A Grande Tribulação

A futura grande tribulação será um tempo terrível, nada semelhante a ela ocorreu desde a criação. Haverá os mais severos juízos de Deus. Não há esperança em se ter um mundo melhor. A Terra amaldiçoada vive sob os efeitos do pecado e da maldição, e caminha para o fogo do juízo. A humanidade corrupta sempre fracassará em tentar reverter o caos neste mundo. 

Seguindo no Evangelho de Marcos, vamos olhar agora para Marcos 13: 14-23, continuação do sermão profético de Jesus. O capítulo 13 de Marcos registra o Senhor Jesus e os discípulos sentados no Monte das Oliveiras.

Era o fim da quarta-feira da semana da cruz. Na quinta-feira haveria a celebração da Páscoa e a traição de Judas, na sexta-feira ele seria crucificado e no domingo ressuscitaria.

É um momento muito importante para nosso Senhor. Ele havia passado toda a quarta-feira no templo ensinando. Seu último dia de ensino público foi concluído. Ele havia chegado a Jerusalém na segunda-feira, na terça-feira ele expulsou os ladrões do templo, e na quarta passou o dia no templo ensinando publicamente pela última vez.

Como vimos no sermão anterior, os discípulos estavam admirando a imponência do templo (Marcos 13:1-2). Mas Jesus lhes disse: “Vês estas grandes construções? Não ficará pedra sobre pedra, que não seja derribada”. Falando da destruição do templo pelos romanos em 70 d.C.

Isso gerou uma pergunta por parte dos discípulos: “Quando sucederão estas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para cumprir-se?” (Marcos 13:4).

Eles queriam saber sobre o fim dos tempos. No relato de Mateus eles perguntaram: “Declara-nos quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo” (Mateus 24:3).

Eles queriam saber sobre o estabelecimento do reino, mas Jesus acabou de dizer a eles: “O templo vai cair e não ficará nada em pé”. Ou seja, seria a queda do templo, do sistema religioso, da cidade e da nação. Tudo iria ruir, não ficaria pedra sobre pedra. O sistema religioso seria destruído junto com o templo, e, com ele, a cidade e a nação.

Mas eles queriam saber  quando viria o reino. No momento de sua ascensão, eles voltaram a perguntar: “Senhor, é nesse tempo que restauras o reino a Israel?” (Atos 1:6). Então Jesus passou a falar dos acontecimentos anteriores à sua volta e estabelecimento de seu reino na terra

O Antigo Testamento prometeu que o Messias viria, traria a salvação, cumpriria todas as promessas feitas a Abraão, a Davi e todas as promessas estendidas relacionadas à Nova Aliança, faladas a Ezequiel e a Jeremias. A consumação dessas promessas ocorrerá no reino milenar por vir.

O profeta Isaías, no capítulo 11 e seguintes do livro de Isaías, fala das glórias do reino, então, eles querem saber: “Quando o Senhor vai estabelecer o reino? O Senhor é o Rei, o Messias, o Filho de Davi, o Senhor de Davi, o Filho do Deus vivo, o Cristo, e o Messias. Quando virá teu reino?”

Isso estava em suas mentes. Em resposta a isso, nosso Senhor lhes dá um quadro da história entre aquela noite e Seu reino. Nosso Senhor diz a eles como seria o futuro e a sua volta.

Eles não sabiam quanto tempo isso levaria, porque Jesus lhes disse: “Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai.” (Mt. 24:36). Mas ele falou sobre o que aconteceria até aquele dia.

BREVE REVISÃO DA PRIMEIRA PARTE DO SERMÃO PROFÉTICO DE JESUS

No sermão anterior vimos Marcos 13:1-13, quando Jesus falou sobre a destruição do templo, ocorrida em 70 d.C. e os terríveis problemas neste mundo entre sua primeira e segunda vinda.

Ele então passou a falar sobre os terríveis acontecimentos entre a sua primeira vinda e a segunda vinda, focando o princípio de dores, que equivalem a primeira metada da 70ª semana de Daniel, quando a Igreja não estará mais na terra.

A CONTINUAÇÃO DO SERMÃO PROFÉTICO DE JESUS

Conforme nos aproximamos da segunda vinda de Cristo, os cataclismos e as dores serão mais severas. E então, em Marcos 13: 14-23, temos um evento específico muito importante: “a grande tribulação” (Mc. 13:19). E sobre isso, ele diz:

Aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá. (Mc. 13:19)

Será um tempo muito pior do que qualquer coisa que já aconteceu. Ou seja, o presente tempo perigoso e sinistro que vivemos ficará ainda mais doloroso do que em qualquer outro período. Nunca houve nada semelhante desde a criação ao que o mundo enfrentará no futuro.

Marcos 13
¹⁴ Quando, pois, virdes o abominável da desolação situado onde não deve estar (quem lê entenda), então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes;
¹⁵ quem estiver em cima, no eirado, não desça nem entre para tirar da sua casa alguma coisa;
¹⁶ e o que estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa.
¹⁷ Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias!
¹⁸ Orai para que isso não suceda no inverno.
¹⁹ Porque aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá.
²⁰ Não tivesse o Senhor abreviado aqueles dias, e ninguém se salvaria; mas, por causa dos eleitos que ele escolheu, abreviou tais dias.
²¹ Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis;
²² pois surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos.
²³ Estai vós de sobreaviso; tudo vos tenho predito.

Antes de entrarmos diretamento no texto de Marcos 13: 14-23, vamos dar uma rápida olhada nos livros de Daniel e do Apocalipse, que detalham exatamente tudo isso que Jesus disse em seu sermão profético sobre a grande tribulação.

As 70 SEMANAS DE DANIEL(Daniel 9:20-27)

Será uma escalada de julgamentos destrutivos aterrorizantes nunca experimentadas antes. Esse tempo de tribulação de sete anos é a 70ª semana de Daniel (Daniel 9).

Satanás e os demônios assolarão a humanidade, terríveis desastres naturais, doenças, a presença do falso profeta e do anticristo, que se apoderará e dominará o mundo. Mas tudo isso não é nada mais que o julgamento de Deus.

São 70 semanas de anos e não de dias (como em Dn. 10:2-3). O profeta escreveu que estão determinadas sobre Israel e a santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos.

♦ Daniel diz que desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém (Artaxerxes- 445 a.C. – Ne. 2:1-8), até ao Ungido, ao Príncipe, 7 semanas (ou 49 anos) possivelmente término da restauração por Neemias;

♦ Além de 62 semanas (434 anos) em que  as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos.

E então, depois desse período de  69 semanas (49 + 434 = 483 anos), que aponta para a Entrada de Jesus em Jerusalém, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerras; desolações são determinadas.

Nota do site: Entre a 69ª semana e a 70ª semana de Daniel há um longo intervalo histórico. Como as 70 semanas de Daniel tem como palco Israel, a nação foi restaurada em 1948, quase 1.900 anos após sua destruição pelos romanos. Em 1967, após a guerra dos seis dias, Jerusalém voltou a ser de Israel. Mas o Monte do Templo ainda permanece sob domínio islâmico. 

Ele fará firme aliança com muitos, por 1 semana (grande tribulação de 7 anos); na metade da semana (o anticristo romperá a falsa aliança com Israel), fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador (o anticristo fará abominações em Israel), até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele (volta de Cristo).

♦ “Depois do tempo em que o sacrifício diário for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá ainda 1.290 dias. Bem-aventurado o que espera e chega até 1.365 dias” (Daniel 12:11-12)

1.290 dias = da intrusão da abominação que continuará por 1.290 dias, que incluirá os 1.260 dias (metade da última semana).

Virão mais 30 dias para a  execução do julgamento sobre os vivos que restarem na terra na segunda vinda de Cristo (Mat. 24:29-31 e 25:31-46), antes do início do reino milenar.

1.365 dias = 45 dias a mais, ainda depois dos 1.290 dias, permitirão uma  transição entre o tempo de Israel ser destruído e do estabelecimento do reino de Deus (conforme v.7). Haverá um intervalo de 75 dias entre o fim da grande tribulação e o estabelecimento do reino milenar.

Ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, quando levantou a mão direita e a esquerda ao céu e jurou, por aquele que vive eternamente, que isso seria depois de um tempo, dois tempos e metade de um tempo. E, quando se acabar a destruição do poder do povo santo, estas coisas todas se cumprirão. (Daniel 12:7)

Darei às minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco. (Apocalipse 11:3)

Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses (Ap. 13:5).

Os 1.260 dias ou 42 meses ou o que Daniel chamou de “um tempo, dois tempos e meio tempo” referem-se a mesma coisa: metade de uma semana ou 3 anos e meio. A segunda metade desses sete anos serão os mais terríveis.

O texto de Marcos 13: 14-23 é detalhado nos capítulos 6 a 19 do livro do Apocalipse. Esse tempo está por vir. E Jesus disse que será um tempo “de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo” (Mc. 13:19).

Entre os capítulos 6 e 16 do Apocalipse há os julgamentos sequenciais de Deus na grande tribulação, descritos como sete selos, sete trombetas e sete taças. São os julgamentos desastrosos que virão.

OS SETE SELOS


No capítulo 6 de Apocalipse vemos que o pergaminho com sete selos é aberto pelo Cordeiro, porque é o título de propriedade da terra. O título de propriedade do reino, e o Cordeiro tem o direito de pegar o livro e abri-lo porque Ele tem o direito de governar e reinar.

E assim, Ele desenrola o pergaminho, que é como a vontade e o testamento de Deus. Nos tempos antigos, o testamento de uma pessoa era selado, e o selo não podia ser quebrado até que a pessoa morresse, e então seria aberto por pessoas  habilitadas e sua vontade seria revelada.

Então, o Cordeiro que é o herdeiro do trono do mundo, ele pega os selos e os quebra. Um ancião disse a João: “Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir o livro e romper os sete selos” (Ap. 5:5). E conforme os selos são rompidos (Ap. 6 a 8), temos uma sequência do que vai acontecer nesses sete anos da grande tribulação.

No primeiro selo vem um cavaleiro em um cavalo branco (Ap. 6:1-2). Ele tem um arco e uma coroa, e este é o Anticristo. No início dos sete anos, o Anticristo estabelece seu poder. Ele tem um arco e nenhuma flecha.

Ele virá aparentemente para trazer paz (ausência da flecha), e estabelece uma aliança de paz com Israel. O anticristo oferecerá uma solução para o caos. Mas não demorará muito para ele revelar quem ele realmente é.

O segundo selo aberto mostra um segundo cavalo, que é vermelho (Ap. 6:3-4), ele tira a falsa paz da terra e os homens começam a matar uns aos outros. Esse cavalo vermelho traz uma grande espada que está na mão deste cavaleiro.

Então o terceiro selo é quebrado (Ap. 6:5-6), e então surge um cavalo preto e um cavaleiro montado com uma balança na mão. O texto traz uma quadro de fome sobre a terra.

E então o quarto selo é quebrado (Ap. 6:7-8), e eis que surge “um cavalo amarelo, e o que estava montado nele chamava-se Morte; e o hades seguia com ele”. Ele tinha autoridade para matar 25% da humanidade com fome, pestes, espada e feras da terra. E tudo isto no início dos 7 anos.

Então o quinto selo foi rompido (Ap. 6:9-11), e João viu “debaixo do altar as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram”.

Então o sexto selo é quebrado (Ap. 6:12-17) e assim João descreveu:

E houve um grande terremoto; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua toda tornou-se como sangue; e as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira, sacudida por um vento forte, deixa cair os seus figos verdes. E o céu recolheu-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares. E os reis da terra, e os grandes, e os chefes militares, e os ricos, e os poderosos, e todo escravo, e todo livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos da face daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro; porque é vindo o grande dia da ira deles; e quem poderá subsistir?

Podemos ver o horror crescente quando chega ao colapso do céu e da terra no sexto selo.

Há o sétimo selo (Ap. 8:1-6). João diz que “fez-se silêncio no céu, quase por meia hora” (Ap. 8:1). Esse sétimo selo vem com 7 trombetas. E agora os desastres virão ainda mais rapidamente.

AS SETE TROMBETAS


A primeira trombeta tocada pelo anjo (Ap. 8:7) traz saraiva e fogo misturado com sangue lançado sobre terra. Um terço da terra, um terço das árvores e um terço de toda erva verde foram queimadas.

Então o anjo tocou a segunda trombeta (Ap. 8: 8-9), uma grande montanha ardendo em chamas (algum tipo de asteroide ou meteoro ou o que quer que seja) foi lançado ao mar. Um terço do mar se tornou em sangue, um terço da vida marinha pereceu e um terço dos navios foram destruídos.

Um terceiro anjo soa a terceira trombeta (Ap. 8:10-11), e outra tocha flamejante sai do céu e cai sobre a água doce e as fontes de água, chamadas Absinto. Um terço das águas  doce torna-se amarga e muitos homens morreram um razão disso.

O quarto anjo soa a quarta trombeta (Ap. 8: 12-13), um terço do sol e um terço da lua perdem sua força. Muda tudo, dia, noite, marés, estações. Um terço das estrelas é atingida e perdem seu brilho. E uma águia, voando pelo meio do céu diz: “Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das restantes vozes da trombeta dos três anjos que ainda têm de tocar!”.

O quinto anjo soa a quinta trombeta (Ap. 9:1-12). Ele abre o poço do abismo, o inferno se abre e arrota demônios sobre a terra, representados na figura de gafanhotos com poderes de escorpiões.

Esses demônios são aqueles que foram encarcerados no abismo, conforme 2 Pedro 2:4-5 e Judas 6-7. Os demônios sempre temeram ser enviados a esse abismo:

E perguntou-lhe Jesus, dizendo: Qual é o teu nome? E ele disse: Legião; porque tinham entrado nele muitos demônios. E rogavam-lhe que os não mandasse para o abismo”. (Lucas 8:30-31)

Nota: Leia mais sobre esses demônios presos no abismo no sermão Jesus: Triunfo do sofrimento – 2

Esses demônios, liderados pelo chefe deles, Abedom (que em grego é Apolliom), que é o próprio Satanás, farão coisas tão terríveis e inimagináveis que “naqueles dias os homens buscarão a morte, e de modo algum a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles” (Ap. 9:6).

Então o sexto anjo soa a sexta trombeta (Ap. 9:13-21), um exército demoníaco faz guerra contra os habitantes da terra e mata um terço da humanidade. João relata:

Assim, nesta visão, contemplei que os cavalos e os seus cavaleiros tinham couraças cor de fogo, de jacinto e de enxofre. A cabeça dos cavalos era como cabeça de leão, e de sua boca saía fogo, fumaça e enxofre. Por meio destes três flagelos, a saber, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre que saíam da sua boca, foi morta a terça parte dos homens; pois a força dos cavalos estava na sua boca e na sua cauda, porquanto a sua cauda se parecia com serpentes, e tinha cabeça, e com ela causavam dano (Ap. 9:17-19).

E então o sétimo anjo toca a sétima trombeta (Ap. 11: 15-19), e uma mensagem é dada por grandes vozes no céu: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Ap. 11:15).

A sétima trombeta inclui as sete taças, os últimos juízos de Deus retratados no capítulo 16 do Apocalipse e todos os acontecimentos que conduzirão ao estabelecimento do reino milenar (Ap. 20) e a coroação de Jesus como rei (Ap. 19).

Apesar de muitas divisões políticas e culturais, a Bíblia vê o mundo espiritual como um reino, sob a tutela de um governante, que é Satanás. Os governantes deste mundo são geralmente hostis a Cristo. Essa longa rebelião do reino do mundo acabará com o retorno glorioso de Jesus Cristo.

Ele derrotará seus inimigos e estabelecerá seu reino messiânico (Is. 2:2-3; Dn. 2:44, 7:13-14,18, 22 e 27; Lc. 1:31-33). Por isso as grandes vozes do céu disseram: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Ap. 11:15).

OS SETE FLAGELOS OU SETE TAÇAS DA IRA DE DEUS

A primeira taça da ira de Deus (Ap. 16:1-2) será derramada sobre a terra e “aos homens portadores da marca da besta (Anticristo) e adoradores da sua imagem, sobrevieram úlceras malignas e perniciosas”.

Na segunda taça da ira de Deus (Ap. 16:3) todos os seres vivos no mar morrerão.

Na terceira taça da ira Deus (Ap. 16:4-7) os rios e as fontes de água doce se tornarão em sangue. E um anjo disse:

Tu és justo, tu que és e que eras, o Santo, pois julgaste estas coisas; porquanto derramaram sangue de santos e de profetas, também sangue lhes tens dado a beber; são dignos disso (Ap. 16:5).

A quarta taça da ira de Deus (Ap. 16:8-9) fará com que o sol queime os homens com intenso calor. Mas, em vez de arrependimento, os homens blasfemarão o nome de Deus

A quinta taça da ira de Deus (Ap. 16:10-11) foi derramada pelo anjo sobre o trono da besta, cujo reino se tornará em trevas. Os homens morderão sua língua por causa da dor e blasfemarão contra Deus.

A sexta taça da ira de Deus (Ap. 16: 12-16) é derramada no grande rio Eufrates. Esse rio tem 290 Km de extensão e estabelece a fronteira leste da terra prometida por Deus a Israel. Ele é citado 5 vezes na Bíblia (Gn. 15:18; Dt. 1:7; Js. 1:4 e Ap. 9:14). Seu leito secará, abrindo caminho para um exército que marchará contra Israel. João relata:

Vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs; 14porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso. Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom (Ap. 16: 13-14,16).

A sétima taça da ira de Deus (Ap. 16:17-21) é derramada, e “e sobrevieram relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande terremoto, como nunca houve igual desde que há gente sobre a terra; tal foi o terremoto, forte e grande” (Ap. 16:18). Será a pior calamidade da história mundial.

O ABOMINÁVEL DA DESOLAÇÃO

Agora voltamos para Marcos 13. Esse é um vislumbre do tempo da tribulação e seus horrores crescentes. Você pergunta: “A igreja estará lá?” Não. A igreja será arrebatada antes desse tempo e será guardada dessa ira. Mas o evangelho será pregado por 144 mil judeus, 12 mil de cada tribo (Ap. 7:1-8).

O evangelho será pregado por duas testemunhas poderosas (Ap. 11: 3-14). Também será pregado por um anjo voando no céu com o evangelho eterno (Ap. 14:6).

O evangelho será tão poderoso que haverá pessoas salvas de todas as línguas, tribos, povos e nações (Ap. 7:9-17). Israel será salvo. Dois terços dos judeus serão julgados por incredulidade, um terço será salvo (Zc. 13:7-9). Haverá o maior reavivamento em um curto período de tempo na história humana. 

Marcos 13
14 Quando, pois, virdes o abominável da desolação situado onde não deve estar (quem lê entenda) …

Será um grande evento que todos saberão. Não foi para os discípulos, ali sentados no Monte das Oliveiras, que Jesus disse essas palavras, mas para as futuras gerações. Mateus 24:15 diz: “quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo…”. Daniel falou sobre esse abominável da desolação por três vezes.

Abominação significa algo blasfemo, algo detestável, algo abominável a Deus. É usado para se referir à imoralidade, idolatria e religião pagã. É usado no Antigo Testamento e até mesmo no livro do Apocalipse pelo menos três vezes.

Qualquer coisa que abomine a Deus, que blasfeme a Deus e, ao mesmo tempo, desole, destrua ou devaste; é frequentemente usado nas Escrituras para se referir a algo que é absolutamente devastador.

Haverá um ato de blasfêmia que devastará ou profanará em um local que não deveria ocorrer. Daniel 9:27 ele diz que quando o Anticristo vier ele atacará Jerusalém e o templo restaurado de Jerusalém no tempo da tribulação.

Daniel diz que ele fará uma aliança com os judeus por sete anos. Ele será o cara que supostamente trará o tratado final de paz no Oriente Médio. Ele fará uma aliança, mas, diz Daniel, no meio – três anos e meio ele quebrará sua aliança (Dn. 9:20-27).

O Anticristo atacará Israel, começará a massacrar os judeus, estabelecerá seu trono no templo e se declarará Deus. Na escatologia islâmica, o Mahdi, descendente de Maomé, é o messias islâmico que estabelecerá seu trono e o domínio islâmico mundial em Jerusalém no monte do templo.

E esse Mahdi será auxiliado por um profeta chamado Jesus (não se trata do Filho de Deus). O messias islâmico é o Anticristo bíblico, e o profeta Jesus islâmico é o falso profeta bíblico. O Jesus bíblico, o Filho de Deus, é o anticristo para o islamismo.

Segundo a escatologia islâmica, esse Jesus islâmico dirá a todos: “Vocês estavam errado sobre mim o tempo todo. Eu não morri, não ressuscitei, não fiz sacrifício pelo pecado de ninguém e sou um muçulmano radical”. Ele se curvará perante o Mahdi e ajudará no estabelecimento de seu reino.

O Anticristo virá para estabelecer seu governo em Jerusalém, e se colocará onde não deveria estar, no templo dedicado a Deus. O capítulo 12 de Daniel fala sobre isso em detalhes. Ele profanará o templo por um período de três anos e meio ou metade de uma semana de 7 anos (Dn. 9:27) ou 42 meses (Ap. 11:2).

Em Daniel 11:31, ele menciona a abominação da desolação em referência ao ato profanador do templo por Antíoco Epifânio, rei selêucida, no ano 167 a.C. Os judeus foram massacrados, porcos foram sacrificados no altar e foi erguido, no templo de Jerusalém, uma estátua para o ídolo Zeus. Essa história está registrada no livro não canônico de 1 Macabeus e no livro “A História dos Hebreus”, do historiador Flávio Josefo, que viveu entre os anos 37 d.C. e 100 d.C.

O ato de Antíoco Epifânio foi uma perfeita amostra do ato profanador e sanguinário do Anticristo na segunda metade da grande tribulação. Ele estabelecerá um culto a si mesmo. O que parecia ser um pacificador, liderará um massacre e uma terrível ditadura mundial, como vemos em detalhes em Apocalipse 13.

O Anticristo fará guerra contra os santos convertidos na grande tribulação (Apocalipse 13:7), massacrará os judeus (Ap. 12:1, 13, e 17). Haverá um massacre de grandes proporções.

Isso faz parte do julgamento de Deus sobre o Israel incrédulo, mas Deus não permitirá que todo o Israel morra. Ele salvará um terço dos judeus (Zc. 13:7-9). De acordo com Apocalipse 12:13-17, Deus os levará nas asas de uma águia para um lugar de refúgio, para protegê-los e entrarem no reino Milenar.

Bem, isso é o suficiente por agora. O tempo da grande tribulação será marcado por esses eventos. Toda a história humana é de dores de parto. Os primeiros três anos e meio da tribulação são de maior frequência e maior intensidade. A partir da segunda metade, atingirá seu ápice.

O fim disso tudo está registrado em Marcos 13:24-27, com Jesus vindo das nuvens com grande poder e glória, lançará a besta e o falso profeta no lago de fogo (Ap. 19:20), aniquilará os homens rebeldes (Ap. 19:21) e um anjo com a chave do abismo prenderá Satanás por mil anos (Ap. 20: 1-3).

Será o estabelecimento do Reino Milenar de Cristo na Terra. No final do milênio, haverá o juízo do grande trono branco (Ap. 21:11-15). O inferno, a morte e todos que não foram inscrito no livro da vida serão lançados no lago de fogo (Ap. 20:15). Haverá então o estado eterno, com o novo céu e a nova terra (Ap. 21). Sobre isso veremos no próximo sermão.

E QUANTO À IGREJA ARREBATADA?

Enquanto os capítulos 6 a 19 do Apocalipse falam da grande tribulação, os capítulos 4 a 5 mostram a igreja arrebatada nos céus antes da grande tribulação. Apocalipse 4:4 fala de 24 anciãos (representando a igreja) ao redor do trono, vestidos de branco com coroas de ouro em suas cabeças.

Os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, adoravam o que vive para todo o sempre e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criada. (Ap. 4: 10-11)

No capítulo 5:9-10 a igreja diz ao Senhor:

Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação; e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.

Os santos do Antigo Testamento e os santos do Novo Testamento vão reinar com Cristo. A essa altura, quando o reino milenar começar, todos os santos terão ressuscitado e todos terão seus corpos glorificados. Os que foram arrebatados antes da Grande Tribulação receberam também corpos glorificados.

No final do tempo da Tribulação, segundo Daniel 12:2, teremos a ressurreição dos santos do Antigo Testamento, para levá-los ao Reino em sua forma glorificada.  Todos os santos de todas as eras reinarão, inclusive os mártires da grande tribulação (Ap. 20:4). Estarão lá também aquele que sobreviveram  grande tribulação, porém sem corpos glorificados.

Nota: Sobre esse assunto leia os quatro sermões de John MacArthur sobre o Reino Milenar.

CONSIDERAÇÕES EM MARCOS 13: 14-27

Marcos 13
14 Quando, pois, virdes o abominável da desolação situado onde não deve estar (quem lê entenda), então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes;
15 quem estiver em cima, no eirado, não desça nem entre para tirar da sua casa alguma coisa;
16 e o que estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa.
17 Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias!
18 Orai para que isso não suceda no inverno.

Quando Jesus diz “quem lê entenda”, indica que ele não fez essa advertência aos discípulos ou a outros de sua geração que não viriam o cumprimento dessas profecias, mas para os crentes do final dos tempos.

Ele adverte que aqueles que estão na Judeia fujam para os montes diante do iminente holocausto do Anticristo. Tal será a urgência que aquele que estiver em cima do telhado deve fugir rapidamente sem entrar em casa para pegar alguma coisa, bem como aquele que estiver no campo deve fugir para as montanhas sem ir em casa pegar sua capa.

Difícil situação sofrerão as grávidas e aquelas que amamentam, seus filhos poderão ser golpeados no ventre ou esmagados se já nascidos. Jesus relata a difícil situação daquela tribulação nunca antes vista na terra. Até mesmo o inverno será um problema para a fuga dos judeus.

Marcos 13
19 Porque aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá.

Eu não sei como se poderia dizer isso de forma mais clara. Não é uma descrição da destruição de Jerusalém em 70 d.C., como dizem alguns. Há pessoas que pensam que tudo isso aconteceu na destruição de Jerusalém em 70 d.C.

O que os romanos fizeram em Jerusalém em 70 d.C. não pode ser descrito como uma tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo e que nunca jamais haverá. Se alguém realmente pensa que isso aconteceu naquele ano, ficará totalmente perdido com o livro do Apocalipse. Este será um momento sem igual.

Marcos 13
20 Não tivesse o Senhor abreviado aqueles dias, e ninguém se salvaria; mas, por causa dos eleitos que ele escolheu, abreviou tais dias.

Serão dias tão terríveis que serão abreviados pelo Senhor. O original tem o sentido de que esses dias são “mutilados” ou “amputados”. Jesus fará isso para limitar o período a 3 anos e meio.

Os dias serão abreviados por causa dos eleitos, um referência à nação de Israel (Is. 45:4) ou àqueles que se converteram durante a grande tribulação (Ap. 17:14).

Se o Senhor não abreviasse isso, não sobraria, entre os vivos na terra, ninguém para o reino. Muitos eleitos morrerão, mas muitos judeus e gentios serão preservados para entrar no reino milenar, onde terão famílias e povoarão o reino, conforme Apocalipse 20.

Marcos 13
21 Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis;
22 pois surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos.
23 Estai vós de sobreaviso; tudo vos tenho predito.

Será um momento perfeito para o surgimento de falsos profetas e falsos cristos. As pessoas estarão tão desesperadas que confiarão em qualquer um que lhes prometer alívios. Lembramos com a escatologia islâmica prevê o aparecimento do Madhi e de um Jesus, que não é o Filho de Deus.

Todos os enganadores mentirosos e satânicos irão conduzir o mundo na direção dos enganos de Satanás, para longe da verdade. Eles serão bastante convincentes, porque haverá grandes sinais e prodígios.

Ele tentará enganar os eleitos de Deus, mas isso não será possível. O Senhor protegerá os seus. O Senhor nunca perdeu e nunca perderá nenhum daqueles que ele escolheu. Ele é poderoso para guardar os seus de tropeços e de apresentá-los sem máculas diante da sua glória (Judas 24).

Os eleitos são guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo (1 Ped. 1:5). O Senhor disse que suas ovelhas conhecem e ouvem sua voz e “de modo nenhum seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos” (João 10:3,5).

O falso Messias aparentemente vai realmente se infiltrar nas fileiras daqueles que fogem. Por isso Jesus disse:

Eis que ele está no deserto!, não saiais. Ou: Ei-lo no interior da casa!, não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem (Mt. 24: 26-27)

Jesus deixou muito claro como será sua volta, quando será encerrado o período da grande tribulação (assunto que veremos no próximo sermão):

Marcos 13
24 Mas, naqueles dias, após a referida tribulação, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade,
25 as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados.
26 Então, verão o Filho do Homem vir nas nuvens, com grande poder e glória.

Apocalipse 1
7 Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém!

Não será nenhum segredo, será um evento único desde a criação. Para aqueles que se converterão na futura grande tribulação, Jesus deixou claro como as coisas se sucederão. A igreja de Cristo será arrebatada antes que a grande tribulação comece.

Pai, nós Te agradecemos por Tua verdade. Agradecemos por  poderoso impacto da Tua Palavra. Vivemos em um mundo onde as pessoas são fascinadas pela tolice e fantasias.

Que tolice especular sobre o futuro, que tolice especular sobre fantasias, viver em um mundo de fantasias, em vez de um mundo de realidade; até mesmo a ficção cristã sobre o futuro é inútil. Ajuda-nos a viver na realidade da Tua Palavra e entender o que a Tua Palavra revela, e conhecendo o juízo do Senhor, para persuadir os homens enquanto ainda temos oportunidade.

Antes que partamos, e antes que essas coisas sejam desencadeadas no mundo, ajude-nos a sermos fiéis na proclamação do evangelho e chamando as pessoas para a salvação, para que possam escapar da ira vindoura.

Nós Te agradecemos, Senhor, por Tua grande bondade em deixar nossos corações tranquilos para que o modo como as coisas estão indo no mundo não Te surpreenda; é exatamente do jeito que o Senhor disse que seria, e isso afirma nossa confiança em Tua palavra.

Senhor, agradecemos por nos amar e por enviar Teu Filho para nos salvar e nos resgatar completamente da ira vindoura; e que todos nós que ouvimos esta mensagem creiamos no evangelho.

Que não haja ninguém saindo deste lugar que esteja resistindo à gloriosa salvação que o Senhor oferece, mas que cada um de nós coloque nossa confiança em Cristo e depois proclame esta verdade. Oramos em Seu nome. Amém.


Leia Também:


Esta é uma série de  sermões de John MacArthur sobre o Evangelho de Marcos.

Clique aqui e veja o índice com os links dos sermões traduzidos já publicados desta série.


Este texto é uma síntese do sermão “The Future Tribulation”, de John MacArthur, em 27/3/2011.

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

https://www.gty.org/library/sermons-library/41-67/the-future-tribulation

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno.


 

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