Almas famintas

“O Senhor não deixa ter fome a alma do justo…”
(Provérbios, 10:3)

Há uma fome assolando o homem.
Há uma fome corroendo seu interior.
Dessa fome poucos estão livres.
Mesmo entre aqueles que dizem conhecer o ‘Pão do Céu’, há muitos famintos.

Essa fome tem seus sintomas: pessoas agitadas, inquietação, necessidade de novos alvos sempre.

Não é fome física.
É fome na alma.
Almas famintas.
Vidas corridas.
Necessidade de mais prazer.
Necessidade de fazer.
Dificuldade em parar.
Dificuldade em ouvir a voz do Senhor.
Dificuldade em buscar Deus.
Pouca oração.
Muito serviço.
Pouca comunhão.
Muita programação.
Muito cansaço.
Pouco crescimento.
Muita doutrina.
Pouca revelação.
Muita emoção.
Pouco arrependimento.
Aparência de piedade.
Ausência de santidade.

Almas famintas não conseguem ouvir. Não conseguem parar. Não conseguem enxergar. Só conseguem falar.

Têm necessidade contínua de planejar e Deus é convocado apenas para abençoar esses planos.

Aliás, o relacionamento da alma agitada com Deus é esse mesmo. Uma relação de ‘eu decido’, ‘você abençoa’; ‘eu falo’, ‘Você ouve’… Só que não é Deus quem decide e não é Ele quem fala na maioria das vezes, ou se fala, não há quem ouça. A ‘obrigação’ Dele é abençoar, ‘fazer dar certo’. Ele deve ouvir calado os muitos discursos que consideramos como orações, mas que não passam de vãs repetições e de falas ininterruptas produzidas por almas agitadas.

Muitas dessas almas famintas dizem se alimentar de Cristo. Mas, será possível ser alimentado pela Verdadeira Comida e permanecer com fome?

O alimento que sacia a alma faminta e a põe em descanso é um só:

“Vinde a mim os que estão cansados e sobrecarregados e eu os aliviarei… Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração e acharão descanso para as suas almas.”
(Mateus, 11:28-29)

“Resta um descanso ao povo de Deus…”
(Hebreus, 4:9)

Esse descanso é aprender a ser manso e humilde como Jesus.

Esse descanso é encontrado quando rejeitamos a nossa vontade e nos rendemos incondicionalmente à vontade Dele.

Esse descanso é encontrado quando buscamos a quietude da comunhão constante com Ele.

Esse descanso é alcançado quando “entramos no quarto, fechamos a porta” e paramos ante a Sua presença, para ouvir mais do que falar, para conhecer Aquele que ‘verdadeiramente é comida’ (João, 6:55).

Ao encontrar esse descanso a alma se rende, aquieta-se. As ansiedades são deixadas aos pés Daquele que ‘tem cuidado de nós’ (1Pe., 5:7). Os alvos terrenos são trocados facilmente por alvos eternos. Todo currículo acumulado nesse mundo é ‘reputado como perda’ (Fp 3:7). Toda riqueza dessa Terra é substituída pelas riquezas celestiais, ‘onde a traça não corrói e onde os ladrões não minam e roubam’(MT. 6:19).

Ó, Senhor, leva-nos a encontrar esse local de descanso. Livra-nos das inquietações desse Século. Livra-nos de estarmos diante da Mesa do Pai e passarmos fome, simplesmente porque não conseguimos parar para desfrutar dos banquetes espirituais que Tu tens preparado para todos aqueles que Te buscam.

Que o Senhor, e não nós, planejes nossas vidas. Porque o centro de Tua vontade é o lugar mais seguro do Universo.

Restaura a nossa comunhão Contigo. Pois na Tua presença há paz, há descanso, há abundância de alimento espiritual.

Restaura em cada um de nós o altar onde Te adoraremos todos os dias, em todos os momentos de nossas vidas.

“Volta alma ao teu descanso…”
(Salmos, 116:7)

Porque

“O Senhor não deixa ter fome a alma do justo…”
(PV. 10:3A)

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