Como Deus Enterrou Seu Filho

No sepultamento de Jesus havia soldados indiferentes, santos amorosos e líderes religiosos cheios de ódio. Motivações diferentes moveram o que cada um fez. Mas quando tudo foi dito e feito, a vontade de Deus foi realizada. Esta é uma grande ilustração da providência divina operando continuamente.

Seguindo no Evangelho de Marcos, vamos olhar agora para Marcos 15:42-47, o relato sobre o sepultamento de Jesus. Nos sermões anteriores vimos a sua prisão, o julgamento no Sinédrio, a negação de Pedro, o julgamento perante Pilatos, o escárnio que Jesus sofreu, sua crucificação e a sua morte, quando Deus visitou o Calvário.

Sabemos das profundas implicações da cruz e da ressurreição de Jesus Cristo, conforme as Escrituras. Mas entre a cruz e a ressurreição há outro acontecimento igualmente monumental: o sepultamento de Jesus. E muitos ignoram seu significado.

Foi um evento incrível, sobrenatural e divinamente orquestrado. Podemos dizer que quando Jesus estava morto no corpo, ele estava vivo no Espírito, e, basicamente coordenou e controlou cada detalhe de seu próprio sepultamento.

O sepultamento de Jesus foi uma forte, suficiente e cabal afirmação de sua divindade, de sua messianidade, da veracidade das Escrituras e da soberania de Deus. O que aconteceu no seu sepultamento foi divino.

Milagre e providência divina

A primeira maneira pela qual Deus opera no mundo é por milagres. O genuíno milagre é um meio pelo qual Deus realiza seu propósito e o faz interrompendo, suspendendo ou anulando a ordem natural das coisas. É uma invasão, uma interrupção, uma reviravolta do que é normal e do que é natural.

A lei natural e o processo natural são suspensos, e Deus se injeta de uma forma sobrenatural que não pode ser explicada por nenhum tipo de comportamento humano ou qualquer tipo de análise. Milagres são registrados nas Escrituras, mas não são abundantes, sempre estiveram vinculados a um propósito específico de Deus.

Há outra maneira pela qual Deus realiza sua vontade: a sua providência. Não é através de milagres, mas é sobrenatural. Providência é o fato de que Deus realiza exatamente o que ele planeja, propõe, promete e profetiza. E ele faz isso sem interromper, suspender ou anular o curso natural das coisas.

Ele faz isso reunindo e orquestrando, sem suspender ou interromper processos naturais, todos os comportamentos livres de todas as pessoas, todas as contingências, todos os eventos, todas as ações e todas as reações. E isso é uma demonstração de poder maior do que um milagre.

Os comportamentos, ações, reações, atitudes, motivos e escolhas livres são todos alinhados por Deus com incrível precisão para cumprir sua perfeita vontade. E, diferente dos milagres, acontece o tempo todo, e de forma constante. E tudo se encaixa perfeitamente no propósito de Deus e na promessa de Deus. E é isso que ocorreu no sepultamento de Cristo.

No sepultamento de Jesus havia soldados indiferentes, santos amorosos e líderes religiosos cheios de ódio. Todos eles tinham motivações diferentes. Eles fizeram o que cada uma de suas vontades queria fazer.

Mas quando tudo é dito e feito, a vontade de Deus foi precisamente realizada. Esta é uma grande ilustração de como a providência divina funciona o tempo todo.

A providência divina operando através da indiferença dos soldados

Antes de olharmos para o texto de Marcos, vamos capturar algumas informações dadas por João. Jesus morreu às 3 horas da tarde (Mc 15:34) de uma sexta-feira, e assim João informa: “Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito!” (Jo 19:30).

Em João 10:17-18, Jesus declarou: “Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai”. Em Apocalipse 1:18 Jesus diz: “…tenho as chaves da morte e do inferno”.

Ele mesmo desejou e causou sua própria morte. Ele foi crucificado às 9 horas da manhã (Mc 15:25) e entregou sua vida às 3 horas da tarde (Mc 15:34). As vítimas açoitadas e crucificadas sobreviviam na cruz dois ou três dias. No caso de Jesus, foram apenas seis horas.

Quando Jesus entregou sua vida e morreu, os dois ladrões crucificados ainda estavam vivos, e, por isso, os soldados quebraram suas pernas para apressar suas mortes (Jo 19:31-32). Mas eles não quebraram as pernas de Jesus porque ele já havia morrido (Jo 19:33).

Como era preparação para o sábado, os líderes religiosos não queriam corpos pendurados na cruz, por isso pediram para que as pernas de Jesus e dos dois ladrões fossem quebradas, para que morressem logo e seus corpos fossem retirados da cruz (Jo 19:31).

Tudo isso está sendo motivado por Deuteronômio 21:22-23, onde Deus instruiu Israel acerca da aplicação de penas de morte. Após a execução, o corpo poderia ser dependurado numa árvore para ficar ali durante um dia e servir como testemunho público das consequências do grave pecado. Todavia, o corpo não devia permanecer ali durante a noite, mas sepultado antes do pôr do sol.

Os líderes religiosos queriam os três corpos mortos e retirados do Gólgota antes do sábado da Páscoa, para que não contaminasse o sábado deles. Eles perseguiram, prenderam, caluniaram e mataram o Filho de Deus, mas, como hipócritas perniciosos, queriam remover os corpos para evitar escrupulosamente qualquer contaminação cerimonial tradicional.

Mas, os condenados tinham que estar mortos na cruz. E como a morte poderia demorar muito tempo, eles esmagavam os fêmures de ambas as pernas com um martelo de ferro. Isso impedia que o crucificado fizesse movimentos para conseguir respirar, morrendo asfixiado.

Os dois ladrões tiveram suas pernas quebradas para que morressem, mas quando os soldados foram quebrar as pernas de Jesus, surpreendentemente ele já estava morto. Por que Ele estava morto? Ele quis dar sua vida e a deu no momento que quis dar  (Jo 10:17-18).

João 19:34 diz que “um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água”. Ele queria ter certeza de sua morte. A lança traspassou o coração de Jesus ou a cavidade do peito na parte inferior, mas seus ossos não foram quebrados.

Os soldados sabiam reconhecer um corpo morto, eles eram carrascos e estavam habituados em matar pessoas crucificadas. Mas, mesmo assim, aquele soldado traspassou Jesus com sua lança.

Você diz: Qual a importância dessas informações? João explica o motivo:

Aquele que isto viu testificou, sendo verdadeiro o seu testemunho; e ele sabe que diz a verdade, para que também vós creiais. E isto aconteceu para se cumprir a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado. E outra vez diz a Escritura: Eles verão aquele a quem traspassaram (Jo 19:35-37).

Esse testemunho é dado pelo apóstolo João, que permaneceu próximo da cruz (Jo 20:27) e viu a cena. Ele testemunhou cumprimentos proféticos diante de seus olhos.

Os ossos de Jesus não poderiam ser quebrados (Sl 34:20), porque o cordeiro da Páscoa tinha que ser perfeito (Ex 12:5) e não poderia ter um membro quebrado (Ex 12:46; Nm 9:12). Jesus é Cordeiro de Deus (Jo 1:29), o nosso Cordeiro Pascal perfeito (1Co 5:7).

Ele foi traspassado por soldados estúpidos e indiferentes, mas eles não sabiam que estavam cumprindo profecia. Zacarias 12:10, falando sobre a futura conversão nacional de Israel, diz:

E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito.

Em sua providência, Deus usou vontades, motivos e impulsos dos homens para autenticar a veracidade das Escrituras, a divindade de Cristo e a realidade da messianidade de Jesus Cristo.

Agora podemos voltar ao evangelho de Marcos e vermos o sepultamento de Jesus Cristo

Marcos 15
42 Ao cair da tarde, por ser o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado.

Jesus tinha acabado de morrer por volta das 3:00 da tarde. Era fim de tarde, momento da preparação para o sábado, que só começaria no pôr do sol, por volta das 6:00 da tarde ou mais. Jesus já estava morto, sangue e água estavam vazando de seu corpo traspassado.

A providência de Deus operando através de José de Arimateia

Marcos 15
43 vindo José de Arimateia, ilustre membro do Sinédrio, que também esperava o reino de Deus, dirigiu-se resolutamente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus.

Pilatos muito provavelmente não se alegrou em ver um membro do Sinédrio, especialmente depois de esse grupo tê-lo chantageado e forçado a crucificar um homem inocente (Jo 19:12-13).

“Arimateia” é conhecida no Antigo Testamento como Ramá ou Ramataim-Zofim (local de nascimento de Samuel, cf. 1Sm 1:1,19; 2.11). Estava localizada a uma distância de 25 a 30 km a noroeste de Jerusalém. José de Arimateia era um dos membros proeminentes do Sinédrio, ele se opôs à condenação de Jesus (Lc 23:50-51).

Ele é mencionado em todos os evangelhos, mas não sabemos se ele era um sacerdote, escriba ou ancião. O relato sobre ele é uma história de salvação, um testemunho inesperado de fé em Cristo por um membro do Sinédrio, em contraste com a suprema corte e a nação.

Mateus e João dizem que ele se tornou um discípulo de Jesus (Mt 27:57; Jo 19:18). Ele era um verdadeiro israelita, e tal como Zacarias, Isabel, Ana e Simeão (Lc 1 e 2), esperava pelo Messias e o reino de Deus (Mc 15:43). Ele estava convicto de que Jesus era o Rei prometido.

Podemos imaginar o que se passou na cabeça dele. Ele creu em Jesus Cristo como o Messias, o Filho de Deus, o Salvador e Rei, mas mantinha certo segredo de sua fé por temer a reação da liderança religiosa (Jo 19:38). E viu Jesus sendo preso, humilhado, espancado, zombado, condenado e crucificado. E agora seu corpo morto jazia numa cruz.

Ele deve ter entrado em profunda confusão, e deve ter se questionado: “Como o Rei, que deveria inaugurar o Reino de Deus, teve um fim assim tão miserável?”.

Mas ele amava Jesus e esse amor o fez estar disposto a ser reconhecido como um discípulo dele. É evidente que o Sinédrio tomaria conhecimento de que ele pediu a Pilatos para enterrar o corpo de Jesus de forma digna.

Embora os prisioneiros sentenciados à morte perdessem o direito a um sepultamento sob a lei romana, o cadáver era normalmente entregue a parentes que o pedissem. Caso a família não pedisse, seus corpos eram jogados para serem queimados no Geena, onde havia um lixão (nos arredores de Jerusalém).

Nota do site: Geena ou Vale de Hinom, era um vale situado fora das muralhas de Jerusalém, que era utilizado como depósito de lixo, cadáveres de pessoas consideradas indignas e restos de animais. No Antigo Testamento foi também o local onde se realizavam abomináveis rituais de sacrifício humano (2Cr 28:3; 33:6; Jr 7:31; 19:6; 32:5). Para manter o fogo sempre aceso (Is 66:24) era usado enxofre. Jesus citou esse vale como símbolo da destruição eterna (Mt 9:47-48; 10:28). É um lugar associado com o Lago de Fogo (Ap 20:14), lugar da segunda morte

Não havia ninguém para vir e pedir o corpo de Jesus. As mulheres estavam por perto, mas com medo. Os discípulos tinham desaparecido. Maria deveria estar abalada e sendo amparada por João. Não há indicação que os irmãos de Jesus estavam em Jerusalém. Mas ali estava um homem que foi a Pilatos e pediu o corpo de Jesus para um enterro digno.

A providencia divina e os passos para o sepultamento de Jesus

Marcos 15
44 Mas Pilatos admirou-se de que ele já tivesse morrido. E, tendo chamado o centurião, perguntou-lhe se havia muito que morrera.
45 Após certificar-se, pela informação do comandante, cedeu o corpo a José.

Pilatos duvidou que Jesus já estivesse morto, e então pediu ao centurião para averiguar. As vítimas de crucificação frequentemente aguentavam por dias, vindo daí a surpresa de Pilatos com o fato de que Jesus já estivesse morto em apenas seis horas. Somente após confirmada a morte pelo centurião, Pilatos entregou o corpo de Jesus para ser sepultado.

Marcos 15
46 Este, baixando o corpo da cruz, envolveu-o em um lençol que comprara e o depositou em um túmulo que tinha sido aberto numa rocha; e rolou uma pedra para a entrada do túmulo.

Os judeus não embalsamavam cadáveres, mas os envolviam em panos perfumados próprios para o sepultamento. Nicodemos, outro membro de destaque do Sinédrio (Jo 7:50), ajudou José a levar o corpo de Jesus (Jo 19:39-40).

Esses homens, que haviam mantido sua lealdade a Jesus em segredo durante o tempo em que ele estava vivo, foram então a público para sepultá-lo, enquanto os discípulos, que haviam abertamente seguido a Jesus, se esconderam (Jo 20:19).

E então o corpo de Jesus foi levado a um túmulo aberto numa rocha, próximo ao Gólgota (Jo 19:42). Mateus acrescenta que o túmulo era do próprio José de Arimatéia (Mt 27:60), enquanto Lucas e João ressaltam que ninguém havia sido sepultado ali antes (Lc 23:53; Jo 19:41).

José tinha um cadáver em sua mão. Por que ele se expôs por uma pessoa morta que, na sua visão, não podia cumprir tudo o que ele esperava? O que o motivou?

a) Bem, você pode dizer, humanamente falando, que ele foi motivado por seu amor por Jesus. Ele simplesmente não queria ver o corpo de Jesus queimado no lixão com outros criminosos.

b) Talvez ele quisesse um sepultamento digno de alguém que ele amava, mas que não havia confessado publicamente sua fé por temer reações dos líderes religiosos.

c) Ele queria colocar o corpo de Jesus em um túmulo nunca antes utilizado, como se fazia em sepultamento de um rei. Tal como hoje, os túmulos eram reutilizados após a retirada dos ossos.

José de Arimatéia era um homem rico (Mt 27:57) e estava agindo por seus próprios motivos, mas, na providência divina, ele estava cumprindo profecia de Isaías: “Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca” (Is 53:9). Como Isaías poderia saber disso?

José de Arimateia havia violado o sábado ao estar no Pretório para falar com Pilatos. Isso era considerado uma contaminação para a preparação do sábado. Lembre-se que quando os líderes religiosos levaram Jesus a Pilatos, eles se recusaram a entrar no Pretório para não se contaminarem para a Páscoa. Pilatos teve que sair para atendê-los (Jo 18:28-29).

José de Arimateia tornou-se corajoso e demonstrou publicamente seu amor por Jesus. Mas Deus é quem estava guiando os motivos humanos para cumprir sua vontade.

A providência divina e a necessidade do sepultamento de Jesus

Mas tudo isso não se tratou apenas de um sepultamento honroso para Cristo. Em vez de ter seu corpo queimado em um lixão, Jesus havia profetizado que “assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra” (Mt 12:40).

Um dia e uma noite é simplesmente uma maneira judaica de se referir a qualquer parte de um período de 24 horas. Jesus estaria sepultado por três dias. Isso significava que Jesus tinha que ser enterrado antes do sábado começar ao pôr do sol. Não sabemos se José sabia que Jesus havia dito isto, ele estava agindo por seus motivos próprios.

Após receber permissão de Pilatos, José de Arimateia envolveu o corpo de Jesus em um lençol, mais precisamente de linho (Mt 27:59), tal como se enterravam as pessoas em Israel, pois os judeus não faziam embalsamento. Antes do envolver o corpo no lençol eles colocavam especiarias aromáticas.

Jose de Arimateia foi auxiliado por Nicodemos, que levou um composto de mirra e aloés, e ajudou na preparação do corpo de Jesus para o sepultamento, bem como no transporte do corpo (Jo 19:39-40). Nicodemos foi aquele que procurou Jesus à noite e o questionou sobre o novo nascimento (Jo 3).

Na cruz tivemos a conversão de um ladrão e do centurião romano. Agora, no sepultamento de Jesus, temos a manifestação de José de Arimateia e Nicodemos como discípulos de Jesus.

João diz que “no lugar onde Jesus fora crucificado, havia um jardim, e neste, um sepulcro novo, no qual ninguém tinha sido ainda posto. Ali, pois, por causa da preparação dos judeus e por estar perto o túmulo, depositaram o corpo de Jesus” (Jo 19:41-42). Marcos acrescenta: “e rolou uma pedra para a entrada do túmulo”.

Não consigo nem compreender o que eles estavam pensando, a tristeza daqueles momentos e o preço que pagariam pela revelação pública de seu amor por Cristo. Ele fizeram o enterro mais amoroso, cuidadoso e honrado que poderiam oferecer ao Senhor. Apenas duas pessoas foram ao funeral de Cristo. Nenhum hino foi cantado.

A providência de Deus e as mulheres movidas para serem as primeiras testemunhas da ressurreição

Marcos 15
47 Ora, Maria Madalena e Maria, mãe de José, observaram onde ele foi posto.

Algumas das mulheres estavam observando a crucificação a certa distância (Mc 15:40), incluindo Maria Madalena e Maria, mãe de José. Elas ainda estavam no Gólgota quando José de Arimateia pediu o corpo de Jesus a Pilatos. Elas seguiram José de Arimateia e Nicodemos para ver onde Jesus seria sepultado.

Por serem da Galileia, essas mulheres provavelmente não conheciam José ou Nicodemos, que eram da Judeia. Além do mais; os dois homens estavam associados aos líderes judaicos que orquestraram a conspiração contra Jesus (Lc 23:50; Jo 3.1). Desse modo, as mulheres estavam determinadas a elas mesmas prepararem o corpo de jesus para o sepultamento.

Assim, elas foram para suas casas para preparar suas próprias ervas e perfumes (Lc 23:56; Mc 16:1-2). O corpo de jesus precisava ser colocado na tumba antes do pôr do sol, quando se iniciava o sábado, de modo que não conseguiram preparar o corpo. Em Mc 16.1 diz que, “passado o sábado” — ou seja, depois do pôr do sol do dia de sábado — elas compraram mais especiarias.

Então voltaram na manhã de domingo com as ervas aromáticas (Lc 24:1), na esperança de finalizar a tarefa que fora interrompida por causa das restrições do sábado. Mas, quando eles chegaram ao túmulo na manhã de domingo, elas foram informadas, através do anjo, da ressurreição de Jesus (Mc 16:1-8).

A providência de Deus na ação odiosa dos líderes religiosos, para ser mais uma evidência da ressurreição

Há um outro grupo, e sobre ele eu farei apenas um breve comentário. Em Mateus 27:62-66, os líderes religiosos tomados por ódio contra Jesus, estavam preocupados com a possibilidade de os discípulos levarem o corpo de Jesus para afirmar depois que ele havia ressuscitado.

Eles disseram a Pilatos: “Senhor, lembramo-nos de que aquele embusteiro, enquanto vivia, disse: Depois de três dias ressuscitarei”. Jesus havia dito a eles no início de seu ministério: “Derribai este templo, e em três dias o levantarei” (Jo 2:19).

Jesus foi acusado Jesus perante o Sinédrio sobre haver prometido derrubar o templo e depois de três dias construir outro (Mc 14:58). E agora eles usam a mesma fala, de forma correta, dando significado de ressurreição.

E assim pediram a Pilatos que o túmulo de Jesus fosse vigiado por três dias. E eles foram atendidos. Pilatos autorizou que os judeus tivessem uma escolta para realizar a vigilância no túmulo, inclusive com um selo romano, impedindo que fosse aberto (Mt 27:64-67).

Francamente, eles teriam ficado melhor se tivessem deixado a coisa aberta, então poderiam criar vários tipos de explicações para negar a ressurreição de Jesus. Mas o túmulo, selado e vigiado por soldados romanos, ficou vazio, se tornando mais uma evidência incontestável da ressurreição de Jesus Cristo.

E assim tudo que ocorreu no sepultamento de Jesus demostrou o poder providencial de Deus. Na próxima vez veremos a gloriosa Ressurreição de Jesus Cristo (Mc 16:1-9). Vamos orar.

Pai, nós te agradecemos novamente por Tua Palavra. Como podemos dizer outra coisa senão palavras que expressam profunda gratidão? Nós te louvamos pela glória de Tua verdade e como ela é coerente em todas as páginas das Sagradas Escrituras. Claramente, a Escritura é um livro sobrenatural escrito por um autor divino, santo e infalível; a saber, o Espírito Santo. Que tesouro é essa verdade.

Agradecemos a Ti porque vemos as ações de pessoas indiferentes, pessoas amorosas e pessoas hostis se encaixando para realizar Teu propósito. É assim que vivemos nossas vidas. Nós que pertencemos a Ti estamos no meio de uma providência constante, infinita e implacável, enquanto ela opera em nosso mundo e em nossas vidas para realizar Teus fins perfeitos, para Tua glória e nossa bênção. Que privilégio. Agradecemos a Ti em nome de seu Filho. Amém.


Esta é uma série de  sermões de John MacArthur sobre o Evangelho de Marcos.

Clique aqui e veja o índice com os links dos sermões traduzidos já publicados desta série.


Este texto é uma síntese do sermão “How God Buried His Son”, de John MacArthur, em 29/5/2011.

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

https://www.gty.org/library/sermons-library/41-83/how-god-buried-his-son

Tradução e síntese feitas pelo site Rei Eterno.


 

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