Sendo Corajosos e Destemidos

Seguindo nossa trilha na 1ª carta de Paulo a Timóteo, vamos olhar agora para 1 Timóteo 6:13-16, um texto que chamaria de “um solene chamado ao dever espiritual”.

É o final de uma carta que foi um chamado a Timóteo para cumprir seu ministério e fazer correções na igreja de Éfeso. Ele recebeu uma comissão de Deus, profeticamente vinda do céu, pela imposição das mãos do apóstolo (2 Tim. 1:6; 4:5) e dos anciãos (1 Tim. 4:14)

Em 1º Timóteo 6:11 Paulo diz: “Tu, porém, ó homem de Deus”. E começa a falar que um homem de Deus é conhecido pelas coisas que ele foge e pelo que ele segue, para que seja sempre fiel.

O homem de Deus não só precisa saber o que deve fazer e como deve fazer, mas precisa saber o motivo pelo qual deve fazer. Paulo escreveu:

1 Timóteo 6
13 Exorto-te, perante Deus, que todas as coisas vivifica, e perante Cristo Jesus, que, diante de Pôncio Pilatos, fez a boa confissão,
14 que guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até à manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo;
15 a qual, em suas épocas determinadas, há de ser revelada pelo bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores;
16 o único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Amém!

E assim como temos uma doxologia (louvor a glória de Deus) no início da carta, onde Paulo diz: “Ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (1 Timóteo 1:17), temos outra no fim da carta:

[…] bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores; o único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno (1 Timóteo 1:15-16).

Timóteo foi lembrado de sua comissão, salvação, dom e ordenação pública. Foi instruindo em tudo. Mas agora ele é lembrado que toda sua motivação deve ser por causa do caráter e natureza do Deus que ele serve.

Quando o apóstolo Paulo disse ao rei Agripa “Eu não fui desobediente à visão celestial” (Atos 26:19), ele estabeleceu o padrão para todo o dever espiritual.

Nenhum de nós deve ser desobediente quando Deus estabelece nosso dever. Devemos mostrar compromisso imediato, desejo ardente e voluntário de cumprir a comissão que Deus nos dá. Isso é o que Deus planejou para nós. E muito do nosso compromisso é baseado em como entendemos Deus ou em quem acreditamos que Deus seja.

JB Phillips disse:

Cristãos ineficazes transmitem uma imagem distorcida de Deus, como se Ele fosse um Deus fraco e pequeno. Por outro lado, uma vida dedicada, impactante e de grande força transmite a grandiosidade de Deus.

E assim Timóteo é chamado a cumprir seu dever baseado em quem Deus é. Ele foi chamado por Deus, ouviu profeticamente que esse chamado era válido, não seguiu apenas algum sentimento caprichoso, mas tinha confirmações de seu chamado.

Ele foi treinado por Lóide e Eunice, sua mãe e avó que eram piedosas (2 Tim. 1:5) e era diretamente ligado a Paulo. Agora ele estava amadurecendo, já que os presbíteros confirmaram esse chamado e o enviaram.

Por que ele precisava de mais motivação? Não foi o suficiente? Tudo isso em torno de sua vida, ministério e chamado não foi suficiente para compeli-lo a fazer o que Deus lhe dera para fazer?

Talvez inicialmente fosse. Mas como é o caso, inevitavelmente, em alguém que tem um ministério impactante, haverá oposição. Timóteo já tinha começado a encarar isso. Ele estava sozinho nesta igreja como aquele que Paulo havia designado para corrigir as coisas. Era uma responsabilidade muito difícil e muito solitária que Timóteo tinha.

E fazer as correções, confrontando o pecado, ele receberia oposição do pecador, e toda vez que ele confrontasse a falsa doutrina ele sofreria duros ataques. Ele era jovem e foi deixado sozinho em Éfeso.

Como qualquer jovem, ele estava mais sujeito a falhas por falta de maturidade. Paulo teve que fazer diversas correções, tais como:

Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor. Repele as questões insensatas e absurdas, pois sabes que só engendram contendas. Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente. (2 Timóteo 2:23-25)

Ele estava enfrentando dificuldades em tratar de questões difíceis com precisão bíblica e temperança. Algumas indicações são de que ele podia estar desanimado com o ministério, pois estava enfrentando muitas oposições. Ele precisava de encorajamento e de força de caráter para cumprir seu dever espiritual.

Enfrentar oposição faz parte da vida de quem está cumprindo seu dever espiritual. Haverá um grau de oposição. Eu mesmo tenho sofrido duros ataques sobre coisas que nunca falei e nunca cri, mas é dito por aí como sendo verdades.

Há livros me atacando e até mesmo um grupo de homens que se reuniram para orar durante um período, pedindo a Deus uma forma de desacreditar meu ministério. Recebi até ameaças contra minha vida. Esse tipo de oposição você pode esperar do mundo, mas é incrível quando parte daqueles que dizem seguir a Jesus.

Muitos me procuram preocupados comigo e perguntam como eu lido com tudo isso. Eu sempre digo que meu refúgio é a confiança plena em quem é meu Deus, o qual me sustenta e fortalece para prosseguir sendo fiel e leal ao meu dever espiritual de pregar a sã doutrina.

Quando alguém assume uma posição firme em pregar, defender e aplicar a verdade, atrairá dura oposição. Por isso o servo do Senhor deve estar preocupado em ser um fiel e destemido soldado de Cristo e não com popularidade e aceitação.

Não basta ser apenas ser impelido por um sentimento de obrigação para com as necessidades das pessoas. Tem que haver algo mais soberano do que isso, que nos compele a prosseguir firme quando enfrentamos oposição, crítica, ataque e perseguição. E a resposta vem em uma palavra: Deus.

Se eu entender a natureza do Deus que me chamou, se eu entender quem é o Deus a quem eu sirvo, se eu genuinamente confiar no Deus verdadeiro que é meu Deus, então eu serei encorajado. Tudo depende da minha visão de Deus.

A maneira como você vive sua vida é um reflexo direto de como você concebe quem Deus seja. O que realmente eu creio ser verdade sobre Deus controla a maneira como vivo, falo e penso.

Quando vemos tantos líderes promovendo escândalos por viverem pântanos de pecados, só podemos concluir que eles buscam algum tipo de deus que permite a hipocrisia. Esse não é o Deus das Escrituras Sagradas. Somos um reflexo vivo de como concebemos quem Deus é.

Penso que Timóteo estava enfrentando dura oposição com potencial de desanimá-lo. Ele estava enfrentando propagadores de falsas doutrinas e precisava cumprir seu dever espiritual de proteger a igreja desses hereges.

E Paulo ajuda Timóteo a enfrentar isso dando-lhe uma das mais magníficas apresentações da natureza de Deus nas Escrituras. Ele descreveu o Deus que chamou, dotou, ordenou e enviou Timóteo. O Deus que prometeu capacitar Timóteo.

Se alguém vagar por aí sem ter certeza sobre seu Deus ou o que seu Deus proverá para ele ou se seu Deus está ou não no controle de tudo, então terá muita dificuldade em fazer o que deve fazer.

A fonte de coragem para quem cumpre fielmente o seu dever espiritual se encontra em cinco atributos de Deus que Paulo falou a Timóteo.

1) O poder vivificante de Deus

Exorto-te, perante Deus, que vivifica todas as coisas […] que guardes o mandato imaculado, irrepreensível… (1 Tim 6:13-14)

Paulo estava exortando para que Timóteo cumprisse seu ministério, a fazer o que Deus o chamou para fazer. E ele diz isso à luz da verdade de que Deus vivifica todas as coisas.

A que Deus servimos? O Deus que vivifica todas as coisas. Qualquer coisa que vive, vive porque Deus lhe deu vida. Deus é vida. Deus é a fonte da vida. Ele preserva a vida de todas as coisas. Podemos identificar algumas verdades ao dizer que “Deus vivifica todas as coisas”:

  • Deus é o Criador: No princípio, criou Deus os céus e a terra (Gênesis 1:1)
  • Deus criou a vida e dá continuidade a ela: Nele vivemos, e nos movemos, e existimos (Atos 17:28)
  • Deus sustenta a vida: Tu, Senhor, preservas os homens e os animais (Salmos 36:6)
  • Deus protege e preserva seus filhos para sempre: O Senhor ama a justiça e não desampara os seus santos; serão preservados para sempre (Salmos 37:28)

Em outras palavras, Timóteo recebeu essa exortação do apóstolo:

Deus sustentará sua vida e preservará sua vida para o cumprimento de Seu plano. E essa é a única maneira de viver e cumprir seu dever espiritual. Se você está preocupado com a autopreservação, reputação e conforto, então você vai se entregar a essas coisas.

Diga a si mesmo: “Não vou temer o que os homens podem fazer comigo. Deus me deu a vida. Deus sustenta minha vida. Ele promete preservar minha vida. O que devo temer?”. Timóteo, vá em frente.

Há ainda mais um princípio na frase “Deus que vivifica todas as coisas”: se refere principalmente não a Deus como criador, sustentador ou preservador dos Seus, mas Deus como ressuscitador dos mortos.

O ponto principal aqui é que é Deus quem ressuscita os mortos. E então o que Paulo está dizendo é: “O máximo que pode acontecer com você é a morte, e isso é o melhor que pode acontecer com você”. Afinal, Paulo escreveu:

Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor (Filipenses 1:21-23)

É por isso que Paulo foi capaz de dar sua vida no cumprimento de seu dever espiritual, porque ele não tinha absolutamente nenhum pensamento para si mesmo. E para isso ele não considerava sua vida como preciosa, o seu pensamento era cumprir seu ministério.

E, agora, constrangido em meu espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que ali me acontecerá, senão que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que me esperam cadeias e tribulações. Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus (Atos 20:22-24)

E esse pensamento sempre moveu sua vida e impulsionou seu ministério:

Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto no corpo, estamos ausentes do Senhor; visto que andamos por fé e não pelo que vemos. Entretanto, estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor (2 Coríntios 5:6-8)

Da mesma forma, foi crendo do poder vivificador de Deus que Abraão foi fiel em seu dever espiritual:

Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas, a quem se tinha dito: Em Isaque será chamada a tua descendência; porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou (Hebreus 11:17-19).

Recebemos coragem para continuar em nosso dever espiritual quando percebemos o poder de preservação de Deus. Deus pode preservar minha vida em vida ou Ele pode preservar minha vida através da morte, de qualquer forma estou bem.

E assim, o chamado solene ao dever espiritual é um chamado que exige que entendamos que Deus é o Deus que torna todas as coisas vivas. Deus é o Deus que pode ressuscitar os mortos.

Paulo diz: “Exorto-te, perante Deus, que vivifica todas as coisas, e perante Cristo Jesus, que, diante de Pôncio Pilatos, fez a boa confissão” (1 Tim. 6:13).

Jesus foi levado a Pilatos. Os judeus o acusaram dizendo que Ele alegava ser um rei. E veja a sequência:

  • Pilatos o interrogou: “És tu o rei dos judeus?” (João 18:33).
  • Jesus respondeu: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus” (João 18:36).
  • Pilatos pergunta: “Logo, tu és rei?” (João 18:37).
  • Jesus responde: “Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz”. (João 18:37)
  • A multidão bradou: “Fora! Fora! Crucifica-o! (João 19:15)
  • Os principais sacerdotes gritaram: “Não temos rei, senão César!” (João 19:15)

Essa é uma confissão nobre. Jesus disse que era o Messias e que era o rei. E Ele sabia que isso lhe custaria a vida. Mas Ele se entregou ao Deus que ressuscita os mortos. Jesus sabia que ressuscitaria, como Ele havia dito tantas vezes (João 2:19-22 etc.). No Apocalipse Ele disse a João:

Não temas; eu sou o primeiro e o último e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno (Apocalipse 1:17,18)

É isso que Paulo quis transmitir a Timóteo, que ele tivesse em mente o testemunho de Cristo, que foi movido por uma coragem inabalável diante da perseguição, da oposição, da dificuldade e da tentação de transigir a verdade para ser agradável. Em todo tempo Ele cria no poder preservador que pertence só a Deus.

Paulo está dizendo a Timóteo:

Fale a verdade! Viva a verdade! Defenda a verdade! Não vacile! Confie sua vida aos cuidados do Deus que lhe sustentará e fortalecerá em todo o tempo ou que lhe vivificará da morte. Dê a sua vida para cumprir seu dever espiritual.

Diante de toda hostilidade que o servo fiel sofre na defesa e pregação da verdade, ele tem que confiar que sua vida está nas mãos de Deus, e que Ele a preservará e ninguém poderá tocá-la até que Ele permita isso soberanamente.

E o pior que poderia acontecer seria a morte por causa de sua fidelidade, mas, então, Deus o levará para o céu e o glorificará. Quando você vê seu dever espiritual assim, você segue em frente. E você não gasta todo o seu tempo tentando acolchoar sua cadeira, porque você não vai ficar muito tempo nela.

2) A confiabilidade de Deus ou o controle providencial de Deus

[…] que guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até à manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo (2 Tim. 6:14)

Deus realiza seu plano que culminará com o resplendor de nosso Senhor Jesus Cristo. E temos que viver à luz disso. Refere-se à exibição visível e gloriosa quando Cristo retornar à terra para estabelecer Seu reino glorioso.

O primeiro evento será o arrebatamento, mas o resplendor é Cristo vindo em resplandecente glória transcendente no fim da história humana, na sua segunda volta a este mundo. Sobre isso Paulo escreveu:

Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda. (2 Timóteo 4:7,8).

A perspectiva do servo do Senhor deve ser olhar para essa tremenda verdade. Que outra esperança podemos nesta vida? Tiago escreveu: “Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa” (Tiago 4:14).

Haverá um alvorecer de resplandecente glória eterna na segunda vinda de Jesus Cristo, e é para isso que olhamos. É essa promessa de Deus pela qual trabalhamos. João escreveu:

Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro (1 João 3:2,3).

É no retorno visível de Cristo que nos concentramos. É a nova era, o novo amanhecer, o novo dia, o reino milenar e o reino eterno. Ele voltará em esplendorosa glória, como João descreveu no Apocalipse:

Apocalipse 19
11 Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça.
12 Os seus olhos são chama de fogo; na sua cabeça, há muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo.
13 Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus;
14 e seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro.
16 Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

E quando Ele vier em glória resplandecente, Ele será manifestado em glória e igualmente glorificará todos os que estão com Ele.

Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória (Colossenses 3:4)

O mundo não sabe quem somos. Ele não tem ideia sobre a vida de Deus, o eterno Rei do Universo, que habita nos servos do Senhor. Não sabe nada sobre o governo dos santos no reino milenar e a indescritível vida eterna na gloria. O mundo não pode entender esses versos:

Romanos 8
17 Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.
18 Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós.
24 Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera?
25 Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos.
38 Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes,
39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

O mundo não sabe quem somos no reino celestial. Temos que olhar para a futura aparição pública e visível de Cristo e dos Seus em plena glória, em seu retorno para estabelecer seu reino na terra. Essa tem que ser a nossa perspectiva.

Temos que ser movidos pela certeza de que “os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Romanos 8:18). Deus planejou um futuro glorioso para seu povo, podemos suportar tribulações enquanto estamos cumprindo nosso dever espiritual. Por isso Paulo diz a Timóteo:

Que guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até à manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo; a qual, em suas épocas determinadas, há de ser revelada pelo bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores. o único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Amém! (1 Tim. 6:14-16)

Na plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos (Gálatas 4:4,5). E a sua volta, a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, será em tempo determinado por Deus, que há de ser revelada pelo bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores (I Tim. 6:15).

O tempo dessa gloriosa manifestação de Jesus é algo totalmente reservado ao conhecimento do Pai, como lemos em Marcos 13:32 e Atos 1:7. É o tempo de Deus. O planejamento de Deus.

A igreja então deve viver à luz dessa bendita esperança. Não sabemos quando Jesus voltará e quando tudo isso começa com o arrebatamento da igreja, mas vivemos sempre na expectativa desse evento.

A igreja nunca deve se sentir confortável neste mundo e buscar as coisas deste mundo. É triste vermos pretensos pregadores acumulando fortunas para si mesmos, é lamentável. Não podemos gastar nossas vidas com as preocupações com este mundo, por isso Paulo escreveu:

Isto, porém, vos digo, irmãos: o tempo se abrevia; o que resta é que não só os casados sejam como se o não fossem; mas também os que choram, como se não chorassem; e os que se alegram, como se não se alegrassem; e os que compram, como se nada possuíssem; e os que se utilizam do mundo, como se dele não usassem; porque a aparência deste mundo passa (1 Coríntios 7:29-31)

O Senhor não nos diz quando Ele voltará, mas temos que ter em mente, o tempo todo, que estado presente é temporário e a eternidade é para sempre. Não podemos ficar retidos no que é temporário, temos que viver à luz do que é eteno.

Podemos enfrentar todas as dificuldades encorajados à luz do poder preservador de Deus e à luz do plano revelado de Deus, vendo além do que é temporário. Paulo viveu à luz disso, e é isso que ele está transmitindo a Timóteo. Ele declarou: “andamos por fé e não pelo que vemos” (2 Coríntios 5:7).

O homem de Deus, então, tem um dever espiritual. Ele cumpre esse dever espiritual porque é levado a fazer isso. Ele é movido por uma compreensão clara e confiança em seu Deus. Sua vida é um reflexo do que você crê.

  • Se você crê que Deus é um Deus de absoluta santidade, que despreza o pecado, isso vai ditar a maneira como você vive, se você realmente crê nisso.
  • Se você crê que Deus castiga a maldade, isso afetará a maneira como você vive.
  • Se você crê que Deus lhe deu dons e soberanamente o chamou e o colocou soberanamente para o ministério, essa será a maneira como você encara a vida.
  • Se você crê que Deus é um Deus de misericórdia, graça, amor, ternura e bondade, como de fato Ele é, isso vai ditar como você vive também, porque você vai reconhecer que você pode ir a Ele por perdão e encontrar graça para ajudar em tempo de necessidade.

Sua teologia sobre Deus, seu pensamento e compreensão e conhecimento e fé na natureza de Deus irão impactar diretamente como você vive.

Mas se você tem concepções errôneas sobre Deus, e o vê como alguém que tolera o pecado, então você tolerará o pecado. Se você crê que Ele pode tolerar a mediocridade no serviço espiritual, então é isso que você dará.

O que você sabe sobre Deus e o que você realmente crê sobre Ele, são duas coisas diferentes. É o que você realmente crê que afeta o modo como você vive. E assim, toda a nossa vida é um reflexo de nossa teologia propriamente dita, nossa visão de Deus.

O cumprimento do dever espiritual é impulsionado por como você vê Deus. Se você vê Deus como o Deus do poder de preservação, que pode preservar sua vida aqui e através da morte para a vida eterna, bem como o Deus que será gloriosamente manifestado no resplendor de Jesus Cristo com bênçãos eternas além da imaginação, então você não ficará preso no tempo e estará disposto a dar sua vida na esperança do que ainda está por vir. Essa é a maneira de viver.

3) Deus é o abençoado

Abençoado vem do grego “makarios”, que significa feliz, satisfeito, realizado. Em Deus está ausente qualquer infelicidade, perturbação, preocupação, frustração e ansiedade. Ele está sempre contente, perfeitamente feliz. Tudo que existe e se move está completamente debaixo de sua soberania.

Aqueles que entram em um relacionamento com Deus entram nessa calma. E nós também podemos ficar imperturbáveis quando entendemos que Deus está perfeitamente contente.

Você diz: “Ele não está sobrecarregado com os perdidos?” Bem, há um sentido de verdade quando tentamos entender isso a partir de uma compreensão humana. Mas Deus não é como nós. Nada está além do Seu controle e tudo está funcionando exatamente como Ele projetou. Sua vontade será cumprida em todos a quem Ele soberanamente escolheu. Por isso as Escrituras dizem:

  • Feliz o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor (Jeremias 17:7)
  • Feliz o homem que põe no Senhor a sua confiança… (Salmos 40:4)
  • Feliz aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos! (Salmos 128:1)
  • Provai e vede que o Senhor é bom; feliz o homem que nele se refugia (Salmos 34:8)
  • Feliz aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, cuja esperança está no Senhor, seu Deus (Salmos 146:5)

Nosso Deus está contente e em paz. Por que você está chateado, preocupado e ansioso? Quão maravilhoso é para o servo do Senhor saber, em qualquer situação, que Deus está absolutamente contente. Ele está totalmente satisfeito porque está tudo sob o controle de sua soberana vontade. Esse é um pensamento maravilhoso.

Deus manifesta sua ira, amor e compaixão, mas elas nunca afetam Sua mente criando preocupação, ansiedade e medo. Ele é totalmente soberano.

Então, quando enfrento o perigo com o conhecimento de que o Deus que preserva e restaura a vida é meu Deus, e o Deus que prometeu glória e vindicação futuras é meu Deus, e que meu Deus está perfeitamente calmo e perfeitamente feliz porque Ele está perfeitamente no controle de tudo, então eu também posso ser feliz com qualquer coisa.

Sou abençoado porque estou conectado com aquele que é o abençoado. E então aqui estamos neste mundo e dizemos que servimos e amamos a Deus, dizemos que Deus é nosso Deus, mas ficamos tensos. Olhar para essas verdades tem sido maravilhoso para mim. Com o que estou preocupado? Deus está feliz porque Ele está no controle de tudo.

E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos. Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito (Romanos 8:27,28).

4) Deus é o único Deus

Paulo diz a Timóteo: “bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores” (1 Timóteo 6:15). Só ele é Deus. Não há outro Deus. Ele é absolutamente soberano e ninguém está disputando o controle de mim para derrotá-lo. Paulo escreveu:

Romanos 8
33 Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica.
34 Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.
35 Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?
36 Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro.
37 Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.
38 Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes,
39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Isaías descreveu a soberania de Deus muitas vezes, veja algumas partes:

Isaías 40
25 A quem, pois, me comparareis para que eu lhe seja igual? — diz o Santo”
28 Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento.
29 Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor.
30 Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem,
31 mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.

Isaías 44
6 Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último, e além de mim não há Deus.

Ele é o único que inerentemente tem poder. Ele tem poder absoluto. Não há mais ninguém para competir com Ele.

Você diz: e quanto a Satanás? Ele criou Satanás e o expulsou do céu. E Ele o sentenciou ao inferno eterno. Satanás não pode resistir a soberania de Deus. “O Senhor é Deus; nenhum outro há, senão ele [..] só o Senhor é Deus em cima no céu e embaixo na terra; nenhum outro há” (Deuteronômio 4:35,39).

Esta para mim é a mais esperançosa, encorajadora e confortadora doutrina de Deus nas Escrituras. O fato de Deus ser soberano tira toda ansiedade da vida. Deus está no comando. E a soberania de Deus é ampliada ainda mais por essa declaração: “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (1 Tim. 6:15; Ap. 17:14, 19:16).

No Antigo Testamento Deus também é chamado por esses termos:

Pois o Senhor, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível (Deuteronômio 10:17)
Rendei graças ao Senhor dos senhores, porque a sua misericórdia dura para sempre (Salmos 136:3)

Em Éfeso, Timóteo enfrentava oposições por causa do culto a César. Havia um crescente culto de adoração aos Césares após a morte. Era uma forma de imortalizá-los, transformando-os em deuses depois da morte. E o apóstolo Paulo está dizendo a Timóteo que há apenas um Deus. Foi uma refutação consciente do culto de adoração ao imperador.

Que encorajamento emocionante! Isso mais do que qualquer outro atributo de Deus me encoraja. Deus está no comando de tudo. Não é maravilhoso? Ele é o governante sobre todos. Isso tira o medo, preocupação e ansiedade. Eu não preciso usar de artifícios humanos para manipular e nem fazer concessões da verdade.

Deus está no comando. Que conforto! Eu não tenho que depender do poder humano. Eu não tenho que depender da engenhosidade humana. Não preciso depender da sabedoria humana e do talento humano.

Se eu acreditasse que a salvação era resultado da vontade do homem, eu seria um caso perdido. Se eu acreditasse que minha tarefa era convencer as pessoas à parte de Deus, que meu trabalho era convencer as pessoas em sua própria vontade humana de receber a Cristo, eu teria uma responsabilidade que criaria tanta ansiedade que eu tomaria tranquilizantes.

Se eu pensasse que pelas minhas técnicas, capacidade de pregação ou persuasão de meu convite eu era capaz de salvar as pessoas do inferno, eu me sentiria culpado por todas as pessoas que eu não conseguisse convencer.

Deus é soberano e minha responsabilidade não é convencer as pessoas a mudar sua vontade e vir a Cristo, mas minha responsabilidade é dar a Palavra de Deus fielmente e o ato soberano de um Deus gracioso redimirá aqueles a quem Ele põe Seu amor. Deus está no comando.

Se eu não cresse plenamente na soberania de Deus sobre minha vida e vivesse como se eu fosse responsável por garantir que minha vida desse certo, controlando todas as minhas circunstâncias, eu seria uma pessoa dura de se conviver.

Mas sabe no que eu creio? Deus está no controle de tudo em minha vida e que Ele está me movendo por um caminho e tudo que eu quero fazer é ser fiel a Ele. E toda vez que eu me deparo com algo que não esperava e penso: “Por que está acontecendo isso?” Eu apenas digo: “Deus é soberano”.

Isso é maravilhoso. Vou esperar e ver o que Ele está fazendo. Se eu não vivesse assim, provavelmente estaria em estado de loucura me sentindo responsável por controlar tudo.

O reino não é construído por manipulação humana, as pessoas não são salvas por causa da minha habilidade de convencer suas mentes e suas vontades.

Eu não posso crer em Deus me vendo em dificuldades, dizendo: “Rapaz, eu não queria que você fizesse isso, e agora que você está nessa confusão, como você vai sair disso?” Eu creio em Deus me vendo em dificuldades, dizendo: “Eu sei por que você está aí e Eu sei como você vai sair disso”.

Obrigado, Senhor. Essa é a maneira de viver. Deus é soberano. Ele é o Rei sobre todos os reis e o Senhor sobre todos os senhores e o único Todo Poderoso. Que verdade reconfortante!

Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade (Isaías 46:11)

Tudo o que o Senhor quis, fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos. (Salmo 135:6)

O Senhor desfaz o conselho dos gentios, quebranta os intentos dos povos. O conselho do Senhor permanece para sempre; os intentos do seu coração de geração em geração. (Salmos 33: 10-11)

Segundo a sua vontade, Deus opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes? (Daniel 4:35)

Deus determinou o que Ele faria no início e Ele vai fazê-lo em todo o caminho até o fim. Seu propósito será estabelecido e Ele realizará toda a Sua vontade. Simplesmente, Deus faz exatamente o que Ele quer.

Nada que façamos ou deixamos de fazer irá alterar o cumprimento do plano divino. Mas tudo o que fazemos ou deixamos de fazer, terá um efeito sobre nós, nossa bênção, alegria, obediência, utilidade agora e para sempre.

A coragem no dever espiritual, a disposição para enfrentar qualquer perigo, a resistência em transigir e a ousadia na causa de Cristo baseia-se em sua teologia. E se você crê no poder preservador de Deus, no plano prometido de Deus, que Deus é totalmente feliz, calmo e contente e que Deus é soberano e controla tudo, então você pode seguir seu ministério com todo o seu coração.

Por isso Paulo disse a Timóteo:

Guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até à manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo; a qual, em suas épocas determinadas, há de ser revelada pelo bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores; o único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Amém! (1 Timóteo 6:14-16)

Paulo diz: Só Deus tem a imortalidade. Naquela época havia um senso comum da imortalidade dos césares. Mas só Deus é em si mesmo imortal. Ele é imortal em Sua natureza. Ele é incorruptível e interminável. Ele é a fonte da vida (Salmos 36:9).

Habacuque questionou: “Não és tu desde a eternidade, ó Senhor, meu Deus, ó meu Santo?” (Hab. 1:12). Habacuque não conseguia entender por que Deus disse que enviaria os caldeus, nação amarga e impetuosa, para punir Israel (Hab. 1:6). Ele exclama:

Ó Senhor, para executar juízo, puseste aquele povo; tu, ó Rocha, o fundaste para servir de disciplina. Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar; por que, pois, toleras os que procedem perfidamente e te calas quando o perverso devora aquele que é mais justo do que ele? (Habacuque 1:12,13)

Ele está muito confuso. E o que ele está fazendo é lembrar a si mesmo que Deus é maior que a história, que Ele existe antes da história e que executará sua vontade. Ele é eterno. E no final ele declara:

Tenho ouvido, ó Senhor, as tuas declarações, e me sinto alarmado… Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. (Habacuque 3:2, 17-18).

E assim como nós meio que andamos por aí nesta terra e nos metemos em todos os tipos de problemas e nos perguntamos como entramos e se vamos sair, lembramos que temos o imortal que é o Deus eterno, que é infinitamente além da história, e executará sua vontade em nós.

O Deus que temos é o Deus que possui a eternidade, é o Deus que planejou a história, o Deus que está além de nossas circunstâncias e ainda assim compreende nossas circunstâncias. Não é maravilhoso ter o Deus eterno? E ter a promessa de que o Deus eterno lhe deu a eternidade por sua graça e misericórdia?

5) A santidade de Deus

“… que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Amém!” (1 Timóteo 6:16)

A ideia de Deus como luz resplandecente ou inacessível está referenciando Sua santidade. Ele consome qualquer coisa que seja profana em Sua presença. Deus é um Deus santo. Deus está separado do pecado e separado dos pecadores.

Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas? (Êxodo 15:11)

Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória (Isaías 6:3)

Quando Moisés pediu para a ver a glória de Deus, Ele respondeu: “Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá” (Êxodo 33:20).

Quando João teve uma visão do Cristo glorificado, ele caiu a seus pés como morto (Ap. 1:17). Mas quando Ele se manifestar em sua volta seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é (1 João 3:2). Lá no céu contemplaremos a face gloriosa de Cristo.

Nunca poderíamos ver Deus plenamente e viver. Por isso “agora, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face” (1 Coríntios 13:12).

Nenhum homem jamais viu a glória plena de Deus. Deus não tolera pecado em Sua presença. Mas um dia Ele acabará com o pecado e habitará eternamente com seus filhos glorificados.

O que você pensa sobre Deus? Você pode confiar nele para sair e cumprir seu dever espiritual? Você entende que você tem um Deus que preserva, restaura a vida e o glorificará?

  • Você crê que tem um Deus que nunca está descontente, preocupado, ansioso, perturbado, perfeitamente calmo e perfeitamente feliz com tudo o que está acontecendo, por que Ele controla tudo?
  • Você crê que tem um Deus que é absolutamente soberano, que está no comando de tudo, que ninguém pode deter Sua mão e ninguém pode frustrar seu propósito?
  • Você crê que tem um Deus que está muito além da história e absolutamente imortal e eterno, que sempre estará lá, sempre estará lá para te sustentar?
  • Você crê que tem um Deus absolutamente santo? E isso se reflete em como você pensa e vive?

É o conhecimento pleno desse Deus que pode nos equipar para nosso dever espiritual. Paulo encerra a doxologia dizendo: “A ele sejam honra e poder para sempre. Amém” (1 Timóteo 6:16).

O escritor aos Hebreus questionou: “O Senhor é o meu ajudador, não temerei. O que me podem fazer os homens?” (Hebreus 13:6).

Não temerei o que o homem me fará. Por quê? Porque eu conheço meu Deus. O solene chamado ao dever espiritual é motivado por uma compreensão de quem é nosso Deus. Vamos nos curvar em oração.

Pai, acabamos de nos deleitar com a verdade deste texto que o Senhor encheu meu coração nestes últimos dias. Senhor, nem um pequeno grão de areia foi expresso em comparação com as inúmeras implicações desta vasta verdade.

Pai, perdoe-nos por pensar pequeno enquanto tentamos pensar grande, mas obrigado por nos estender. E ajude-nos a abordar nosso dever espiritual com uma compreensão completa, tanto quanto possível dentro de nós, de quem é nosso Deus.

Nós Te bendizemos, ó Deus. Nós O honramos com respeito, adoração e admiração. Afirmamos Teu poder e domínio eternos. E dizemos de todo coração, amém. Amém para o que aprendemos neste breve tempo.

Faça-nos estar entre os fiéis enquanto outros se mostram infiéis. Faça-nos estar entre aqueles que corretamente Te representam entre aqueles que tão erroneamente nomeiam Seu nome.

Ajuda-nos, Senhor, com profundo ânimo de cumprir nosso dever espiritual, sem pensar em nada além da maravilhosa alegria de servir a um Deus tão glorioso, por causa da obra em nós por meio de Jesus Cristo e do Espírito que Ele enviou. Em nome do Salvador oramos. Amém.


Leia também: 


Este texto é uma síntese do sermão “A Solemn Call to Spiritual Duty ”, de John MacArthur em 12/04/1987.

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

https://www.gty.org/library/sermons-library/54-48

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno


 

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