Temos uma fé verdadeira?
Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. (João 4:23)
Uma enorme contingente dos chamados “cristãos” nunca desfrutou de uma verdadeira experiência com Deus. Substituiu-se um notável encontro com Cristo por idéias teológicas e imensas cargas religiosas. Porém, para muitos, a certeza é que no coração não existe ninguém.
Seja o que mais for que abranja, uma verdadeira experiência cristã incluiu um definido encontro com Deus. Sem isto , tudo é apenas uma sombra, um reflexo da realidade, uma cópia barata de um original outrora desfrutado por outra pessoa de quem ouvimos falar. Só pode ser uma grande tragédia na vida de qualquer homem, viver numa “igreja” por longos anos, e não conhecer nada mais real que um deus sintético, composto de teologia e lógica, mas sem olhos para ver, sem ouvidos para ouvir e sem coração para amar.
O esforço feito pelos homens, no sentido de harmonizar o cristianismo com a ciência, com a filosofia e com tudo quanto há de natural e razoável, resulta na falta de compreensão do que é cristianismo.
No centro do sistema cristão está a cruz de Cristo com o seu divino paradoxo. O poder do cristianismo aparece em sua antipatia pelos caminhos do homem decaído, jamais em acordo com eles. A cruz ergue-se em ousada oposição ao homem natural. Sua filosofia é contraria aos processo na mente não regenerada, ao ponto de parecer loucura para o mundo.
O verdadeiro cristão logo vem a compreender que, para ser vitorioso como filho do céu entre os homens na terra, terá de seguir, não o padrão comum da humanidade, mas o contrário.
Para Ter segurança, arrisca-se; perde a vida para salvá-la, e corre o perigo de perdê-la se tentar preservá-la. Desce para subir. Se se recusa a descer já está embaixo, mas quando começa a descer, está subindo. É mais forte quando está mais fraco, e mais fraco quando está forte. Embora pobre pode enriquecer a muitos, mas quando se firma na riqueza desaparece sua capacidade de enriquecer a outros.
É tanto um pessimista declarado como um otimista sem rival na terra. Quando olha para a cruz é pessimista, pois sabe que o mesmo julgamento que caiu sobre o senhor da glória condena, naquele ato, a natureza inteira e todo o mundo dos homens. Ele rejeita toda esperança humana fundamentada na ciência e no que há de natural.
Todavia, ele é serena e confiantemente otimista, pois se a cruz de Cristo condena o mundo dos homens, a vitória de Cristo garante a vitoria daqueles que “não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo 1:13).
A. W. TOZER