A Última Geração (1)

A verdadeira igreja ama a volta de Jesus (2 Tim. 4:8). Vive nesta expectatica de glória e esperança. Não faz sentido desperdiçar tempo preocupado com o futuro do planeta. A igreja não tem nada a temer quanto ao futuro, porque sabe como tudo vai acabar e vive alicerçada na Rocha Eterna de sua salvação. 

Continuando o sermão profético de Jesus no Evangelho de Marcos, vamos olhar agora para Marcos 13: 28-37. Embora não seja uma passagem longa, é bastante densa.

Marcos 13
28 Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam, e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão.
29 Assim, também vós: quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está próximo, às portas.
30 Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.
31 Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.
32 Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai.
33 Estai de sobreaviso, vigiai [e orai]; porque não sabeis quando será o tempo.
34 É como um homem que, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao porteiro ordena que vigie.
35 Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã;
36 para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo.
37 O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai!

Essa é uma mensagem muito clara e inconfundível. O sermão profético proferido por Jesus no Monte das Oliveiras, na noite da quarta-feira, dois dias antes da cruz, sobre seu retorno, é muito esclarecedor e consistente com toda a Escritura. O que as Escrituras dizem sobre o fim dos tempos não é difícil de entender.

Há uma tendência na teologia evangélica hoje que basicamente quer descartar a discussão da segunda vinda de Cristo. As pessoas acreditaram no fato de que é algo sobre o qual podemos ficar confusos. E não é o caso.

O Senhor não nos deu a Sua Palavra para tornar algo obscuro. É por isso que Apocalipse começa dizendo: “Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas” (Apocalipse 1:3).

Isso pressupõe que podemos entendê-lo pelos mesmos princípios interpretativos usados para compreender qualquer documento antigo e qualquer discurso em qualquer idioma e em qualquer lugar. A Palavra de Deus pode e deve ser compreendida, e isso inclui a escatologia.

Gênesis 1 e 2 devem ser entendidos exatamente como estão escritos, assim como o final – ou seja, o livro do Apocalipse e todas as outras porções proféticas das Escrituras que se conectam ao livro do Apocalipse. Podemos entender qualquer coisa escrita nas Escrituras. Há algumas coisas que não podemos entender em sua plenitude, por se tratar de fatos ainda futuros. 

A especulação não é na compreensão da profecia, mas no seu cumprimento. Podemos não compreender pontos específicos do que ainda não aconteceu, mas as profecias são muito claras quando se trata do retorno de Cristo, o ponto culminante da história humana. Em sua volta, Jesus:

Lançará a besta e o falso profeta no lago de fogo; (Ap. 19:20)
– Os ímpios ainda vivos serão mortos com a espada que sairá da boca do Senhor montado em cavalo (Ap. 19:21)
– Satanás será preso por mil anos no abismo (Ap. 20:1-3).
– E então haverá o reino milenar de Cristo na terra, com todos os santos (Ap. 20:4).

Todas as promessas do Antigo Testamento a Israel serão cumpridas, e todas as promessas do reino repetidas no Novo Testamento serão cumpridas. O Senhor será Rei sobre toda a terra por mil anos, e esse é o fim da história.

No final dos mil anos, os ímpios de todas as épocas serão ressuscitados para enfrentar o juízo do grande trono branco, e todos eles serão lançados no lago de fogo, que é a segunda morte. E junto com eles vai Satanás, que se juntará à besta e o falso profeta (Ap. 20: 11-15).

Então haverá o estado eterno, “o novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe”. (Apocalipse 21:1).

Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras. (Apocalipse 21:3,4).

Esta é a nossa esperança. Esta é a bendita esperança de todo crente. Aguardamos essa bendita esperança e o aparecimento glorioso do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo.

Nós somos aqueles, diz Paulo, que amam Sua vinda (2 Tim. 4:8). Estamos esperando que a glória seja revelada em nós na vinda do Senhor Jesus Cristo. Vivemos nesta esperança. Não faz sentido desperdiçar tempo preocupado com o futuro do planeta. Não temos nada a temer quanto ao futuro, porque sabemos como tudo vai acabar.

BREVE PANORAMA DOS SERMÕES ANTERIORES

A verdade da segunda vinda preenche literalmente o Novo Testamento, introduzida pelo próprio Senhor Jesus nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. E o principal ensinamento dos lábios de Cristo sobre Seu retorno está em seu sermão profético a dois de sua crucificação (Marcos 13, Mateus 24 e 25 e Lucas 21).

Como vimos em sermão anterior (1) Jesus estava em seu último dia de ministério público, e no final daquela quarta-feira, da semana da cruz, ele saiu do templo e se assentou no Monte das Oliveiras com Seus discípulos.

Então ele falou do juízo de Deus sobre Israel com a destruição do templo (Mc. 13:1-2), fato ocorrido cerca de 40 anos depois, quando os romanos destruíram Jerusalém, assassinaram muitos milhares de judeus e os expulsaram de sua terra.

Os judeus esperavam um Messias que destruísse seus opressores romanos, mas o Messias veio e proferiu juízo contra Israel. Os discípulos não sabiam o que pensar. Eles sabiam que os líderes de Israel queriam matar Jesus. Eles ainda estão tentando descobrir quando o reino virá.

E então os discípulos perguntaram sobre os sinais do fim dos tempos (Mc. 13:4). Conforme vimos em sermão anterior (1), Jesus falou sobre coisas que aconteceriam entre a sua primeira vinda e a segunda vinda (Mc.13:5-13), tratando do princípio de dores, que marca a primeira metade da 70ª semana de Daniel. A Igreja já terá sido arrebatada.

Conforme vimos em sermão anterior (2) Jesus passou a falar de um tempo futuro muito grave. Nunca houve nada semelhante a ele em toda a história: A Grande tribulação (Mc. 13:13-23). Jesus disse:

Aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá. (Marcos 13:19).

Jesus se referia a segunda metade da 70ª semana de Daniel, quando o anticristo romperá o falso acordo de paz com Israel. Tal período será encerrado com a volta de Jesus.

E como vimos no sermão anterior (3), Jesus falou de sua volta gloriosa no final da grande tribulação. Ele disse:

Mas, naqueles dias, após a referida tribulação, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados. Então, verão o Filho do Homem vir nas nuvens, com grande poder e glória. E ele enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, da extremidade da terra até à extremidade do céu. (Marcos 13:24-27).

Apocalipse 19 e 20 fala desse período, quando Jesus mandará a besta e o falso profeta para o lago de fogo, destruirá os ímpios, enviará um anjo para prender Satanás no abismo e reinará na terra por mil anos com todos os santos de todas as épocas, inclusive com aqueles que sobreviveram no final da grande tribulação.

Esse é o futuro. Sua vinda é futura, e há uma geração futura que verá Sua vinda. E eles saberão que está próximo porque verão os eventos da grande tribulação acontecendo ao seu redor. Essa geração precisará estar alerta – é isso que Jesus passa a falar agora.

CONTINUAÇÃO DO SERMÃO PROFÉTICO DE JESUS: A ANALOGIA COM A FIGUEIRA

Marcos 13
28 Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam, e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão.

Era a quarta-feira da semana da cruz. Como vimos em sermão anterior (5), na terça Jesus havia amaldiçoado a figueira (Mc. 11:12-14). Ele usou a figueira como ilustração de Israel.

Ele havia ido até a figueira porque estava com fome. A figueira não tinha frutos. Isso foi estranho, porque nas figueiras primeiro vem os frutos e depois as folhas. Se havia folhas, deveria haver alguma fruta imatura que pudesse ser colhida.

Mas quando Ele chegou à árvore, ela tinha folhas, mas não tinha frutos, e era um símbolo de Israel – nada além de folhas, pretensão religiosa – e Ele pronunciou uma maldição sobre aquela figueira, e ela morreu no local. Aquela figueira foi uma ilustração da esterilidade de Israel.

Há outros exemplos na Bíblia de ilustrações com base na figueira: Jotão, em Juízes 9; Oséias usou figueiras para se referir aos patriarcas (Oséias 9:10); Jeremias refere-se a pessoas boas e más, como figos bons e ruins (Jeremias 24:2); Joel usou figueiras como uma ilustração de Israel sob julgamento (Joel 1:6-7).

Então, nosso Senhor diz: “Aprenda a parábola da figueira”. Eles estavam familiarizados com figueiras e aqui está uma maneira simples de aprender uma lição: “quando já os seus ramos se renovam, e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão.”

É uma ilustração simples. Significa simplesmente que quando você vê as folhas da figueira, você sabe que o verão está próximo. Por quê? As folhas chegam na primavera. Isso não é complicado.

É por isso que Jesus disse: “Aprenda a parábola”, ou seja, “entenda, é tão simples”: “Quando uma figueira brota folhas, vocês sabem que o verão está próximo”. Eles estavam na primavera, quando se comemora a Páscoa, então havia evidência desse fato ao redor deles.

QUAL É O SENTIDO DE TUDO ISSO? DA ANALOGIA À APLICAÇÃO.

Marcos 13
28Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam, e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão.
29
Assim, também vós: quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está próximo, às portas.

Lucas 21
31 Assim também, quando virdes acontecerem estas coisas, sabei que está próximo o reino de Deus.

O texto de Lucas 21:31 refere-se ao sujeito oculto em Marcos 13:29: O reino de Deus. Assim como o momento em que os botões da figueira se transformaram em folhas era um sinal da proximidade do verão, os acontecimento que Jesus descreveu como dores de parto (Mc. 13: 14-23) devem ser uma clara indicação da sua volta e estabelecimento do reino.

Jesus disse que “aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá” (Marcos 13:19). Esses são os acontecimentos que Jesus se refere, relativos ao período da grande tribulação (Ap. 6 a 19).

Quem estiver vivo para ver estas coisas acontecerem, saberá que a vinda de Cristo estará muito próxima. O reino estará próximo, o Rei está próximo, a glória está próxima.

Esta foi a resposta de Jesus ao questionamento dos discípulos: “Dize-nos quando sucederão estas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para cumprir-se” (Marcos 13:4).

Mas, antes da grande tribulação, Jesus falou sobre coisas que aconteceriam (Mc.13:5-13), tais como falsos cristos enganando a muitos, guerras e rumores de guerra, terremotos, perseguições e ódio contra os cristãos etc. E tudo se agravará quando “virdes o abominável da desolação situado onde não deve estar” (Mc. 13:14), marcando a iminência da volta de Cristo.

ALGUMAS NOÇOES ERRADAS SOBRE QUAL A GERAÇÃO DO FIM

Marcos 13
30 Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.

A geração que verá essas coisas acontecerem, no tempo da grande tribulação, saberá que o reino e a volta de Jesus estão às portas.

1) Jesus não se referia à geração que vivia no primeiro século e nem ao período de vida dos discípulos, pois “tudo isto” não aconteceria em seus dias, como o abominável da desolação, os sinais dos céus, o retorno de Cristo, a reunião dos escolhidos etc.

2) Há pessoas que acreditam que a segunda vinda se cumpriu no ano 70 d.C., quando os romanos destruíram Jerusalém. Só há uma forma de se acreditar nesse absurdo: ignorar totalmente o restante da Bíblia.

3) Há outros que dizem que Jesus estava falando sobre os discípulos, supondo que ele estava errado porque somente o Pai sabe sobre o tempo, pois na sua encarnação ele restringiu atributos divinos. É outro absurdo, porque tal restrição não levou Jesus a cometer erros, pois Ele nunca deixou sua divindade.

4) Há também quem afirme ser a geração que viu o renascimento da nação de Israel em 1948. Essa é uma visão muito popular. A figueira em Marcos 11 é Israel, mas a figueira em Marcos 13 tem que ser Israel também? Não. E, de fato, Jesus não se referiu a Israel em Marcos 13:30.

Uma ilustração é usada de acordo com o momento, e não pode ser comparada com outras ilustrações, nem usada para outros pontos de ensino ou doutrina. Nada aqui diz que é Israel, está simplesmente dizendo: “esta geração não passará até que todas essas coisas aconteçam”.

Não diz Israel. Mas há muitas pessoas que estacionaram aqui. Em 1948, quando Israel tornou-se um Estado, muitos disseram que Jesus se referia àquela geração. Ou seja, ela viria tudo se cumprindo. E houve quem afirmasse que uma geração tem 40 anos, e então Cristo viria antes de 1988.

A VERDADE BÍBLICA SOBRE A ÚLTIMA GERAÇÃO

Quando Jesus disse “a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam, e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão” (Mc. 13:28), Ele não estava falando de uma nação. Não há razão alguma para identificar isto com Israel, salvo por meio de pura imaginação.

Significa o que obviamente significa: a geração que presenciar os sinais verá o cumprimento de tudo. A geração que experimentar as dores do parto verá o nascimento do reino. A geração que vir as folhas verá o julgamento que dará início ao reino. Foi isso que Jesus disse.

Quantos dias depois? Daniel, no final de sua profecia, acrescenta um período de 75 dias após os três anos e meio.

Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana [1.260 dias], fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele. (Daniel 9:27)

Depois do tempo em que o sacrifício diário for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá ainda mil duzentos e noventa dias. Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias [1.335 dias]. (Daniel 12:11,12)

Quem são as pessoas que estarão vivas naquele momento? Quem são as pessoas que vão ler essas profecias e dizer:  “Precisamos entender isso?”

Haverá incrédulos, um mundo de não-crentes, gentios não-crentes. Haverá um mundo de judeus incrédulos, pecadores, por todo o planeta. Haverá também aqueles se converterão no tempo da grande tribulação.

Os crentes vivos naquela naquele momento são os que se converteram através da pregação das duas testemunhas (Ap. 11:3), das 144 mil testemunhas judaicas (Ap. 7:6) e pela pregação angelical (Ap. 14:6). Muitos deles serão massacrados e martirizados, mas muitos serão protegidos e preservados, e então reunidos no reino milenar de Cristo.

O ARREBATAMENTO DA IGREJA ANTES DA GRANDE TRIBULAÇÃO

A igreja não estará presente, será arrebatada antes. O arrebatamento é claramente um evento singular descrito no Novo Testamento. É o momento da “plenitude dos gentios”, quando o último eleito crê, o arrebatamento é desencadeado. Alguns creem que isso acontece no final da grande tribulação.

A grande tribulação será um evento de juízo de Deus sobre os ímpios e para Deus tratar com Israel descrente. A igreja está sob promessa de esperança e não de juízo.

1) O arrebatamento pré-tribulação no livro do Apocalipse

Apocalipse apresenta cronologicamente todos os acontecimentos. A igreja aparece na terra nos capítulos 1 a 3. A partir do capítulo 4 a igreja não é mais mencionada. Ela volta a ser mencionada no retorno de Cristo, capítulos 19 e 20.

Durante a grande tribulação (Ap. 6 a 19) nada se diz sobre a igreja, não descreve a função da igreja, não fala sobre o que a igreja faz ou não faz, deveria ou não deveria fazer.

Por quê? Todo o resto no Novo Testamento é dirigido à igreja, cada epístola – toda a instrução do Novo Testamento é dirigida à igreja. Por que todas as instruções do livro de Apocalipse para a igreja terminam no capítulo 3? No capítulo 4 a igreja está no céu.

Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro. Os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no trono, adorarão o que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando: Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas (Apocalipse 4:4,10,11).

Os vinte quatro anciãos apontam para a igreja diante do trono antes da grande tribulação (Apocalipse 6 a 19). Não se trata dos salvos durante a grande tribulação, que são descritos em Apocalipse 7:9-10; não se trata de Israel, pois estará ainda incrédulo até antes da grande tribulação. Aqui a igreja canta o hino da redenção.

E, então, após o arrebatamento da igreja, no capítulos 5, a máquina de guerra de Deus está começando a se mover. E diz:

Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos. Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos? Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos. (Apocalipse 5:1-2,5)

O capítulos 6, já na grande tribulação, começa com a abertura do primeiro selo. Surge então um cavaleiro em um cavalo branco (Ap. 6:1-2). Ele tem um arco e uma coroa, e este é o Anticristo. No início dos sete anos, o Anticristo estabelece seu poder. Ele tem um arco e nenhuma flecha.

Em concordância com Daniel, ele virá aparentemente para trazer paz (ausência da flecha), e estabelecerá uma aliança de paz com Israel. O anticristo oferecerá uma solução para o caos. Mas não demorará muito para ele revelar quem ele realmente é.

Fala sobre os judeus, gentios, evangelistas judeus (144 mil, 12 mil de cada tribo), duas testemunhas e um anjo – fala sobre tudo isso, mas não menciona a igreja até que você veja a igreja no céu no final. A igreja é mencionada 19 vezes nos três primeiros capítulos, e nunca mais, até o capítulo 19, quando Cristo retorna.

Há ausência de qualquer instrução ou advertência à igreja sobre a grande tribulação, enquanto o restante do Novo Testamento, incluindo até o 3º capítulo de Apocalipse, a igreja é instruída em tudo.

A igreja verdadeira busca a Cristo, sua bendita esperança, e não o anticristo. Qual seria o sentido de os redimidos passarem pela grande tribulação?

Na grande tribulação haverá uma grande massa de pessoas que se converterão. Quando o Senhor voltar com Seus anjos e Sua igreja, muitos deles estarão vivos. O Senhor destruirá todos os rebeldes e levará os piedosos convertidos na grande tribulação para o reino. Se o arrebatamento fosse no final da grande tribulação não haveria ninguém para o reino.

Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra. (Apocalipse 3:10)

Jesus  aqui está falando à Sua verdadeira igreja. Trata-se de um versículo do arrebatamento antes da grande tribulação, em que o Senhor promete que a preservará de uma prova terrível futura, que abrangerá todo o mundo. E a provação dita por Jesus em Apocalipse 3:10 é a mesma que ele falou em Marcos 13:19.

Porque aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá. Não tivesse o Senhor abreviado aqueles dias, e ninguém se salvaria; mas, por causa dos eleitos que ele escolheu, abreviou tais dias. (Marcos 13:19-20)

É sobre esse tempo que Jesus diz que poupará sua Igreja. Mas os convertidos durante a grande tribulação serão provados, muitos serão mortos, mas o Senhor abreviará aqueles dias e preservará muitos santos vivos.

2) O arrebatamento pré-tribulação em João 14:1-3

João 14
1 Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
2 Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar.
3 E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.

A partida de Jesus seria um benefício para os discípulos, pois ele estava indo preparar-lhes um lugar celeste, e retornará para levá-los consigo para que fiquem com ele.

É uma passagem que aponta para o arrebatamento dos santos no fim dos tempos. Aqui não retrata Jesus vindo a terra para estabelecer o seu reino (Ap. 19:11-15), mas levando os crentes da terra para o céu. Não descreve o castigo dos ímpios, pois não se trata de sua volta em glória e poder para destruir os ímpios (Mt. 13:36-43; 47-50).

Pelo contrário, descreve a sua vinda para reunir os seus que estão vivos e ressuscitar os corpos dos mortos a fim de levar todos para o céu. Esse arrebatamento também é descrito em 1 Cor. 15:51-54, 4:5; 1 Tess. 4:13-18.

Depois de arrebatada, a igreja celebrará a ceia do cordeiro (Ap. 19:7-10), será recompensada (1 Cor. 3:10-15, 4:5; 2 Cor. 5:9-10) e, mais tarde retornará à Terra com Cristo, quando Ele virá para estabelecer seu reino (Ap. 19:11 a 20:6).

3) O arrebatamento pré-tribulação em 1 Tessalonicenses 4

1 Tessalonicenses 4
13 Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança.
14 Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem.

As pessoas, por ignorância, teriam chegado à conclusão de que aqueles que morreram perderiam a volta do Senhor. Elas estavam tristes por isso, perdendo a esperança. Como Jesus morreu e ressuscitou, assim aqueles que morreram crendo nele viverão novamente e, então, serão levados ao céu com o Senhor.

1 Tessalonicenses 4
15 Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem.
16 Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro;

Os cristãos daquela época acreditavam que os acontecimentos estavam próximos. Paulo explicou que no arrebatamento da igreja, os vivos seguirão os mortos, que ressuscitarão primeiro.

1 Tessalonicenses 4
17 Depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.
18 Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.

Depois de os mortos terem ressuscitado e estarem com o Senhor em um corpo glorificado (1 Cor. 15:35-50), os cristãos vivos serão arrebatados e estarão com o Senhor para sempre.

Diferente da volta da Cristo, que será marcada por julgamentos e destruição do ímpios, na ocasião do arrebatamento não há qualquer menção de julgamento e destruição dos ímpios, distinguindo claramente os dois acontecimentos.

É o mesmo que o Senhor disse em João 14:3, ou seja, a igreja irá para onde Ele está. Esse é o arrebatamento. Não há julgamento, punição, destruição dos ímpios e nenhum dos eventos descritos da volta do Senhor nos livros de Daniel e Apocalipse, ou por Ele mesmo no discurso no Monte das Oliveiras.

Paulo finaliza falando dizendo: “Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras”. Como você poderia ser consolado se estiver esperando pelo Anticristo? Como você poderia ser consolado se estiver esperando pela grande tribulação?

A igreja é uma entidade única. Começou a existir no Pentecostes, e será reunida no céu quando a plenitude dos gentios estiver presente. Somos distintos de Israel e até mesmo dos santos da grande tribulação.

Os judeus estiveram nas 69 semanas de Daniel, a igreja não existia. E a igreja não estará lá na septuagésima semana de Daniel, que é o período final de sete anos em que o Senhor finalmente trata e salva Israel. Essa é uma história única para Israel. É por isso que a Bíblia diz judeus, gentios e a igreja de Deus; eles são diferenciados.

Jeremias 30 chama a grande tribulação de “o tempo de angústia para Jacó” (Jeremias 30:7). Não se trata de um tempo de angústia para a igreja.

ISRAEL SERÁ NOVAMENTE ENXERTADO NO TRONCO DA OLIVEIRA

Romanos 11
17 Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em meio deles e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira,
18 não te glories contra os ramos; porém, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz, a ti.

O tronco da oliveira é visto como a bênção de Deus, o chamado de Deus, as promessas de Deus – “alguns dos ramos foram quebrados”. Os judeus foram cortados por causa da incredulidade.

Os gentios, “sendo uma oliveira brava”, vindos do seu paganismo, foram enxertados entre eles e se tornou participante da raiz e da seiva da oliveira.

Houve um tempo em que as bênçãos passaram por Israel. Eles foram cortados por causa da incredulidade, os gentios foram enxertados, isso é a igreja.

A igreja não pode ser arrogantes com os ramos. Essa é uma das realidades trágicas e feias da história da igreja: o anti-semitismo. É daí que nasceu o amilenismo. 

Romanos 11
19 Dirás, pois: Alguns ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado.
20 Bem! Pela sua incredulidade, foram quebrados; tu, porém, mediante a fé, estás firme. Não te ensoberbeças, mas teme.
21 Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, também não te poupará.
22 Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a bondade de Deus, se nela permaneceres; doutra sorte, também tu serás cortado.

Se você é arrogante, lembre-se que não é você que sustenta a raiz, mas a raiz é que te sustenta. Os galhos foram quebrados por causa da incredulidade para que você pudesse ser enxertado. Não seja vaidoso, tema.

Por que temer? Tenha certeza de que você é de fato um redimido verdadeiro. Se Deus não poupou os judeus descendentes fisicamente de Abraão, mas não espiritualmente, não vai poupar aqueles que estão na igreja mas não são verdadeiros redimidos. E o Senhor não poupará os que perambulam no meio do povo de Deus, mas nunca nasceram de novo.

Romanos 11
23 Eles também, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; pois Deus é poderoso para os enxertar de novo.

No futuro, Israel será reenxertado. Estamos vivendo numa época em que os gentios estão enxertados: essa é a igreja, é uma entidade separada. A história de Israel meio que parou no ponto da sua incredulidade, e recomeçará no ponto do arrebatamento da igreja, quando eles são colocados de volta na árvore.

Romanos 11
24 Pois, se foste cortado da que, por natureza, era oliveira brava e, contra a natureza, enxertado em boa oliveira, quanto mais não serão enxertados na sua própria oliveira aqueles que são ramos naturais!

Na igreja há judeus e gentios, mas a Palavra fala de futura salvação nacional de Israel. Se você não acredita na salvação futura de Israel, você terá muitos problemas com o texto das Escrituras:

Romanos 11
25 Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios.
26 E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades.
27 Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados.

♦  No arrebatamento, a igreja encontrará Cristo nos ares. Na segunda vinda, Cristo retornará à terra com a igreja.
♦  No arrebatamento, o Monte das Oliveiras permanece intocado; na segunda vinda, ele será dividido.
♦  No arrebatamento, a terra permanece a mesma; na segunda vinda, a terra será transformada.

♦  No arrebatamento, os santos vivos são transladados; na segunda vinda, nenhum santo será trasladado; eles são simplesmente levados vivos para o reino em sua forma humana.
♦  No arrebatamento, o mundo não é julgado e o pecado piora; na segunda vinda, o pecado será julgado e o mundo será muito melhor.
♦  No arrebatamento, o reinado do Anticristo é desencadeado; na segunda vinda, o reinado de Cristo é desencadeado.

♦  No arrebatamento, o corpo vai para o céu; na segunda vinda, ele vem à terra.
♦  O arrebatamento é iminente, sem sinal; a segunda vinda tem sinais distintos.
♦  O arrebatamento diz respeito apenas aos salvos; a segunda vinda, aos salvos e aos não salvos.

Poderíamos ver muito mais sobre isso, mas o tempo se foi. Veremos mais na próxima vez.

Pai, nós Te agradecemos por esse tempo de adoração e na Tua Palavra. Agradecemos-te pelos lembretes consistentes que temos de que este é um livro divino; que a sua consistência, a sua veracidade e o seu poder não diminuem sob todos os ataques daqueles que atacam a sua verdade.

Obrigado por nos ter dado o Espírito Santo para ser nosso professor, e com isso um amor pela verdade. Abençoe esta querida congregação; Eu oro, Senhor, para que Tu os mantenhas alertas.

Oro para que o Senhor trabalhe nos corações daqueles que ainda não abraçaram a Cristo como Salvador e Senhor. Que eles saibam as coisas terríveis que estão por vir no futuro – e ainda mais aterrorizantes, no inferno eterno sem Deus.

Oro, Senhor, para que os pecadores se arrependam e abracem a Cristo, e que os crentes se regozijem em nossa bendita esperança. Obrigado, Senhor, por tudo o que o Senhor está fazendo em todas as nossas vidas através da sua verdade. Oramos em nome de Cristo. Amém.


O texto de Marcos 13:28-37 foi dividido em 2 sermões.

Clique aqui e leia outros sermões escatológicos de John MacArthur


Esta é uma série de  sermões de John MacArthur sobre o Evangelho de Marcos.

Clique aqui e veja o índice com os links dos sermões traduzidos já publicados desta série.


Este texto é uma síntese do sermão “The Final Generation, Part 1”, de John MacArthur, em 1/4/2011.

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

https://www.gty.org/library/sermons-library/41-69/the-final-generation-part-1

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno.


Nota: Para deixar mais claros alguns pontos, foram acrescentadas duas notas extraídas da Bíblia de Estudos MacArthur.


 

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