“Cruzes baratas”
Um conhecido tinha retornado recentemente de uma viagem de negócios pela América Central. Como nós nos encontramos para jantar, perguntei-lhe: “O que mais te impressionou lá?”
Ele arqueou um sorriso, apertou os lábios em pensamento, e respondeu: “Bem, eu posso dizer-lhe, em apenas duas palavras: Cruzes baratas”
Olhei surpreso, “cruzes baratas! O que você quer dizer? “
“Eu tinha chegado lá quando eles estavam tendo uma de suas importantes festas religiosas”, disse ele. “Em todos os lugares que eu olhei, eu vi cruzes – cruzes de todos os tipos, de todos os tamanhos, cruzes luxuosas e simples. Mais tarde, soube que era exigido das pessoas transportar ou exibir uma cruz naquele dia especial”.
“Bem, eu nunca vou esquecer-me de uma rua, de onde vinha uma pessoa sobre uma carruagem pequena com o seu burro sonolento. Ele tinha apenas um tipo de produto para venda, e o carro estava carregado com eles. Eram cruzes, feitas de madeira. O que me impressionou foi a placa em cima dessa pilha de cruzes, que dizia: ‘cruzes baratas’. “Obviamente, é uma religião de conveniência e vã, e ele estava fazendo a sua parte: ganhando dinheiro com a religiosidade vazia.”
“Cruzes baratas.” Eu acho que pode ser escrito sobre uma boa parte do que passa por cristianismo hoje! Muitas pessoas desejam uma crença que não os liga ao alto custo. Uma cruz sem custo e igualmente sem poder.
Não vamos nos contentar em aplicar este princípio a um mundo perdido apenas. Há um preço pessoal, um alto custo relacionado com a crença em Cristo. Nestes últimos dias, é mais do que necessário para cada um entrar mais a fundo na declaração sincera de David: “… não oferecerei ao Senhor meu Deus holocaustos que não me custem nada… ” (2 Samuel 24:24). Talvez tenha sido necessário um exercício longo e drástico de coração, e muita insistência do Espírito Santo antes de David chegar a esse estágio.
Este é um tempo de tranquilidade, conforto e descuido. O desejo das pessoas de conseguir “algo por nada” está fazendo com que muitas pessoas busquem desvios deliciosos e caminhos tranquilos ao invés do caminho elevado da cruz de Cristo.
Precisamos olhar longa e amorosamente para o Calvário, sempre, ao saber que simplesmente não podem ser quaisquer cruzes baratas. Temos de ter um vislumbre do custo infinito de tão grande salvação. Eis Cristo na batalha feroz do Getsêmani, suando em gotas de sangue, clamando ao Pai, “Não a minha vontade, mas a tua!”.
Precisamos voltar para o retrato do Salvador que Paulo apresentou: “Cristo Jesus … a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, achado na forma humana, humilhou-se, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. ” (Fp 2: 5-8)
Quando Jesus submeteu-se ao Calvário, Ele estava demonstrando o custo insondável da redenção. E mesmo agora, o Espírito Santo apresenta o poder da Cruz como uma persuasão penetrante para ganhar a nossa completa e indivisível lealdade.
Precisamos experimentar o poder da cruz em nossas vidas continuamente. O privilégio de andar com Deus não deve ser desmerecido. Não há desejo natural no coração do homem em contemplar as agonias da cruz ou tomar sua própria cruz e seguir o Salvador diariamente. Mas quando ficamos fortalecidos com o preço que Ele pagou para nos redimir, choramos com Paulo: “Deus não permita que eu me glorie, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” (Gal. 6:14).
O Espírito estará continuamente lidando com nós, retirando o conforto, a comodidade e a complacência das nossas vidas, para nos tornar dispostos a pagar o preço de carregar a nossa cruz. Não há cruzes baratas para aqueles que andam com Deus na estrada da santidade.
Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo; Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo. E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação, Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado. (I Pe 1:13-19)
Traduzido e sintetizado pelo site Rei Eterno de “Cheap crosses have no value” by Edwin Raymond Anderson.
