A Exaltação de Jesus Cristo

O grande clamor cristão é “Jesus Cristo é o Senhor”. Essa é a nossa confissão. Ele é o Senhor. Fala de autoridade e poder absolutos, dignidade, honra, domínio e governo. Na sua volta ele exibirá “no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: Rei dos Reis e Senhor dos Senhores” (Ap 19.16). Porque ele desceu até a cruz, Deus o elevou até a mais alta exaltação nos céus.

O amor é resultado da humildade. Somente pessoas humildes amam, e somente pessoas que amam farão o que for preciso para manter a unidade no Corpo de Cristo. O modelo de humildade é Jesus Cristo.

[Cristo] subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz (Fp 2.6-8).

Jesus, mesmo sendo Deus Eterno, não considerou sua igualdade eterna com Deus, mas despojou-se dos privilégios dessa identidade, assumiu a condição humana, tornou-se um escravo e desceu até o fim, humilhando-se até a morte, e uma morte humilhante na cruz. Esse é o modelo de humildade.

Nunca houve alguém tão alto que desceu tão baixo. Essa é a atitude que precisamos ter. E a menos que você se considere, de forma estúpida, ser algo mais do que Cristo, você deve estar disposto a se humilhar.

Ele começou da divindade eterna, nós começamos de uma posição mortal e pecaminosa. Precisamos nos humilhar, e ele é o nosso exemplo. Ele se dispôs a descer do céu e ir até a morte na cruz por nós, pela nossa salvação. Estamos dispostos a nos humilhar para amar uns aos outros, para manifestar a unidade que trará honra a Ele?

E, qual foi o resultado da humildade de Jesus Cristo?

Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai (Fp 2.5-9-11).

Aquele que se humilhou foi exaltado por Deus a um lugar ainda mais alto do que Ele havia sido antes. Havia novas honras e novos privilégios que eram seus. Embora ele fosse o Deus eterno, por sua humilhação o Pai o honrou a um lugar com mais honra do que antes.

1) A humilhação de Cristo é o nosso modelo de vida

Este é o modelo de humilhação: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5). Se você está se esforçando para garantir aplausos, reconhecimento, direitos, privilégios e exigências sobre as pessoas ao seu redor, você está se colocando em uma posição muito perigosa.

Nosso Senhor disse: “Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mt 23.12; Lc 14.11; 18.14). No Sermão da Montanha ele nos ensina a nos alegrar e regozijar diante das perseguições injustas e das calúnias, difamações e injúrias contra nós, porque haverá um galardão nos céus reservado a nós (Mt 5:11-12).

À medida que nós estamos sendo humilhados, Deus está aumentando nossa recompensa eterna. Não podemos rejeitar as coisas que nos humilham. Pedro e Tiago escreveram:

… cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça. Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte (1Pe 5.5-6).

Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós (Tg 4.6-7).

Você não se humilhará sob a mão dos homens ou de Satanás, mas sob a mão soberana, poderosa e providencial de Deus, sabendo que tudo o que você pode sofrer será transformado em alegria, contentamento e recompensa eternas. Paulo escreveu:

Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito (Rm 8.26).

Qualquer coisa que entre em sua vida e que o humilhe e o diminua, acontece na presença do Senhor. Nada está fora do seu plano, do seu propósito e do seu alcance. Mas, a seu tempo, ele o exaltará.

O salmista escreveu: “Príncipes me perseguem sem causa, porém o que o meu coração teme é a tua palavra” (Sl 119.161). Ou seja, ele está dizendo: “a vida não tem sido justa comigo, estou sendo tratado injustamente”.

Sofrer injustiças e perseguições são realidades na vida. Mas no meio de tudo, ele diz: “Sobre mim vieram tribulação e angústia; todavia, os teus mandamentos são o meu prazer […] Espero, Senhor, na tua salvação…” (Sl 119.143,166).

O apóstolo Paulo escreveu:

… aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece (Fp 4.11-13).

Mesmo no meio da provação que estamos passando há benefícios espirituais, aperfeiçoamento e fortalecimento. Em meio ao sofrimento e injustiças o Senhor está nos humilhando e moldando. O Senhor também está, nas circunstâncias mais difíceis, acrescentando nossa recompensa eterna. Pedro escreveu:

Alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando. Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus (1Pe 4.13-14).

Nada pode mudar nossa posição gloriosa em Cristo, nada pode nos separar de seu amor. Por isso Paulo escreveu:

Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.38-39).

A humilhação de Jesus em si é uma realidade teológica gloriosa, é uma ilustração do tipo de conduta que o crente deve ter. Por isso Paulo escreveu: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5).

E por mais que você pense que merece, você não merece o que Cristo mereceu e voluntariamente entregou. Você é muito menos do que Jesus.

E se ele se humilhou de um lugar tão alto, infinitamente além de onde você está, para um lugar tão baixo, muito além de onde você é solicitado a ir, quem é você para não estar disposto, como miserável pecador, a se humilhar para que Deus possa exaltá-lo?. Essa é a mensagem.

Em Filipenses 2.9-11 Paulo quer que vejamos o quão alto Cristo foi exaltado para que você seja motivado a se rebaixar, a se humilhar e deixar Deus lhe exalte. Agora lembre-se do princípio: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”. Então, humilhe-se para que Deus te exalte. Essa é a mensagem das Escrituras.

Cristo se dispôs a se esvaziar de tudo o que possuía como o Filho eterno pelo bem dos outros que nada mereciam. Este é o modelo: devemos ir para baixo, e então Deus nos elevará. Se nos humilharmos Deus nos exaltará, mas se nos exaltarmos, ele nos humilhará.

Quando Deus exalta alguém, ele o exalta ao lugar mais alto. E vemos isso no caso de Cristo:

Filipenses 2
9 Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra,
11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.

2) A fonte da exaltação é Deus.

O Pai, de forma soberana, foi quem exaltou Jesus. Deus é a única fonte real de exaltação.

“Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira”. E qual foi a razão? “a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz“ (Fp 2.8). Porque ele desceu até a cruz, Deus o elevou até a mais alta exaltação nos céus.

Deus é a fonte da exaltação de Cristo. Ele é quem exaltou seu Filho pelo que ele fez em seu sofrimento e humilhação. A palavra grega traduzida como “exaltou” tem o sentido de “superexaltou”.

Não haveria prefixos ou adjetivos suficientes para descrever a elevação. Deus o exaltou de uma forma que estava além da exaltação que Ele tinha antes. Deus o ressuscitou dos mortos, o atraiu para o céu, o colocou à sua direita e o coroou com honra e glória, e “lhe deu o nome que está acima de todo nome”.

Esta se tornou a mensagem dos apóstolos. No dia de Pentecostes, em Atos capítulo 2, foi exatamente essa mensagem que Pedro anunciou a uma multidão em Jerusalém. Ele proclamou:

Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis; sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos; ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela […] A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis. Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. (At 2.22-24; 32-33; 36)

Pedro e os apóstolos repetiram ousadamente essa mesma mensagem diante do Sinédrio, quando foram ameaçados por proclamarem o nome de Jesus. Eles disseram:

O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, pendurando-o num madeiro. Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados. Ora, nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo, que Deus outorgou aos que lhe obedecem (At 5.30-32).

Paulo, referindo-se à esperança do chamamento de Deus, que, pelo seu eficaz poder, ilumina os olhos de nossos corações, escreveu:

… O qual exerceu Deus em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro (Ef 1.20-21).

Talvez a mais maravilhosa de todas as revelações dessa exaltação seja encontrada na carta aos Hebreus, onde diz:

Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles (Hb 1.1-4).

Jesus se manifestou ao mundo como o Filho do Altíssimo, ou seja, ele tem a mesma essência do Pai. Ninguém pode ser maior que o Filho de Deus. E no final de sua obra redentora, sua ascensão e coroação no céu, ele conquistou a vitória final. Ele foi exaltado como um Príncipe e Salvador que realizou a redenção. Ao redor do trono estão miríades de anjos que o adoram.

Sua exaltação não é alguma alteração em sua natureza, é simplesmente que ele recebeu mais honra pela realização da cruz. Ele se tornou o Rei que esmagou a cabeça da serpente. Ele se tornou o Profeta que falou a verdade, que forneceu a obra do evangelho que se tornou o coração da verdade a ser proclamada até os confins da terra para salvação.

Ele sempre foi Sacerdote, mas ele entrou em um nível de sacerdócio no qual vive sempre para interceder pelos santos, pois pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus (Hb 7.25). Ele é mais honrado do que nunca porque ele realizou cabalmente o propósito redentor de Deus.

Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude (Cl 1.18-19).

Pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glória, quando pela Glória Excelsa lhe foi enviada a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo (2Pe 2.17).

Jesus não se tornou mais do que era, ele já era o Deus-Homem desde Sua encarnação. Mas quando ele voltou para o céu, o Pai lhe concedeu honra e glória. E Jesus sabia disso antes mesmo da cruz. Em João 17.5 ele orou: “glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo”.

Então, a primeira coisa a entender sobre a exaltação de Cristo é que Deus é a fonte. Deus é aquele que exaltou Cristo. Muitas outras Escrituras falam sobre isso.

3) Como devemos entender a nova posição de Cristo?

O título de sua exaltação responde a isso. E qual é o título? O Pai lhe deu um “nome que está acima de todo nome” (Fp 2:9), um nome que está “acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro” (Ef 1.21).

Este é o nome supremo acima de qualquer outro nome. Um nome. Este é o título. Que nome é esse? Que título é esse? Não é Jesus, esse já era o seu nome. É um nome que fala de soberania absoluta.

Era comum sinalizar o novo estágio na vida de alguém dando-lhe um novo nome. Abrão se tornou Abraão (Gn 17.5), Jacó se tornou Israel (Gn 35.10), Saulo se tornou Paulo (At 13.9) e Simão se tornou Pedro (Jo 1.42). E Jesus também recebeu um novo nome. Qual é esse nome? “Senhor” (Fp 2.11). É o nome que está acima de todo nome.

O nome “Jesus”, que quer dizer, “Jeová Salva”, é a forma grega do nome hebraico “Josué”. Muitas pessoas tinham esse nome.

E foi o nome que ele recebeu no seu nascimento (Mt 1:21), o nome que lhe foi dado em sua humilhação. Mas não é esse o seu novo nome. O nome para Jesus dado no sentido pleno depois da sua exaltação foi “Senhor”.

“Senhor” (Fp 2.11) é a tradução da palavra grega “κύριος” (kyrios), que diz respeito, primeiramente, ao direito absoluto de governar, e no Novo Testamento indica domínio sobre pessoas e propriedades ou a posse delas.

Quando aplicado a Jesus, implica certamente, sua divindade, mas refere-se principalmente à autoridade soberana. Ele é Senhor por obra de Seu Pai. Nós não o fazemos Senhor, ninguém o faz, ele é Senhor.

Nota do site: “Adonai” e “Kyrios” são palavras que significam “Senhor” e são usadas para se referir a Deus. “Adonai” é um termo hebraico que significa “meu Senhor”. Era usado no Antigo Testamento em vez do nome divino de “Javé” (Yahweh), que os judeus não pronunciavam por respeito. “Adonai” enfatiza a autoridade e soberania de Deus sobre a criação. “Kyrios” é uma palavra grega que tem um sentido idêntico a “Adonai”. Na Septuaginta (tradução antiga grega da Bíblia hebraica) a palavra “Kyrios” é usada para representar o tetragrama “YHWH” (Yahweh).

O grande clamor cristão é “Jesus Cristo é o Senhor”. Essa é a nossa confissão. Ele é Senhor. Indica poder absoluto, autoridade absoluta, dignidade, honra, domínio e governo.

Por isso Paulo diz: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10.9).

Foi na sua ressurreição que Deus o honrou e o estabeleceu como Senhor. Na sua volta ele exibirá “no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: Rei dos Reis e Senhor dos Senhores” (Ap 19.16).

O título da exaltação de Cristo é “Senhor” e “Senhor dos senhores”. Ele é Senhor acima de todo poder, de toda autoridade, de todo domínio e de todo nome nomeado nesta era ou na era vindoura.

4) O motivo da exaltação de Jesus Cristo

Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai (Fp 2.10-11).

Então qual é o propósito de Deus? Adoração. Esta é a única resposta apropriada a Cristo e, finalmente, um dia será a resposta que todos terão que fazer. Todos um dia dobrarão os joelhos diante de Cristo.

Os redimidos confessam que Jesus é Senhor agora e, diante dele, dobram seus joelhos em adoração. Mas há aqueles que o rejeitam e vão para a eternidade sem ele. Acabam na punição eterna no inferno, e a cada momento de sua permanência no inferno reconhecerão que, de fato, Jesus é Senhor.

Ele é Senhor. A ideia de que Ele é Senhor sobre aqueles que estão no céu, na terra e debaixo da terra não pretende fazer três distinções entre seres em locais, mas simplesmente dizer que está em todo lugar. Tanto no céu ou na terra, ou na terra ou debaixo da terra, todo joelho se dobrará.

“Todo joelho de dobrará” e “toda língua confessará” são declarações emprestadas de Isaías:

Por mim mesmo tenho jurado; da minha boca saiu o que é justo, e a minha palavra não tornará atrás. Diante de mim se dobrará todo joelho, e jurará toda língua. De mim se dirá: Tão somente no Senhor há justiça e força; até ele virão e serão envergonhados todos os que se irritarem contra ele (Is 45.23-24).

Quando Deus declara que ao nome de Jesus todo joelho se dobrará, isso é uma declaração da divindade de Cristo, que ele existia na forma de Deus (Fp 2.6), e era igual a Deus. Todo joelho se dobrará diante dele. Há apenas um Deus verdadeiro, mas um Deus verdadeiro é Pai, Filho e Espírito Santo.

Então o único Deus verdadeiro, o Filho veio ao mundo, humilhou-se. O Pai então o exaltou, lhe deu o título de Senhor sobre todos, e agora ordena que todo o universo de seres conscientes dobre seus joelhos diante dele. Sejam eles anjos ou homens, todos eles se curvarão.

Tanto anjos santos ou anjos condenados, santos ou pecadores, estejam eles no céu ou no inferno, todos dobrarão seus joelhos, e todos finalmente confessarão que Jesus é Senhor. Toda língua confessará isso.

“Toda língua” – significando – “o reconhecerá”. Toda língua, seja no inferno ou no céu dirá isso. Mas aqueles que estão no inferno dirão: “Sim, Jesus é Senhor. Nós o rejeitamos, nós o recusamos; mas ele é Senhor”. Deus exaltará Jesus a este nível, para que todos se curvem diante dele. Que exaltação surpreendente.

5) O propósito da exaltação de Jesus Cristo

A fonte da exaltação é Deus, o título da exaltação é “Senhor” e o motivo da exaltação é adoração. Mas, qual é o propósito da exaltação de Cristo? “Para a glória de Deus Pai” (Fp 2.11). Porque o Pai finalmente recebe a glória. O Pai é honrado quando o Filho é adorado. O Pai disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi” (Mt 17.5).

Deus é exaltado pelo que Cristo realizou. Deus é glorificado quando você honra seu Filho. E no final, todo o universo consciente de seres no céu ou no inferno confessará: “Jesus é o Senhor”. E isso afirmará o que Deus declarou, e Deus será glorificado. Ele será glorificado no julgamento, bem como na bênção eterna. No final, tudo se resolve na glória final de Deus.

O evangelho então é a história de humilhação e exaltação. Aquele que é Deus se humilhou ao se tornar homem, assumiu o papel de um servo disposto a morrer em uma cruz. E porque Ele realizou nossa redenção, o Pai o exaltou de volta para onde ele estava, com novas honras e nova glória por sua obra redentora.

O Pai lhe deu um nome que está acima de todo nome, o nome “Senhor”. Declarou que qualquer um que venha a ele deve dizer: “Jesus é o Senhor“. E isso em si é a glória da obra redentora de Cristo.

6) Aplicações práticas da humilhação e da exaltação de Cristo em nossas vidas

É uma ilustração para todos nós de que é muito melhor nos humilhar e deixar que Deus nos glorifique, do que buscarmos glorificação e fazer com que Deus nos humilhe.

A Bíblia diz que o Filho está à direita do Pai e se tornou herdeiro de todas as coisas. A glorificação que Deus dará aos redimidos por Cristo é algo inimaginável às nossas mentes limitadas. Por isso Paulo escreveu:

Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas (2Co 4.16-18).

Se a vida não lhe deu tudo o que você queria, abrace isso e seja humilde por isso. Não viva em torno de seus próprios problemas, entregue-se em amor aos outros. Seja parte da unidade da igreja e e espere até que o Senhor o exalte com um peso eterno de glória.

Não tente obter tudo o que você acha que merece desta vida. Humilhe-se e espere pelas coisas inimagináveis que Deus tem para você em sua herança eterna. Por isso Pedro escreveu:

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo. Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo (1Pe 1.3-7).

A glória da encarnação e a glória da exaltação do Filho de Deus são projetadas por Deus para nos demonstrar o que significa humilhar-se e o que significa ser exaltado por Deus.

A humilhação de Cristo é imensurável, ele, sendo Deus, se fez servo e foi até a cruz. Nós estamos em um nível muito baixo, por mais que possamos nos humilhar, jamais terá qualquer mínimo grau de comparação à humilhação de Jesus.

Mas, mesmo assim, por graça, misericórdia e bondade de Deus, nos está reservado coisas grandiosas, e, uma delas, é que o Senhor “transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória” (Fp 3,21).

Não passe a vida tentando exigir seus direitos, tentando obter o que você acha que merece, ficando bravo com as pessoas ou vingativo. Seja humilde. Não seja presunçoso, não seja egocêntrico. Preocupe-se com os outros. Seja amoroso. Faça tudo o que puder para criar unidade.

E deixe a exaltação futura para o Senhor, porque quando Ele fizer isso, será muito além de qualquer coisa que você possa imaginar. É isso que você vê quando entende que seremos exaltados com Cristo, em Seu trono, em Sua glória. Vamos orar.

Pai, nós Te agradecemos pela Tua Palavra. Nós Te agradecemos pelo poder que ela tem de falar aos nossos corações. Nós Te agradecemos pelas glórias da Tua Palavra. Ela tem uma glória toda sua, assim como Tu. Ela tem um poder que às vezes nos constrange e convence, e ainda assim, ao mesmo tempo, nos encoraja.

Que sejamos um povo que tem uma só mente e um só espírito, com o mesmo amor, nos humilhando de maneiras amorosas para servir uns aos outros, para que possamos expor a glória do evangelho em uma igreja transformada.

Oramos isso não apenas por nossa própria igreja, mas oramos por todos os outros lugares onde Cristo é nomeado e desonrado pela discórdia, desunião, orgulho e exigências. Humilhe Teu povo para que eles possam ser exaltados no Teu devido tempo. Essa é a nossa oração. E nós nos incluímos nisso para a Tua glória. Amém.


Leis mais:


Este texto é uma síntese do sermão “God’s Exaltation of the Humble One”, de John MacArthur em 08/12/2019.

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

https://www.gty.org/library/sermons-library/81-61/gods-exaltation-of-the-humble-one

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno


 

Compartilhe

You may also like...

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.