Cristo nos satisfaz?
Que significa a pergunta frequentemente levantada por cristãos professos sobre o bem ou o mal que há neste ou naquele prazer mundano?
Eles dizem: “Precisamos de recreação!” “Não podemos ficar somente a pensar em Cristo e nas coisas celestiais!”.
Esta própria necessidade demonstra que Cristo não é suficiente para seus corações.
Como é triste ouvir um cristão dizer: “Quero divertimento. Não posso ficar somente a pensar em Cristo”.
Pergunto a eles: Em que empregarás a eternidade? Cristo não será o suficiente para os séculos incontáveis? Suspirarás pelos encantos do mundo?
Eles poderão argumentar: “Lá seremos diferentes”. Pergunto: Em que sentido?
Já temos a natureza divina (II Pedro 1:4)? O Senhor já é a nossa porção (Lamentações 3:24)?
Já andamos como Jesus (I João 2:6)? Já estamos assentados nas regiões celestiais em Cristo (Efésios 2:6)?
Já buscamos as coisas de cima, onde Cristo está e não as que são terra? (Colossenses 3:1).
Mas ainda eles vão replicar: “Nós ainda temos uma natureza má”.
Então pergunto: O que você vai fazer com esta natureza? Vai alimentá-la? Diverti-la?
Vai ajudar a sua miserável e corrupta carne a passar o dia satisfeita?
A inclinação da carne não é a morte? (Romanos 8:6).
Não fomos chamados a mortificá-la (Romanos 8:13) e crucificá-la (Gálatas 5:24)?
Como cresceremos na vida divina dando suprimento para a carne?
As provisões do mundo não podem alimentar a nova natureza.
Qual natureza você quer alimentar: A velha ou a nova natureza?
A nova natureza, gerada sobrenaturalmente em nós pelo Espírito Santo, não pode ser fortalecida com os suprimentos do mundo.
Se gastarmos nosso tempo divertindo a carne, certamente nossas almas murcharão e desfalecerão.
Israel entediou-se de Deus no deserto. Entediou-se de sua presença, glória, cuidados e provimentos.
O maná que Deus enviava diariamente tornou-se intolerável, repetitivo e monótono.
Eles sentiram falta das provisões variadas do Egito, ou seja, do mundo.
E as desejaram arduamente. E tão intenso foi isto, que bradaram:
“Mas agora a nossa alma se seca; coisa nenhuma há senão este maná diante dos nossos olhos” (Números 6:6).
Tivessem eles andando com Deus, nunca teriam pensado assim.
Se realmente andarmos com Deus, neste deserto, a nossa alma se satisfará com aquilo que Ele nos dá. E tudo que Ele nos dá é Cristo.
Ele tira o homem do sistema mundano e o conduz à luz da presença do Cordeiro.
“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:44).
Poderá Jesus deixar de nos satisfazer plenamente?
Não satisfaz ele o coração de Deus? Não encheu Ele o céu com a sua glória?
Não é sobre Ele que a Palavra diz: “Toda a minha salvação e todo o meu prazer está nele” (II Samuel 23:5)?
Não é Ele o assunto dos desígnios e propósitos eternos? Não é Ele a vida eterna?
Pois bem, não é este o bendito salvador? Carecemos de alguma coisa mais?
Necessitamos que os entretenimentos mundanos encham o vazio de nossa alma?
Oh! Como é triste escrever isto!
Achas realmente que Cristo é insuficiente para satisfazer a sua alma?
Se esta é a sua situação, sua alma se encontra em estado alarmante.
Incline teu rosto diante do Rei e não saia desta posição até que seja restaurada a sua comunhão com o Ele.
Satanás tem grande interesse de misturar, entre o povo de Deus, pessoas ambíguas, que não se satisfazem apenas com Cristo.
Uma vez feito isto, ele busca que essas pessoas ambíguas criem vínculos no meio da igreja.
Tal como foi aqueles que estavam no meio de Israel:
“E o vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo, pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer?” (Números 6:4).
Tal como Israel se corrompeu, assim muitos movimentos espirituais entraram em decadência pelo mesmo motivo.
Mas essas pessoas ambíguas não podem atrair aqueles que andam em verdadeira devoção e vigilância.
Por isso esses precisam sempre agir como atalaias para que o inimigo não avance em sua obra destruidora.
Seja o Senhor toda a nossa provisão e sustento!
Nada precisamos além dele.
“Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo” ( I Pedro 2:5).
Sintetizado de C H Mackintosh