palavra “encheu” é muito forte. A tristeza dominava. Dominou-os, apesar da promessa de Nosso Senhor que Ele iria ressuscitar e subir ao céu em glória.

Apesar da promessa de que Ele enviaria o Espírito Santo para tomar seu lugar e que seria melhor ter o Espírito de Deus dentro deles do que o Espírito de Deus com eles, mas apenas em Jesus. Tudo isto deveria ter sido esperançoso, mas eles estão literalmente mergulhados em tristeza pessoal.

Eles estão tão envolvidos em sua própria tristeza que quando o Senhor fala com eles “Eu vou para o Pai”, que é a Sua própria glória, deixando esta terra amaldiçoada pelo pecado, eles não puderam nem mesmo responder “Estamos realmente felizes pelo Senhor”.

Assim como naquela noite se aproxima do fim, nosso Senhor tem um peso em seu coração. Ele disse-lhes tudo o que precisavam saber. Mas eles não conseguiam entender, pois estavam mergulhados em tristeza. Já era madrugada na escuridão daquela sexta-feira da cruz. No domingo à noite, a alegria deles seria devolvida, quando Jesus apareceria a eles ressurreto.

Agora, o que Ele quis dizer com: “Um pouco, e não me vereis; e outra vez um pouco, e ver-me-eis” (João 16:16)? Pedro o viu após a prisão e João o viu na cruz. Então ele não se referia aos acontecimentos antes de sua morte.

Então algumas pessoas dizem que Ele está falando sobre a ressurreição. Será que foi exatamente isto ou há mais alguma coisa aí? Os discípulos se questionaram: “Que é isto que nos diz?” (v.17). Eles não entenderam o que Jesus havia dito “ver-me-eis; porquanto vou para o Pai” (v.16).

Então, essa é a chave do que Jesus quis dizer “Vocês vão me ver, porque eu vou para o Pai; não porque eu vou ressuscitar dos mortos; não porque eu voltar ao céu. Mas vocês vão me ver porque eu vou para o Pai.” Não era simplesmente a ressurreição, mas o fato de Jesus voltar a sua glória junto ao Pai. Deste fato provém bênçãos tremendas para seus discípulos.

Volte para João 16:5 e 7

E agora vou para aquele que me enviou; e nenhum de vós me pergunta: Para onde vais? Convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei.

Veja também João 14:17-20:

O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis. Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós.

Ele viria na forma do Espírito Santo, o Espírito da verdade. Esta é uma grande declaração trinitária: o Filho, o Pai, e do Espírito – três em um.

Veja agora João 15:13-16

Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.

O propósito do Espírito Santo é tornar Cristo presente e residente na vida de cada crente. Por que Ele é chamado o Espírito de Cristo.

Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. (Romanos 8:9)

Então Jesus está falando sobre a dispensação do Espírito Santo durante o qual o Espírito de Cristo mostra a glória de Cristo e cumpre todas as promessas feitas por Cristo a seus discípulos. Ele nos mostra Cristo, não apenas espiritualmente e internamente, mas Ele nos mostra Cristo externamente através da Palavra. O Espírito de Deus veio para revelar Cristo. Assim, o nosso Senhor está dizendo no versículo 16:

Um pouco, e não me vereis; e outra vez um pouco, e ver-me-eis; porquanto vou para o Pai.

Olhando além da cruz, além da ressurreição, “convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá” Então essa é a promessa. Que promessa. Mas eles não entenderam isso. Ele está dizendo: ‘Eu estou abrindo o caminho para a vinda do Espírito Santo’. Ele disse: “Se eu não for, o Consolador não virá a vós” (v.7). Promessa cumprida no Dia de Pentecostes, como registrado em Atos, capítulo 2.

Mas eles ficaram confusos. Há perplexidade em suas mentes.

  • Que é isto que nos diz? Um pouco, e não me vereis; e outra vez um pouco, e ver-me-eis; e: Porquanto vou para o Pai? 
  • Diziam, pois: Que quer dizer isto: Um pouco? Não sabemos o que diz” (v.17-18).

Então, o versículo 19 diz que Jesus sabia que eles queriam interrogá-lo. Ele sabe o que está nos homens. Ele conhece seus pensamentos. O silêncio dos discípulos foi quebrado, e eles começaram a falar. Eles tinham ouvido por um longo tempo naquela noite. Não temos qualquer registro que disseram qualquer coisa, desde o capítulo 14, versículo 22. Agora eles começam a murmurar e conversar, porque eles não conseguem descobrir o que é este “pouco”. Eles estão profundamente amedrontados e confusos. Não queriam perguntar nada. Pareciam ter medo de mais informações ruins.

No domingo eles iriam estar cheios de alegria quando iriam ver o Cristo ressuscitado, e então eles iriam ter quarenta dias de instruções sobre o reino de Deus com Jesus, antes de ele subir ao céu e do Espírito vir. Parece tão pouco tempo até domingo quando eles teriam alegria. Mesmo diante deste breve momento de tristeza e pesar, nosso Senhor vê como um fardo tremendo para eles. E assim Ele quer dar-lhes esperança para que produza alegria. Isso é compaixão divina.

Eles tinham certeza que estavam perdendo Jesus e estavam tentando se agarrar a algum tipo de última esperança. Jesus diz a eles que sabia que estavam confusos e cheios de dúvidas com suas últimas palavras (v.19). Certamente eles estavam pensando:

  • Como o Senhor pode ir embora e voltar? Como o Senhor pode morrer e ressuscitar? Bem, Lázaro foi assim. Talvez seja como Lázaro; você pode morrer por pouco tempo.

Eles não entediam a promessa do Espírito Santo. Tudo estava confuso em suas mentes. E então nosso Senhor diz:

Na verdade, na verdade vos digo que vós chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará, e vós estareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria” (João 16:20).

Jesus disse isso, e como tudo que ele diz, é absolutamente verdadeiro. Então Jesus lhes diz que eles iriam chorar e lamentar enquanto o mundo iria se alegra, porque isso é exatamente o que iria acontecer em questão de algumas horas.

Quando Jesus foi preso, eles fugiram. Eles fogem no mais alto nível de suas dores e medos. Eles choram; eles lamentam. A tristeza é palpável enquanto dois deles conversavam no caminho de Emaús (Lucas 24:13-35). Estavam literalmente despedaçados em tristeza e dor, porque eles haviam crido que Jesus era o Messias antes de ser crucificado.

Então, nosso Senhor, fortalecendo-os para os momentos de sua dor, diz: ‘Em verdade, em verdade vos digo’ (v.20). Vinte e cinco vezes no evangelho de João você tem no grego “amém, amém” traduzida como “em verdade, em verdade” ou “verdadeiramente, verdadeiramente”. E João usa “em verdade, em verdade” tantas vezes porque está ensinando a verdade na contramão do que eles tinham sido ensinados pela religião.

Em outras palavras, Jesus está lhes dizendo: “Vocês vão chorar; vocês vão estar em tristeza. O mundo vai se alegrar. O mundo estará indo para uma festa quando eu estiver na cruz. Mas isto será transformado em alegria. Creiam. Creiam. Isto é o que vai acontecer”.

Na verdade, estou convencido de que é assim que todo cristão deve viver cada dia de sua vida. A alegria deve marcar nossas vidas.
O próprio evento que trouxe a dor foi o mesmo evento que trouxe a alegria, uma alegria eterna. Em toda a história da redenção, a cruz trouxe a dor. Depois da ressurreição, eles olharam para trás, e aquela cruz tornou-se a fonte de alegria.

A morte de Cristo, sua ressurreição, ascensão e exaltação à direita do Pai, bem como à descida do Espírito Santo, tornou a cruz o ponto focal da alegria cristã. Alegria que começou na ressurreição.

Quando Jesus ressuscitou dos mortos, eles foram inundados de alegria. Mas quando o Espírito Santo veio, a alegria se tornou uma alegria permanente, porque o fruto do Espírito é: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gálatas 5:22). É uma espécie de alegria inatacável.

I Tessalonicenses 1: 6 diz:

E vós fostes feitos nossos imitadores, e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com alegria do Espírito Santo.

O Espírito Santo vem para nos trazer alegria. Um fruto do Espírito é a alegria. E o que é o reino de Deus: “Justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14:17).

O Senhor usa uma ilustração para mostrar esta alegria em João 16:21

A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo.

Essa é a melhor ilustração. Nosso Senhor sempre escolheu a melhor ilustração. Assim, nosso Senhor está dizendo: “A cruz produzirá a mais profunda tristeza, mas trará a maior alegria; porque dela vai nascer a sua eterna salvação”. João 16:22 diz:

Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará.

O Espírito de Cristo, que está em nós tem uma comunhão conosco. Nós recebemos Sua presença. É uma outra realidade na era do Espírito – Somos, em certo sentido, indivisíveis de Cristo:

Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito (I Coríntios 6:17)
Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim (Gálatas 2:20)

Cristo voltaria e seria revelado pelo Espírito Santo, no trabalho do Espírito em nossas vidas, na obra do Espírito e nas Escrituras. As Escrituras sagradas são uma revelação de Cristo. O Espírito Santo em nós torna-se o professor e intérprete da Escritura, a unção de Deus, que nos ensina o que a Escritura significa.

E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis (I João 2:27).

Este é o mistério da Trindade. “Não só você vai me ver na Palavra; não só você me verá vivo em você, capacitando e iluminando você, mas eu vou te ver”, como se dissesse: “Eu vou estar no comando de sua vida, te olhando a partir de seu interior”. E quando isso acontece – “quando eu voltar e habitar em você, o seu coração se alegrará”.

Essa é a característica-chave da salvação: A alegria. “Seu coração vai se alegrar com uma alegria que ninguém vai tirar de você.” Ninguém pode tirar a sua salvação. Ninguém. Você está seguro em Cristo e no Pai. Ninguém pode tirar a vossa alegria, porque a sua alegria está ligada à esperança de que você tem na promessa da vida eterna.

As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que as me deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai (João 10:27-29).

Esta alegria é uma alegria permanente. É por isso que o apóstolo Paulo diz em Filipenses 4:4: “Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos”. Alegra-te o tempo todo. Esta é a vontade de Deus: alegrai-vos, alegrai-vos.

  • Eu não posso me alegrar com tudo o que acontece ao meu redor. Eu não posso me alegrar com tudo em minha vida.
  • Mas eu posso exultar com a minha salvação eterna, que jamais será tirada. Eu posso me alegrar na presença de Cristo que nunca vai me abandonar.
  • Não há nenhuma razão, então, nesta breve passagem por este mundo temporal, que eu deveria viver uma vida sem alegria, quando o que é mais precioso para mim nunca poderá ser tirado.
  • A verdadeira alegria nada realmente tem a ver com as minhas circunstâncias nesta vida. Tem tudo a ver com as minhas circunstâncias espirituais, que são imutáveis e eternas.

Ele disse:

Vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará (João 16:22)
A Vossa tristeza se converterá em alegria (João 16:20).

Para eles, era o dia de Pentecostes. Para nós, é claro, como um crente, no momento da nossa salvação, o Espírito de Cristo vem habitar em nós. “E naquele dia nada me perguntareis” (v.23). Isso é uma declaração interessante. Aí vem uma promessa final: “Naquele dia'” – o dia mencionado no versículo 22, quando o Senhor iria vê-los novamente. Ele viria com o Espírito.

Deixe-me dizer o que isso significa. Até agora, e até aquele dia – até o dia da vinda do Espírito – pediram-lhe tudo. Ele era a enciclopédia pessoal deles. Ele era o seu recurso para tudo. Eles perguntaram-lhe tudo. Eles precisavam de explicações. As respostas agora viriam do Espírito da verdade. Eles teriam a unção de Deus que lhes ensinaria todas as coisas (I João 2:27). E teriam a plena revelação das Escrituras. Tremenda verdade!

Mas mais do que isso: “Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar” (v.23). Eles poderiam ir diretamente a Deus em nome de Jesus. “Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra”(v.24). Marcante preocupação do Senhor Jesus sobre a nossa alegria.

Meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus (Filipenses 4:19).

Há momentos em que os cristãos não parecem o que deveriam ser. O Senhor espera de nossas vidas expressões de uma alegria constante. Não importam as circunstâncias temporais, pois as circunstâncias eternas nunca mudam. É por isso que somos ordenados a nos alegrar.

Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo (João 16:33).

Uma alegria relacionada com o fato de que Ele está com o Pai e está conosco; vivendo em nós; revelado nas páginas das Escrituras Sagradas; habitando em nós; preparando um lugar no céu para nós; e vamos um dia estar lá com Ele; e nada pode mudar isso. E o que é o céu? É a alegria eterna.

Que Salvador glorioso! A cruz e todas as suas agonias estava apenas algumas horas de distância. Ele iria dar a sua vida em resgate dos seus; Ele iria suportar a ira de Deus. Ele já sentia a fúria do inferno contra ele. Mas o que estava em sua mente naquele momento? A tristeza de Seus discípulos. Isto é realmente maravilhoso.

Ele queria que a alegria deles fosse completa. Quando Ele foi para a cruz, foi para a alegria que lhe estava proposta (Hebreus 12:2). Sua alegria é a nossa alegria; nossa alegria é a Sua alegria. Você deve se alegrar – Não importa as circunstâncias. Cristo vive em você. Ele é revelado nas páginas das Escrituras Sagradas, e esta é a obra de seu Espírito.

Vamos orar.

Oh Senhor, perdoe-nos se não estamos em alegria o tempo todo, não importando as circunstâncias em torno de nós. Senhor, nós Te agradecemos por Tua Palavra que penetra além do superficial do nosso pensamento e de nossas vidas. Obrigado por esta porção das Escrituras. Obrigado por nos amar tanto e desejar nossa alegria. Obrigado pela alegria da vida eterna. Mas mesmo agora, o Senhor deseja nossa alegria, porque o Senhor veio habitar em nós e se revelou nas páginas das Escrituras Sagradas.

Teu trono de misericórdia está acessível e podemos chegar a ele ousadamente em nome de Cristo. Cristo abriu a porta e nos deu acesso. Não precisamos de nenhum sacerdote humano, nenhum religioso e nenhum ritual. Nós só precisamos pedir em Teu nome. Não importa o que esta vida se parece, não importa quais sejam as circunstâncias, podemos encontrar a nossa alegria em Ti, ó Deus, em Cristo e no Espírito abençoado de Cristo que habita em nós, e que nos deu as Escrituras Sagradas.

Que o mundo fique literalmente espantado com a nossa alegria, sobretudo porque vivemos em tempos sombrios e conturbados, quando as pessoas estão marcadas pelo medo, dúvida e ansiedade. Este é um mundo muito perturbado em que vivemos, ó Deus. O Senhor sabe disso. Que possamos viver, Senhor, no meio desta geração corrompida e perversa, com alegria, a alegria que nasce de uma esperança eterna e um presente Cristo, que está em nós e se revelou nas Escrituras Sagradas. Oramos no nome maravilhoso de Jesus. Amém.


Esta é uma série de sermões traduzidos de John MacArthur sobre todo o Evangelho de João.
Clique aqui e acesse o índice ordenado por capítulo, com links para leitura.


Este texto é uma síntese do sermão “From Sorrow to Joy”, de John MacArthur em 22/11/2015.

Você poderá ouvi-la integralmente (em inglês) no link abaixo:

http://www.gty.org/resources/sermons/43-91/from-sorrow-to-joy

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno


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