Privilégios Espirituais – 5
Este é o quinto de uma série de 6 sermões de John MacArthur sobre os privilégios espirituais dos crentes em Cristo, relatados em I Pedro 2:4-10. Veja os links no final do texto.
Tema do 5º sermão: Eleição e Domínio
Jesus falou muito sobre o custo de ser um cristão, o custo do discipulado. Em Mateus 10 Jesus diz:
37 Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.
38 E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.
39 Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á.
Em Lucas 14, Jesus observa as mesmas verdades usando as ilustrações da construção de uma torre e da guerra. E no verso 33, Ele diz: “assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo”.
Ele está dizendo que há um custo envolvido e você avalia esse custo. A vida cristã traz certos custos, sacrifícios, coisas que você não deve fazer e outras que você deve fugir ou se recusar a se envolver. A grande ênfase, em muitos aspectos do Novo Testamento, é no custo do discipulado, o custo de seguir a Jesus Cristo.
Embora Pedro tenha tratado muito sobre o custo do discipulado, a grande ênfase, que estamos vendo pela quinta vez, em I Pedro 2:4-10, é sobre nossos privilégios espirituais. Pedro está tratando dos tesouros que temos por pertencermos ao reino de Deus. São as grandes riquezas espirituais que são a posse preciosa de todos os verdadeiros crentes. E este assunto é muito comum no Novo Testamento. Por exemplo, Romanos 9-22-23 e Efésios 2:6-7 dizem:
E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou.
E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.
E isso se repete muito no Novo Testamento. Devemos nos alegrar e nos encher de gratidão ao Senhor por contemplarmos essas verdades. Elas devem estar constantemente em nossas mentes. E é exatamente sobre isso que Pedro está tratando em I Pedro 2:4-10. Ele está tratando dos grandes tesouros espirituais que temos em Cristo.
4 Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa,
5 também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.
6 Pois isso está na Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será, de modo algum, envergonhado.
7 Para vós outros, portanto, os que credes, é a preciosidade; mas, para os descrentes, A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular
8 Pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos.
9 Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
10 vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.
Nos 4 sermões anteriores (veja links no final deste texto) vimos que o primeiro dos privilégios tratados por Pedro é a nossa união com Cristo (v.5). O segundo privilégio é nosso acesso ao Senhor (v.5). Somos um sacerdócio santo para oferecer sacrifícios espirituais. O terceiro desses privilégios espirituais é a segurança que temos em nosso Senhor (v.6), o verdadeiro crente nunca será desapontado, estamos seguros Nele. Então, o quarto privilégio é nossa afeição pelo Senhor (v.7). Cristo é precioso para aqueles que creem.
Há algo tão sublime quanto a alegria do amor? Existe alguma emoção tão gratificante quanto o amor? Tão emocionante quanto o amor? E então, quão maravilhoso é termos o privilégio de amar o Senhor Jesus Cristo! Pedro nos diz que a pedra fundamental que o mundo rejeita, nós adoramos. Ele é precioso para nós. Para aqueles que não creem Ele é uma pedra de tropeço e rocha de ofensa, e serão esmagados por aquela mesma pedra que eles rejeitam.
Mas, por outro lado, temos esse incrível e imerecido privilégio de sermos amados pelo Senhor e de amá-lo. Para os incrédulos, que são desobedientes, eles não têm amor por Cristo. E eles estão condenados por essa descrença, desobediência e falta de amor a Cristo. São elementos que demonstram seu estado não regenerado. Em 1 Coríntios 16:22, Paulo coloca desta forma: “Se alguém não ama o Senhor, seja anátema. Maranata!”.
Vamos avançar agora para o quinto grande privilégio. Veja o verso 9: “Vós, porém, sois raça eleita”. Eleita quer dizer “escolhida” pelo Senhor. Poderia ter a tradução: “Mas sois raça escolhida”. Veja que ele diz “vós, porém…”, fazendo um contraste com os condenados ao inferno do versículo 8. No grego, o sentido é de um contraste enfático. Esse “porém” é um termo muito forte. E então, Pedro diz que somos uma raça escolhida, uma raça eleita proveniente de uma fonte especial, ou seja, Deus.
Nos sermões anteriores, vimos que Pedro está fazendo paralelos com textos do Antigo Testamento nos versículos anteriores. E quando ele diz que somos uma raça escolhida, ele está voltando para Deuteronômio 7, que diz:
6 Porque tu és povo santo ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra.
7 Não vos teve o SENHOR afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos,
8 mas porque o SENHOR vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o SENHOR vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó, rei do Egito.
9 Saberás, pois, que o SENHOR, teu Deus, é Deus…
Pedro está vendo a igreja como a escolhida comunidade redimida de Deus, assim como Israel havia sido escolhido por Deus para um propósito especial dentro do Seu plano.
Em Isaías 43:21 diz: “ao povo que formei para mim, para celebrar o meu louvor”. Deus identifica o povo de Israel como povo escolhido. Na verdade, esse foi o nome que ele teve ao longo dos anos. Eles foram conhecidos como o povo escolhido. Mas agora há uma nova raça escolhida, um povo que saiu da fonte de vida do próprio Deus, tendo sido escolhido por Deus. Em I Pedro 1:1-2 Pedro chama os forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia de eleitos segundo a presciência de Deus. Ele diz que os crentes são escolhidos.
Já vimos exaustivamente, há pouco tempo, que somos cristãos porque fomos escolhidos por Deus, eleitos por Deus. Este é o privilégio mais incrível de todos. Os crentes foram escolhidos; isso é repetido muitas vezes nas Escrituras.
Em João 15:16 Jesus diz: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós”.
Atos 13:48 diz: “E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna”.
Quem os designou para a vida eterna para que eles cressem? Deus. Em Romanos, capítulo 9 diz:
13 Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú.
14 Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum!
15 Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão.
16 Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia.
Efésios 1 diz:
3 Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo,
4 assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor
5 nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,
II Tessalonicenses capítulo 2 verso 13:
Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação”.
Não poderia ser mais claro do que isso. Deus te escolheu.
II Timóteo 1:9 diz que Deus “nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos”.
Esses e tantos outras porções tratam de falar que nosso nome foi escrito no livro da vida desde a eternidade. Em contraste com “aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Apocalipse 13:8).
E assim, repetidas vezes o testemunho das Escrituras é que fomos escolhidos antes da fundação do mundo em Cristo por Deus. Por quê? Porque éramos bons? Não, mas porque Ele soberanamente determinou colocar Seu amor sobre nós para Seus propósitos sagrados, os quais podemos nunca entender completamente.
Você diz: “bem, Ele não fez isso por presciência? Não é dito em 1 Pedro 1:2, de ‘acordo com a presciência de Deus?’” Sim. A questão é: o que isso significa? Algumas pessoas dizem: “Bem, isso significa apenas que Ele sabia antes do que íamos fazer. E assim, sabendo antes do que íamos fazer, Ele nos escolheu com base nesse conhecimento”. E outros dizem: “Ele anteviu, com base na natureza que Ele nos constituiu, que nós O escolheríamos e, assim, decidiu nos escolher.”
Isso não é verdade. Não é isso que o conhecimento prévio significa. Pré-conhecimento é uma escolha deliberada. De fato, de certa forma, essa é uma tradução infeliz. Significa uma escolha deliberada, não significa que Deus olha para frente e sabe o que vamos fazer e depois age. E nós já analisamos este assunto profundamente.
I Pedro 2: 6 diz: “Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será, de modo algum, envergonhado”. Fomos escolhidos, eleitos, predestinados da mesma forma que Cristo foi escolhido por Deus para cumprir um propósito santo. Cristo, o eleito; igreja, a eleita. Isaías 42: 1: “Eis aqui o meu servo, o meu escolhido, em quem a minha alma se deleita”.
Deus certamente não olhou para baixo na eternidade e disse: “Oh, vejo que um homem chamado Jesus nascerá e fará coisas certas, então Eu escolherei a Ele”. Jesus foi escolhido pela absoluta soberania de Deus, assim como somos escolhidos pela absoluta soberania de Deus. Não é uma questão de Deus olhar para baixo através da História e, em seguida, escolher com base naquilo que faremos por nossa própria vontade.
De fato, se Deus está olhando para um longo telescópio no futuro e esperando por nós para agir, então isso torna o homem soberano, dá ao homem o crédito por sua própria fé. Isso pressupõe que o homem pode buscar a Deus (e não há ninguém que busque a Deus, de acordo com as Escrituras). Isso faz da salvação um trabalho humano e relega a Deus a uma divindade de segunda classe que tem que dividir Sua glória conosco.
E todas essas doutrinas são violentamente contrárias a tudo o que as Escrituras ensinam. A Escritura ensina que Deus é soberano, não o homem; que o homem não pode ter nenhum crédito por crer; que o homem não pode e não busca a Deus; que a salvação não é uma obra humana, e que Deus nunca é uma vítima das escolhas dos homens. Ele é soberano, somos escolhidos.
Deus disse a Jeremias:
Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta (jeremias 1:5).
Paulo declarou:
Aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça (Gálatas 1:15).
O Anjo declarou a Zacarias:
Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João. E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento, Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe (Lucas 1:13-15).
E assim, fomos escolhidos. É um grande privilégio espiritual, um privilégio incompreensível.
Você diz: “Bem, você quer dizer que eu sou cristão porque Deus me escolheu antes da fundação do mundo?” Sim, e essa escolha da salvação foi ativada quando o Espírito de Deus moveu seu coração para crer. Seu ser escolhido não chega à realidade sem a sua fé, mas isso também é obra do Espírito. E esse privilégio espiritual particular é a verdade mais esmagadora do orgulho humano nas Escrituras. Isso arrasa nosso orgulho. Ela nos esmaga porque nada em nossa salvação tem algo a ver conosco. Nós fomos movidos pelo poder de Deus, tendo sido escolhidos.
Em segundo lugar, é a doutrina mais exaltadora de Deus, porque tudo vem de Deus e para Deus. Em terceiro lugar, é a doutrina que mais promove a santidade. Por quê? Porque devemos ser tão gratos que viveremos para Ele a qualquer preço. A gratidão nos consume com paixão pela obediência. Além disso, a doutrina da escolha soberana de Deus é a doutrina mais poderosa. Por quê? Porque isso nos traz paz em todas as situações. Sabemos que somos os escolhidos de Deus, que a escolha é eterna, que a escolha é inequívoca. Não pode mudar. Não pode ser alterada. E isso deve trazer paz em qualquer situação.
É o privilégio espiritual que produz mais alegria. Por quê? Porque é a única esperança para pecadores miseráveis. E se eu sou grato por qualquer coisa, acima de todas as coisas eu sou grato porque Ele me escolheu. Que privilégio espiritual!
Nota: Neste sermão, John MacArthur trata rapidamente das doutrinas da graça. Para estudo profundo, leia os dez sermões exclusivamente tratando do assunto. Clique aqui e acesse.
Pedro continua apresentando mais privilégios espirituais. O verso 9, de I Pedro 2, diz: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real”. Ele diz que você não é apenas uma raça escolhida, mas também um sacerdócio real.
A ênfase aqui é no real. Já vimos exaustivamente sobre o sacerdócio nos 2º e 3º sermões dessa série (veja links abaixo). Mas aqui ele está falando sobre um sacerdócio real. Isso é realmente único. Sacerdotes são uma coisa, reis são outra coisa. Combinar os dois é notável. Que privilégio espiritual!
Pedro extraiu esse conceito de sacerdócio real de Êxodo, capítulo 19, versículo 6: “E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo“. Um reino de sacerdotes, sacerdotes reais. O fato triste é que Israel perdeu esse privilégio. Um sacerdote para oferecer sacrifícios a Deus, um rei para governar, para ter domínio. Então, vamos chamar o ponto número seis de domínio com nosso Senhor. Esse é o sexto privilégio: domínio com nosso Senhor.
Israel pecou e perdeu o privilégio. Nunca foi capaz de perceber o domínio. Deus lhes havia prometido um reino em que eles governariam. Eles nunca viram e nunca experimentaram isso. Eles o perderam por causa de sua apostasia e porque rejeitaram o Messias. Mas agora, o Senhor diz à igreja: tu és meu novo sacerdócio real. Não apenas sacerdotes, mas sacerdotes reais.
Agora, o que isso significa? Bem, isso poderia significar duas coisas. Um sacerdócio pertencente ao rei e a serviço do rei, então seria um sacerdócio real. Porém, é mais do que isso. É um sacerdócio que exerceria domínio e governo. Nós não servimos apenas ao Rei, nós reinamos com o Rei. Somos um sacerdócio real, porque somos os sacerdotes do Rei e somos um sacerdócio real porque nós, como sacerdotes, governamos com o Rei. Isso é maravilhoso!
No grego, a palavra traduzida como “real” tem vários significados. Pode ser uma coroa, uma monarquia e até mesmo um palácio. Porém, a ideia toda aqui é a realeza em geral. A casa espiritual que está sendo construída no verso 5. Essa casa espiritual sendo construída, em certo sentido, acaba por ser uma casa real.
Quando falamos sobre isso, não nos referimos a um prédio. Nós falamos de algo parecido com a Casa Real da Inglaterra ou de qualquer outra nação atual ou na História. O significado é uma esfera de domínio. É uma família de governantes, e é exatamente assim que Pedro usa a palavra real aqui. Somos um sacerdócio com domínio, um sacerdócio governante. Somos uma casa real de sacerdotes, reis e sacerdotes. De fato, eu gosto de traduzi-lo como “uma casa real de sacerdotes”, essa é a ideia. Que grande privilégio! Veja o que diz o Apocalipse:
E da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém! (Apocalipse 1:5-6)
E entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra. (Apocalipse 5:9-10)
Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos. (Apocalipse 20:6).
Nós somos sacerdotes reinantes. Isso é único! Há apenas uma pessoa que poderia estabelecer tal casa: Cristo, pois Ele é rei e sacerdote. Ele é um sacerdote real. E porque somos um com Cristo, porque entramos em união com Ele, herdamos a natureza do Seu sacerdócio. E Seu sacerdócio é único. Veja o que diz Hebreus 7:
14 pois é evidente que nosso Senhor procedeu de Judá, tribo à qual Moisés nunca atribuiu sacerdotes.
15 E isto é ainda muito mais evidente, quando, à semelhança de Melquisedeque, se levanta outro sacerdote,
16 constituído não conforme a lei de mandamento carnal, mas segundo o poder de vida indissolúvel.
17 Porquanto se testifica: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.
Melquisedeque era um sacerdote real, um modelo de sacerdócio real do Antigo Testamento. Cristo é um sacerdote real. Ele não herdou o Seu sacerdócio ao vir através da linha sacerdotal, Ele veio através da linhagem real de Judá e foi estabelecido como sacerdote real. E porque estamos ligados a Cristo, nós também somos sacerdotes reais. E nós teremos domínio. Nós governaremos com Ele. E nosso futuro é governar.
Em 1 Coríntios 6, Paulo diz:
1 Aventura-se algum de vós, tendo questão contra outro, a submetê-lo a juízo perante os injustos e não perante os santos?
2 Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois, acaso, indignos de julgar as coisas mínimas?
3 Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos? Quanto mais as coisas desta vida!
A igreja vai jugar o mundo, vai reinar com Cristo. Cada crente será um sacerdote real. Vai passar a eternidade oferecendo ofertas ao Senhor Deus. Mas, também vai reinar. Vai ter domínio sobre as dimensões da existência celestial que Deus lhe designa e vai mesmo governar os anjos.
Não há homem entre nós e o Senhor, somos sacerdotes. E não há ninguém sobre nós, senão o Senhor, nós somos reis. Isso está muito acima de qualquer coisa que você encontra no sacerdócio levítico, muito acima de qualquer coisa que você encontra no sacerdócio Araônico. Este é um sacerdócio real, um grande privilégio.
Nota: Clique aqui e Leia os dois sermões de John MacArthur sobre a transfiguração de Jesus, onde é tratado este assunto com profundidade.
Amados, enquanto nós contemplamos nossos privilégios espirituais, deixe-me fazer uma pergunta: Isso faz você grato pelo que Deus fez? Se você é grato pelos privilégios espirituais que lhe foram dados porque você foi escolhido, então tenha uma profunda atitude de agradecimento a Deus. E confesse seus pecados que demonstram ingratidão. Continuaremos na próxima vez.Vamos orar:
Pai nosso, quando chegamos agora a este momento de recordação, de olhar para a morte de nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo, temos falado sobre privilégios. Nós temos falado sobre o que isso paga. Ajude-nos a ver o que custou, o que custou ao amável Senhor Jesus, o que custou a Ti quando deste as costas a Ele, o que custou aos santos anjos, sem dúvida, na dor de ver o Perfeito levando o pecado. E, Senhor, não podemos apenas ver o que custa, mas podemos ver como banalizamos esse custo, quantas vezes não agradecemos pelos privilégios adquiridos a esse preço. Quantas vezes nós entretemos o pecado em nossas vidas, zombando da própria cruz onde Jesus morreu.
Agora, Senhor, enquanto tomamos o cálice e o pão, esses adoráveis símbolos vívidos, somos revigorados novamente para ver a cruz, para sermos lembrados do corpo que foi preparado para morrer por nós, para sermos lembrados do sangue que foi derramado como uma efusão, como um sacrifício em nosso lugar. Podemos ver que o custo foi comprar todas as riquezas para nós e, Senhor, podemos ser gratos. Encha nossos corações de louvor e nos faça confessar aqueles pecados que mostram nossa profunda ingratidão, que mostram nossa falta de amor para Aquele que deu tudo de Si por nós.
Esta é uma série de 6 sermões sobre os privilégios do cristãos em Cristo, conforme I Pedro 2:4-10.
- Os Privilégios Espirituais dos Crentes em Cristo – (Parte 1)
- Os Privilégios Espirituais dos Crentes em Cristo – (Parte 2)
- Os Privilégios Espirituais dos Crentes em Cristo – (Parte 3)
- Os Privilégios Espirituais dos Crentes em Cristo – (Parte 4)
- Os Privilégios Espirituais dos Crentes em Cristo – (Parte 5)
- Os Privilégios Espirituais dos Crentes em Cristo – (Parte 6)
Este texto é uma síntese do sermão “The Believer’s Privileges, Part 5, de John MacArthur em 12/02/1989.
Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:
https://www.gty.org/library/sermons-library/60-21/the-believers-privileges-part-5-election-and-dominion
Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno