A Noiva e o Amado
E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. (Apoc. 21: 1-4)
Eu…
Quem era eu?
Bem, eu estava perdida, ferida e suja.
Não havia em mim nada de bom, nenhuma justiça, qualquer razão para que Ele olhasse para mim.
Mas…
Ele me olhou e me amou com amor eterno.
E esse amor o fez vir ao meu encontro, desceu ao meu mundo, ao mundo que Ele criou, mas que não o conheceu.
Esse amor o fez dar a própria vida por mim.
No início… Bem, no início fui atraída por suas palavras.
Elas me consolavam e me transmitiam vida.
Percebi o quanto estava morta.
Pensava, então, o que Ele viu em mim? Na verdade, Ele não viu nenhuma pureza, nenhum traço de santidade.
Não conseguia compreender este amor, a sua altura e profundidade.
Mas este amor me faz amá-lo. Entendi que Ele me amou primeiro.
Esse amor me fez desejar servi-lo e agradá-lo.
Abandonei a minha velha vida, os meus pecados confessei e lhe supliquei o perdão.
Ele me falou de uma cruz.
Disse que havia uma reservada para mim e que eu devia tomá-la voluntariamente e nela morrer.
Ele me perdoou, deu-me uma nova vida, vestiu-me com vestes brancas lavadas em seu próprio sangue.
Colocou dentro de mim um novo coração.
Fez comigo uma aliança.
O seu pedido de casamento foi escrito com sangue gravado em um madeiro.
Eu lhe disse sim.
Mas, então, Ele se ausentou.
Disse que voltaria depois.
Chegaria no dia casamento.
Eu me entristeci. Disse a Ele: Quem irá me consolar, Amado de minha alma?
Ele enviou um amigo a quem chamou de Outro Consolador.
Em pouco tempo aquele Consolador passou a ser meu amigo também.
Na longa espera por meu Amado, o Consolador muitas vezes me animou, enxugou minha lágrimas, deu-me coragem para enfrentar as lutas e forças para esperar por meu Amado.
O Consolador revela ao meu coração a vontade de meu Amado e me capacita a cumprir esta vontade.
Ele é, sem dúvida, um grande amigo.
Na longa espera pelo meu Amado, o mundo tem se levantado contra mim, na tentativa de me fazer desistir de esperá-lo.
Com o passar do tempo, outras surgiram dizendo-se noivas do meu Amado. Fiquei confusa. Poderia meu Amado casar-se com outra?
Mas Ele me consolou…
– Amada minha, nunca te deixarei, nem te abandonarei, nem me confundirei, pois tu és a única vestida de vestes brancas de linho puro (Apoc. 19: 7-9); tu não possuis rugas, qualquer mácula ou coisa semelhante (Ef. 5:27). E tu, ó amada, és a única que anseia por minha volta. Tu és aquela que sempre me diz: vem !! (Apoc. 22:17)
Ao ouvir estas palavras, meu coração ficou em paz.
Enquanto ainda espero pelo meu Amado, vou sendo adornada, preparada para o grande dia: As bodas do Cordeiro.
Dia em que verei a face do meu Amado e estarei com Ele por toda eternidade, louvando-o com todo meu amor.
Quem sou eu?
Sou a noiva.
Hoje me chamam de Igreja.
“Sou do meu Amado e meu Amado é meu”
Sou a noiva a espera do Amado.
E saiu uma voz do trono, que dizia: Louvai o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e vós que o temeis, assim pequenos como grandes.
E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia:
Aleluia! pois já o Senhor Deus Todo-Poderoso reina.
Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou.
E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.
E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro.
E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus. (Apoc. 19: 5-9)