Vida e Morte Após o Dilúvio


Este é o 8° de uma série de 8 sermões de John MacArthur sobre o Dilúvio (clique aqui e veja os links dos demais).  A teologia de incrédulos no meio da igreja tem posto em dúvida o relato de Gênesis, transformando-o em relato simbólico. Essa falsa teologia tem tentado mitigar a verdade das Escrituras com o uso de falsos argumentos ditos “científicos”,  na tentativa de adaptar os dois grandes cataclismos da Criação e do Dilúvio às concepções infundadas de que o Universo tem bilhões de anos e que Deus teria criado coisas imperfeitas para que se transformassem e evoluíssem. Em oposição à incredulidade, John MacArthur mergulha nos relatos bíblicos e mostra toda a perfeição e exatidão da Palavra de Deus.


Estamos falando sobre o Dilúvio há algumas semanas, agora, entraremos no contexto do pós- dilúvio, quando as águas já haviam baixado, e Noé, sua esposa, seus três filhos e suas três esposas, num total de oito pessoas, deixaram a arca.

Quando chegamos em Gênesis 9, vemos que eles saíram da arca, construíram um altar, adoraram ao Senhor e começaram a povoar o novo mundo. E o versículo 1 diz: “E abençoou Deus a Noé e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra.” A frase-chave aqui é “E abençoou Deus”. Ele abençoou Noé e seus filhos e, é claro, o texto deixou implícito que as esposas também.

Esta é uma boa notícia após o julgamento: bênção após a maldição. O Dilúvio foi um terrível holocausto, sem paralelo na história do mundo até hoje. Eles saíram da arca e foram para a terra seca, uma terra onde a morte foi espalhada, a morte de todas as criaturas vivas terrestres. Agora seria um começo de uma nova vida, e é bom saber que o Senhor os estava abençoando.

Em Gênesis 1:28, Deus abençoou a criação original. Também Deus proferiu bênção em Gênesis 5:2. E aqui novamente, em Gênesis 9:1, Deus os abençoou. A família de Noé havia passado mais de um ano na arca, fechados nela com os animais a bordo, navegando sobre as ondas de julgamento que afogaram a vida terrestre do planeta, e grande parte da vida marinha também.

No Dilúvio, Deus remodelou a superfície da Terra, criou bacias marítimas e novas montanhas como as conhecemos. A arca, finalmente, havia parado nas montanhas de Ararat – na moderna Turquia – escorrendo montanhas abaixo até as enormes bacias marítimas criadas na reviravolta da superfície da Terra, a qual, finalmente, estava seca e eles sozinhos no novo mundo.

E como observei no capítulo 8, versículo 20, a primeira coisa que Noé fez ao sair da arca foi construir um altar, o qual tinha dois objetivos: um ato de sacrifício, que expressou adoração a Deus, e também penitência. Os holocaustos eram ofertas de penitência, ofertas que reconheciam o pecado e a necessidade de um substituto para suportar a pena pelo pecado.

E aqui estava Noé e sua família, embora tivessem escapado do julgamento, muito, muito cientes de sua própria pecaminosidade, cientes de que certamente mereciam ter sido afogados junto com todos os outros, mas em gratidão pela graça de Deus e pela misericórdia de Deus para com eles, e em uma expressão de sua própria penitência e seu próprio reconhecimento do pecado e da necessidade de um substituto, eles ofereceram um holocausto, de fato, muitos holocaustos ao Senhor.

Esse ato de obediência, de adoração, de penitência suscitou em Deus uma resposta no versículo 21, que diz: “e o Senhor sentiu o cheiro suave”. Essa é uma forma antropomórfica de dizer que Deus ficou satisfeito com sua oferta, satisfeito com seus corações e, portanto, Deus disse para Si mesmo:

Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice, nem tornarei mais a ferir todo o vivente, como fiz. Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite, não cessarão. (Gênesis 8:21)

Noé, então, escapou do julgamento não porque ele era sem pecado, não porque ele era justo em si mesmo, mas porque ele creu em Deus e recebeu graça ou favor aos olhos de Deus. Ele viu o julgamento surpreendente, a ira extrema de Deus contra os pecadores, como ninguém mais viu. E assim, ele ofereceu a Deus um sacrifício de arrependimento, reconhecendo que sua família era pecadora, merecia a morte e precisava de um substituto para morrer em seu lugar.

Tudo isso apontando, como todos os sacrifícios do Antigo Testamento fazem, para o único sacrifício pelo pecado – a saber, Jesus Cristo. Portanto, Noé foi o primeiro sacerdote da nova humanidade. E ele reconheceu a necessidade de expiação, e esse ato moveu Deus a derramar mais graça e a fazer a promessa de que nenhum julgamento desse tipo voltaria a acontecer enquanto a Terra permanecer.

Na verdade, ao entrarmos no capítulo 9, Deus diz que a vida continuará em seu ciclo normal: tempo de semente, colheita, frio, calor, verão, inverno, dia, noite. Mas, além disso, Deus abençoou Noé. Deus, então, abençoa o novo mundo e as pessoas no novo mundo, apesar de seu pecado, o que é reconhecido novamente no versículo 21.

Deus sabe que “a intenção do coração do homem é má desde a sua meninice” (Gênesis 8:21). Isso não mudou com o Dilúvio, com a morte de quase toda a humanidade, porque Noé e sua família também eram pecadores, e eles vão produzir mais pecadores para povoar o novo mundo.

Na verdade, sabemos disso muito claramente, porque não muito tempo depois disso, no décimo primeiro capítulo de Gênesis, o mundo se torna tão pecador, que Deus tem que espalhar as pessoas por todo o globo e mudar suas línguas, como forma de punição.

Portanto, o homem é pecador, mas Deus será gracioso. E isso nos apresenta o que suponho que poderíamos chamar de “Era da Graça”. Esse é o tempo descrito em Atos 17, no versículo 30, como o tempo da ignorância. É o tempo da paciência de Deus e da tolerância de Deus, e tem durado cerca de 4.500 anos até agora.

Portanto, a vida começou no novo mundo. O homem ainda era pecador e vai produzir pecadores, cada vez mais pecadores povoando o mundo novamente com pecadores, e aqui estamos nós, a prova viva de tudo isso.

Mas, durante esse período, Deus será paciente, Deus será misericordioso com os pecadores e não destruirá o planeta em um holocausto de julgamento, como Ele fez no Dilúvio, enquanto a Terra durar, permanecer. Algum dia, o céu e a Terra passarão. Algum dia o julgamento virá.

Na verdade, esse dia já foi marcado. Atos 17 diz que o Senhor fixou o dia em que Ele julgará o mundo, e é por isso que Ele conclama todos ao arrependimento. O dia está marcado. Assim como o dia do Dilúvio foi fixado, e Noé foi informado que ele aconteceria em 120 anos, o dia do retorno de Cristo e, finalmente, da destruição dos céus e da Terra que conhecemos, está determinado, e esta é a hora de o homem se arrepender.

Como o povo na época de Noé tinha 120 anos para se arrepender, temos mais do que isso para nos arrependermos. Na verdade, já passamos 2.000 anos desde que o dia foi fixado e a revelação foi escrita no Livro de Atos. Mas neste tempo, antes do julgamento final, experimentamos bênçãos.

E a bênção, que é descrita aqui no capítulo 9 de Gênesis, é quíntupla. Vou lhes dar cinco palavras que começam com “P” que definem para nós o caráter da bênção neste período específico da economia divina: procriação, proeminência, provisão, proibição e proteção.

Isso é o que Deus nos concedeu desde Noé e, essencialmente, são os mandatos fundamentais da sociedade humana. Foi aqui que a inauguração da dispensação do governo humano começou. Temos aqui a bênção divina emoldurando a sociedade humana após o Dilúvio e continuando até hoje.

Essas são bênçãos universais para toda a humanidade. Elas não se limitam às pessoas que amam a Deus, mas são mandatos e bênçãos gerais que enquadram a vida dos homens na Terra. Elas lidam com a família, com a comida, com a saúde e com a criminalidade ou a justiça.

PROCRIAÇÃO

Gênesis 9
1 Abençoou Deus a Noé e a seus filhos e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra.

E isso  é repetido em palavras semelhantes no versículo 7. Agora, observe que foi Deus quem disse a eles, ou seja a fonte da revelação aí é o próprio Deus. E a primeira grande bênção é ser fecundo, multiplicar-se e encher a Terra.

Essa é uma repetição da ordem em Gênesis 1:28, quando Deus criou Adão e Eva e os colocou no jardim, antes que houvesse qualquer pecado, o Senhor disse a eles: “Sejam fecundos, multipliquem-se e encham a Terra”. E é exatamente isso que Ele repete aqui.

O maravilhoso privilégio de procriação, concedido ao casal original no Jardim do Paraíso, é reiterado. Ser fecundo e se multiplicar é uma expressão comum para fecundidade ou procriação. É usada inúmeras vezes. Essa frase aparece nos capítulos 17, 22, 24, 26 , 28, 35, 48 e 49 de Gênesis. É a expressão comum para procriação. E então, aqui no verso 1 do capítulo 9 está a reiteração desta primeira e primária bênção.

O homem foi feito à imagem de Deus, o que significa que o homem é transcendente. O homem é eterno, diferente dos animais e das plantas. O homem tem uma vida espiritual que não é visível e não é física. O homem é feito à imagem de Deus e possui atributos de personalidade, não possuídos por animais.

O homem é dotado de autoconsciência, razão, pensamento abstrato, valorização da beleza, emoção, consciência moral e, acima de tudo, a capacidade de se relacionar pessoalmente com outras pessoas, bem como de se relacionar pessoalmente e principalmente com Deus, poder amá-Lo, conhecê-Lo e adorá-Lo. Feito à imagem de Deus, o homem também tem a capacidade de procriar vida, de procriar esse mesmo tipo de vida.

Os animais podem procriar a vida física, mas somente o homem tem a maravilhosa bênção de ser capaz de procriar a vida espiritual. O homem não é apenas um ser físico, mas um ser espiritual, um ser racional, um ser de consciência moral, um ser que se relaciona. Os relacionamentos mais doces e maravilhosos em toda a vida são aqueles entre um homem e sua esposa, os procriadores e os filhos que eles procriam.

Deus não apenas criou o homem à Sua imagem, mas concedeu ao homem a capacidade de procriar à Sua imagem. E isso reitera novamente a bem-aventurança do casamento.  Em Gênesis 2:24 Deus definiu o casamento em termos muito simples. É assim que o casamento deve ser: “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” Duas pessoas, homem e mulher, vêm de suas famílias, estabelecem uma nova união e geram um filho que é o produto carnal dos dois. Isso é procriação.

Deus poderia ter dito a Noé: “Sabe, depois do que aconteceu com Adão e Eva, Eu decidi não permitir que você tenha filhos. Eu realmente não quero lidar com mais nada disso, então vou apenas deixar você viver até morrer e vou começar tudo de novo. Vou esterilizar todos vocês para que não produzam mais pecadores, e vou criar uma humanidade nova e sem pecado. Não haverá mais pecadores. Depois que você morrer, será o fim deles.”

Mas, Deus não fez isso. Ele deu a esses pecadores a bênção do casamento, dos filhos, a bênção da família. E Ele sabia que eles produziriam bilhões de pecadores, que viveriam vidas pecaminosas, cujos horrores seriam mitigados pelo amor conjugal e pela família.

E é verdade – conforme você avança no capítulo 10 e 11, os filhos de Noé geraram as nações. Eles foram prolíficos, eles geraram as nações. Foi a partir da linhagem de um de seus filhos, Sem, que o povo de Deus veio. E foi do povo de Deus que o Messias veio, o Redentor, aquele prometido no terceiro capítulo, versículo 15, a semente de uma mulher que esmagaria a cabeça da serpente, o Salvador dos pecadores, o conquistador de Satanás.

E então, esta foi a primeira bênção: a procriação. E eu penso que qualquer pessoa na face da Terra confessaria que em todas as provações da vida, em todas as dificuldades da vida, em todos os efeitos da pecaminosidade que afetam a vida, mesmo o não regenerado confessaria que as melhores coisas na vida são amor do cônjuge e filhos.

Essa é uma bênção diferente de qualquer outra bênção. A maior alegria humana está no casamento e em gerar filhos e ver os filhos dos filhos. Embora nem sempre permaneçam assim, os relacionamentos iniciais e as alegrias iniciais das crianças não têm comparativo humano. Ninguém conhece o amor como o amor verdadeiro de um homem e de uma mulher, e ninguém conhece o amor que se compara ao amor único e verdadeiro de um pai e de um filho.

Portanto, a primeira bênção é o casamento, filhos e netos. E você não está feliz por ter isso neste mundo pecaminoso? Isso é uma bênção para toda a humanidade! Quão bom é Deus em mitigar os efeitos do pecado, dando-nos relacionamentos íntimos, gratificantes e alegres!

Às vezes, vou ver meus netos correrem na pista ou jogar futebol ou fazer alguma atividade em que haja um muitos outros pais e muitas crianças correndo em todas as direções. E você simplesmente vê a alegria nos rostos dos pais, alegria essa que eles encontram em seus filhos. E isso é o desígnio de Deus.

PREEMINÊNCIA

Gênesis 9
2 Pavor e medo de vós virão sobre todos os animais da terra e sobre todas as aves dos céus; tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar nas vossas mãos serão entregues.

Deus repete o que já havia dito na criação:

Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. (Gênesis 1:26,28)

O domínio do homem na terra foi repetido. domínio do homem estabelecido na Criação foi restabelecido após o dilúvio. O homem não é apenas o procriador de toda a vida humana, mas o governante de todas as formas de vida inferiores. Ele é realmente o rei da Terra. Ele deve subjugar a natureza, para usá-la, para moldá-la na direção que irá refletir a utilidade, a ordem, a beleza e o propósito de seu Criador.

E mesmo depois do Dilúvio, a preeminência do homem ainda é verdade, embora tenha um sentido muito diferente, pois foi introduzido nela um elemento muito diferente: “Pavor e medo de vós virão sobre todos os animais da terra”. Esse é o elemento novo.

Antes, quando Adão foi criado e estabelecido como dominador, havia uma compatibilidade entre o homem e os animais. Todos os animais entraram na fila e foram marchando até Adão, conforme ele os nomeava. Mas, depois da Queda, passou a existir hostilidade entre o homem e o reino animal, e essa hostilidade é aqui indicada como medo e pavor.

Por um lado, essa é a evidência da maldição, por outro, é bênção que, na maioria das vezes, os animais que podem nos fazer mal tenham medo de nós. E isso geralmente é verdade no mundo animal. Deus programou os animais para terem essencialmente medo do homem.

O reino dos animais, devo dizer, e o reinado do homem sobre eles mudou, porque o reino dos animais não é mais benigno. Antes do pecado, a sua relação com o homem era de sujeição e submissão, mas agora se transformou em medo e pavor. O mundo animal amaldiçoado, desde que o pecado entrou no mundo, tem um medo geral do homem, por causa de sua inteligência superior, de seu poder superior.

Um leão pode ser uma ameaça para um homem, mas desde que esse homem se coloque em uma situação de vulnerabilidade, mas, se o homem ficar fora do caminho deles, como regra geral, os animais é que tem medo do homem.

O homem exerce um governo mais feroz, mais forte e mortal sobre os animais, e isso é por causa do desígnio de Deus. João Calvino fez um comentário interessante sobre isso. Ele disse que uma providência de Deus é que uma rédea secreta seja colocada sobre os animais para conter sua violência. Deus fez com que eles temessem o homem.

E mesmo durante o Dilúvio, todos os animais estavam na arca. Os únicos animais terrestres que sobreviveram ao Dilúvio foram os que estavam na arca. Mas, aparentemente, o comportamento feroz e instintivo dos animais foi de alguma forma controlado ou subjugado na arca, para que não houvesse uma grande hostilidade ali.

 Mas agora, o mundo animal vive essencialmente com medo do homem. Os animais não podem se organizar para conquistar o homem. Mas o homem se organiza para conquistá-los. O homem é o dominador.

No final do versículo 2, temos: “nas vossas mãos são entregues.” Todo o reino animal é para uso do homem. Você entendeu isso? Muito importante. No livro que está sendo lançado, “A Batalha pelo Começo”, há uma pequena seção sobre esse tema, que você pode achar interessante:

Se a evolução for verdadeira, os humanos são apenas uma das muitas espécies que evoluíram de ancestrais comuns. Não somos melhores do que os animais e não devemos pensar que somos. Essa é a visão evolucionista típica. É a visão dos abraçadores de árvores, de todos os ambientalistas e dos defensores de animais. Se evoluímos da matéria pura, por que devemos estimar o que é espiritual? Na verdade, se tudo evoluiu da matéria, nada espiritual é real. Em última análise, nós mesmos não somos melhores ou diferentes de qualquer outra espécie viva. Não somos nada mais do que protoplasma esperando para se tornar adubo.

Na verdade, essa é precisamente a razão por trás do movimento moderno pelos direitos dos animais, um movimento cuja razão de ser é a degradação total da raça humana. Os evolucionistas, em última análise, não nos veem como nada mais do que o topo da linha evolutiva dos animais.

Todos os defensores dos direitos dos animais são evolucionistas. Todo o seu sistema de crenças é o subproduto inevitável da teoria da evolução. A ideia deles é a de que temos que tratar os animais da mesma maneira como tratamos as pessoas, porque eles são exatamente o que somos. Ademais, temos que tratá-los melhor do que tratamos as pessoas, porque eles podem ser facilmente abusados pelas pessoas.

Existe um grupo chamado PETA – Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais. Eles afirmam que matar qualquer animal para comer é o equivalente moral do assassinato. Comer carne é canibalismo, e o homem é uma espécie tirana prejudicial ao meio ambiente.

O PETA, cada vez mais popular, se opõe à criação de animais de estimação e animais de companhia, incluindo cães-guia para cegos. Eles chamam isso de escravidão animal. Ingrid Newkirk, a controversa fundadora do PETA, disse: “Não há base racional para dizer que um ser humano tem direitos especiais. Um rato é um porco e um cachorro é um menino.”

E Newkirk disse a um repórter do Washington Post que as atrocidades da Alemanha nazista são pálidas em comparação com a matança de animais para alimentação. Segundo ela, “seis milhões de judeus morreram em campos de concentração, mas seis bilhões de frangos de corte morrerão este ano em matadouros.”

Newkirk está mais indignada com a matança de galinhas para comer do que com a matança em massa de seres humanos. Na verdade, ela provavelmente considera a extinção da humanidade a coisa mais desejável.

Ela e outros defensores dos direitos dos animais costumam fazer tais declarações. Ela disse a um repórter:

Não tenho nenhuma reverência pela vida, apenas pelas próprias entidades. Prefiro ver um espaço em branco onde estou. Isso vai soar como algo insano de novo, mas pelo menos eu não estou fazendo mal a ninguém.

Há uma revista chamada Wild Earth, um artigo nela diz:

Se você nunca pensou muito sobre a extinção humana voluntária, a ideia de um mundo sem pessoas pode parecer estranha. Mas se você der uma chance, acho que você concordará que a extinção do homem significaria a sobrevivência de milhões, senão de bilhões de espécies que vivem na Terra. A eliminação progressiva da raça humana resolveria todos os problemas sociais e ambientais do planeta.

O que essa gente pensa, que os animais não vão continuar se comendo? Isso é estúpido, irracional, imoral, mortal.

Existe uma organização chamada Igreja da Eutanásia. Eles têm uma página na web, preconizam o suicídio, o aborto, o canibalismo e a sodomia como as principais formas de diminuir a população humana. E dão no site instruções detalhadas para cometer suicídio. Tal “igreja” só tem um mandamento, é este: “Não procriarás”. Isso é loucura, mas está enraizado na ideia de evolução.

Para essas pessoas, o homem é um mero animal sem propósito, sem destino e sem semelhança com o Criador. Para eles, não temos mais dignidade do que uma ameba, e provavelmente menos.

Mas, não é assim que Deus projetou a vida. Deus a planejou para que procriássemos e para que tivéssemos destaque na Criação. E tudo na criação foi entregue em nossas mãos. Todos os peixes, todos os pássaros e todos os animais. Tudo.

PROVISÃO

Gênesis 9
3 Tudo o que se move e vive ser-vos-á para alimento; como vos dei a erva verde, tudo vos dou agora.

Agora, isso leva a um terceiro elemento, a provisão. Somos o governante proeminente da criação, isso é verdade. E Deus nos deu tudo, e Ele nos deu para nossa provisão. O versículo 2 implica comer animais, comer pássaros, bestas, coisas rastejantes, peixes.

Algumas pessoas pensam que nós, como cristãos, deveríamos estar sob algum tipo de lei alimentar, porque Israel estava debaixo de leis alimentares no Velho Testamento. Mas, antes da lei mosaica não havia leis dietéticas. “Tudo” o que se move seria alimento, segundo o verso 2. E deixe-me dizer uma coisa agora: se você estiver numa situação de sobrevivência, num deserto, por exemplo, garanto que irá comer qualquer coisa que aparecer rastejando em sua frente.

Originalmente, na Criação original, em Gênesis 1:29 e 30, o homem só podia comer plantas. Por quê? Porque a morte não tinha entrado no mundo. Não havia morte. Cada animal e o homem eram vegetarianos. Logo após a Queda, o homem começou a comer animais. No capítulo 4, versículo 20, ele nos diz que eles começaram a desenvolver a criação de gado.

Creio  que eles começaram a comer animais algum tempo depois da Queda. Mas aqui está a autorização oficial de Deus para aqueles que entraram no novo mundo. Eles podem ter feito a pergunta: “Tudo bem, estávamos entrando em um novo mundo, Deus quer que voltemos ao início e sejamos vegetarianos novamente.” E Deus diz que não, “tudo que se move e está vivo será alimento para você.”

A propósito, 1 Timóteo 4:4 diz o mesmo: “Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças.” Do que ele está falando? Comida. Existem aqueles que defendem que um cristão deve se abster de determinados alimentos. Mas, a Palavra não nos ensina a nos abster de alimentos que Deus criou para serem compartilhados com gratidão por aqueles que acreditam e conhecem a verdade, e tudo é bom.

Portanto, em Timóteo, você tem uma reiteração de Gênesis 9. Antes da lei mosaica e depois que a lei cerimonial foi posta de lado, havia o mesmo padrão. Deus disse que tudo o que se move e está vivo o homem pode comer. Não é incrível a variedade que Deus providenciou para o alimento em Seu mundo?

Somente nas sanções exclusivas da lei mosaica havia restrições alimentares. Você pode ler sobre elas em Levítico 11 e algumas outras referências. Certos animais não podiam ser comidos, e o objetivo disso era separar Israel, exclusivamente, e ensiná-los agora a viver de forma diferente das pessoas ao seu redor.

Mas, desde que essa lei foi posta de lado, desde que as cerimônias mosaicas foram postas de lado, desde que a nova aliança entrou em ação, e desde que a igreja começou, todas aquelas leis dietéticas são nulas e sem efeito.

Romanos 14 diz que algumas pessoas querem comer certas coisas e não outras, algumas pessoas não se importam de comer nada; realmente não é um problema. Apenas sejam sensíveis um ao outro. Paulo continua, dizendo que o reino de Deus não é comida e bebida.

Não há restrição alimentar para nós, como não havia para Noé e sua família no novo mundo. Você não é vegetariano porque essa seja uma questão bíblica. Comer carne, de fato, se tornou uma parte muito importante da vida no novo mundo.

Todo o mundo animal é para o homem. Então, vista seu suéter de lã feito de couro de ovelha, calce seus sapatos de couro de vaca, vista sua camisa de seda feita por um inseto, pegue sua bolsa de crocodilo e coloque um chapéu de penas em sua cabeça. Dê um passeio de charrete puxada por cavalos com sua família, vá a um restaurante e peça uma churrasco misto de frango, peixe e filé, apenas para que você possa ter uma noite em que participe plenamente da bênção de Noé.

Você tem direito a tudo isso. E não só isso, coma salada. Porque o final do versículo 3 diz para comer salada. Você vê isso aí? “Tudo vos tenho dado, como a erva verde”. Você pode comer tudo. Você obtém a salada da bênção Adâmica, e a carne da bênção Noética.

Veja, isso é graça comum. Isso é Deus derramando as bênçãos da criação. Você pode se casar, apaixonar-se, ter um relacionamento íntimo com seu cônjuge e simplesmente criar o melhor da vida nos filhos, na família e nos netos. E Deus dá tudo isso, mesmo para aqueles que sequer creem Nele. Ele nos deu uma infinidade de opções para saborear como comida.

PROIBIÇÃO

Gênesis 9
4 Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.

Existem algumas bênçãos que advêm de evitar certas coisas. O mundo está caído e, construído dentro do mundo caído, existe a lei da entropia, isto é, a desintegração das coisas. Desde a Queda, houve certas mutações de formas de vida no mundo que criaram parasitas, vírus, bactérias perigosos e, portanto, o Senhor teve que nos dar proibições.

Por que Deus está protegendo as pessoas pecadoras com essa proibição? Essa é a Sua graça comum, Sua bondade. Quando você sair para comer o churrasco misto, cozinhe-o. Não coma carne com vida. O que é isso, antes de mais nada? Não coma carne viva. Você diz: “Oh, quem come carne viva?” Existem algumas pessoas que comem carne viva, na história do mundo. Alguns em algumas áreas tribais, que consideram isso uma iguaria.

Em alguns casos, também, a proibição de comer carne crua está implícita aqui – “A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.” A imagem aqui é da carne crua. Não coma um animal vivo e não coma a carne crua ainda sangrando de um animal abatido.

Existem parasitas, bactérias, microrganismos e vírus que transmitem doenças no mundo decaído em que vivemos. Os animais carregam muitas dessas criaturas nocivas, como salmonella, clostridium, staphylococcus, outras bactérias graves e até mesmo a tênia são encontrados na carne crua. Nem sempre há lugares que possuam órgãos que fiscalizam a produção de alimentos. E Deus, em Sua bondade e em Sua graça, traz essa proibição de comer a carne viva ou crua de animais.

Por que a Bíblia nos diz para não beber sangue? Quero dizer, por razões óbvias. Todas as doenças são transportadas pelo corpo pelo sangue. As implicações de se ingerir sangue cru para a saúde são realmente sérias. No mínimo, a pessoa terá uma dor de estômago severa, porque seu estômago não consegue interagir com aquele sangue estranho, podendo gerar até uma infecção bacteriana potencialmente fatal.

Agora, Deus sabia de tudo isso. Quando o velho Noé desceu do barco, ele tinha essa relação simbiótica com os animais. Anteriormente ao Dilúvio, ele pode não ter sido um comedor de carne, porque ele era fiel a Deus, e Deus nunca deu licença para fazer o consumo de carne antes desse momento, em Gênesis 9.

Embora pudesse ter havido o consumo de carne antes do Dilúvio, Noé precisava saber se ele iria sobreviver no mundo por vir, ele precisava ser proibido de fazer o tipo de coisas que o colocariam em contato com a morte. E então, veio a ordem de cozinhar a comida. E para tornar isso possível, Deus nos deu uma descoberta maravilhosa: O Fogo.

PROTEÇÃO

Este tema é polêmico para algumas pessoas, mas não é polêmico na Bíblia. A partir do versículo 5, é como se Deus dissesse “e por falar nisso, enquanto estou falando sobre sangue, deixe-Me dizer o seguinte”:

Gênesis 9
5 Certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; da mão de todo o animal o requererei; como também da mão do homem, e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem.

6 Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem.

Esta é a lei de Deus predominante para a proteção social: a lei da pena capital ou pena de morte. Deus criou uma lei destinada a proteger as pessoas de serem mortas por outras e por animais. Qual é o primeiro pecado que encontramos no Antigo Testamento? Caim fez o quê? Matou seu irmão. Fratricídio é quando um irmão mata outro irmão. E Deus dá uma proteção eficaz contra isso, essencialmente dizendo que se alguém matar alguém, esse alguém será morto.

Você diz: “Bem, oh, eu não sei, estudos psicológicos e criminais dizem que isso não impede a criminalidade.” Mas, impede sim. Porque pessoas mortas não podem matar mais ninguém. Isso é um impedimento sério. Se você está morto, você não pode matar ninguém.

Não me venha com aquela bobagem de que a pena de morte não impede a prática de crimes. Claro que impede. Por que as pessoas acreditam nessas coisas? No versículo 5, não há muito direito penal aqui. Não existe todo um tipo enorme de sistema jurídico.

Deus apenas diz: “quero protegê-lo, e aqui está como. Vou requerer o seu sangue.” A expressão “requerer o sangue” é um sinônimo para morte. A palavra traduzida como “requerer”, no verso 5, é um termo judicial em hebraico que significa compensação, recompensa, satisfação. Literalmente, significa vingar.

Trata-se de uma sentença de morte divina. E é algo novo que Deus estava introduzindo. Você se lembra quando Caim matou Abel? Deus não matou Caim, Deus não instituiu a pena capital. Deus não deu essa proteção à civilização pré-diluviana, antediluviana. Talvez se Ele tivesse, eles não teriam ficado tão depravados tão rápido.

Mas, você se lembra que Caim, depois que matou Abel, teve medo de que alguém fosse tirar a vida dele, lembra disso? Porque qualquer pessoa que se importasse com Abel iria querer vingança sobre Caim, e Deus colocou uma marca em Caim para que ninguém fizesse isso.

E então, houve na última parte do quarto capítulo um homem chamado Lameque. E ele, você se lembra, disse que havia matado um homem e estava orgulhoso disso. Não há indicação de que Deus exigiu sua vida.

Mas agora, no novo mundo, Deus irá fornecer algumas bênçãos que Ele não fornecia antes. Ele vai autorizar a ingestão de qualquer alimento, vai dizer a eles para cozinhar para que não introduzam em seus corpos esses tipos de coisas que podem causar a morte, e Ele vai colocar em prática a pena de morte para prevenir pessoas de serem mortas.

Observe, novamente, o versículo 5: “Certamente requererei.” No Salmo 9, versículo 12, Deus é chamado de Aquele que “inquire do derramamento de sangue”, referindo-se ao fato de que Deus requer a execução do assassino como compensação pelo assassinato que cometeu.

É claro que isso é repetido em outras partes do Antigo Testamento. Em 2 Crônicas tem uma seção que trata do assunto: 

II Crônicas 24
20 E o Espírito de Deus revestiu a Zacarias, filho do sacerdote Joiada, o qual se pôs em pé acima do povo, e lhes disse: Assim diz Deus: Por que transgredis os mandamentos do SENHOR, de modo que não possais prosperar? Porque deixastes ao SENHOR, também ele vos deixará.

21 E eles conspiraram contra ele, e o apedrejaram por mandado do rei, no pátio da casa do SENHOR.
22 Assim o rei Joás não se lembrou da beneficência que Joiada, pai de Zacarias, lhe fizera; porém matou-lhe o filho, o qual, morrendo, disse: O SENHOR o verá, e o requererá.

Aqui estava um homem sendo assassinado ilegitimamente, e ele olha para o céu e diz: “Que Deus traga vingança sobre você por isso”, porque ele sabia qual era a lei de Deus contra o assassinato.

Veja também 2 Samuel, capítulo 4, a partir do versículo 10, que conta a história sobre o fato de que Davi aplicou essa lei de pena de morte para aqueles que mataram Is-Bosete, que era filho de Saul e foi morto. E Davi agiu como o agente vingador de Deus. Então, eles sabiam qual era a Lei de Deus com relação a assassinos.

E a lei não se aplicava apenas aos humanos, mas o Senhor antes de tudo diz, no verso 5, do capítulo 9 de Gênesis: “Certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; da mão de todo o animal o requererei…“. Se um animal tira a vida de um homem, a vida desse animal deve ser tirada. Esse animal cruzou a fronteira do medo e pavor que os animais deveriam ter em relação ao homem. 

Êxodo 21
28 E se algum boi escornear homem ou mulher, que morra, o boi será apedrejado certamente, e a sua carne não se comerá; mas o dono do boi será absolvido.

29 Mas se o boi dantes era escorneador, e o seu dono foi conhecedor disso, e não o guardou, matando homem ou mulher, o boi será apedrejado, e também o seu dono morrerá. 31 Quer tenha escorneado um filho, quer tenha escorneado uma filha; conforme a este estatuto lhe será feito.

Ou seja, é melhor matar o boi, antes que ele mate mais alguém. Deus vingará a morte de um homem sobre o animal que rompeu o limite de medo que o animal deve ter do homem, limite este estabelecido por Deus. Portanto, a destruição desse tipo de animal recebe sanção divina.

E Deus não estabelece a punição apenas aos animais. Ele diz ainda no verso 5: “como também da mão do homem, e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem.” O homem está incluído nisso, todo homem. “Do irmão de cada um” é uma alusão a Caim matando Abel.

E por falar nisso, na hora que Deus disse isso, havia apenas um pai e três irmãos na Terra. Matar um homem é algo grave. Matar seu irmão é algo grave. Êxodo 21:12 diz: “Quem ferir alguém, de modo que este morra, certamente será morto.”

Agora, olhe para o versículo 6, de Gênesis 9: “Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem.” 

O que isso significa? Ele repete na segunda metade da frase todas as palavras da primeira metade na ordem inversa. “Quem derramar sangue de homem, pelo homem seu sangue será derramado.” É dito assim para que possa ser lembrado. Essa é a lei da lex talionis, a lei da retaliação, a lei de talião: “olho por olho, dente por dente”, como diz Êxodo 21.

Porém, não se trata de uma vingança pessoal. “Pelo homem seu sangue será derramado” se refere simplesmente à responsabilidade da humanidade. “Pelo homem” está no sentido de humanidade. Se você matar alguém, sua vida será tirada pelo homem.

É o homem sob mandato divino, Ele é o instrumento da vingança de Deus na sociedade humana contra os assassinos. Em toda a Escritura existe a proibição da vingança pessoal. Mas a vingança social – a pena determinada pela autoridade constituída – é prescrita pela lei de Deus para a proteção do homem.

E quando você entra no Novo Testamento, Jesus confirma isso em uma das declarações realmente muito importantes. Em Mateus 26, no versículo 52, os soldados vieram ao Jardim para prenderem Jesus, e Pedro está lá. Pedro vê os soldados vindo para levar o Senhor. Ele não quer que eles façam isso, então ele puxa uma espada, lembra?

Pedro fere a orelha de Malco, o servo do Sumo Sacerdote que provavelmente estava na frente da multidão, mas ele provavelmente estava tentando cortar sua cabeça fora. Você não usa uma espada apenas para fazer arranhões nas pessoas ou para arrancar suas orelhas; ninguém é tão bom com uma espada. Muito menos Pedro, que nem era um soldado. Ele estava tentando cortar a cabeça, quando Malco se abaixou, sem dúvida, e perdeu uma orelha.

E Jesus disse a Pedro, em Mateus 26:52, o seguinte: “Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.” O que Jesus estava dizendo? Se você tirar a vida daquele homem, você tem que dar a sua vida. Você não pode usar essa espada para matar alguém e sair disso impunemente. Você tira a vida dele, e eles têm o direito de tirar a sua vida.

Jesus disse que todos aqueles que empunham a espada vão morrer pela espada. Todos os que matam morrerão. E assim, Jesus afirmou a lei da pena capital.

O apóstolo Paulo fez a mesma coisa. Ele afirmou a pena de morte. Ele estava falando em Atos 25, versículo 11, na corte romana, diante de Festo, na cidade de Cesaréia. Ele disse: “Se fiz algum agravo, ou cometi alguma coisa digna de morte, não recuso morrer; mas, se nada há das coisas de que estes me acusam, ninguém me pode entregar a eles; apelo para César.”. Paulo entendeu que a lei da pena capital era uma lei de Deus.

E então, temos aquela porção muito familiar das Escrituras, Romanos 13, verso 4, que é muito clara: “Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz em vão a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal.” O “ministro de Deus” aí se refere ao governo, à autoridade, aos poderes constituídos.

E para que serve uma espada? Uma espada não era para bater nas pessoas, não era para arranhar as pessoas. Era para matar pessoas. Era a arma mais mortal da época. Não era um chicote, não eram paus, não eram estacas, era um instrumento de morte.

E ele diz que o governo não tem este instrumento de morte para nada, mas sim, para agir como vingador de Deus, que traz a ira de Deus sobre aqueles que praticam o mal. Então, Paulo ensinou submissão às autoridades civis. Submeta-se ao governo, porque ele tem o poder da pena capital e age assim como ministro de Deus.

É desagradável pensar em uma injeção letal, em uma eletrocussão, em um enforcamento, é desagradável pensar em um pelotão de fuzilamento, pensar em uma guilhotina ou qualquer outro tipo de execução de assassinos. Mas, o assassinato é o tipo de crime que ameaça a estabilidade da sociedade civilizada. Nesse contexto, a pena capital é um poder protetor, uma necessidade determinada pelo Criador para a bênção de Sua criação.

Deus estabeleceu que o homem poderia matar animais para suprimento, defesa. Não é incrível o que vemos acontecer agora? As pessoas matam animais, vão ao tribunal e são enviadas para a prisão. Quando Deus diz que você pode matar e comer o que quiser, isso não significa matar o animal de estimação de outra pessoa.

Mas, o padrão geral é que todas essas criaturas são para nosso uso. Se você precisa de um cavalo para cavalgar, isso é maravilhoso. Se você precisa de uma cabra para manter a grama cortada, ótimo. Se você quiser comer os animais, também pode fazer isso. Porém, uma vez que você mate um homem, você vai perder sua própria vida.

A Bíblia estabelece grande diferença entre um animal e um homem. Qual é a diferença? A grande diferença está no final do versículo 6: “porque Deus fez o homem conforme a sua imagem.”. O homem é transcendente, é eterno, o homem é pessoal.

Nada é tão devastador na experiência humana quanto a morte de alguém, certo? Você pode perder seu emprego, sua casa, seu rim, seu pé, seu cachorro, e sobreviver. Mas a dor de todas as dores é quando você perde alguém da sua família, não é? Isso é por causa da personalidade. É por causa dos relacionamentos, da conexão espiritual.

Isso é verdade mesmo entre pessoas degeneradas. E o assassinato, então, é um pecado do mais alto nível no reino físico. É o crime maior. É o pior crime de todos os crimes. Você pode roubar a vaca de um homem, roubar as ovelhas de um homem, queimar o campo de um homem, arruinar sua reputação. Isso é ruim, mas a pior coisa que você pode fazer a alguém é matá-lo. É devastador para toda a família.

É o crime final contra a mais elevada criação de Deus. É um crime contra alguém criado à imagem de Deus, que é transcendente, pessoal e eterno. Um assassino é alguém que removeu uma das imagens de Deus da Terra. E, consequentemente, desfigurou severamente aquela imagem em si mesmo para merecer a morte.

E talvez o mal generalizado no mundo pré-diluviano tenha sido auxiliado e estimulado por uma falha em lidar com assassinos. Eu estaria convencido hoje de que o crime em nossa sociedade e a matança em nossa sociedade são auxiliados e estimulados por uma falha em executar assassinos, e em executá-los rapidamente.

E apenas como uma nota de rodapé, a lei mosaica prevê punições menores para homicídio culposo, homicídio inadvertido ou acidental. Logo, quando falamos da pena capital para assassinos, não estamos falando sobre mortes em guerras ou em legítima defesa.

Na verdade, na lei de Moisés havia cerca de 35 pecados diferentes para os quais Deus prescreveu a pena de morte. Mas, o assassinato é considerado como o pior de todos eles.

Então, aqui está a vida no novo mundo, em que Deus forneceu essas bênçãos:

  • Procriação: e que bênção são o casamento e a família!
  • Proeminência: e que bênção é governar, ser o rei sobre a Terra, sobre toda a vida animal, toda a vida vegetal para nosso desfrute!
  • Provisão: toda a natureza à disposição do homem para seu sustento e manutenção.
  • E então, há a maravilhosa bênção da proibição, onde o Senhor disse a Noé que não deveria comer carne crua ou beber sangue, porque é prejudicial. Deus queria protegê-los dos microorganismos mutantes que desde a Queda podem levar à morte.
  • Ainda há a proteção que estabeleceu a pena capital para assassinos.

E tudo isso é a graça comum que existe no mundo, a qual demonstra a paciência e tolerância de Deus que visa levar o homem ao arrependimento, nas palavras de Romanos 2:4. Essa é a bondade de Deus para toda a humanidade.

Deus tem sido tão paciente e gracioso, tão gentil, tão bom para os pecadores, que Ele não destruiu o mundo desde o Dilúvio, e Ele não o fará até que venha o tempo do fim. E então, podemos dizer com o apóstolo Paulo em 2 Coríntios 6:1 e 2: “Agora é o dia da salvação”, certo?

Este é o momento de ver a boa mão de Deus no mundo, de ver Sua paciência e tolerância, de reconhecer que Ele, no momento, não está derramando justo e duro juízo sobre a pecaminosidade acumulada do homem, e trata conosco com bondade.

O triste é que Romanos 1 diz que quando recebemos tudo isso de Deus, não O glorificamos como Deus, certo? É assim que o homem reage. Mas, desde o dia em que Deus fez essa promessa até hoje, ainda são derramadas bênçãos de Deus para a vida do homem. E quando o homem usa bem dessas bênçãos, ele desfruta do melhor da vida física humana.

Mas tudo isso não é um fim em si mesmo. É um meio para um fim. É a paciência e a tolerância de Deus destinadas a nos levar a reconhecer um Deus benevolente, gracioso, misericordioso e bondoso, que não nos trata de acordo com nossas iniquidades, e a abraçá-Lo como Senhor e Salvador por meio de Jesus Cristo. Esta ainda é a era da graça e o dia da salvação. Vamos orar.

Bem, cobrimos muita coisa esta noite, Pai, mas quão rico e quão perspicaz é entender o mundo em que vivemos desta forma. Obrigado por tudo que o Senhor nos deu, por todas essas bênçãos temporais. Mais do que isso, obrigado porque, por Tua graça, alguns de nós foram conduzidos às bênçãos espirituais que são nossas em Cristo.

E Te agradecemos por Ele e por nossa salvação Nele, pela qual conhecemos não apenas Tua graça comum, mas Tua graça eterna, a graça salvadora incomum. E que aqueles que não conhecem a Cristo venham a Ele e a essa graça e abracem o Salvador, para que possam não apenas conhecer a Tua bênção no tempo, no mundo físico, mas por toda a eternidade no mundo espiritual por vir. Amém.


Esta é uma série de sermões sobre o Dilúvio.  Por similaridade do assunto, o sermão referente a Gênesis 6:1-4 pode ser substituído pelo sermão pregado por John MacArthur sobre I Pedro 3:17-22 (Clique aqui e leia). Veja abaixo os links dos sermões já publicados desta série.


Clique aqui e leia os sermões traduzidos de John MacArthur sobre o livro de Gênesis


Este texto é uma síntese do sermão “Life and Death in the New World”, de John MacArthur em 06/5/2001.

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

https://www.gty.org/library/sermons-library/90-262/life-and-death-in-the-new-world

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno


 

Compartilhe

You may also like...

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.