Marcas do Verdadeiro Cristão – I

João 13
31 Tendo ele, pois, saído, disse Jesus: Agora é glorificado o Filho do homem, e Deus é glorificado nele.

32 Se Deus é glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e logo o há de glorificar.
33 Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco. Vós me buscareis, mas, como tenho dito aos judeus: Para onde eu vou não podeis vós ir; eu vo-lo digo também agora.
34 Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.
35 Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.
36 Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde vais? Jesus lhe respondeu: Para onde eu vou não podes agora seguir-me, mas depois me seguirás.
37 Disse-lhe Pedro: Por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a minha vida.
38 Respondeu-lhe Jesus: Tu darás a tua vida por mim? Na verdade, na verdade te digo que não cantará o galo enquanto não me tiveres negado três vezes.

Muitos perguntam: Que tipo de cristão sou eu? Historicamente, os homens têm usado diferentes marcas ou símbolos, para mostrar o seu cristianismo. Eu realmente não tenho qualquer argumento contra esses símbolos, o único problema é que eles são totalmente superficiais. Todos eles são visíveis apenas para o olho superficial. Você pode ser um cristão e usar algum símbolo, mas você também poderia não ser um cristão e usar algum símbolo. Jesus nos dá três sinais particulares e definidores, no interior de um cristão, que mostram o compromisso de sua vida.

No texto acima, o ministério de Jesus está chegando ao fim. É última noite antes de sua morte. Ele está gastando esses últimos dias com Seus amados discípulos para prepará-los para a sua saída. Ele tinha acabado de dar ordens para que Judas saísse de Sua presença eternamente. E Judas se foi. O hipócrita, já habitado por Satanás, fora executar seu ato miserável.

Jesus então se volta para os onze discípulos restantes e dá-lhes um discurso de despedida.
O discurso de despedida vai a partir de João 13:31 até o capítulo 16 de João. Há instruções, promessas, advertências e mandamentos. Foram os últimos mandamentos, consolos, promessas e instruções que Jesus deu antes de ir para a cruz. Ele ainda passou um tempo com seus discípulos após a ressurreição, mas a cruz teria um impacto estrondoso na vida deles, portanto estas palavras visaram prepará-los para aquele momento.

Jesus fala sobre as marcas do verdadeiro discípulo. Muitas pessoas no mundo, por vezes, querem respostas às suas inquietações. Muitas vezes há cristãos próximos a elas, mas elas nem sequer sabem que elas são cristãs, pois não existem marcas visíveis. Jesus mostra que o discípulo comprometido deve ser três coisas que o distinguem dos demais homens: viver preocupado e absorvido com a glória de Deus, seu amor pelos irmãos e sua lealdade inabalável ao Senhor.

O cristão verdadeiro está sempre preocupado e absorvido com a glória de Deus

O assunto mais importante no universo é a glória de Deus. O genuíno cristão vive preocupado com isto. Sua vida é voltada para “quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (I Coríntios 10:31). Ele não se importa com o que as pessoas pensam dele na medida em que a glória do Senhor é a sua motivação e vida.

Você existe como um cristão verdadeiro “para que o nome de nosso Senhor Jesus Cristo seja em vós glorificado, e vós nele, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo” (II Tessalonicenses 1:12). Judas (irmão de Tiago e de Jesus) conclui sobre a vida do cristão verdadeiro, dizendo: “Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém” (Judas 25). Pedro disse:

Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém” (I Pedro 4:11).

Nos versículos anteriores Pedro nos diz como viver. E a razão que devemos viver dessa maneira é que Deus e Cristo possam ser glorificados.
Deus é glorificado pela forma como um cristão verdadeiro vive.

Agora, com isso em mente, observe o versículo 31 de João 13: “Tendo ele [Judas], pois, saído, disse Jesus: Agora é glorificado o Filho do homem, e Deus é glorificado nele.”

Não escapa do coração de Jesus um tipo de alívio pela saída de Judas, pois ele está pronto para falar livremente de sua glória aos seus discípulos. E ele começa seu discurso de despedida pela sua glória. Essa é a chave para tudo.  A glória do Senhor é a chave para tudo. O Deus encarnado, Jesus Cristo, veio a Terra em humildade. Ele sujeitou-se a espécie humana e à fragilidade humana, no sentido do mundo físico.

Mas aqui Ele diz: “Agora está tudo acabado, a partir de amanhã o Filho do Homem vai ser glorificado novamente”.
Os 33 anos de humilhação estavam cumpridos, a partir do dia seguinte a glória retornará. E Jesus ansiava por esta glória: “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” (João 17:5). Ele estava pronto para ir a cruz e começar sua glorificação novamente.

Jesus apresenta três declarações distintas pertencentes a Sua glória. A primeira declaração que Ele faz cerca de Sua glória é esta: “Agora”, versículo 31: “Agora é glorificado o Filho do homem.” Isto é uma tremenda declaração. E é uma declaração de antecipação. Por 33 anos ele esperou para ser glorificado. A glorificação começaria em uma cruz na manhã seguinte.

Você pode pensar: Bem, eu não entendo como a morte pode ser para a glória?. Bem, foi para Jesus Cristo. Pedro disse: “O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu filho Jesus, a quem vós entregastes e perante a face de Pilatos negastes, tendo ele determinado que fosse solto” (Atos 3:13).

Estamos falando de sua morte, ressurreição, ascensão e coroação. Tudo isto fez parte de um pacote só. Mas particularmente houve uma glória manifesta na cruz. O que parecia vergonha, desgraça e um desastre, era glória e Jesus podia dizer: “Mas agora o Filho do homem é glorificado”. O tipo mais profundo de vergonha e de humilhação, com acusações, insultos, infâmia, zombaria, desprezo e tudo o que os homens maus podiam jogar sobre ele, seguida da agonia de uma morte na cruz, em tudo Jesus podia dizer “Agora é o Filho do homem glorificado.”

Você pode pensar: “Bem, eu não entendo como no mundo você pode glorificar alguém, colocando-o numa cruz?”. Para se dar glória a Deus significa crer e louvar os atributos divinos. A glória de Deus é composta de tudo o que ele é.

  • Na cruz ele manifestou e irradiou todos os atributos de Deus.
  • Deus foi glorificado a medida que Jesus expressou a sua imagem (Hebreus 1:3).
  • No cruz do Calvário Cristo realizou a maior obra que já tinha ocorrido na história do universo.
  • Na cruz, ele trouxe a salvação aos pecadores condenados.
  • Na cruz, Jesus Cristo destruiu o pecado (Romanos 6).
  • Não só isso, Cristo através da sua morte na cruz, ele destruiu o que tinha o poder da morte, o próprio diabo (Hebreus 2:14).
  • Na cruz, Cristo pagou o preço da justiça de Deus e comprou para si mesmo todos os eleitos de Deus (Apocalipse 5:9).
  • E quando Cristo veio a essa cruz, ele rendeu sua vida em cheiro suave a Deus (Efésios 5:2), um sacrifício mais puro e abençoado do que qualquer outro sacrifício.

E quando a justiça de Deus foi totalmente satisfeita, Jesus concluiu sua cruz, dizendo: “Está consumado” (João 19:30). E Ele realizou a redenção da raça humana. Satisfez a justiça de Deus. Libertou os homens (II Coríntios 5:21). É a maior obra da história do universo e, portanto, na cruz, o Filho do homem recebeu glória. Portanto, não há em todo o céu e na terra, nenhum ato tão digno de louvor, glória e honra como esse ato de Jesus.

No versículo 31 Jesus diz: “Agora é o Filho do homem glorificado”. E completa dizendo: “E Deus é glorificado nele.” Como é que Deus é glorificado em Cristo? A glória de Deus é seus atributos. Seu amor, misericórdia, graça, sabedoria, onisciência, onipotência, onipresença etc., todos eles são Sua glória. E na cruz todos os atributos de Deus se manifestaram de uma forma que nunca tinha sido antes manifestos.

Você pode pensar: “O que são esses atributos?”

Primeiro de tudo, sabemos que Deus é poderoso, e do poder de Deus foi visto na cruz de forma tremenda. Os reis da terra e os governantes da terra juntamente conspiraram contra Deus e contra o seu Cristo (Salmo 2:2). A terrível inimizade da mente carnal e da maldade desesperada do coração humano resultou em Jesus pregado numa cruz.

O ódio diabólico de Satanás estendeu seu melhor esforço. O mundo, Satanás e todos os demônios uniram seus poderes contra Jesus. Jesus tinha o poder de lidar com tudo isso, mas foi seu poder sobre a morte que quebrou todo o poder do pecado e de Satanás. A cruz foi uma demonstração do poder de Deus como em nenhum outro momento. O poder de Deus foi glorificado.

Segundo atributo que veio à minha mente é a justiça de Deus. E a justiça de Deus é vista na cruz, como não é vista em nenhum outro lugar. Deus disse: “O salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23) Essa é a justiça de Deus. Alguém tinha que morrer pelo pecado do homem. E quando nosso Senhor Jesus Cristo foi pendurado na cruz como o culpado, o substituto abençoado, “ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele” (Isaías 53:5).

A penalidade da lei teve de ser aplicada, mesmo que isso significasse a morte do Filho amado de Deus. Deus não iria recuar um passo da sua justiça, e a cruz se torna a maior demonstração da justiça de Deus, porque ela exigiu de Deus o maior custo. A justiça de Deus, então, é mais ilustrativamente glorificada pela morte de Jesus Cristo.

Terceiro atributo: Deus é santo e sua santidade é vista de forma intensa na cruz. Agora você pode pensar que Deus teria ficado ali com Jesus porque Ele o amava tanto. Mas não foi isto que ocorreu que na cruz. Mesmo com todo seu amor infinito a Jesus Cristo, ele abandonou Jesus e foi embora da cruz por causa da Sua santidade. Habacuque estava certo quando disse que: “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal” (Habacuque 1:13). E quando Cristo foi feito maldição naquela cruz, Deus virou as costas.

E Jesus, clamando em agonia, “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46). Nunca Deus manifestou tanto seu ódio ao pecado como no sofrimento da morte de Seu próprio Filho. Ele odeia tanto o pecado que ele foi para esse extremo. E toda a honra devido à santidade de Deus por todos os santos anjos e toda a alegre obediência dos homens santos de todas as idades são nada em comparação com a oferta do próprio Cristo, a fim de que todas as exigências da santidade de Deus se cumprissem. E através de sua crucificação, Jesus exibiu a santidade. Deus recebeu glória por sua santidade.

Quarto atributo: A fidelidade de Deus. Deus é tão fiel. Deus prometeu ao mundo um Salvador e Deus lhes deu o Salvador. Quando Cristo, o impecável, foi oferecido na cruz para receber o salário total e definitivo do pecado, Deus mostrou a todo o céu e a terra que Ele era fiel. Ele era tão fiel que mesmo que isso lhe custou seu único Filho. E quando você vê esse tipo de fidelidade, você está vendo a Sua glória.

Quinto atributo: O amor. O amor de Deus é visto na cruz como em nenhum outro lugar. “Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro” (I João 4:19). João sintetiza o amor de Deus ao dizer que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Deus foi glorificado por seu amor demonstrado por seu filho crucificado.

Esses são alguns atributos de Deus manifestos na cruz. E eles nunca foram tão claros na história do mundo como eles estavam na cruz do Calvário. E não é só o Filho do homem que foi glorificado, mas ele glorificou a Deus. E por isso é que o Pai e o Filho são ativamente engajados em glorificar um ao outro. E nós poderíamos falar sobre a graça, a misericórdia de Deus e todos os outros atributos divinos que estiveram lá na cruz..

Então há uma terceira declaração no v.32: “Se Deus é glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e logo o há de glorificar”. Em outras palavras, você tem três coisas: Cristo é glorificado; na cruz, Deus é glorificado e Deus ainda vai glorificar a Cristo após a ressurreição. O Pai não iria parar na cruz. Haveria a ressurreição. Haveria a ascensão. Haveria a exaltação de Cristo sentado à direita do Pai. Haveria o retorno de Cristo em glória total.

Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o SENHOR, para glória de Deus Pai. (Filipenses 2:9-11)

Virá um dia em que todos os joelhos no mundo se curvarão a Jesus Cristo. Deus vai glorificar o Filho. Em Hebreus 1:3, a Bíblia diz o seguinte: “O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas”.

Em I Pedro capítulo 3, versículo 21-22, Pedro traz o mesmo fato dizendo: “… pela ressurreição de Jesus Cristo; o qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu, havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências”. Jesus Cristo não somente foi glorificado em sua morte, mas também na sua ressurreição, ascensão, exaltação e na segunda vinda gloriosa no futuro.

Agora toda essa glória que estava vindo a Cristo significava que Cristo tinha que sair: “Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco. Vós me buscareis, mas, como tenho dito aos judeus: Para onde eu vou não podeis vós ir; eu vo-lo digo também agora” (v.33). Ele chama-lhes cariosamente de “filhinhos”, original do grego “TEKNIA”, que quer dizer: “criancinhas, filhos pequeninos, crianças de peito”.

Ele disse aos religiosos hipócritas em João 8:21: “Eu retiro-me, e buscar-me-eis, e morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, não podeis vós vir.”. Ele não diz isto a seus amados discípulos. Ele simplesmente diz: “Vocês não podem vir agora”. E pela Sua morte Jesus iria para o Pai, e eles iriam sentir falta dele. Eles perderiam sua proximidade física com Jesus. Eu posso imaginar, e você também pode, quanta falta fez a presença física de Jesus entre eles. Quando Jesus foi elevado aos céus diante dos olhos deles, após a ressurreição, Atos 1:9-11 diz: 

Vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.

O amado mestre não mais estaria fisicamente com eles, mas a promessa de sua volta alimentou a fé e a esperança daqueles homens. Eles haviam ouvido esta promessa do próprio Jesus:

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também (João 14:1-3).

Jesus estava próximo de ser glorificado, os discípulos também seriam no futuro, mas não era ainda o momento. E Jesus lhes apresenta a separação por causa da sua glória. E o cristão comprometido está preocupado com a glória de seu Senhor. É o coração do evangelho: A morte, a ressurreição, a exaltação e a volta de Jesus Cristo.

Em 1805, Henry Martin foi para Índia pregar o evangelho. Enquanto observava um templo Hindu, quando ele chegou na Índia, ele viu pessoas prostrando-se diante de imagens. E ele escreveu em seu diário: “Estou mais horrorizado do que posso expressar. Eu não posso suportar viver se Jesus não for glorificado, seria um inferno para mim”. E alguém lhe disse: – Por que isso? Por que você está tão preocupado com a Sua glória? E ele respondeu esta: “Eu sou um com Cristo e estou profundamente ferido com esta idolatria dos homens.”

O cristão verdadeiro é identificado pelo amor

Outra marca que realmente vai distinguir o verdadeiro discípulo do mundo é o amor. Jesus disse aqui que o amor deve ser a marca de seus discípulos. Note no versículo 34: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. A primeira marca distintiva diante do mundo para um crente é que ele está totalmente absorvido em dar glória ao seu Senhor. A segunda marca distintiva de um discípulo verdadeiro é o seu amor.

João disse que “esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros” (I João 3:11) e que “qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus” (I João 3:10). Temos uma nova capacidade de amar dada por Deus, porque “o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Romanos 5:5).

A Bíblia nos diz que o amor substitui a lei, pois “o cumprimento da lei é o amor” (Romanos 13:10). Nós não precisamos de regras e regulamentos, pois “se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Romanos 13:9). Portanto “a ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros” (Romanos 13:8) E que tipo de amor é este? Ele diz – “O amor como eu vos amei.” Um padrão celestial de amor.

Como você pode manifestar o amor visível? Bem, há duas maneiras básicas.

Primeiro: dizendo – “Perdoe-me”. Isso é uma coisa difícil, não é? Dizer “Perdoe-me” ao irmão que você não ama? Se você está disposto a fazer isso, então você está realmente no caminho da cruz. Mas deixe-me dizer isto claramente, se você não está disposto hoje, agora, para ir a alguém que você não ama e dizer: “Perdoe-me”, então você não quer ser um cristão verdadeiro.

Segundo: dizendo – “Eu te perdoo. Você pode imaginar indo até alguém que não te ama e nunca te pediu perdão e dizer: “Eu te perdoo por não me amar”? Um espírito de perdão registra uma atitude de amor.

Você pode pensar: “Eu não posso ir por aí dizendo que eu te perdoo. Eu fui muito injustiçado”. Quando você sacrifica o que é natural você está acrescentando o que é espiritual. É um amor sobrenatural. Um amor que procede de Deus e que foi manifesto em Cristo. Isto glorifica a Deus.

A chave para o amor é a humildade. O orgulhoso não tem capacidade de amar, E se você não está disposto a ser quebrado, Deus pode dar passos para quebrar você… Quebrar esse orgulho.

Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus (Filipenses 2:3-5).

  • As únicas pessoas que têm uma capacidade de amar são pessoas humildes.
  • Se você não ama é porque você é orgulhoso e Deus odeia um coração orgulhoso. O amor é a chave.
  • E Jesus completa: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos” (v.35).

Que tenhamos o exemplo da pequena igreja de Tessalônica:”Quanto, porém, ao amor fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros” (I Tessalonicenses 4:9). Paulo apenas acrescenta: “Exortamo-vos, porém, a que ainda nisto aumenteis cada vez mais” (v.10). O amor de Jesus Cristo é o nosso padrão. Seu amor é imensurável.

Continuaremos na próxima vez.

Oh, que possamos apenas viver para a glória de Jesus Cristo. Que ao abrir a boca estejamos proferindo as coisas que glorificam a Cristo. Que a paixão de nossas vidas seja dar-Lhe glória. Que possamos sofrer tudo e permanecer firmes e dizer: “Eu te perdoo”, “Eu te amo”. Oh Pai, ensina-nos a amar e ensina-nos a ir àqueles que não amamos e dizer: “Perdão, eu quero amar você”.


Leia também: Marcas do Verdadeiro Cristão – II


Esta é uma série de sermões traduzidos de John MacArthur sobre todo o Evangelho de João.
Clique aqui e acesse o índice ordenado por capítulo, com links para leitura.


Este texto é um resumo do sermão “The Marks of the Committed Christian, Part 1”, de John MacArthur, em 23/05/1971

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

http://www.gty.org/resources/sermons/1542/the-marks-of-the-committed-christian-part-1

Tradução e síntese realizadas pelo Site Rei Eterno


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