Juízo do Grande Trono Branco -1
Este é o quinto de uma série de sermões de John MacArthur sobre o Reino Milenar de Cristo e o juízo do grande trono branco (Apocalipse 20). Clique aqui e veja os links dos outros já publicados.
Chegamos em Apocalipse 20:11 a 15, que nos dá a cena mais séria de toda a Bíblia, porque descreve o evento mais trágico da história da humanidade, o grande Juízo do Trono Branco.
Apocalipse 20
11 Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.
12 Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros.
13 Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras.
14 Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.
15 E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.
Este é o último dia do homem no tribunal de Deus, um tipo muito diferente de tribunal.
- Não haverá debate sobre culpa ou inocência.
- Haverá um promotor, mas nenhum defensor.
- Haverá um acusador, mas nenhum advogado de defesa.
- Haverá uma acusação com uma rápida apresentação das provas de condenação, mas nenhuma refutação ou depoimento ou interrogatório.
- Haverá um juiz implacável e nenhum júri.
- Haverá uma sentença, mas sem apelação, uma punição sem liberdade condicional em uma prisão sem saída.
Os pequenos tribunais da Terra estão muito aquém desse. Em algum lugar desconhecido para nós entre a Terra e o céu, entre o mundo como o conhecemos agora e o novo céu e a nova Terra, esse julgamento acontecerá, e será a última sala de tribunal a se reunir, por toda a eternidade. Depois disso, ninguém mais será julgado e Deus nunca mais agirá como juiz.
A Escritura diante de nós descreve o evento e seu significado. É onde todos os seres humanos não redimidos irão chegar com toda certeza. Todos os que morreram, em qualquer época, em seus pecados, sem o conhecimento de Deus, estarão lá.
Satanás fez o possível para convencer os homens de que não haverá um juízo final. Ele enganou os pecadores a acreditar que eles podem viver da maneira que quiserem e que não haverá dia de prestação de contas, de que não haverá punição futura, nenhum momento de sentença, nenhum momento em que eles se apresentarão perante o Juiz de toda a Terra. O ateísmo ou qualquer ideia que faça de Deus alguém passivo e tolerante com o pecado é parte do engano de Satanás.
A popularidade da teoria da evolução também é baseada nesse engano. É uma boa fuga imaginar que o ser humano surgiu ao acaso e desaparece para sempre quando morre. Seria bom para os que confiam nessa mentira que Deus não exista, porque se Deus não existe, não há ninguém a quem eles devam responder. Não há ninguém para julgar, e o homem está livre do medo da responsabilidade final, livre para pecar como quiser e, então, simplesmente deixar de existir.
Estas são as mentiras enganosas de Satanás ao longo dos séculos: ou não há Deus e, portanto, não há responsabilidade; ou o Deus que existe não é um Deus que vai nos julgar de forma alguma; ou existe um Deus, mas quando morremos, a vida acaba e caímos no esquecimento e na aniquilação.
Tudo isso são mentiras do Inimigo. Imagine como o apóstolo João se sentiu ao escrever a visão que recebeu sobre a ressurreição dos ímpios, uma visão da condenação eterna. A linguagem aqui é simples, direta, dura e sem nenhum embelezamento.
O evento que é descrito aqui nos versos 11 a 15 é o evento que Jesus chamou em João 5:29 de ressurreição do juízo. Tão poderoso é esse evento, que todo o Universo se desintegra. O Universo inteiro se dissolverá.
E o fogo que caiu do céu para devorar os rebeldes de Gogue e Magogue (Apoc. 20:9) – o exército rebelde do mundo que se reuniu sob o poder de Satanás e seus demônios no final do Reino de mil anos – agora se torna a glória de Deus, uma energia branca em chamas que incinera o Universo.
Temos aqui é “descriação”, dissolução, aniquilação total. Ao examinarmos este texto, um esboço simples nos ajudará a compreender a descrição. Primeiro veremos a cena e depois a convocação, então o padrão e, depois, a sentença.
A CENA
- Vi um grande trono branco (Ap. 20:11)
- Aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. (Ap. 20:11)
- Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono (Ap. 20:12)
Essa é a cena. Em uma declaração breve, direta e sem embelezamento. Um grande trono branco e diante dele, todos os mortos, grandes e pequenos. Na criação há dois capítulos em Gênesis. Na “incriação” alguns poucos versículos, e o Deus da criação torna-se o Deus da destruição. O Deus que moveu e trouxe à existência torna-se o Deus que move e elimina a existência.
“Eu vi”, uma frase muito familiar para introduzir uma nova visão ou uma nova dimensão para uma visão, conforme descemos para a segunda vinda de Cristo. É uma sequência de “Eu vi”. Nesses versos, João relata o que viu:
- O céu aberto e Jesus vindo (19:11)
- Um anjo executando juízos proferidos por Deus (19:17)
- A besta e os reis da terra pelejando contra o Senhor e seu exército (19:19)
- Um anjo descendo com uma chave e uma corrente para prender Satanás (20:1)
- Tronos onde reinarão os santos (20:4)
- Um grande trono branco ocupado por alguém cuja presença fugiram a Terra e o céu (20:11)
- Os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono (20:12)
- Um novo céu e uma nova Terra (21:1)
Aqui está a sequência de visões, ou a sequência de mudanças, dentro das visões que resumem o fim da história humana. “E eu vi” desencadeia cada nova fase, começando com o retorno de Cristo, seguido pelo Reino de mil anos, e então o grande trono branco, o julgamento e os novos céus e a nova Terra.
Lembre-se que o Juízo do Trono Branco virá:
- Após a destruição total dos rebeldes no final do Reino Milenar (Ap. 20:9).
- Após Satanás ser enviado ao lago de fogo, onde estará para sempre junto com a besta e o falso profeta (Ap. 20:10).
- Após todos os santos já estarem com corpos glorificados e trasladados da Terra.
Esse será o fim da humanidade. A humanidade não existirá mais. Um Universo físico, como o conhecemos hoje, então, não terá razão de existir, especialmente um Universo físico que foi manchado pelo pecado.
Deus iniciará o processo de destruição do Universo no tempo da Tribulação, com muitos eventos assustadores, conforme vimos anteriormente. E ali será a hora de todo o Universo amaldiçoado ser totalmente aniquilado. É uma cena abrangente.
Apocalipse 20:11 diz: “Eu vi um grande trono branco”. No livro do Apocalipse há quase 50 menções a tronos. Mas esse é um trono muito diferente. O trono no capítulo 1:4 é como o trono nos capítulos 4 e 5: é o trono de Deus no céu, o trono da majestade, o trono onde Ele se senta, reina e governa. Mas já aqui (20:11) trata-se de um trono de julgamento.
É um trono em algum lugar fora do Universo que se dissolveu. O novo céu e a nova Terra estão prestes a ser criados (capítulo 21). É chamado de Grande Trono, não tanto por causa de seu tamanho, mas por causa de seu significado, sua elevação, autoridade, majestade, poder e julgamento abrangente. É branco, por causa da pureza, santidade e justiça. Desse trono vem a justiça absoluta. É o local final do ajuste de contas. Talvez o salmista tenha tido um vislumbre disso:
Mas o Senhor permanece para sempre; estabeleceu o seu trono para exercer o juízo. Ele mesmo julgará o mundo com justiça; julgará os povos com equidade. (Salmos 9:7,8)
E certamente Daniel tinha este trono na visão que Deus deu a ele:
Daniel 7
9 Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; a sua veste era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça, como a limpa lã; o seu trono, chamas de fogo, e as rodas dele, fogo ardente.
10 Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões estavam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-se os livros.
E então, João escreve: “e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu” (Ap. 20:11). Essa é uma declaração maravilhosa e quero que você a compreenda, porque tem implicações tremendas.
Ao longo do livro de Apocalipse, Deus é aquele que está sentado no trono.
Apocalipse 4
2 E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono.
3 E o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra de jaspe e de sardônica; e o arco celeste estava ao redor do trono e era semelhante à esmeralda
O verso 8 diz que as quatro criaturas vivas proclamam dia e noite: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir”.
No capítulo 5, há Aquele que se senta no trono e um livro está em Suas mãos, e tem que ser Deus porque Ele mais tarde entregará aquele livro ao Cordeiro, que é Cristo.
Apocalipse 5
1 E vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos.
5 … Eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos.
7 E veio e tomou o livro da destra do que estava assentado no trono.
13 E ouvi a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.
Veja esses versos em Apocalipse
- 6:15 E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo servo, e todo livre se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas
- 6:16 e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro.
- 7:10 E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro.
- 19:4 E os vinte e quatro anciãos e os quatro animais prostraram-se e adoraram a Deus, assentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia!
E Jesus acrescenta a isso, quando diz em João 8:50: “Não procuro a minha glória; há quem busque e julgue”. E isso seria, é claro, Deus, Seu pai. Portanto, o juiz que está sentado no trono não é outro senão o Deus eterno e todo-poderoso. Mas há algo realmente maravilhoso nisso por causa de algumas outras Escrituras.
Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono. (Apocalipse 3:21)
Há uma indicação de que quando Deus assume o trono, Ele não está sozinho no trono. Esse é o trono da soberania e não necessariamente o trono do julgamento. Mas isso deixa claro que onde Deus se senta em julgamento e em soberania, Cristo se senta em soberania também, e certamente podemos presumir que onde Deus se senta em julgamento, Cristo também se senta em julgamento.
E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão. (Apocalipse 22:1,3).
Observamos anteriormente, nos capítulos 4, 5, 6 e 7, que não é apenas o trono de Deus, é o trono de Deus e do Cordeiro. Ele e o Pai são um, sua soberania é igual. E assim, olhamos para o trono, e a quem vemos? Nós vemos Deus, absolutamente, mas vemos Deus na forma de Jesus Cristo.
No Reino, Cristo está no trono. No julgamento das obras dos crentes, em 2 Coríntios 5:10, Cristo está no trono, e aqui, eu creio, quando João olha e vê alguém sentado no trono, certamente é Deus, mas é Deus revelado em Cristo.
Você diz: “Por que devo crer assim?” Bem, porque Ele e o Pai são um. Veja esses textos:
E o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo”. Ele deu todo o julgamento ao Filho (João 5:22)
Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo. E deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do Homem. (João 5:26,27)
Em outras palavras, a razão pela qual o Pai dá o julgamento ao Filho é porque ninguém conhece a humanidade melhor do que o Filho do homem, pois Ele era um deles.
Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação. (João 5:28,29)
É o Senhor Jesus Cristo quem os convoca para o julgamento, é o Senhor Jesus Cristo quem se senta como juiz. É Deus, então, na pessoa de Cristo. Veja o que Paulo disse no Areópago:
Atos 17
30 Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam,
31 porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos.
O varão que Ele ressuscitou dos mortos é Jesus Cristo. Deus é o juiz e Deus se assenta no trono na pessoa de Jesus Cristo e julga por meio de Cristo. Essa é uma declaração tremendamente importante. Romanos 2:16 diz que “Deus há de julgar os segredos dos homens, por meio de Jesus Cristo”.
Então, João olha para o trono, em Apocalipse 20:11, e vê Aquele que estava sentado nele. É Deus na pessoa do Cristo glorificado que se senta para julgar. Por quê? Ele foi homem para julgar o homem.
João vê o trono brilhante e o juiz. E diz algo incrível: “De cuja presença a terra e o céu fugiram, e nenhum lugar foi encontrado para eles”. O pecado amaldiçoou todo o Universo e ele foi restaurado no Reino. Houve uma restauração, um refrigério, uma restituição de todas as coisas e um tempo de regeneração do mundo.
Vimos que a Terra foi reconfigurada pelos cataclismos na Grande Tribulação. Montanhas foram aplainadas e as ilhas fugiram. O Senhor preparou a Terra de maneira restaurada para o Reino milenar. Mas, ainda é o mesmo Universo amaldiçoado pelo pecado e, portanto, deve ser eliminado, porque não se pode ter um Universo manchado pelo pecado por toda a eternidade.
Qualquer coisa que o pecado toca morre, desintegra-se e por isso tem que ser destruído. Um novo céu e uma nova Terra passarão a existir.
E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. (Apocalipse 21:1).
Não significa que os céus e a Terra foram remodelados. Eles Foram “incriados”. Eles desapareceram completamente. Aqui está o fim repentino e violento do Universo. Deus nunca planejou que durasse para sempre. Não pode. É muito temporário. Veja o que Pedro diz:
Mas o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão. (2 Pedro 3:10)
O Dia do Senhor tem um elemento no final da Tribulação, mas a expressão final do Dia do Senhor esperará por mil anos para acontecer. Isso não deve ser um problema, porque no verso 8 Pedro nos diz que um dia é como mil anos e mil anos como um dia para o Senhor. Então, o dia do Senhor certamente pode se estender por um período de mil anos.
O Dia final do Senhor virá como um ladrão. O que isso significa? De repente, de forma inesperada e devastadora “os céus passarão.” O sentido do texto original diz que os céus passarão como um assobio. E acaba.
Os elementos básicos do Universo se dissolverão, sofrerão desintegração instantânea, e a Terra e suas obras serão queimadas. Literalmente, significa que o Universo será totalmente consumido. Essa é uma descrição do fim do Universo, como o conhecemos. Pedro diz que “os céus, em fogo, se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão” (II Pedro 3:12). E então, o apóstolo completa:
Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. (2 Pedro 3:13)
É inútil tentar salvar a Terra. Se você acha que estamos bagunçando tudo no planeta, espere até ver o que Deus fará. A ciência diz que a matéria não pode ser destruída e nem criada, mas que pode ser alterada. Mas a matéria foi criada por Deus, e Ele mesmo vai destrui-la. Ela não será alterada, simplesmente deixará de existir. Veja o que diz Isaías:
Levantai os vossos olhos para os céus, e olhai para a terra em baixo, porque os céus desaparecerão como a fumaça, e a terra se envelhecerá como roupa, e os seus moradores morrerão semelhantemente (Isaías 51:6).
Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão. (Isaías 65:17)
As pessoas sempre me perguntam: “Quando entrarmos no céu eterno, nos lembraremos do passado?” Não. Qualquer memória do passado seria contaminada com o pecado. Isso vai passar, acabou, não existe mais. Assim como veio à existência pelo poder criativo de Deus, deixará de existir. Veja o que diz o escrito das Carta aos Hebreus:
E Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, E os céus são obra de tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; E todos eles, como roupa, envelhecerão, E como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, E os teus anos não acabarão. (Hebreus 1:10-12)
Você diz: “A ciência está errada quando diz que a matéria não pode ser destruída?” Claro que eles estão errados. A matéria pode ser destruída, e a não eternidade da matéria é discutida na Bíblia (Salmo 97:5, 102:25 etc.). A matéria não é eterna. Não vai durar para sempre.
Então, essa é uma cena imensa. Todo o Universo desaparece, e lá, no meio do nada, entre o fim deste Universo e o novo céu e a nova terra, está esse julgamento. Versículo 12: “E vi os mortos”. Agora, lembre-se, não há mais pessoas vivas, não há Universo.
Com a aniquilação de Gogue e Magogue (Ap. 20:9) no fim do Milênio, todos os ímpios foram mortos. E os santos trasladados. Certamente os santos sobreviventes da Grande Tribulação, quando morrerem no Milênio, serão glorificados imediatamente.
João diz: “Eu vi os mortos”. Quem são eles? Bem, eles não podem ser pessoas salvas. A igreja já foi glorificada e o arrebatamento já ocorreu bem antes dos mil anos. No final do tempo da Tribulação, os santos do Antigo Testamento foram ressuscitados na vinda de Jesus Cristo e eles foram introduzidos no Reino.
Os mártires mortos durante a Tribulação também já foram ressuscitados. No capítulo 20, versículo 4, vimos os tronos e sentados nos tronos estariam a igreja ressuscitada, os santos ressuscitados do Antigo Testamento, e aí são descritos os mártires que morreram durante a Tribulação. E qualquer santo que morrer durante o Reino será transformado na sua forma eterna.
Os piedosos já receberam sua recompensa eterna. A primeira ressurreição já passou. O versículo 6 diz: “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição”. Eles já foram abençoados e já foram santificados. Jesus disse: “quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entrará em juízo” (João 3:18) e “quem crê em mim não é julgado” (João 5:24).
Os mortos que João vê são apenas os incrédulos. E é por isso que é chamada de ressurreição da condenação. Existem duas ressurreições. Volte a João 5 em sua mente novamente e lembre-se: Jesus disse que há uma ressurreição para a vida e uma ressurreição para a condenação. Existem duas ressurreições, portanto, concluiríamos que existem dois julgamentos. Existe o julgamento das obras dos crentes, descrito em 2 Coríntios 5:10 e 1 Coríntios 3, e o juízo final sobre os ímpios.
Os mortos são todos que viveram desde a queda do homem e que não conheceram a Deus. Em Apocalipse 20:12, João diz: “vi os mortos, grandes e pequenos”. Deus não faz acepção de pessoas. O juiz não tem favoritos. Os ricos e famosos estarão ao lado dos pobres e obscuros.
John Phillips escreveu:
Há uma terrível comunhão ali, os mortos, pequenos e grandes, estão diante de Deus. Almas mortas são unidas a cadáveres em uma comunhão de horror e desespero. Pequenos homens e mulheres mesquinhas cujas vidas eram cheias de mesquinhez, egoísmo e pecados desagradáveis estarão lá. Aqueles cujas vidas não valeram nada estarão lá, cujos próprios pecados eram monótonos e deselegantes, mesquinhos, rancorosos, ranzinzas, rastejantes, vulgares, comuns e baratos.
Os grandes estarão lá, homens que pecaram com força, coragem e talento, homens como Alexandre e Napoleão. Hitler e Stalin estarão presentes, homens que se entregaram à maldade em grande escala e que morreram sem arrependimento. Agora todos serão julgados e condenados, uma horrível irmandade se reuniu pela primeira e última vez.
Todos os pecadores ímpios de toda a história humana. E o que eles estão fazendo? O versículo 12 diz: “Em pé diante do trono”. Essa é a cena judicial. “O prisioneiro, por favor, levante-se”, diz o juiz, “e aproxime-se do tribunal para ser sentenciado”. E como Hebreus diz: “É uma coisa terrível cair nas mãos de um Deus irado”. Essa é a cena.
Você sabe, eu realmente pensei que conseguiríamos ler todo o texto. Mas não fizemos. Essa é a cena. Veremos os detalhes dessa cena da próxima vez, a convocação, o padrão pelo qual as pessoas são julgadas e a sentença final. Vamos orar.
Pai, nós Te agradecemos esta noite porque podemos conhecer a Cristo, e em conhecê-Lo, não há condenação. Nós Te agradecemos, Pai, por termos sido salvos da ira vindoura, toda ela, aquilo que é descrito aqui e aquilo que é eterno. Agradecemos que não haja condenação para nós.
Agradecemos por participar da primeira ressurreição, não da segunda. Se houver uma primeira ressurreição, terá que haver uma segunda ressurreição. Portanto, deve haver dois julgamentos, um para a primeiro e outro para a segunda. Obrigado porque estaremos na primeira ressurreição e no primeiro julgamento, que não é um julgamento de pecado, mas um julgamento de nossas ações para vermos qual será nossa recompensa.
Quando esse julgamento terminar, toda a nossa madeira, feno e palha serão queimados, e tudo o que sobrar será o ouro, prata e pedras preciosas pelas quais seremos recompensados, e então teremos o louvor de Ti. Agradecemos porque o único julgamento que iremos experimentar é a determinação de nossas obras, que nos concederá um peso eterno de glória, porque o julgamento sobre nossos pecados já ocorreu no Calvário e Jesus o suportou plenamente.
Mas, Senhor, conhecer o terror que aguarda os homens nesse julgamento é realmente assustador. Que cena inacreditável! E pedimos, Senhor, que Tu acendas novamente em nossos corações uma devoção às almas dos homens para levarmos a eles a mensagem da graça salvadora, uma mensagem de esperança, para mostrar-lhes o evangelho da fuga da fúria do Grande Trono Branco .
Que possamos viver à luz dessas realidades, Senhor, e que não possamos ser distraídos, pela tolice deste mundo, das coisas que realmente importam. Que nós, como o apóstolo Paulo, não olhemos para as coisas que são vistas, mas para as coisas que não são vistas, porque as coisas que são vistas são temporais, mas as coisas que não são vistas são eternas. Que possamos colocar nossos olhos nas almas dos homens, no Deus eterno, no Senhor Jesus Cristo e viver para aquelas coisas que realmente importarão para todo o sempre.
Oramos, Pai, que o conhecimento dessas coisas seja uma grande motivação para nós. Sabemos que isso nos torna mais responsáveis e atentos. E se houver em nós alguma atitude de indiferença para com os que enfrentarão esse dia, oramos para que perdoes e substitua essa atitude por um zelo e uma paixão, como o apóstolo Paulo, que disse que quase poderia desejar ser amaldiçoado pela salvação de seu povo. E possamos nós, conhecendo o terror do Senhor, persuadir os homens.
Obrigado por esta revelação. Obrigado por nos deixar saber sobre o fim, e agora, Senhor, capacita-nos, para vivermos à luz dessa realidade. Mais uma vez, obrigado por Tua Palavra e pela graça que é nossa em Cristo, por nenhum mérito nosso, a graça que nos salva e nos livra desse julgamento. Louvamos e agradecemos, em nome de Cristo, Amém.
Este texto é uma síntese do sermão “Man’s Last Day in God’s Court, Part 1″, de John MacArthur em 20/11/1994.
Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:
https://www.gty.org/library/sermons-library/66-77/mans-last-day-in-gods-court-part-1
Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno
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Maravilhoso esse estudo sobre o trono do julgamento