Igreja: Os sistemas internos – 4
Este texto é o quinto de uma série de 8 sermões de John MacArthur a respeito da “Anatomia do Corpo de Cristo (igreja)”, onde ele distingue a cabeça, o esqueleto, os sistemas internos, os músculos e a carne.
No primeiro sermão ele falou sobre cinco verdades inegociáveis que formam o esqueleto da igreja: Uma visão elevada de Deus, a autoridade absoluta das escrituras, a clareza doutrinária, a santidade pessoal e a compreensão da autoridade espiritual.
No segundo sermão ele começou a falar sobre os sistemas internos da igreja, definido como sendo 16 atitudes básicas. Primeiro ele tratou da obediência, humildade, amor e unidade.
No terceiro sermão ele tratou da vontade de servir, alegria, paz e gratidão.
No quarto sermão ele tratou da autodisciplina, prestação de contas e perdão.
Abaixo segue a continuação dos sistemas internos da igreja.
Uma das apresentações mais poderosas e maravilhosas do Cordeiro Digno, o Filho de Deus, é descrita por João no livro do Apocalipse:
Eu, João, que também sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo. Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia: Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o derradeiro; e o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia. E virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro; e no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida, e cingido pelos peitos com um cinto de ouro. E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os seus olhos como chama de fogo; e os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas. E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece (Apocalipse 1:9-16).
João tem uma visão incrível e o que ele vê não é outro, senão o Senhor Jesus Cristo movendo-se entre sete castiçais de ouro, que representam sete igrejas. As sete estrelas na sua mão, de acordo com o versículo 20, são os sete ministros daquelas igrejas.
Então, aqui você vê Cristo movendo-se entre suas igrejas. E aquelas sete igrejas na Ásia Menor, para as quais foram enviadas sete cartas, escritas nos capítulos 2 e 3, são também representativas de todos os tipos de igrejas em toda a história.
E aqui você tem uma imagem do Senhor movendo-se entre Suas igrejas, movendo-se entre o Seu povo, cuidando da igreja que Ele adquiriu com Seu próprio sangue precioso.
Isto não mudou. Creio que o Senhor é tão vivo e ativo em Sua igreja hoje como foi nesses versos.
Ele continua se movendo soberanamente. No versículo 14, vemos a Sua cabeça e cabelos brancos como a lã branca, como a neve, indicando Sua santidade absoluta. E, assim, o Santo Filho de Deus, Rei perfeito, Sacerdote, Profeta, move-se em Sua igreja.
Ele se move com olhos como chamas de fogo. Isso é um olhar penetrante, alcançando além do que aparece aos olhos do homem, verificando o que realmente está acontecendo. Nenhuma atitude escapa desse olhar.
Oh, que coisa maravilhosa é saber que Cristo está vivo na sua Igreja. Que a igreja não é nossa obra, mas Dele!
Esta obra não é determinada por nossa inteligência ou perícia, Cristo vive em Sua Igreja e governa tudo com um olhar penetrante.
Os Seus pés são como bronze fino (ou latão reluzente), como se fosse queimado em uma fornalha, e a Sua voz como o som de muitas águas. E estes são os pés e a voz do julgamento.
Quando Ele vê na igreja algo que o desagrada, Ele vem em julgamento.
Você diz: “Por que você está lendo essa passagem das Escrituras?” Para nos lembrar de que somos a igreja que Cristo está construindo. Nós somos o candelabro que Cristo está cuidando com um olhar penetrante.
Ao ver em nós o que Lhe desagrada, Ele traz sobre nós o trovão de Sua própria voz, a força de Seu próprio julgamento e correção, porque Ele procura nos refinar.
E se resistirmos à refinação, então Ele irá remover a Sua bênção. Você vê isto em cinco das sete cartas nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse, porque o Senhor não encontrou nelas o que Ele quis encontrar.
Estamos, de certa forma, em Apocalipse 1. Cristo se move através de nós em todos os aspectos descritos nesta porção da Escritura. Minha oração é que possamos ficar onde Cristo está.
Creio que o Espírito Santo nos trouxe a este tempo aqui e nos levou a esta série que chamo de “A Anatomia da Igreja”. Estou nisto compelido pelo Espírito Santo e não por algo mais.
E as respostas que vocês têm dado são mais evidências de que o Espírito Santo tem nos conduzido nisto.
Nesta manhã eu quero voltar nossos pensamentos para continuarmos este assunto, para que Cristo penetre em nós mais profundamente, revelando-nos o que precisamos saber.
Primeiramente, falamos do esqueleto da igreja. Somos um corpo. Então, precisamos de um esqueleto.
Há cinco verdades fundamentais que formam a estrutura esquelética da igreja: Uma visão elevada de Deus, a autoridade absoluta das Escrituras, a clareza doutrinária, a santidade pessoal e a compreensão da autoridade espiritual.
Estamos vendo agora os sistemas internos da igreja. Devem fluir através da igreja certas atitudes espirituais. Um corpo físico tem órgãos e fluidos que circulam através dele, capacitando-o a viver e funcionar.
Já Falamos de 11 atitudes espirituais que formam os sistemas internos da igreja: Obediência, humildade, amor, unidade, vontade de servir, alegria, paz e gratidão, autodisciplina, prestação de contas e perdão.
Todas essas são atitudes que devem ser cultivadas pelo povo de Deus, são características que o Senhor procura em sua igreja. Ele esquadrinha nossos corações e vê o que está por trás do que aparentemente somos.
A décima segunda atitude na minha lista é a dependência.
De um ângulo, você poderia ver isto como uma atitude de insuficiência, uma sensação de que você não é suficiente, de modo que haja em você uma dependência básica.
E isso não é fácil para as pessoas capazes. Podemos perder o senso de dependência, porque pensamos que descobrimos o caminho para fazer as coisas, e, na verdade, se não tivermos cuidado, eliminaremos Deus e seguiremos sozinhos.
Há muitos ministérios que enveredaram neste erro, seguem seus métodos e se afastaram de Deus.
Se não quisermos fazer algo que fuja do perfeito propósito de Deus, devemos manter uma atitude de profunda dependência do Senhor.
O problema é que a igreja pode estar repleta de recursos próprios e já não consegue ouvir o que Deus fala.
E nós poderíamos falar sobre isso a partir de vários ângulos. Davi clamou: “Guarda o teu servo da soberba, para que se não assenhoreie de mim” (Salmo 19:13)
É muito fácil seguir em frente sem realmente ser dependente de Deus, sem procurar o coração de Deus e a mente de Deus.
Podemos simplesmente nos sentar, conversar e tomar muitas decisões. E onde está a oração? E onde está a paciência? E onde está a comunhão permanente com Deus, até que o coração esteja livre para fazer algo?
Sempre temi fazer algo em que Deus não é uma parte. Eu sempre quero ter a certeza que estou caminhando junto com Ele, no mesmo ritmo Dele, na mesma direção que Ele está indo e com o mesmo objetivo que Ele tem.
É Cristo que está construindo Sua igreja, e eu não quero competir com Ele. Se assim for, serei um perdedor.
Mas podemos muito facilmente usar de presunção, sentarmos, festejarmos uma grande ideia e lá vamos nós marchando sem Deus.
Em II Samuel 7, Davi disse a Natã: “Eu moro em casa de cedro, e a arca de Deus mora dentro de cortinas” (v.2).
Era sua intenção construir o templo de Jerusalém. Um ato louvável de Davi.
O profeta Natã também aprovou e respondeu: “Vai, e faze tudo quanto está no teu coração; porque o Senhor é contigo” (v.3).
Mas Deus chamou Natã e mandou que este dissesse a Davi que ele não ergueria o templo, mas seu filho (v.4-17).
O pecado da presunção nos faz entrar em aventuras para fazermos coisas boas, as quais Deus não está interessado que façamos.
A presunção nos faz ser aquele tipo de pessoa com grandes ideias, que corre muito rápido em uma nova direção sem buscar o coração e a mente de Deus.
Podemos ter nossos esquemas prontos, não ter qualquer dependência de Deus e seguir em frente por conta própria.
Olhe comigo por um momento João 14, só para tocar neste conceito de dependência por outro ângulo.
O Senhor está próximo de sua saída desta terra e está prometendo aos discípulos todos os tipos de promessas maravilhosas, porque eles estavam realmente com medo.
Eles tinham dependido de Jesus para tudo. Eles o seguiram por três anos. Jesus os alimentou, operou um milagre para que eles pudessem pagar os seus impostos.
Ele lhes disse tudo o que precisavam saber sobre o Reino, sobre Deus, sobre o homem, sobre o pecado e sobre a justiça.
Eles eram totalmente dependentes de Jesus e agora Ele estava indo embora. Eles estavam preocupados e profundamente perturbados. Eles precisavam desesperadamente de Jesus.
Mesmo quando Jesus esteve presente, eles fracassaram muitas vezes. E assim, eles estavam conscientes de sua dependência Dele. Quando Jesus anunciou que sua ida era iminente, eles entraram em pânico.
Jesus lhes dá uma promessa tremenda: “E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” (v.13-14).
Que promessa, não é? Você pergunta: “Qualquer coisa que eu quiser?”.
Não. Ele disse: “Em meu nome”. Não é apenas dizer no final da oração “em nome de Jesus, amém”. Não é isto.
Você se lembra o que é o nome de Deus? “Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êxodo 3:13:4).
Em outras palavras, “Meu nome é tudo o que Eu Sou“, e o nome de Cristo é tudo o que Ele é.
Então Jesus lhes ensinou a pedir qualquer coisa consistente com quem Ele é, Sua obra, Sua vontade, Seu plano e propósito.
Não significa que você pode pedir qualquer coisa e falar “em nome de Jesus, amém”. Você deve pedir o que é consistente com a vontade e propósito de Deus.
Foi isto que os discípulos entenderam: “E esta é a confiança que temos Nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve” (I João 5:14).
É por isso que precisamos aprender, como crentes, a viver uma vida de dependência constante.
Devemos orar pelo cumprimento da vontade de Deus. Se formos dependentes de Deus, vamos aprender a orar por Sua vontade e não ficarmos decepcionados por aquilo que Ele não nos atendeu.
Quando oramos pela vontade de Deus, estamos buscando a Sua glória, pois o Pai estará fazendo aquilo que O glorifica.
E, amado, isto é o que nós queremos nesta igreja. Não queremos ministério de homens inteligentes e de pessoas criativas, mas o ministério do Espírito de Deus em nome do Filho de Deus para a glória de Deus.
Precisa estar em nossos corações um sentimento de insuficiência, de não saber o que fazer. Este é o melhor caminho para nos levar à dependência de Deus. Vamos a Ele para sabermos o que Jesus quer que seja feito.
Tão importante é o coração dos discípulos em Mateus 6, quando, francamente, chegaram a Jesus e disseram: “Ensina-nos a orar”.
E Jesus disse: “Orai assim: Pai nosso que estais no céu, santificado seja o Seu nome” (v.9). Em outras palavras: “Glorioso, separado, único seja o Teu nome. Senhor, tudo o que realmente quero é que Teu nome seja glorificado, exaltado, por tudo que És e desejas”.
Então, “venha o Teu reino, seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu” (v.10).
Só podemos pedir algo a Deus à medida que tenhamos chegado a esse ponto de vista.
O Senhor nos ensinou a orar de uma maneira dependente, no sentido de reconhecermos nossa insuficiência e clamarmos por Deus para fazer a Sua obra em Seu caminho.
Esta sempre tem que ser a nossa meta: que Cristo construa Sua igreja, e que sejamos apenas parte disso.
O perigo é quando ficamos tão bons no que fazemos, tão confiantes com nossos planos e métodos, que a oração de uma coração dependente não tem lugar, exceto quando algum desastre é iminente.
Diante do desastre, aí sim clamamos: “Opa, nos tira desta, Senhor!”. Provavelmente, não estaríamos no meio do desastre se tivéssemos tido uma atitude de profunda dependência do Senhor antes.
Eu não sei sobre você, mas eu não quero nada para mim, que Deus não queira.
Se este também é o seu desejo, quero encorajá-lo a crescer nesta atitude mais e mais. Temos que depender de Deus, de Sua Palavra, da oração. Precisamos de mais e mais dessas atitudes.
O cristianismo moderno é caracterizado por muita ação e pouca oração.
Mas, não há nada mais maravilhoso do que ter passado algum tempo em oração, e fazer confiantemente aquilo que sabemos que o Senhor quer que façamos.
Não podemos militar com nossas próprias forças e pensamentos, pois o poder da igreja está no fato de Jesus se mover entre os castiçais.
Vamos para a décima-terceira atitude essencial que precisa estar na igreja: Flexibilidade. Ou seja, é preciso ser capaz de mudar.
Alguém escreveu um livro dizendo que as sete últimas palavras da igreja são: “Nós nunca fizemos isso dessa forma antes”. E isso é realmente verdade.
Algumas pessoas têm substituído o que Jesus disse em Mateus 15. Você se lembra? Ele confrontou os fariseus e os escribas. Eles se aproximaram e o enfrentaram dizendo: “Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? pois não lavam as mãos quando comem pão” (v.2).
Jesus lhes respondeu: “Por que transgredis vós, também, o mandamento de Deus pela vossa tradição?” (v.3).
Agora, deixe-me dizer-lhe. Igrejas podem ficar repletas de tradições que se tornam um muro contra o que a Palavra de Deus diz para fazer.
A igreja pode ter uma organização e ministérios totalmente antibíblicos. E quando você tentar conduzir as coisas biblicamente, você pode se deparar com a dura parede da tradição. E por isso deve haver na igreja a atitude de flexibilidade.
As pessoas nos perguntam: “Como esta igreja é organizada? Poderia nos enviar um organograma?”. Recebemos cartas como essa o tempo todo…
Isso é realmente uma piada. Teria de ser um filme infinito… Em constante movimento. Nunca para.
Deus trabalha através de pessoas, e elas vêm e vão, são fortes e fracas, comprometidas e menos comprometidas.
Nós temos que fazer algo sobre isso, e assim há uma mudança, uma espécie constante de função orgânica que eu acho que é tão maravilhoso.
Não podemos deixar de substituir o que é falso pelo que é verdadeiro, só porque nunca fizemos dessa forma.
Somos criaturas de hábito. Você sabe disso? Isto pode ser bom e ruim. Você poder adquirir bons hábitos, mas também pode adquirir maus hábitos.
Os hábitos são difíceis de quebrar. Imagine um grupo de pessoas com maus hábitos. Se você tentar movê-los daqueles hábitos, a resistência virá.
Para que sejamos dependentes de Deus, precisamos ser flexíveis.
Dói em meu coração quando vejo jovens pastores com um grande desejo de ensinar e aplicar a Palavra de Deus, mas são executados nas paredes de pedra das tradições humanas.
É tão maravilhoso olharmos para trás e percebermos quanto temos nos ajustado para estarmos em conformidade com a Palavra de Deus.
Aqui em nossa igreja temos visto isto acontecer de forma maravilhosa. Muros de tradições são aniquilados pela atitude espiritual da flexibilidade, permitindo que o Senhor faça os ajustes necessários, muitas vezes doloridos.
Isto vem na vida pessoal também. Eu sempre penso em Atos 16. Sabemos que Paulo se movia o tempo todo.
Ele terminou seu ministério na Galácia e em Frígia. Foi impedido pelo Espírito Santo de ir para o norte, sul e leste da Ásia.
O que ele fez? Foi orar e o Senhor lhe deu uma visão de onde pregar o evangelho, a oeste. E assim ele fez. Flexibilidade. A vontade do Senhor alterou seus planos.
Para a igreja servir a Cristo, ela precisa de flexibilidade e dependência. Ela deve se mover inteiramente na vontade de Deus e não de acordo com seus próprios planos.
Vamos à décima-quarta atitude: Crescimento.
Isso é tão importante quanto qualquer coisa, o desejo de crescer, estar em processo de crescimento.
“Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo” (I Pedro 2:2).
Um bebê quando quer leite chora e grita até que a mãe o atenda. Isto para ele é como uma devoção, seu principal interesse.
É sobre este mesmo grau de desejo pela Palavra que Pedro está falando. Quão forte é o seu desejo pela Palavra? Você realmente tem fome da Palavra?
Estudar as Escrituras Sagradas é para você um exercício de esforço sem prazer ou ela exerce uma forte atração a seu coração?
Não temos a mesma capacidade para crescer, mas precisamos crescer dentro da capacidade que temos. E nós crescemos quando nos alimentamos da Palavra de Deus.
Você sabe, nós temos um ministério maravilhoso em nossa igreja com pessoas que são especiais (no sentido de que possuem alguma debilidade mental), e alguns deles são grandes amigos meus.
Vejo aqui Rodney, meu grande amigo. Ele me disse um dia: “Você batiza as pessoas que tem Jesus no coração. Eu também tenho, eu quero ser batizado”.
Eu pedi para que ele falasse a todos quem era Jesus Cristo. Ele deu seu testemunho público de seu amor pelo Senhor e então nós o batizamos.
Logo depois ele queria uma Bíblia que tivesse os números de versículos bem grandes, para facilitar sua leitura.
Um dia eu estava aqui na frente, ele levantou-se, pediu para eu me sentar e recitou o Salmo 23. Foi algo muito abençoador para mim!
Você sabe, nós temos habilidades diferentes, mas o Espírito de Deus opera no coração para nos levar a amar a Sua Palavra e nos fazer crescer no ritmo que podemos crescer.
Algo tenebroso para uma igreja é se ela para de crescer, quando as pessoas dizem: “Bem, eu já tenho o suficiente, não preciso saber de mais nada”
É preciso haver aquela fome da Palavra para o crescimento continuar. Eu só peço a Deus que nunca percamos essa atitude.
Pratiquemos aquilo que Pedro nos ensinou: “Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo” (II Pedro 3:18).
Não estamos crescendo no conhecimento de fatos, mas no conhecimento de Jesus Cristo.
Em I João 2:12-14 temos os estágios do crescimento espiritual.
Diz que começamos como um pequeno bebê. Um bebê espiritual é absorvido com novos sentimentos, necessidades, problemas, tudo é pessoal.
Um jovem espiritual já superou isso e olha para o mundo exterior, olha para a verdade.
Homens jovens, espiritualmente falando, são os cristãos que têm adquirido o conhecimento da verdade. Eles estão bem estabelecidos na área da doutrina, resultando em força espiritual.
A terceira etapa do desenvolvimento espiritual é quando você se torna um pai. Não apenas conhece a doutrina, mas conhece o Deus que revelou a doutrina. Você começou a sondar as profundezas do caráter de Deus.
Isto é, quando sua vida se torna uma experiência de adoração. Não é só a batalha sobre a doutrina, mas quando você entende o que o escritor do hino quis dizer quando falou sobre estar perdido em maravilha, amor e louvor.
Ouça, o Senhor é a pessoa mais maravilhosa para conhecermos. O prazer deste conhecimento do Deus Santo e Infinito nos faz crescer.
Se suas verdades circulam poderosamente em nossas mentes, como resultado de nos alimentarmos de Sua palavra, marcharemos em crescimento constante.
Se você chegou ao ponto em que você pensa que sabe muito, você está apenas no ponto em que você realmente não sabe o que deveria saber.
Olhar para o infinito caráter de Deus é o caminho para conhece-Lo mais a cada dia.
A décima-quinta atitude é a fidelidade.
Há muitos cristãos que são velocistas espirituais de curtas distâncias. Eles estão olhando para a aposentadoria espiritual.
Deus está procurando maratonistas de longa distância. “Requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel” (I Coríntios 4:2).
Fico muito feliz quando vejo pessoas de oitenta anos de idade exercendo a fidelidade, vendo-os animados, fiéis, famintos da Palavra, almejando a vida de Deus, o fortalecimento da igreja, o ministério.
Muitos são persistentes no serviço ao Senhor, ano após ano. São fiéis naquilo que Deus os chamou a fazer, e não fazem nada por apelo emocional, mas por fidelidade ao Senhor.
Oh, como precisamos do espírito de fidelidade! A marca do verdadeiro caráter é um duradouro compromisso.
Veja as palavras que Paulo deu a Timóteo:
Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério. Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. (II Timóteo 2:5-8).
Você sabe que ele está dizendo? “Deus, eu posso morrer agora. Eu estou realizado. Acabou minha obra. Terminei a carreira. Eu combati o bom combate. Mantive a fé”.
Isso é tão maravilhoso. É triste quando você vê um crente envelhecer e tornar-se indiferente, ou ficar velho e amargo, e isto você pode ver em pastores.
Mas, onde você tem que a graça doce de envelhecer em uma vida de serviço fiel ao Senhor, é uma experiência muito bonita.
Neste mundo moderno e distraído, é difícil se manter focado nas prioridades, mas precisamos ser consistentes em nossa fidelidade ao Senhor.
Por último, gostaria de falar, muito brevemente, pois nosso tempo se foi, sobre a décima-sexta atitude: Esperança.
Uma grande palavra, esperança. Isso significa segurança para com o futuro. Isso significa que além de não temermos a morte, estamos ansiosos pelo que está a frente de nós na vida e morte.
Amo o que Romanos 12:12 diz: “Alegrai-vos na esperança.” Até no funeral de um irmão podemos celebrar e louvar a Deus, pois aquele irmão saiu deste vale de lágrimas para o lugar eterno onde não há tristezas, lágrimas, dor, doenças e morte.
“Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos.” (Romanos 8:24-25).
Vivemos em esperança. Somos salvos na esperança e estamos ansiosos para a eternidade, para sermos como Cristo.
Estamos ansiosos pelo cumprimento da promessa de Romanos 8, de que vamos ter um corpo redimido, com a nossa alma redimida, e nós vamos ser conformes a imagem de Jesus Cristo (v.22-30).
Vivemos na esperança. Oh, temos que ter uma atitude de esperança. Nós não podemos ficar muito ligados no que está acontecendo aqui.
Foi isto que Jesus no ensinou em Mateus 6:
Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. (Mateus 6:19-21).
Não viva para este século, para o que é passageiro. Tudo que somos e temos deve estar canalizado para o que é verdadeiro e eterno.
Vivemos na esperança. Nós vivemos na luz da eternidade. É maravilhoso contemplar esse futuro.
Você gostaria de viver neste mundo sem isso? Então temos que bendizer a Deus por tão gloriosa esperança, não é mesmo?
João escreveu:
Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro.(I João 3:1-3).
Escute, se você realmente quer viver para a eternidade, isso mudará radicalmente a maneira de você existir neste tempo presente.
As atitudes que fluem através da igreja irá torná-lo no que Cristo quer que você seja. >
Nosso Pai, nós Te agradecemos porTu ter nos dado novamente uma palavra tão clara.
O Senhor nos chamou à obediência e humildade, amor, unidade, serviço, alegria, paz, gratidão, auto-disciplina, responsabilidade.
Também ao perdão, à dependência, flexibilidade, crescimento, fidelidade e à esperança.
E, isto, Senhor, para que possamos ser a Tua igreja que cresce glorificando, louvando Teu nome, para que o Senhor possa nos abençoar, como consequência, e mover-Se através de nós, oh, Cristo, e aparar a lâmpada.
Sonda-nos. Veja onde somos fracos, e que Tu possas trazer Tua mão amorosa de correção, a fim de nos conformar com o Teu propósito santo.
Seja nosso sacerdote, profeta e rei, nosso exemplo de santidade pura, e que possamos ser uma igreja em que o Senhor é glorificado. Amém .
Esta é uma série de 8 sermões sobre a Anatomia do Corpo de Cristo (igreja)
01. Anatomia da Igreja: O esqueleto
02. Anatomia da Igreja: Os sistemas internos – Parte 1
03. Anatomia da Igreja: Os sistemas internos – Parte 2
04. Anatomia da Igreja: Os sistemas internos – Parte 3
05. Anatomia da Igreja: Os sistemas internos – Parte 4
06. Anatomia da Igreja: Os músculos e a carne – Parte 1
07. Anatomia da Igreja: Os músculos e a carne – Parte 2
08. Anatomia da Igreja: A cabeça da igreja
Este texto é uma síntese do sermão “The Anatomy of the Church: The Internal Systems, Part 4”, de John MacArthur, em 02/10/1983.
Você poderá ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:
https://www.gty.org/resources/sermons/2028/the-anatomy-of-the-church-the-internal-systems-part-4
Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno