A Sublime Justificação – 1
Este é o primeiro de uma serie de 3 sermões de John MacArthur sobre a Justificação realizada por Cristo, com base em Romanos 5:1-11. Veja no fim do texto os links dos sermões já publicados.
Estamos há algum tempo trilhando pela Carta aos Romanos. Hoje chegamos ao capítulo 5. O livro é um grande tratado do Evangelho. Até agora aprendemos que a salvação é somente pela fé, pela graça. Não é uma questão de direito, de obras e de esforço humano.
Uma questão surge nesse momento: É possível, após alguém ter recebido essa salvação – somente pela fé, pela graça e sem méritos de obras – perder essa salvação? Podemos perder a condição de filhos de Deus para nos tornar filhos do Diabo? Essa questão é motivo de divisão no mundo cristão. Foi debatida por séculos e milênios. As pessoas debatem se nossa salvação é permanente, se é eternamente segura ou não.
Alguns ensinam que a salvação deve ser mantida pelo esforço do homem. Dizem que o homem recebe a salvação pela graça, sem mérito de obras, mas somente as boas obras podem mantê-la. Ou seja, a salvação pode ser perdida, se o homem falhar. Não há certeza absoluta. Eles dizem que muitas pessoas verdadeiramente convertidas caíram da graça, voltaram à condição de filhos do diabo e perderam a salvação, e que esse fato é uma ameaça a qualquer cristão.
Se considerarmos essa afirmação como uma verdade, a questão é muito séria. Significa dizer que todos nós estaríamos vivendo em perigo mortal, ou seja, à beira do abismo da condenação. Nossa salvação dependeria de nossos méritos pessoais, e estaria condicionada à nossa capacidade de mantê-la. Ou seja, praticar boas obras suficientes para mantê-la. E se não conseguirmos manter essas obras, a salvação seria perdida.
E essa era uma questão crucial para o judeu entender o Evangelho. Todo o sistema judaico era fundamentado em obras, em méritos humanos. O capítulo 5 de Romanos é um capítulo muito poderoso, um dos mais convincentes da Bíblia sobre a questão da segurança da salvação. Começaremos a ver o capítulo 5 e, sinceramente, nem sairemos do versículo 1, porque Paulo apresenta seis grandes elos que ligam o cristão eternamente ao Salvador. Seis grandes realidades que demonstram a segurança da salvação pela fé, seis grandes verdades inerentes à salvação, que constituem seu caráter eterno, sua natureza eterna e, portanto, a garantia divina.
Essas seis realidades são familiares para nós. Existem seis presentes que vêm com a salvação. São seis componentes que definem a salvação: paz com Deus, permanência na graça, esperança da glória, certeza do amor, certeza da libertação e alegria em Deus.
Nenhum de nós é imune ao ataque do inimigo em matéria de nossa garantia, nossa confiança, nossa certeza sobre a salvação. Muitos lutam com a dúvida sobre se realmente são salvos ou se perderam a salvação. E sempre que você é atacado com tais dúvidas, deve usar o capacete da salvação para protegê-lo dos golpes do inimigo, pois ele quer esmagar sua confiança em sua salvação.
A primeira realidade que está na garantia divina de eterna salvação e segurança é a paz com Deus. E é assim que Romanos 5 começa: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (v.1).
Nós fomos justificados pela fé. Portanto, temos paz com Deus através de nosso Senhor Jesus Cristo. Temos posse presente da salvação e dessa paz. Não se trata de tranquilidade psicológica, sentimentos positivos e nem de bem-estar. Não se trata de sentimentos. Essa é uma paz que não é subjetiva.
A justificação pela fé em Jesus Cristo estabelece um novo relacionamento entre o crente e o Deus Santo. O relacionamento anterior era definido pelo fato de sermos inimigos de Deus. O verso 10 diz: “… quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho”.
Todos seres humanos no planeta, exceto os salvos, são inimigos de Deus, e Deus é seu inimigo. A questão não é como nos sentimos, a questão é o nosso relacionamento com Deus. Deus é inimigo do pecador, e o pecador é inimigo de Deus. Deus está em guerra contra o pecador, e o pecador está em guerra contra Deus.
Os não regenerados odeiam a Palavra de Deus. Por isso devemos nos reunir como igreja para alimentar o rebanho de Deus, e não para agradar os incrédulos. O ímpio odeia a verdade divina, porque é da natureza do homem odiar a Bíblia e a Deus.
O pecador, por natureza, odeia a verdade – a escrita e a encarnada [Jesus]. Deus é o inimigo do pecador, e o pecador é o inimigo de Deus. Lemos de nosso Senhor Jesus, em João 8:32, que os não regenerados estão sob o poder de Satanás. Ele disse:
Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade.
Efésios 2 diz que o mundo inteiro está literalmente sob o poder do príncipe do ar, o espírito que trabalha nos filhos da desobediência. 1 João 5:19 afirma: “O mundo inteiro jaz no maligno”. Essa é a questão. O mundo não regenerado pertence ao reino de Satanás e todos que compõem esse mundo não regenerado são guiadas por Satanás, mesmo que não saibam disso.
Rejeitar a Bíblia é um reflexo do ódio para com Deus, natural na humanidade caída. É tão poderoso no homem caído odiar a Bíblia, que há efeitos residuais disso nos cristãos. Quando você foi salvo, sua carne não foi eliminada. Ainda está lá. E um dos elementos da sua carne é a resistência à verdade de Deus. Portanto, não fico surpreso quando as pessoas dizem: “Os incrédulos não querem ouvir a Bíblia”, nem fico surpreso quando ouço que mesmo os crentes resistem às Escrituras.
Mas isto domina totalmente o homem não regenerado. Eles estão em guerra contra Deus, e Deus está em guerra contra eles. Resistem às Escrituras, porque as Escrituras são a revelação de Deus. Uma das maiores ilustrações disso é Israel. Mesmo sendo o povo de Deus – que recebeu os oráculos de Deus, a Escritura – eles se ressentiram, resistiram e a odiaram.
Isaías 13: 9, diz: “Eis que a palavra do Senhor se torna cruel, tanto com ira quanto com ira feroz. Para deixar a terra desolada, Ele destruirá os pecadores.” Essa é a condição do não regenerado e ele enfrentará a ira de Deus. Romanos 1:18 diz: “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça”. Apocalipse 14 diz que os homens beberão do vinho da ira de Deus que é derramado sem mistura no cálice de Sua indignação.
O que significa paz com Deus, nesse contexto? Isso significa que a guerra acabou. Significa que Deus não está mais lutando contra nós, não é mais nosso inimigo, não promete mais julgamento, morte e inferno. Paz com Deus é o novo status entre Deus e o redimido, que flui da reconciliação realizada em Jesus Cristo.
Agora, lembre-se, quando Jesus morreu na cruz, Ele carregou nossos pecados em Seu próprio corpo e Deus foi propiciado. Deus ficou satisfeito. A penalidade do pecado foi paga integralmente, não resta mais nada a ser pago. Por isso Jesus disse na cruz: “Está consumado” (João 19:30).
Colossenses 1:20, diz: “Através Dele”, isto é, através de Cristo, “reconciliar todas as coisas consigo mesmo, tendo feito a paz através do sangue de Sua cruz”. Paz com quem? Paz entre o pecador e Deus. Deus afastou Sua ira dos redimidos. Deus não precisa mais nos punir, porque todos os nossos pecados foram punidos em Cristo. Toda a ira de Deus foi posta sobre Jesus Cristo.
Então, a nova realidade é a paz. Em vez de sermos inimigos de Deus, somos amigos de Deus. Nós somos filhos de Deus. Nós somos os amados de Deus. A ira de Deus em relação a nós, que finalmente nos levaria para o inferno eterno, foi removida, tendo sido totalmente absorvida e resolvida em Cristo na cruz. E é isso que o versículo 1 diz: “Temos paz com Deus através de nosso Senhor Jesus Cristo”. Ele é o reconciliador. Ele é o provedor desta paz.
Diante de toda oposição que sofreu dos pecadores, ao ponto de ser chamado de endemoniado (João 8:48) e blasfemador (João 10:33), Jesus disse no cenáculo em João 14:27: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”. Isso é possível por causa da cruz. A obra de Cristo nunca precisou ser repetida. Ela foi completa e definitiva. Somos amigos de Deus, filhos de Deus, irmãos de Cristo, herdeiros juntos com Ele. Esse é o nosso novo status.
Efésios 6:15 fala sobre a armadura do cristão e que nossos pés estão calçados com o evangelho da paz. O que é o evangelho da paz? Não significa que Jesus lhe traga paz de espírito, mas que Jesus provê paz com Deus. Isso leva à paz de espírito. É por isso que Efésios 2:14 diz de Cristo: “Ele é a nossa paz”. Nossa paz com Deus foi assegurada pelo Príncipe da Paz. E essa é uma condição permanente, porque o sacrifício de Cristo a tornou permanente, satisfazendo plenamente a ira de Deus. Se Deus não estivesse totalmente satisfeito com a obra de Cristo, não haveria paz permanente.
O segundo elo da corrente que liga eternamente o redimido a Deus é a graça – permanência na graça. Isso é simplesmente magnífico! O verso 2 diz: “por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes”.
Primeiro elo, a paz com Deus; segundo elo, permanência na graça. Essa verdade é tão rica, que seus limites são inconcebíveis e certamente intocáveis. É uma realidade vasta e profunda.
Nós temos acesso a graça pela fé. É tremendo pensarmos que temos acesso a Deus e à graça. Efésios 2:18 diz que por Jesus temos acesso ao Pai em um Espírito. Efésios 3:12 diz que por Jesus temos ousadia e acesso ao Pai com confiança, mediante a fé em Jesus. Hebreus 4:16 diz: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em tempo de necessidade”.
Ao longo de sua história no Velho Testamento, os judeus não tinham livre acesso a Deus. Ele era o Santo totalmente inacessível, e isso foi estabelecido em termos inequívocos. O capítulo 19 de Êxodo indica para nós o quão inacessível Deus era. Deus aparece em uma nuvem escura e densa no capítulo 19 de Êxodo, e diz, basicamente, que não se aproximariam, nem chegariam perto.
No verso 21, o Senhor falou a Moisés: “Desce, adverte ao povo que não traspasse o limite até ao Senhor para vê-lo, a fim de muitos deles não perecerem”. No verso 24, Ele diz: “Vai, desce; depois, subirás tu, e Arão contigo; os sacerdotes, porém, e o povo não traspassem o limite para subir ao Senhor, para que não os fira”. Então, Moisés desceu ao povo e disse: “Não se aproximem de Deus”.
Todo o Antigo Testamento é definido para nós no tabernáculo e no templo. A presença de Deus estava simbolicamente no Santo dos Santos, no santuário interno. E estava absolutamente fora do alcance do povo.
Mas mesmo a estrutura do templo e a estrutura do tabernáculo, originalmente, e particularmente o templo, tinha uma série de pátios. Os gentios só podiam chegar até ao pátio dos gentios. As mulheres só podiam chegar até ao pátio das Mulheres. Os sacerdotes poderiam se aproximar um pouco mais, com a limpeza e o ritual adequados. Porém, qualquer um que se aproximasse demais de Deus estaria em sério perigo. Muitos morreram por se aproximarem demais.
E o sumo sacerdote, que sozinho podia ir ao Santo dos Santos, uma vez por ano, no dia do Yom Kipur (o Dia da Expiação), só podia entrar após uma purificação cerimonial, e ele entrava lá e saía o mais rápido possível. Ele tinha sinos na túnica, para que eles soubessem se ele ainda estava se movendo ou se foi morto. Então, acesso não era uma palavra no vocabulário dos judeus. Em termos do relacionamento do homem pecador com um Deus santo, eles não tinham acesso.
Mas, a morte de Cristo alterou para sempre isso, e você se lembra que Mateus 27:51 nos diz que no momento em que Jesus morreu, o véu do templo, que separava o Santo dos Santos, foi rasgado de cima para baixo, e tudo foi escancarado. O acesso a Deus foi estabelecido. I Pedro 3:18 diz: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus”. Em Jeremias 32:38, Deus diz: “E eles serão o meu povo, e eu lhes serei o seu Deus”. Na salvação da Nova Aliança foi estabelecido um acesso à presença de Deus.
Então, voltando a Romanos 5:2, “pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes”. Tivemos não só acesso a um reino de graça, mas também fomos firmemente estabelecidos nele. Não entramos num reino para vivermos cambaleando a ponto de cair. Ao contrário, estamos firmemente estabelecidos nele, sustentados pelo poder de Deus. Não estamos em uma condição em que, tendo sido salvos pela graça, agora vivemos sob a lei, como se ela fosse o sustento de nossa salvação.
Nota do site: Quando John MacArthur fala de salvo, ele está se referindo àqueles que verdadeiramente experimentaram a obra redentora de Cristo e não aos cristão nominais.
Fomos conduzidos pela salvação a um domínio da graça, que é a mesma coisa que você recebeu quando foi salvo, e isso é perdão imerecido. Não fomos salvos pela graça para dependermos da lei para nos manter salvos. I Pedro 1:3-5 e Judas 24-25 dizem:
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós, que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo.
Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória, ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém.
Você diz: “E se um verdadeiro redimido pecar?” Romanos 5:20 nos diz que “onde o pecado abundou, superabundou a graça”. Vivemos na graça, permanecemos na graça, somos fixados na graça. Romanos 14:4 diz: “Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar”.
Nossos pecados nunca cancelam nossa salvação, porque vivemos em graça. Ela é capaz, ela tem o poder. Estamos em custódia segura. Permanecemos imóveis em um domínio dominado pela graça, que é o favor imerecido de Deus, pelo qual Ele nos salva, torna-nos justos e continua nos purificando de todo pecado. I João 2:1 diz: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”.
É uma coisa horrível dizer a uma pessoa que ela foi salva somente pela graça, mas que viverá o resto da vida em perigo de perder sua salvação. Se isso fosse verdade, então saímos do reino da graça em nossa salvação para o reino da lei em nossa santificação. Não é isso que as Escrituras ensinam. Permanecemos na graça, isso nunca muda. Nossa paz e nosso acesso são puramente pelos méritos de Cristo e Sua obra. É tudo pela graça, não podemos conquistar e nem podemos manter nossa salvação, que está ancorada na Rocha Eterna de nossa salvação.
Gálatas 5:4 diz: “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído”. A palavra traduzida como “caído”, no original, tem o sentido de “perder a compreensão a respeito de algo”. Qualquer tentativa de justificar a salvação por méritos humanos é rejeitar a salvação somente pelo mérito de Cristo. Não podemos conciliar a salvação com o mérito humano. Somos salvos pela graça e mantidos pela graça ou salvos pela lei e mantidos pela lei. Ninguém é salvo pela graça e mantido por lei.
Se eu pudesse perder minha salvação, eu a perderia com toda a certeza. E se eu pudesse recuperá-la, eu a perderia novamente. Se fosse possível para um redimido perder a salvação, todos eles a perderiam. Se dependesse de mim, minha salvação se tornaria em nada. Eu não posso manter minha salvação. Em João 10:27-29, Jesus disse:
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que me deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.
II Pedro 3:18 diz:
Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade.
Vivemos na graça, respiramos o ar da graça e crescemos na graça. O estado de salvação é um estado de graça, é a mediação graciosa de Cristo que nos trouxe, nos mantém. Pela graça, todos os nossos pecados são perdoados – passado, presente e futuro. Nunca no reino da graça a lei desempenha algum papel em nos manter salvos.
Jesus, em sua oração sacerdotal, em João 17, disse: “Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse” (v. 11-12). E no verso 20, Ele diz: “E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela tua palavra hão de crer em mim”.
Somos mantidos no reino da graça. Nós somos protegidos no reino da graça. Quando Satanás colocou em prática um plano para destruir a fé de Pedro, Jesus disse a Pedro: “Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça”. Somos sustentados pela intercessão do Senhor Jesus a nosso respeito e pelo poder intercessor do Espírito Santo (Romanos 8:26).
A graça nos concedeu perdão, o perdão judicial divino, de modo que é absolutamente impossível e impensável que a sentença do Juiz divino seja revogada ou revertida. Não há tribunais de apelação no Reino divino. Deus deu o veredicto final, concedeu a salvação, e a concedeu pelos méritos de Cristo. Não pode ser revogado.
Romanos 8:30 diz: “E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou”. Paulo emprega um recurso da língua grega: o tempo verbal no passado para enfatizar a certeza de um acontecimento futuro. Todos os que foram predestinados foram justificados, e todos que foram justificados serão glorificados. Nenhum redimido ficará para trás.
O verso 33 diz: “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica”. Quem poderá acusar com êxito alguém a quem Deus considerou justo? O verso 34 diz: “Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” E nos versos 35-39, Paulo conclui:
Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.
Tudo remonta à suficiência, finalidade e conclusão da obra de Cristo. É uma bênção indescritível entender a plenitude de nossa salvação. Vivemos em permanente relacionamento de paz com Deus, e em permanente estado de graça, que anula todos os nossos pecados. Romanos 8:1-2 diz:
Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.
Ninguém pode condenar, pois Cristo pagou o preço integralmente. I Tessalonicenses 5:23-24 diz:
E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.
Bem, há mais quatro realidades ligadas à nossa salvação, mas as veremos na próxima vez. Vamos orar.
Pai nosso, agradecemos pelo tempo que tivemos esta noite para adorar e olhar para a preciosa verdade da Tua Palavra. Agradecemos por essas duas grandes realidades: que vivemos no reino da paz estabelecida e da graça permanente. Obrigado, porque esse é um presente, um presente de amor soberano. Queremos descansar nessas realidades e deixá-las mergulhar em nossas almas. Agradecemos por elas.
Obrigado por Teu poderoso trabalho em nosso favor, por Tua grande bondade e misericórdia conosco. E, em troca, queremos amar-Te mais e servir-Te mais fielmente, e queremos espalhar a Palavra da graça por toda parte.
Ajuda-nos, então, a desfrutar de nossa salvação, a descansar nela, para não sermos perturbados ou ansiosos, mas para descansarmos em paz e graça. E sabemos que essa é a bênção repetida várias vezes no Novo Testamento: graça e paz através de nosso Senhor Jesus Cristo. E pedimos que o Senhor nos use para levarmos isso a outras pessoas. Oramos, por Tua glória. Em nome de Cristo. Amém.
Esta é uma série de 3 sermões de John MacArthur sobre a Justificação realizada por Cristo. Abaixo links dos sermões já publicados.
Este texto é uma síntese do sermão “The Divine Guarantee of an Eternal Salvation, Part 1″, de John MacArthur em 24/03/2009.
Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:
https://www.gty.org/library/sermons-library/80-350/the-divine-guarantee-of-an-eternal-salvation-part-1
Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno
Para melhor entendimento do assunto, recomendamos os textos abaixo: