A Oração que Agrada a Deus

Nossas orações nos condenam quando clamamos por coisas pelas quais nós deveríamos estar mortos para elas. Quanto a vontade de Deus significa para você? O suficiente para dedicar sua vida e suas orações para que a vontade dele seja feita? O suficiente para intensamente clamar: “Deus, seja feita a tua vontade”?

Uma parte muito familiar das Escrituras, muitas vezes chamada de “Oração do Pai Nosso”, quando na realidade é a “Oração dos Discípulos”. Jesus disse:

Mateus 6
5 E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pénas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.
6 Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
7 E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos.
8 Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais.

E prosseguiu:

Mateus 6
9 Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
10 venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;
11 o pão nosso de cada dia dá-nos hoje;
12 e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;
13 e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre].

Esta passagem repetidamente se dirige a Deus como Pai. É isso que precisamos entender no seu sentido mais pleno: o relacionamento que desfrutamos com o Deus eterno, Ele é nosso Pai.

Em que sentido?

1) Bem, poderíamos dizer que Ele é nosso Pai no sentido físico, no sentido natural. Ele é nosso Pai no sentido de que é a fonte da vida para toda a humanidade e toda a criação

Não temos nós todos o mesmo Pai? Não nos criou o mesmo Deus? (Malaquias 2:10)

2) Mas Ele é Pai também no sentido da aliança com uma nação, Israel. Os judeus entendiam que Ele era seu Pai.

Mas tu és nosso Pai, ainda que Abraão não nos conhece, e Israel não nos reconhece; tu, ó Senhor, és nosso Pai; nosso Redentor é o teu nome desde a antiguidade. (Isaías 63:16)

3) Mas o mais importante é que Ele é o Pai de todos os crentes no sentido espiritual. E eles entenderam isso no Antigo Testamento.

Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus e a rocha da minha salvação. (Salmos 89:26)

Embora não esteja totalmente desenvolvido no Antigo Testamento como está no Novo Testamento, um judeu crente no Antigo Testamento teria entendido que Deus era para ele não apenas um pai físico em termos de criação, não apenas um pai nacional em termos de aliança, mas um pai pessoal em termos de vida espiritual.

Isto é retomado, é claro, em João 1, que diz a todos os que creem e receberam a Cristo, Ele deu o direito de serem chamados filhos de Deus. Os que creem são filhos de Deus; os incrédulos são filhos do diabo.

Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. (João 1:12,13)

Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. (1 João 3:8)

A paternidade de Deus no sentido espiritual

Em Gálatas 4 diz que Deus é nosso Pai de uma forma tão íntima que podemos nos dirigir a Ele como “Aba” (um termo aramaico carinhoso usado pelas crianças para falar com seus pais, equivale a palavra “papai”). Podemos ter esse nível de intimidade e familiaridade com Deus.

E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! De sorte que já não és escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus. (Gálatas 4:6,7)

Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados. (Romanos 8:15-17)

Visto que Deus é nosso Pai, e nós somos seus filhos amados, a quem Ele literalmente deu vida espiritual e, em sua família, nos convidou para que sejamos para sempre seus filhos adotivos e regenerados, precisamos entender este aspecto da oração em sua forma mais completa.

Mateus 6
9 Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus …

Há muitos tipos de compreensão quando você chama Deus de Pai. Sim, Ele é seu pai no sentido natural, Ele é seu pai em um sentido corporativo – mesmo na igreja, você poderia dizer isso. Mas Ele é principalmente seu pai no sentido individual e pessoal. Ele é seu Pai amoroso.

Um pai é aquele que tem todos os recursos de que precisamos, que fornece tudo o que poderíamos querer ou precisar, e temos o direito de pedir a Ele as coisas que são urgentes, importantes e necessárias. Há 3 pedidos nesta oração que falam exatamente disso:

1) “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”: você vai ao seu Pai para o seu sustento físico.
2) “Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”: você vai ao seu Pai para lhe dar o que você precisa espiritualmente.
3) “Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”: você vai ao seu Pai em busca de proteção contra seus inimigos.

Eles têm a ver com a vida física, a vida temporal, a vida espiritual e até mesmo aquela realidade maligna que nos rodeia e que pode ser uma grande ameaça para nós.

Não falarei agora sobre esses aspectos. Meu objetivo agora é apenas falar sobre o que vem antes disso nesta oração. Nosso Senhor disse:

Mateus 6
9 Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
10 venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;

A oração começa com o nome de Deus, o reino de Deus e a vontade de Deus. Em João 14:13 Jesus diz que Ele responderá as orações que estão de acordo com o Seu nome “para que o Pai seja glorificado no Filho”. 

Então começamos nossas orações com o reconhecimento de que a prioridade é que Deus seja glorificado. Queremos que o Seu nome, o Seu reino, a Sua vontade sejam a prioridade, para que a Sua glória seja a prioridade, para que Deus seja glorificado. Não é comum o entendimento de que a oração é principalmente para a glória de Deus.

Os discípulos viam Jesus orar regularmente. E então, em outra ocasião distinta do sermão do monte, eles disseram a Jesus: “Senhor, ensina-nos a orar como também João ensinou aos seus discípulos” (Lucas 11:1)

Era comum os rabis comporem orações para que seus discípulos recitassem. Mas os discípulos, ao verem como Jesus orava, entenderam que oração não era mera recitação de palavras. E Jesus lhes respondeu:

Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; o pão nosso cotidiano dá-nos de dia em dia; perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que nos deve; e não nos deixes cair em tentação. (Lucas 11:2-4)

Ele lhes ensinou que a oração era uma comunhão pessoal e íntima com o Pai, e deu-lhes um modelo para orar. Sim, há um lugar para ir a Deus com as suas necessidades físicas, espirituais e por proteção contra o mal que nos rodeia.

Mas antes de chegar a essas categorias de pedidos, você precisa encontrar o caminho através da prioridade na oração, que é que o nome de Deus seja santificado, que Seu reino venha e seja estabelecido.

Orações cheias de enganos

Há um pecado comum em orar que é bastante popular no meio cristão atual. É pensar que Deus tem que te entregar o que você quer; que, de alguma forma Deus está obrigado a te dar o que você quer.

Movimentos gigantes falam que devemos “reivindicar” de Deus o que desejamos, e assim ele estaria compelido a conceder. Isto é muitas vezes chamado de “confissão positiva”, quando você confessa algo positivamente [tal como: “já deu tudo certo”]. Ou seja, o pensamento é que Deus fará conforme você quer.

Alguns chamam isso de “espírito de atração sobrenatural ou espiritual”. Você literalmente atrairia para você a realidade que deseja. Você teria o que quisesse. Você faria isso com palavras de fé.

Essa heresia diz que se você tiver fé suficiente, se crer o suficiente e por tempo suficiente, e articular isso abertamente, você literalmente criaria o mundo que deseja, de modo que a oração se torne um mecanismo para as pessoas conseguirem o que querem, o que desejam.

Claro que isso não encontra respaldo na Palavra de Deus, Tiago 4:3 diz: “pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (Tiago 4:3).

Se você pedir a Deus o que deseja, sem se importar com a vontade de Deus, você receberá um não. É realmente o oposto da mensagem de teologia da prosperidade. Você quer uma garantia de que sua oração não será atendida? Então é só pedir o que quiser, sem se importar com Deus.

Esse tipo de oração egocêntrica é um produto do falso evangelho superficial e egocêntrico. As pessoas vão a Jesus por causa de algo que desejam, para conseguirem o que precisam, para resolverem seus problemas e receberem tudo que a vida tem de melhor para oferecer. Esse é o evangelismo egoísta, que faz inchar o egoísmo nas pessoas.

Isso é uma zombaria contra Deus. Quando o evangelho não é centrado em Deus, e a salvação não é centrada em Deus, então a oração também não é centrada em Deus.

A oração verdadeira

Mas a oração que Jesus ensinou começa assim: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”. Há muitas orações na Bíblia que ilustram isso.

Em Neemias 9 o povo se reúne em atitude de arrependimento e de confissão de pecados. Os levitas disseram: “Levantai-vos, bendizei ao Senhor, vosso Deus, de eternidade em eternidade” (v.5). E então começa uma longa oração de adoração a Deus que se estende por todo o capítulo, que começa com essas palavras:

Neemias 9
5 Bendito seja o nome da tua glória, que ultrapassa todo bendizer e louvor.
6 Só tu és Senhor, tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto há neles; e tu os preservas a todos com vida, e o exército dos céus te adora.
7 Tu és o Senhor, o Deus que elegeste Abrão, e o tiraste de Ur dos caldeus, e lhe puseste por nome Abraão.
8 … cumpriste as tuas promessas, porquanto és justo.

Então os levitas passam a falar da visitação que Deus fez a seu povo escravo no Egito (vs. 10-11); das maravilhas operadas para sua libertação das garras de Faraó; da coluna de nuvem que acompanhava o povo no deserto durante o dia e da coluna de fogo que iluminava o caminho à noite (v.12).

Da lei dada no Monte Sinai (vs.13-14); do pão e da água que supriu o povo no deserto (v.15); da misericória do Senhor mesmo em meio à rebelião de Israel, fazendo-os chegar à Terra Prometida (v. 16-23). E mesmo diante da desobediência de Israel (vs. 24-30), eles disseram:

Neemias 9
31 Mas, pela tua grande misericórdia, não acabaste com eles nem os desamparaste; porque tu és Deus clemente e misericordioso.
32 Agora, pois, ó Deus nosso, ó Deus grande, poderoso e temível, que guardas a aliança e a misericórdia, não menosprezes toda a aflição que nos sobreveio, a nós, aos nossos reis, aos nossos príncipes, aos nossos sacerdotes, aos nossos profetas, aos nossos pais e a todo o teu povo, desde os dias dos reis da Assíria até ao dia de hoje.
33 Porque tu és justo em tudo quanto tem vindo sobre nós; pois tu fielmente procedeste, e nós, perversamente.

Isto fortalece o coração de quem ora. É realmente uma descrição incrível das maravilhas que Deus fez para com Israel. Detalhe por detalhe, esses homens estão dizendo a Deus: “Nós sabemos quem Tu és. Nós sabemos o que Senhor fez.” Isto é adoração. É um fluxo interminável de adoração.

É muito semelhante a outra oração de Daniel, quando ele, lendo as profecias de Jeremias, que o tempo de assolação do cativeiro na Babilônia era de 70 anos (Daniel 9:1-2), e então Daniel diz: “Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza” (Daniel 9:3). Ele diz:

Daniel 9
4 Senhor! Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos;
5 temos pecado e cometido iniquidades, procedemos perversamente e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos;
6 e não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, nossos príncipes e nossos pais, como também a todo o povo da terra.
7 A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós, o corar de vergonha…
13 Como está escrito na Lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não temos implorado o favor do Senhor, nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniquidades e nos aplicarmos à tua verdade.

14 Por isso, o Senhor cuidou em trazer sobre nós o mal e o fez vir sobre nós; pois justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as suas obras que faz, pois não obedecemos à sua voz.

E a motivação da oração de Daniel é muito clara:

Daniel 9
17 Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo e as suas súplicas e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o rosto, por amor do Senhor.
18 Inclina, ó Deus meu, os ouvidos e ouve; abre os olhos e olha para a nossa desolação e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias.
19 Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age; não te retardes, por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome.

E aqui está a chave: “faze resplandecer o rosto, por amor do Senhor” (v.17); “olha para a nossa desolação e para a cidade que é chamada pelo teu nome” (v.18); “atende-nos e age; não te retardes, por amor de ti mesmo” (v.19).

Com a honra  de quem Daniel está preocupado? Com a  honra de Deus. Ele disse  exatamente o que Jesus disse na oração do “Pai nosso”: “Santificado seja o Teu nome”. Ou seja: “Quem Tu és está em jogo”.

Portanto, a oração começa com esta compreensão profunda. Antes de ter qualquer coisa a ver com pedidos, é uma experiência de adoração. Começa com “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”. Maravilhoso!

O que significa orar em nome de Jesus?

Mateus 7
7 Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.
8 Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á.
9 Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra?
10 Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra?
11 Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?

Deus dará o que é bom para seus filhos. E nesse sentido, Ele é o Pai amoroso. Mas, tudo deve trazer glória para Ele. Isso é tão maravilhoso. Isto é oração como adoração.

E é aí que toda oração deve começar. Cada vez que você ora, você deve se alinhar com uma coisa: tudo tem que ser para a glória de Deus.

E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito. (1 João 5:14,15).

E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho (João 14:13).

Orar “em nome de Jesus”, não significa anexar uma expressão no fim da oração, como uma simples fórmula. Orar em nome de Jesus tem o sentido de orar consistente com a pessoa dele, com seu propósito e vontade. Fazer algo em nome de alguém é agir como ele agiria, em conformidade com a vontade dele. E Jesus se move sempre buscando a glória do Pai.

Toda obra de Jesus tem um objetivo final: A glória do Pai.

Filipenses 2
5 Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
6 pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;
7 antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,
8 a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
9 Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra,
11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, PARA GLÓRIA DE DEUS PAI.

O que Jesus quis dizer com “Santificado seja Teu nome”?

Tudo o que Deus é. No Antigo Testamento há vários nomes de Deus:

– Elohim: Criador;
– El Elyon: Deus Altíssimo;
– Jeová-Jiré: O Senhor proverá;
– Jeová-Nissi: O Senhor é a nossa bandeira;
– Jeová-Rafa: O Senhor que cura;
– Jeová-Shalom: O Senhor é a nossa paz;
– Jeová-Raah: O Senhor é meu pastor;
– Jeová-Tsidkenu: O Senhor é a minha justiça;
– Jeová-Sabaoth: O Senhor dos exércitos;
– Jeová-Shammah: O Senhor está presente;
– Jeová Mekaddishkem: O Senhor que te santifica.

Mas o maior nome que Deus tem é o nome de Jesus Cristo. O nome que está acima de todo nome.

Então, o que significa santificar Seu nome? Significa honrá-Lo por quem Ele é e pelo que Ele fez, e certamente abrange a realidade de Sua plena revelação em Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo.

Então, quando falamos sobre ser santificado, não estamos falando de algum mosteiro de clausura, estamos simplesmente falando de ir a Deus em adoração e reverência.

Venha o teu reino

Não é apenas o Seu nome sendo santificado, mas é o Seu reino vindo. “Venha o teu reino”. “Glorifique o Teu nome e faça tudo o que avança o Teu reino.” É assim que você ora: “Faça o que quer que promova o seu reino”.

O Talmud diz que a oração na qual não há menção ao reino de Deus não é de forma alguma uma oração. Você deve estar pedindo a Deus para avançar Seu reino.

Eu sei que há muitos cristãos que oram pela nação, e tudo bem, mas acho que eles provavelmente oram muito mais pela nação do que pelo avanço do reino de Deus. Estamos todos empenhados em orar com intensidade de coração: “venha o teu reino”?

O que queremos dizer com isso? Como surge o reino? Vem de três maneiras.

1) Através da salvação. Quando alguém chega à fé em Cristo, ele entra no reino, então o reino cresce por meio daquela alma. O reino cresce através da salvação, da conversão, da regeneração.

Marcos 1
14 Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galileia, pregando o evangelho de Deus,
15 dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.

Então, quando oramos: “Venha o teu reino”, estamos orando para que as pessoas sejam salvas. Portanto, parte do avanço do reino – e obviamente a parte inicial – é a questão da salvação.

O reino avança e cresce, esse reino que está no meio de vocês, o reino que é igual à igreja desta era; esse reino avança com a salvação dos pecadores. Essa é uma prioridade em nossas orações.

2) O reino cresce não apenas através da salvação, mas também pela santificação.

Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. (Romanos 14:17)
Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. (Mateus 6:33)

São chamados à santificação. A salvação avança o reino, a santificação avança o reino.

3) A glorificação avança o reino. Ao pensarmos em “venha o teu reino”, queremos dizer com João:

Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus! (Apocalipse 22:20)

Assim o reino avança através da salvação, da santificação e, um dia, da glorificação. E João estava orando no final de Apocalipse: “Vem, Senhor Jesus.”

Acho que, provavelmente, cada vez mais os cristãos estão orando pela segunda vinda de Jesus Cristo do que em qualquer outro período da nossa vida. Não se vê muita coisa boa no futuro deste mundo.

Então é assim que você ora: que o nome de Deus seja santificado, que o Seu reino venha e, em terceiro lugar, que a Sua vontade seja feita.

Considerações finais

Ore “segundo a Sua vontade”. Você não pode querer nada além disso. Até Jesus orou assim: “Não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lc. 22:42). Essa é a maneira de você dizer a Deus: “Eu me uno a Ti em querer a Tua vontade”.

Quando você diz: “seja feita a tua vontade”, isso não é um ressentimento amargo, isso não significa: “Não posso lutar contigo; Tu és poderoso demais para mim”. Não se trata de resignação passiva.

Não é dizer: “OK, Deus, desisto; vá em frente e faça o que Tu queres.” E não é uma reserva teológica, como dizer: “Eu sei que o Senhor vai fazer o que vai fazer de qualquer maneira, então por que eu perderia meu tempo com minhas petições?” Não é isso.

Na verdade dizer “seja feita a ua vontade” é uma rebelião contra o mundo em sua decadência, é uma recusa absoluta de tudo que desagrada a Deus, uma recusa de toda agenda, todo esquema e toda interpretação que esteja em desacordo com o que Deus estabeleceu. É uma rejeição ao mal, de que ele é totalmente incompatível e inconciliável com Deus.

O que Jesus está dizendo é que você tem que entender que quando você está orando: “seja feita a sua vontade”, você está orando contra tudo o mais que está acontecendo. Taylor disse que nossas orações nos condenam quando imploramos docilmente por coisas pelas quais nós deveríamos estar mortos para elas.

Quanto a vontade de Deus significa para você? O suficiente para dedicar sua vida e suas orações para que a vontade de Deus seja feita? O suficiente para reunir toda a sua força espiritual e clamar: “Deus, seja feita a tua vontade”?

Você não quer fazer uma trégua com o mal. Quando oramos pela vontade de Deus, estamos orando pela Sua vontade como um ato de rebelião contra o mal que permeia o nosso mundo. Isto é oração como adoração.

E quando você tiver superado tudo isso, ao longo do caminho você poderá pedir ao Senhor que atenda às suas necessidades físicas, às suas necessidades espirituais e forneça proteção. Precisamos fugir de tantas compreensões inadequadas do que realmente é a oração.

Quando suas orações são de adoração, você está se alinhando com a vontade de Deus e verá Sua resposta gloriosa. E tudo quanto você pedir em seu nome, ou seja, de acordo com tudo que Jesus é, Ele fará, para a glória do Pai (João 14:13).

Pai nosso, nós Te damos glória e louvor por nos permitir ter acesso à Tua presença e levar os clamores do nosso coração diante de Ti. Mas sabemos que quando oramos da maneira certa, nossas orações não são egoístas.

Não estamos orando para que possamos ter algo para nosso próprio prazer. É para o Teu prazer, para a Tua glória, para a exaltação do Teu nome, o avanço do Teu reino e a realização da Yua vontade.

Tudo o que importa é que Tu sejas glorificado e exaltado, que o Teu reino avance em sua plenitude e que a Tua vontade perfeita e justa seja feita.

Senhor, mostra-nos que comunhão maravilhosa essa oração proporciona, para que cheguemos a Ti como um Pai amoroso. E o Senhor quer que amemos seus propósitos, não os nossos. Que possamos colocar nossas afeições nessas coisas, não nas coisas da terra, enquanto Te adoramos mesmo em nossas orações. Amém.


Leia também:


Esta é uma série de  sermões de John MacArthur sobre o Evagelho de Mateus.

Clique aqui e veja também o índice com os links dos sermões traduzidos sobre o Evangelho de Mateus


Este texto é uma síntese do sermão “The Worship of Prayer”, de John MacArthur em 18/06/2023.

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

https://www.gty.org/library/sermons-library/81-146/the-worship-of-prayer

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno


 

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