O Batismo e a Unção de Jesus
Mateus 3
13 Então veio Jesus da Galileia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.
14 Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim?
15 Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu.
16 E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele.
17 E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.
Mateus apresenta o Senhor Jesus Cristo como Rei. Ele quer que o mundo saiba que Cristo é o Rei prometido, o Ungido, o Messias, o Rei dos reis e Senhor dos senhores. O Evangelho de João aponta para a divindade de Cristo. João Batista foi o precursor do Messias. No verso 3 diz: “Então veio Jesus da Galileia ter com João”. Jesus sobe ao palco. Jesus toma o lugar de destaque. João declarou: “É necessário que ele cresça e que eu diminua” (João 3:30).
- No capítulo 1, versículos 1 a 17, vimos a ascendência do Rei.
- No capítulo 1, versículos 18 a 25, vimos a chegada do Rei, Seu nascimento.
- No capítulo 2, versículos 1 a 12, vimos a adoração ao Rei, o culto dado a Ele pelos magos.
- No capítulo 2, versículos 13 a 23, vimos o atestado para o Rei. Isto é, Ele é atestado para ser o Rei, pelo cumprimento da profecia específica.
- E no capítulo 3, versículos 1 a 12, vimos o arauto do Rei, João Batista.
- E agora, finalmente, depois de tudo isso, chegamos no capítulo 3, versículos 13 a 17, da chegada do Rei.
- Se você quiser adicionar outro tópico, a unção do Rei.
Esta é, por assim dizer, Sua coroação. Este é o Seu comissionamento, o início de seu ministério. É uma rica seção abençoada das Escrituras. O Rei sai de 30 anos de reclusão e de obscuridade para se manifestar ao mundo. João Batista, a voz que clama no deserto, tornou pronto o caminho. O Senhor Jesus vem para inaugurar Sua obra, para assumir seu cargo, e Ele é comissionado e coroado de uma forma muito maravilhosa.
Veremos três aspectos para o comissionamento de Jesus Cristo: o batismo, a unção do Espírito e a palavra do Pai. A Trindade está envolvida, todos atuando ao mesmo tempo.
O BATISMO DE JESUS
“Então veio Jesus da Galileia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele” (v.13). Eis uma passagem na Escritura que tem sido alvo de muitas distorções.
Perceba que o verso começa com “então” ou “depois” (em outras traduções). Isto não nos diz muita coisa, apenas de que o “depois” nos conecta com o tempo do ministério de João Batista. Em algum momento durante esse ministério de João, foi então que Jesus veio. Não sabemos por quanto tempo João havia ministrado. Nós não temos ideia. O verso 5 indica que foi tempo suficiente para que toda Jerusalém, Judeia e toda a circunvizinhança do Jordão viessem até ele.
- Sabemos que Jesus começou o seu ministério quando estava com quase 30 anos de idade (Lucas 3:23).
- Se João começou seu ministério também aos 30 anos de idade, ele teria pregado cerca de 6 meses antes de Cristo iniciar o seu ministério.
- Mas, não temos razão para acreditar que João começou seu ministério aos 30. Não há nada na Escritura que nos diga isto.
- Alguns argumentam, com base em Números 4, que os sacerdotes iniciavam o ministério aos 30.
- Mas esse princípio foi temporário, porque, no oitavo capítulo de Números, a idade foi reduzida para 25.
- Em I Crônicas 23, Davi reduziu a idade para 20.
- Isto continuou desde o reinado de Ezequias (II Crônicas 31) e depois do cativeiro, de acordo com Esdras 3:8.
“E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado também Jesus, orando Ele, o céu se abriu” (Lucas 3:21). Não foi uma audiência particular com João Batista. Jesus veio junto como todos os outros. “Então veio Jesus da Galileia ter com João” (Mateus 3:13). No original grego, a palavra traduzida como “veio” expressa uma aparição pública e não reservada.
Jesus sai da obscuridade de Nazaré (Marcos 1:9), anda cerca de 100 quilômetros e faz a sua aparição pública e diante de João Batista, iniciando o Seu ministério. Cristo esperou 30 anos na oficina de carpinteiro, em Nazaré, exercendo funções simples em sua casa e os deveres simples da carpintaria. E o tempo todo sabendo que Ele era Deus encarnado com uma missão na terra. Trinta anos de obscuridade, pacientemente, numa espécie completa de submissão inquestionável para com o Pai.
- Ele vem ao encontro de João, e Ele tem um propósito muito específico em mente: “Ser batizado por ele”. Essa foi a Sua vontade expressa.
- Foi algo chocante para muitas pessoas (até hoje). Foi um problema para João Batista.
- Ele veio para ser batizado em meio a uma multidão que vinha “confessando os seus pecados” (Mateus 3:6).
- Esta multidão estava escutando João proclamar: “arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mateus 6:2); “eu vos batizo com água, para o arrependimento” (Mateus 6:11).
Arrependimento admite o que? Pecado. O batismo de João foi um batismo para os pecadores. João estava batizando as pessoas que admitiram seus pecados, que confessaram seus pecados, que se arrependeram de seus pecados, e que desejavam uma transformação de suas vidas e estavam prontas para a vinda do Rei.
Por que Jesus veio para ser batizado com um batismo que realmente pertence aos pecadores? Por que Ele teve que buscar isso? Ele precisava de salvação? Por que Ele quis se juntar a uma multidão de pecadores, para experimentar o que era um símbolo de conversão?
Há muitas heresias sobre isto.
- Uma delas, expressada num livro apócrifo, chamado “Evangelho dos Hebreus”, usado por Satanás para trazer confusão, diz que Ele teria cumprido um desejo de sua mãe e irmãos.
- Havia um grupo maligno, nos primeiros dias da igreja, chamado “gnóstico” (que significa “alguém que é capaz de conhecer”). Eles ensinavam que Jesus era apenas um homem pecador. Então, eles diziam que Jesus precisava do batismo, porque o batismo teria purificado o pecador Jesus para tornar-se divino. Terrível heresia maligna em conflito com o ensino bíblico, tal como expresso no primeiro capítulo do Evangelho de João, ou seja, Jesus era Deus encarnado desde sua concepção sobrenatural (Mateus 1:18).
Embora na forma de homem, jamais perdeu sua divindade (João 8:58) e nunca pecou (I Pedro 2:22). Em Jesus não havia a concupiscência da carne, dos olhos e a soberba da vida. Ele não precisava de qualquer confissão de pecados, pois não tinha nada do que se arrepender. Não necessitava de uma conversão ou de uma transformação e não tinha necessidade de mudar a sua vida ou seu coração.
Veja: “João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim?” (Mateus 3:14). No original grego, expressa a ação de que “João insistentemente o tentou impedir de ser batizado”. Reação oposta àquela que teve diante dos fariseus e saduceus, quando vieram a seu batismo: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3:7-8).
Certamente João conhecia Jesus, pois era seu parente. A mãe de João, Isabel, chamava Jesus de Senhor, quando Jesus ainda estava no ventre de Maria (Lucas 1:42-43). Mas, João Batista ainda não tinha visto a autenticação de Deus sobre Jesus. Ele ainda não conhecia Jesus naquele nível. E o que ele diz é tremendo:
No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Este é aquele do qual eu disse: Após mim vem um homem que é antes de mim, porque foi primeiro do que eu. E eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, eu vim, por isso, batizando com água. E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele. E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo. E eu vi, e tenho testificado que este é o Filho de Deus (João 1:29-34).
Por um lado, João disse: “Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim?”, ou seja, em outras palavras, “alguém sem pecado não precisa de meu batismo, ele é para pecadores como eu”. Por outro lado, também afirmou: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, ou seja, “não somente sem pecado, mas alguém que veio para livrar o homem da escravidão do pecado”.
São declarações incríveis, claras, poderosas e contundentes da impecabilidade de Jesus Cristo. Jesus não era apenas mais um profeta. Ele estava em uma categoria totalmente original. Profetas são pecadores. Jesus nunca pecou. Isto foi atestado pelo maior homem do Antigo Testamento, João Batista (Mateus 11:11).
Aquele mesmo batismo que Jesus experimentou, foi praticado por seus discípulos durante seu ministério aqui na terra (João 3:22 e 4:1). Foi um batismo nos moldes do Antigo Testamento, em que os crentes da época se declaravam prontos a se arrepender e receber o Messias. Ainda não era o batismo cristão, que foi iniciado na igreja.
- Alguns dizem que Seu batismo foi apenas um rito de iniciação, com base na inicialização do sacerdócio em Números 4.
- Outros argumentam que o batismo era algo destinado para os gentios se tornarem parte da religião judaica, então Jesus teria feito uma demonstração de aceitação aos gentios.
- Outros dizem que Jesus estava dando credibilidade ao ministério de João. Um sinal de aprovação pública.
- Há quem diga que aquele batismo adicionou perdão para os pecadores que Jesus veio salvar.
Todos esses argumentos carecem de qualquer fundamento bíblico. O Batismo de João era um batismo de arrependimento, nada mais. Jesus disse a João: “Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu” (Mateus 3:15).
Jesus não nega que Ele é um superior a João. Ele não nega que João também precisava ser batizado, porque era um pecador. Ele não nega que João precisava de arrependimento.
“Deixa por agora”, no original, é uma expressão idiomática, que diz “Eu sei que é incomum isto, mas faça assim desta vez”.
Por quê? “Porque assim nos convém cumprir toda a justiça”. Agora, aqui está a chave: “Para cumprir toda a justiça”.
Significa que Jesus iria fazer tudo o que fosse justo? Sim. Que Jesus iria cumprir toda a justiça? Sim. Que Ele faria toda boa obra? Sim. O batismo é também uma boa obra? Sim. Jesus simplesmente identificou-se com todos os vários atos de justiça, de piedade e dignidade.
- Certa vez um coletor de impostos perguntou a Pedro: “O vosso mestre não paga os impostos? (Mateus 17:24).
- Antecipando-se a pergunta de Pedro, Jesus disse-lhe: “Que te parece, Simão? De quem cobram os reis da terra os tributos, ou o imposto? Dos seus filhos, ou dos alheios?” (v.25).
- Pedro responde: “Dos estranhos” (v.26). Jesus então disse-lhe: “Logo, estão livres os filhos” (v.26).
- Ou seja, Ele disse, em outras palavras: “Se Deus é o Rei de tudo, e se somos filhos de Deus, deveríamos estar livres de tudo isso, certo Pedro?”.
- Mas Jesus acrescentou que para não dar motivo a escandaliza-los, deveria pagar e assim fez (v.27). Mesmo que o Senhor não fosse obrigado, Ele buscou sempre trilhar um caminho de perfeita justiça.
João era consciente da perfeição absoluta de Jesus. Ele não se atreveu a colocar a mão em Jesus para batizá-lo, porém o fez a pedido de Jesus.
Jesus veio ao mundo para se identificar com os pecadores. Veio para cumprir toda a justiça de Deus, assim Ele teve que se identificar com os pecadores. Ele “foi contado com os transgressores” (Isaías 53:12). “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (II Coríntios 5:21).
Ele que não tinha pecado tomou um lugar entre aqueles que não tinham justiça. Aquele que era sem pecado desceu em um batismo que era apenas para os pecadores. Ele poderia dizer: “Eu tomo o meu lugar com os pecadores”. E que fique claro desde o início que este Jesus é o amigo dos pecadores. Que fique claro que “Aquele que não conheceu pecado tornou-se pecado por nós” (II Cor. 5:21).
- Seu ministério começou dessa forma. Ele não veio apenas para ensinar e dar exemplo. Ele não veio para ser um moralista ou um revolucionário.
- Ele veio para se identificar com os pecadores, foi contado com os transgressores; e no Seu batismo Ele se identificou com os pecadores.
Mesmo em Seu nascimento, Ele se identificou com os pecadores. Ele era o Filho de Maria, que era uma pecadora. - Em Sua morte, Ele também se identificou com os pecadores. Ele levou os pecados de cada pecador que já viveu, a fim de trazer os pecadores para a justiça.
- Ele teve que ir para as profundezas das águas da morte. Ele teve que suportar o pecado. Ele teve de se identificar com os pecadores. Não havia outra maneira de cumprir toda a justiça.
“O meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si” (Isaías 53:11). Jesus se apresentou ao batismo de João como um ato simbólico de identificação com os pecadores que estavam buscando a salvação. E eu vou dar um passo adiante. Creio que Seu batismo era um símbolo de sua morte (quando imergiu nas águas) e de sua ressurreição (quando emergiu das águas).
Quando Jesus disse: “Importa, porém, que seja batizado com um certo batismo; e como me angustio até que venha a cumprir-se!” (Lucas 12:50), Ele estava se referindo à cruz.
Eu creio que quando Ele foi batizado por João, Ele estava simplesmente sendo batizado como um símbolo de Sua identificação com os pecadores, que se tornaria uma identificação real, quando Ele morreu na cruz por eles.
Ele não podia ganhar os homens por sua pregação. Ele não podia ganhar os homens, pelo seu exemplo. Ele só podia ganhar-lhes por Sua morte, e Ele sabia disso. O batismo de Jesus, amados, não tem absolutamente nenhuma aplicação para nós. Foi totalmente único.
- “E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água”. O Batismo simbolizava a conversão – a palavra “arrepender” significa “conversão” – ele simbolizava a purificação, a lavagem do pecado, a imersão nas águas é a única imagem adequada.
- Se Jesus estava usando isso como um símbolo de Sua morte e ressurreição, também aponta para a imersão nas águas e não apenas a aspersão.
- “Ora, João batizava também em Enom, junto a Salim, porque havia ali muitas águas; e vinham ali, e eram batizados” (João 3:23). Este texto deixa evidente a imersão nas águas. A aspersão não exige muitas águas. Foi uma situação semelhante ao batismo do eunuco por Felipe (Atos 8:38).
Batizar vem do grego “baptizo” que significa literalmente “mergulhar em água”. O texto poderia ter a tradução: “E Jesus veio a João para ser mergulhado na água”. Até o ano de 1.400 só havia o entendimento da imersão, mesmo na Igreja Católica.
A UNÇÃO DO ESPÍRITO SOBRE JESUS
E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo (Mateus 3:16-17).
Penso que o céu literalmente foi aberto. Você diz: “Bem, como é isto? Eu não poderia dizer-lhe. Não tenho a menor ideia. Ezequiel teve uma experiência desta (Ezequiel 1), descrevendo coisas que ninguém entendeu. Estevão também teve esta experiência (Atos 7) e João também (Apocalipse 4,11 e 19). Paulo falou que viu coisas indescritíveis (II Coríntios 12).
Alguém declarou o seguinte:
Assim como o véu do templo se rasgou em dois para simbolizar o acesso perfeito de todos os homens a Deus, aqui o céu é aberto para mostrar quão perto de Deus estava Jesus. E Jesus é Deus. E imediatamente viu o Espírito de Deus descendo como pomba sobre Ele.
O Espírito Santo não tem um corpo, não pode ser visto, mas para garantir um sinal visível que João Batista saberia, veio como uma pomba.
João Batista declarou: “Eu vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele” (João 1:32).
Isto veio em resposta a um sinal que lhe foi dado: “E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo” (João 1:33).
Esta é a única vez que o Espírito é visto como uma pomba. Não tem nada a ver com nossa experiência. Foi algo que só ocorreu com Jesus. Mas, por que uma pomba?
- O que um judeu tinha em sua mente quando via uma pomba? Sacrifício. A pomba era o animal sacrificial mais comum.
- Um novilho era para os ricos. Um cordeiro, para a classe média.
- Uma pomba era a oferta pelo pecado para quase todas as pessoas, aquelas mais pobres.
- E aqui, de uma forma maravilhosa, o Espírito de Deus desceu na forma que iria fazer as pessoas pensarem em apenas uma coisa: Sacrifício.
Por que o Espírito veio sobre Jesus? Ele era Deus, certo? Ele já era um com o Espírito, um com o Pai. Ele nasceu do Espírito. Ele e o Espírito são indivisíveis. Em Sua divindade, Ele não precisa de nada extra. Ele estava cheio do Espírito.
Mas Ele estava sendo ungido para o serviço e a Ele estava sendo concedida força em sua humanidade. O Espírito veio para ungi-lo para o serviço real.
O Espírito do Senhor Deus está sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos (Isaías 6:1)
Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele (Atos 10:38).
Você observa que “Deus ungiu a Jesus de Nazaré”. Essa é a Sua identificação humana. Assim Sua humanidade foi ungida. Ele tinha o poder para o ministério. Sua humanidade foi reforçada. O Espírito de Deus desceu para anunciar: “Este é o Rei. Este é o Ungido”, e para fortalecê-Lo em sua humanidade para o Seu ministério.
- Agora, isso não é algo que precisamos. Nós não precisamos orar para uma pomba descer sobre nós. Quando você foi salvo, você recebeu o Espírito Santo. Você não é Cristo. Não faça disso uma norma.
- Você já tem o poder e o recurso quando o Espírito foi dado a você em sua salvação. E isto foi uma promessa de Cristo e ela se cumpre perfeitamente em cada pessoa que nasceu de novo.
- O nosso batismo não é como o de Jesus. Nossa recepção do Espírito não é como a Dele. Ali foi um sinal celeste. Tinha que haver uma confirmação divina que Ele era o Rei; e João Batista viu isso.
A pomba fala do sacrifício. A pomba é um lembrete da necessidade de que haja sacrifício pelo pecado. O próprio símbolo do sacrifício estava sentado sobre Ele. Em certo sentido, então, Ele foi ungido para a morte. Ele foi ungido para ser um sacrifício. Batizado, Ele mostrou a Sua identificação com os pecadores. Ungido, Ele mostrou que sua identificação iria levá-lo para ser um sacrifício.
O SELO DE APROVAÇÃO DO PAI
E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo (v.17).
Esta declaração envolve a vida de Jesus desde seu nascimento. Em outras palavras, Deus diz:
Eu examinei esta pomba sacrificial. Eu examinei Aquele que vai se identificar com pecadores. Ele é sem mácula. Ele é sem defeito. Sim, este é o meu Filho amado que tem me encantado. Eu o verifiquei, e eu aqui defino o selo da perfeição. Ele é sem mancha, e eu estou bem satisfeito.
E assim, amados, o que vemos na prática aqui? Ele é escolhido para ser Rei, mas o seu trono iria ser uma cruz. Ele o escolheu para ser Rei, mas Ele iria morrer como oferta pelo pecado. E assim Ele é comissionado. Pelo batismo, Ele se identifica com os pecadores e fornece imagens de sua morte.
Ao ser ungido com o Espírito, Ele foi habilitado para um ministério, que o levará a um sacrifício, simbolizado pela pomba do sacrifício. E a palavra do Pai é o atestado do céu de que Jesus era o sacrifício digno e perfeito.
Pai, nós Te agradecemos pelo que vimos sobre Cristo esta noite. Como Ele começou Seu ministério, deixou muito claro, logo no início, que Ele começou como um sacrifício, que começou como uma oferta pelo pecado, que Ele veio a se identificar com os pecadores, que Ele veio para ser capacitado pelo Espírito Santo, pregar e depois morrer vitoriosamente pelo pecado como um cordeiro sacrificial, uma pomba de sacrifício – e que Tu declaraste que estava satisfeito com o Seu sacrifício.
Ele foi o impecável, sem pecado, sem defeito. Pai, nós te agradecemos por Aquele que se apresentou como nosso Salvador, que foi escolhido para se identificar conosco e para morrer por nós. E a Sua morte foi aceitável para Ti. Porque Ele é uma oferta digna e isso nos dá grande alegria, Pai. Sua morte é eficaz. Ele comprou nossa salvação. Então, nós te louvamos. Em nome de Jesus. Amém.
Leia também: Por que Jesus foi batizado?
Este texto é uma síntese do sermão “The Commissioning of the King”, de John MacArthur em 07/05/1978.
Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:
http://www.gty.org/resources/sermons/2190/the-commissioning-of-the-king
Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno