Fé que moveu Isaque-Jacó-José
Nós temos um grande desafio: Ver Hebreus 11: 20 a 22. Esses três versículos resumem uma história que vai de Gênesis 12 a 50. Então, obviamente, não conseguiremos ver tudo, apenas um pouco.
O capítulo 11 de Hebreus é chamado de o capítulo dos heróis da fé. Já consideramos Abel, Enoque, Noé e Abraão [Nota do site: Todos estão traduzidos e postados, bem como o sermão sobre a fé de Moisés. Veja links no final deste texto]. Agora seguimos para Isaque, Jacó e José, que juntos com Abraão, os quatro patriarcas, ocupam grande parte do livro de Gênesis, entre os capítulos 12 ao 50.
Hebreus 11
20 Pela fé, igualmente Isaque abençoou a Jacó e a Esaú, acerca de coisas que ainda estavam para vir.
21 Pela fé, Jacó, quando estava para morrer, abençoou cada um dos filhos de José e, apoiado sobre a extremidade do seu bordão, adorou.
22 Pela fé, José, próximo do seu fim, fez menção do êxodo dos filhos de Israel, bem como deu ordens quanto aos seus próprios ossos.
Sempre tenha em mente que este livro foi escrito para hebreus. Foi escrito para judeus, os quais estavam muito familiarizados com a história dos patriarcas. Tudo que está escrito no capítulo 11 era muito familiar para eles. O escritor de Hebreus comunica aos leitores que o único meio de salvação sempre foi pela fé, nunca havia sido diferente, mesmo no Antigo Testamento. Nunca foi pelas obras. Esta é uma mensagem clara nas Escrituras Sagradas.
No tempo do Novo Testamento, Israel estava vivendo sob uma apostasia do judaísmo. Esta apostasia ensinava que a salvação tinha o mérito do homem. E quando o Evangelho foi pregado, a maior parte da nação o entendeu como uma mensagem estranha ao Antigo Testamento. Assim, o escritor de Hebreus nos dá essas grandes palavras para mostrar que a salvação pela fé não era algo novo, mas que essa mensagem é a mesma do Antigo Testamento. Habacuque 3:8 diz que “o justo viverá pela sua fé”. O mesmo está escrito em Hebreus 10:38.
O capítulo 11 é uma lista de pessoas que foram reconciliadas com Deus, não por obras, mas pela fé. E aí estão Isaque, Jacó e José. Mas, curiosamente, são marcados como homens que demonstraram fé diante da morte. Perto de morrer, Isaque falou das promessas que se cumpririam além de seu tempo; Jacó abençoou seus filhos e José falou do êxodo dos hebreus para a terra prometida e deu “ordens quanto aos seus próprios ossos”.
A fé enfrenta o seu maior teste na hora da morte, quando não experimentou o cumprimento da promessa. Abraão, Isaque, Jacó e José morreram sem nunca receber a promessa que Deus havia dado a eles e suas descendências. Hebreus 11:39 diz: “Ora, todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé não obtiveram, contudo, a concretização da promessa”. Todos morreram antes da promessa ser cumprida. Todos morreram antes que o Messias prometido viesse, antes do reino prometido, antes de todas as promessas que foram dadas originalmente na Aliança Abraâmica.
Então, realmente, de qualquer uma dessas pessoas, podemos aprender lições sobre a fé diante da morte, pois chegaram ao fim de suas vidas sem nunca terem recebido o que Deus prometeu. Mas, no caso deles, é único, no caso dos patriarcas, porque a promessa era de um reino terrestre e de uma terra, de uma benção e de uma salvação. Mas todos morreram sem ter recebido a promessa. Matthew Henry escreveu há muitos anos:
Embora a graça da fé seja de uso universal ao longo de nossas vidas, especialmente quando morremos a fé tem um excelente trabalho a fazer no último momento, a fim de nos ajudar a terminarmos bem, a morrermos no Senhor, para honrá-lo pela paciência, esperança e alegria, de modo a deixar um testemunho com base na verdade da Palavra de Deus e das excelências de Seus caminhos.
E com todas as fraquezas que marcaram a vida de Isaque e Jacó e José, morreram na fé, morreram com confiança de que a promessa seria cumprida mesmo que ainda não a tenham recebido. E é por isso que eles aparecem entre esses heróis da fé. Eram homens que criam que Deus cumpriria sua promessa após a morte deles. Deus é grandemente glorificado quando um crente deixa este mundo com o coração pleno de certezas. Uma pessoa assim teve uma vida onde o Espírito triunfou sobre a carne, o mundo foi conscientemente deixado para trás e houve uma ânsia de compreender as realidades do céu eterno. E assim, essa pessoa morre com um coração ardendo de esperança. E traz honra ao Senhor e um grande testemunho da vida de fé.
E então, aqui, vemos esses três homens do Antigo Testamento. Eles são como nós, pois eram crentes, foram justificados e receberam a salvação. Eles são diferentes de nós porque não tiveram o presente completo da revelação de Deus. Podemos concluir, penso eu, que embora o Espírito Santo estivesse com eles, não estava neles. E essa é uma distinção que veio a partir do dia de Pentecostes. Mas eles demonstraram uma fé testemunhada por Deus, suficiente para permitir que enfrentassem a morte de forma triunfante.
O Salmo 37:27 diz que o homem íntegro e que atenta no que é reto tem por fim a paz. Quando um homem de Deus, reto e maduro, chega ao fim de sua vida, a paz é a marca visível nele. E tal como Isaque, Jacó e José, esse homem também está muito longe da perfeição. As vidas daqueles patriarcas por vezes eram obscuras, mas havia sempre um brilho da fé e ela apareceu no final de suas vidas.
Agora vamos voltar para algo do começo, capítulo 12 de Gênesis. Não vou repetir tudo o que dissemos na última vez, mas eu só quero que você saiba por onde tudo começa. Deus chamou Abraão e disse que iria fazer dele um grande povo, ou seja, o povo judeu, que seria o povo que receberia a Palavra de Deus e que teria a responsabilidade de preservá-la e proclamá-la ao mundo.
E Abrão é convidado a sair da terra de sua parentela, da casa de seu pai, para a terra que Deus iria mostrar. Deus promete fazer dele uma grande nação e que ele seria uma bênção. Deus disse a Abraão: “E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12:3). Isso é o que é conhecido como a Aliança Abraâmica. É a promessa de uma terra, um reino e benção, que incorpora até a salvação, através do Messias que viria. O escritor quer que entendamos que Abraão, Isaque, Jacó e José, os quatro grandes patriarcas, cujas histórias enchem o resto do Gênesis, morreram sem terem recebido essa promessa.
Abraão recebeu a promessa de uma terra, mas nunca teve a posse dela. O único pedaço de terra que Abraão possuía foi seu túmulo. Deus lhe prometeu uma grande nação, mas ele nunca viu aquela grande nação. A ele foi prometido ser a fonte da benção espiritual para o mundo. Ele nunca viu isso. Mas, Abraão nunca deixou de crer que tudo isto seria uma realidade. Hebreus 11:13-16 diz:
Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Porque, os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar. Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade.
Então, Abraão não viu o cumprimento do que Deus lhe prometeu. Ele vagou por vários lugares sem posse de nada, tornou-se um nômade. Isaque, filho da promessa de Deus a Abraão, era igualmente um nômade, vagando pela terra. Seu filho, Jacó, igualmente nunca viu a promessa, nem terra e nem nação. José, o filho de Jacó, obteve grandeza, mas essa grandeza ainda era a de um estranho em uma terra estranha. Eles não viram nada, mas nunca duvidaram da promessa. Eles não morreram frustrados e desesperados, mas cheios de plena confiança que aquelas promessas seriam uma realidade em algum momento de suas descendências. E este é um tipo magnífico de fé. Se eles pudessem falar conosco agora, certamente diriam:
Deus fez uma promessa, prometeu um povo, uma terra, benção e salvação, e Deus cumpriu. Ele nunca falha em suas promessas. Pode ser que não vivamos tempo suficiente para vê-las cumpridas, mas elas se cumprirão.
Esses são homens de fé. E os leitores judeus do livro de Hebreus precisavam saber que eles eram homens de fé, que venceram pela fé. Assim como todos aqueles relacionados no capítulo 11 de Hebreus e todos os santos do Antigo Testamento. São como marinheiros que não podem ver a costa e nem sabem onde ela está, mas estão plenamente convictos que chegarão lá.
De acordo com o versículo 6 deste capítulo, o único meio de agradar a Deus é sendo uma pessoa de fé. Sem fé, é impossível agradá-Lo. Então, se você quiser agradar a Deus e, portanto, receber a Sua salvação, se reconciliar com Ele, é uma questão de fé. A fé nos reconcilia com Deus. A fé verdadeira não permite que alguém se frustre ou se desmorone diante da morte. Esta fé procede apenas de Deus.
“Pela fé, igualmente Isaque abençoo a Jacó e a Esaú, acerca de coisas que ainda estavam para vir” (Hebreus 11:20). Isto é tudo que o escritor diz sobre Isaque. Ele não precisava detalhar, pois os judeus conheciam bem tudo sobre Isaque.
A frase operativa aqui é “coisas vindouras” ou que “ainda estavam para vir”. Abraão não havia recebido a promessa, e a promessa de Deus dada a Abraão foi reiterada a seu filho Isaque. Mas Isaque também não recebeu a promessa. Abraão morreu com fé, transmitindo a confiança sobre a promessa a Isaque. Abraão sabia que Isaque seria o próximo passo no plano divino. Isaque fez o mesmo, passando para seu filho Jacó. Também Jacó passou para seu filho José. Todos sabiam que Deus era fiel. Isso é o que os crentes sabem. Eles eram crentes e eles sabiam disso. Hebreus 10:23 diz que “aquele que prometeu é fiel”. Deus é totalmente digno de toda confiança.
Isaque viveu mais tempo que Abraão, Jacó e José. Porém, sua vida é registrada apenas nos capítulos 25 a 27 de Gênesis, bem menos que os demais patriarcas. Ele não era espetacular. Alguém sugeriu que Isaque era um filho comum de um pai extraordinário (Abraão), que se tornou o pai comum de um filho extraordinário (Jacó). Ele viveu uma vida relativamente tranquila e provavelmente era mais conhecido por sua fraqueza espiritual e sua natureza um tanto passiva.
Vamos a Gênesis 26, temos uma história muito encorajadora para nós. Se Isaque, com toda sua fraqueza, está na lista dos heróis da fé… Adivinhe o que? Há esperança para nós. Por isso é encorajador.
O verso 1 diz que “havia uma fome na terra”, isto é na terra de Canaã, que ainda não pertencia a Israel, pois Israel ainda não existia como uma nação, fato que só ocorreu após os 400 anos de escravidão no Egito, o êxodo liderado por Moisés e a conquista de Canaã liderada por Josué.
Há uma fome na terra, e a família de Abraão vivia como nômade para obter algum alimento. Então Isaque, que já era um adulto, foi para Gerar, uma cidade dos filisteus na fronteira com o Egito. Nem Gerar e nem o Egito eram lugares bons para permanecer. O Senhor disse a Isaque:
Não desças ao Egito. Fica na terra que eu te disser; habita nela, e serei contigo e te abençoarei; porque a ti e a tua descendência darei todas estas terras e confirmarei o juramento que fiz a Abraão, teu pai (Gênesis 26:2-3).
Esta é uma espécie de concessão pela parte de Deus. Você não deve se aproximar do Egito, mas se você estiver em Gerar, fique lá, pois aquelas terras eram da aliança com Abraão. Ali Deus o abençoaria e a sua descendência. Nos versos 4 e 5 o Senhor diz:
Multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e lhe darei todas estas terras. Na tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra, porque Abraão obedeceu à minha palavra e guardou os meus mandados, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis.
Aqui está a reiteração da Aliança Abraâmica. Isaque era obediente, o versículo 6 diz que ele morava em Gerar e nunca atravessou a fronteira do Egito. Então, em um sentido, é louvável que ele tenha parado na fronteira e não foi onde Deus lhe disse para não ir. No entanto, sua fraqueza apareceu imediatamente, versículo 7:
Perguntando-lhe os homens daquele lugar a respeito de sua mulher, disse: É minha irmã, pois temia dizer: É minha mulher; para que, dizia ele consigo, os homens do lugar não me matem por amor de Rebeca, porque era formosa de aparência.
Ele aprendeu isto com seu pai Abraão, que procedeu assim por duas vezes em relação a sua esposa Sara, dizendo que era sua irmã (Gênesis 12 e 20). Na primeira vez, no Egito, Faraó levou Sara para seu palácio, e, por causa dela, deu muitos bens a Abraão. Mas, por ter tomado Sara como sua mulher, Deus feriu a Faraó e sua casa com grandes pragas. Faraó repreendeu Abraão pela mentira, devolveu Sara e o expulsou do Egito com todos seus bens (Gênesis 12:10-20).
Na segunda vez, Abraão peregrinava em Gerar e fez a mesma coisa, dizendo que Sara era sua irmã. O rei de Gerar, Abimeleque, fez a mesma coisa que Faraó, tomando Sara por sua esposa. O Senhor repreendeu Abimeleque por meio de um sonho e não permitiu que ele tocasse em Sara. Assim como Faraó, Abimeleque repreendeu Abraão pela mentira e devolveu Sara (Gênesis 20).
Então Isaque teve um bom professor e acabou agindo assim também em Gerar. Gênesis 26:8-10 diz que o rei de Gerar, Abimeleque (certamente, Abimeleque era um título e não um nome de uma pessoa), viu Isaque fazendo carícias em Rebeca e o repreendeu dizendo que alguém do povo poderia ter abusado dela por causa de sua mentira e caído em grave delito. O rei Abimeleque deu uma ordem: “Qualquer que tocar a este homem ou à sua mulher certamente morrerá” (v.11). Os versos 12 a 14 dizem:
Semeou Isaque naquela terra e, no mesmo ano, recolheu cento por um, porque o Senhor o abençoava. Enriqueceu-se o homem, prosperou, ficou riquíssimo; possuía ovelhas e bois e grande número de servos, de maneira que os filisteus lhe tinham inveja.
O Senhor abençoou Isaque de forma extraordinária. Ele tornou-se tão poderoso que o rei Abimeleque disse: “Aparta-te de nós, porque já és muito mais poderoso do que nós” (v.16). Isaque partiu de lá e acampou no vale de Gerar (v.17), a poucos quilômetros de distância.
O verso 18 diz que Isaque “cavou os poços de água que cavaram nos dias de Abraão seu pai, e que os filisteus entulharam depois da morte de Abraão”. Ele deu a esses poços os mesmos nomes dados por seu pai. Os poços produziram muita água e foram reivindicados pelos pastores de Gerar (v.19-20). Ele se afastou dali e cavou outros poços que também produziram muita água (v.21-22) e lá se estabeleceu.
E o verso 23 diz que Ele subiu dali a Berseba e então o Senhor falou com ele: “Eu sou o Deus de Abraão teu pai; não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua descendência por amor de Abraão meu servo” (v.24). Aqui está a repetição da Aliança Abraâmica dada a ele. E aqui é onde, pela primeira vez, claramente, vemos a demonstração de que este é um homem de fé. Versículo 25: “Então edificou ali um altar, e invocou o nome do SENHOR, e armou ali a sua tenda; e os servos de Isaque cavaram ali um poço”.
A próxima pequena seção fala sobre como eles fizeram a paz com o povo de Gerar. É a indicação da fé deste homem. Mas, eu quero levá-lo de volta a um incidente anterior, de volta ao capítulo 25 de Gênesis. Aparentemente, as mulheres na família de Abraão pareciam ter problemas para gerar filhos. E no caso de Isaque, sua esposa Rebeca estava há cerca de 20 anos sem ter gerado um filho. O verso 21 diz:
Isaque orou insistentemente ao Senhor por sua mulher, porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca sua mulher concebeu.
E então, você tem a maravilhosa história dos dois gêmeos em seu ventre (Esaú e Jacó). Eles lutavam dentro dela. Ela orou e o Senhor lhe disse:
Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor.
Por meio de Jacó viria o povo judeu, por meio de Esaú viriam os edomitas, os povos árabes. O mais velho era Esaú, mas ele entregou seu direito de primogenitura a Jacó em troca de uma refeição [o primogênito tinha porção dobrada da herança e o direito de ser chefe da família e sacerdote].
Então, é uma indicação de que eles seguiram o Senhor porque oraram ao Senhor e o Senhor ouviu sua oração. Romanos 9:13 diz que Deus amou Jacó e aborreceu Esaú. Antes de terem nascido, Deus soberanamente escolheu Jacó. Você tem aqui uma boa indicação da soberania divina, o propósito de Deus de dar graça seja a uma linhagem ou a uma pessoa e abster-se de outra. Paulo pergunta: “Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma” (v.14). Pois Deus “compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer” (v.18). Nos versos 20 a 23 ele diz:
Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou.
Deus, em sua soberania, escolheu Abraão, Isaque, Jacó e, através deles, viria a linha messiânica. Então, em Gênesis 26:23 a 25, Deus reafirma com Isaque a sua aliança com a descendência de Abraão. O verso 34 diz que Esaú casou-se com uma pagã, fato que trouxe muitas dores a Isaque e Rebeca. Esaú se revelou rapidamente como um profano (Hebreus 12:16), um típico homem mundano.
Agora, vamos nos mover mais rapidamente, vejamos o capítulo 27 de Gênesis. Isaque era velho, em torno de 137 anos. Ele pede a Esaú um guisado saboroso para que ele comesse, para depois o abençoar e morrer (v.4). Deus havia dito que o mais velho serviria ao mais novo, e o mais velho era Esaú. Essa era a profecia (Gênesis 25:23-26).
Esaú e Jacó haviam crescido e Esaú tornou-se um habilidoso caçador, um homem do campo. Jacó era um homem pacífico que vivia em tendas (Gênesis 25:27). Isaque amava Esaú, porque a caça era de seu gosto, e Rebeca amava Jacó (Gênesis 25:28).
Quando Jacó cozinhou um guisado, Esaú, cansado e faminto, desejou comê-lo. Jacó propôs trocá-lo pelos seus direitos de primogenitura. Que respondeu Esaú? “Eis que estou a ponto de morrer; para que me servirá a primogenitura?”. E a Bíblia diz: “Assim desprezou Esaú a sua primogenitura”. Tudo isto está em Gênesis 25:29-34. Ele desdenhou do seu direito de primogenitura.
Esaú era um típico homem sem visão do futuro. É por isso que ele é chamado de homem profano. Também é verdade que Jacó não precisava fazer o que fez. Deus não depende da ação do homem para cumprir Sua vontade, pois ela prevalece sobre qualquer outra.
Jacó fomentou todos os tipos de problemas na família: decepções, mentiras, animosidades e ódio. Tudo era absolutamente desnecessário. É verdade que Esaú não pensou em Deus, ele era apaixonado pelas coisas terrenas, impulsivo, incapaz de estimar o verdadeiro valor de qualquer coisa que imediatamente não atraía seus sentidos carnais. Ele preferiu o animal ao espiritual e, portanto, foi profano.
Então, a profecia de que Jacó receberia o direito de primogenitura era verdade. Deus teria feito isso acontecer. Jacó não precisava fazê-lo daquela maneira. E agora, chegamos ao capítulo 27, o velho Isaque sabia sobre essa venda do direito de primogenitura, mas ele tentou favorecer Esaú. Ele pede um guisado e promete abençoar Esaú. Rebeca ouviu a conversa e trama para que a benção fosse para Jacó.
Isaque ignorou a Palavra de Deus na profecia. Isaque ignorou o fato de que o direito de primogenitura mudou de dono. Isaque ignorou o caráter profano de Esaú. Ele ignorou os casamentos de Esaú com mulheres pagãs e idólatras. Ele ignorou tudo isso apenas porque gostava mais de Esaú, pois Esaú lhe fornecia o que satisfazia seu apetite. Bem, Rebeca não vai deixar isso acontecer e é uma história incrível. Ela diz a Jacó:
Ouvi teu pai falar com Esaú, teu irmão, assim: Traze caça e faze-me uma comida saborosa, para que eu coma e te abençoe diante do Senhor, antes que eu morra. Agora, pois, meu filho, atende às minhas palavras com que te ordeno. Vai ao rebanho e traze-me dois bons cabritos; deles farei uma saborosa comida para teu pai, como ele aprecia; levá-la-ás a teu pai, para que a coma e te abençoe, antes que morra (Gênesis 27: 6-10).
Jacó respondeu a sua mãe dizendo que Esaú era um homem peludo e que seu pai, que estava quase cego, notaria a diferença. Ele diz: “Dar-se-á o caso de meu pai me apalpar, e passarei a seus olhos por zombador; assim, trarei sobre mim maldição e não bênção”. Rebeca responde: “Caia sobre mim essa maldição, meu filho; atende somente o que eu te digo, vai e traze-mos”. Ela preparou a comida, colocou roupas de Esaú em Jacó e cobriu seu pescoço e mãos com pele dos cabritos, para que Isaque pensasse ser Esaú (v.11-14).
Isaque desconfia e reconhece a voz como sendo a de Jacó, mas ao apalpá-lo pensa ser Esaú, devido à pele de cabrito nas mãos e no pescoço de Jacó. Após comer a refeição preparada por Rebeca, pensando ter sido feita por Esaú e sentindo o cheiro da roupa de Esaú que Jacó vestia, ele dá a seguinte bênção a Jacó, pensando ser Esaú:
Deus te dê do orvalho do céu, e da exuberância da terra, e fartura de trigo e de mosto. Sirvam-te povos, e nações te reverenciem; sê senhor de teus irmãos, e os filhos de tua mãe se encurvem a ti; Maldito seja o que te amaldiçoar, e abençoado o que te abençoar (v. 28-29).
Com efeito, ao passar esta benção, ele está investindo a promessa da Aliança Abraâmica em Jacó, pensando que ele é Esaú. Bem, Esaú chega e descobre toda a trama e se enfurece terrivelmente. O mesmo Jacó que lhe tomou o direito de primogenitura, agora tomou também a bênção. Ele rogou que Isaque também o abençoasse, mas ouviu apenas as seguintes palavras de Isaque:
Longe dos lugares férteis da terra será a tua habitação, e sem orvalho que cai do alto. Viverás da tua espada e servirás a teu irmão; quando, porém, te libertares, sacudirás o seu jugo da tua cerviz (v.39-40).
O resultado disso é óbvio, o versículo 41 diz: “Passou Esaú a odiar a Jacó por causa da bênção, com que seu pai o tinha abençoado; e disse consigo: Vêm próximos os dias de luto por meu pai; então, matarei a Jacó, meu irmão”.
Você diz: “Bem, espere um minuto, aqui está um cara chamado Isaque que está na lista de heróis de fé, como ele chegou lá com esse tipo de comportamento?”. E a resposta é que houve um tempo em que ele orou ao Senhor em favor de sua esposa e isso indicou sua fé confiante no Senhor. Houve um tempo, e isso é tão importante, é a parte mais importante da história que está em Gênesis 26: 24-25:
Na mesma noite, lhe apareceu o Senhor e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não temas, porque eu sou contigo; abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência por amor de Abraão, meu servo. Então, levantou ali um altar e, tendo invocado o nome do Senhor, armou a sua tenda; e os servos de Isaque abriram ali um poço.
Isaque se fixou no lugar onde Deus apareceu. Ele construiu um altar para o Senhor e invocou o nome do Senhor. Essa é uma declaração que realmente expressa sua fé no Senhor. Ele se envolveu em coisas indignas. O fruto de tudo foi que desde que Jacó recebeu a bênção, nunca mais voltou a ver sua mãe e viveu longo tempo peregrinando por temer ser assassinado por Esaú. Mas um dia Esaú e Jacó voltaram a se encontrar e não houve confronto.
Isaque demonstrou sua fé em relação às coisas que viriam. Tudo o que pode ser dito sobre este homem na listagem que ocorre em Hebreus 11 e o define como um homem de fé é wue ele creu em Deus, mesmo sem ter recebido nenhuma das promessas. Ele abençoou Jacó com a verdadeira benção, pois ele cria naquilo que Deus havia dito.
Esta é a essência da fé. Ele enfrentou o fim de sua vida, não recebeu a promessa, não recebeu a terra, não recebeu a nação e não se tornou uma benção para o mundo, no entanto, transmitiu a promessa para a próxima geração, sabendo que ainda estava por vir. Sim, ele tentou fazer as coisas do seu jeito, mas assim que percebeu a mão providencial de Deus atravessando sua vontade natural e seu afeto natural, ao invés de murmurar e se revoltar, ele se submeteu ao Senhor, não reverteu a bênção. E esta é uma evidência de sua fé. Ele finalmente sucumbiu ao que estava certo e disse a Jacó:
Não tomarás esposa dentre as filhas de Canaã. Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma lá por esposa uma das filhas de Labão, irmão de tua mãe. Deus Todo-Poderoso te abençoe, e te faça fecundo, e te multiplique para que venhas a ser uma multidão de povos; 4e te dê a bênção de Abraão,a ti e à tua descendência contigo, para que possuas a terra de tuas peregrinações, concedida por Deus a Abraão (Gênesis 28: 1-4).
Então, no final, o velho Isaque aceitou o propósito providencial de Deus em meio a todas as circunstâncias e bizarras maquinações pecaminosas. Ele morreu na fé de que a promessa seria cumprida e que seu filho Jacó seria o próximo passo para isso.
“Pela fé, Jacó, quando estava para morrer, abençoou cada um dos filhos de José e, apoiado sobre a extremidade do seu bordão, adorou”. Vida de fé, pois Jacó era como seu pai, Isaque, cheio de coisas nebulosas. Mas, ele caminhou pela fé, como Isaque. Ele encontrou muitas lutas e desafios, vitórias vieram, porém com muita dificuldade. A névoa em sua vida era espessa, o pecado era pesado, mas sua fé nunca diminuiu. Gênesis 28:10-17 diz:
Partiu Jacó de Berseba e seguiu para Harã. Tendo chegado a certo lugar, ali passou a noite, pois já era sol-posto; tomou uma das pedras do lugar, fê-la seu travesseiro e se deitou ali mesmo para dormir. E sonhou: Eis posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela. Perto dele estava o Senhor e lhe disse: Eu sou o Senhor, Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque. A terra em que agora estás deitado, eu te darei, a ti e à tua descendência. A tua descendência será como o pó da terra; estender-te-ás para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e para o Sul. Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra. Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo que te hei referido. Despertado Jacó do seu sono, disse: Na verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia. E, temendo, disse: Quão temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus.
Aqui está uma reiteração da mesma aliança que Deus fez com Abraão, confirmou com Isaque e agora com Jacó. Os versos 18 e 19 dizem:
Tendo-se levantado Jacó, cedo, de madrugada, tomou a pedra que havia posto por travesseiro e a erigiu em coluna, sobre cujo topo entornou azeite. E ao lugar, cidade que outrora se chamava Luz, deu o nome de Betel.
Aqui está a indicação de sua fé. Ele quer que o Senhor seja seu Deus. Mesmo aterrorizado com o ódio mortal de Esaú, ele retorna à terra de sua parentela, mas antes ele fez esta oração:
Deus de meu pai Abraão e Deus de meu pai Isaque, ó Senhor, que me disseste: Torna à tua terra e à tua parentela, e te farei bem; sou indigno de todas as misericórdias e de toda a fidelidade que tens usado para com teu servo; pois com apenas o meu cajado atravessei este Jordão; já agora sou dois bandos. Livra-me das mãos de meu irmão Esaú, porque eu o temo, para que não venha ele matar-me e as mães com os filhos. E disseste: Certamente eu te farei bem e dar-te-ei a descendência como a areia do mar, que, pela multidão, não se pode contar (Gênesis 32:9-12).
Então, quando você olha a vida de Jacó, você vê muitos problemas, como duplicidades e mentiras, mas ele sempre esteve ansioso para o Senhor ser o seu Deus. Ele confiou que o Senhor era a fonte de sua vida e a fonte de sua proteção.
Gênesis 48:1 diz: “E aconteceu, depois destas coisas, que alguém disse a José: Eis que teu pai está enfermo. Então tomou consigo os seus dois filhos, Manassés e Efraim”. José teve dois filhos. Falamos sobre as doze tribos de Israel, não é? Bem, quando entraram em Canaã, as doze tribos foram distribuídas na terra. Havia, na verdade, 13 tribos de Israel, porque uma das tribos era José, mas sua porção foi dividida em duas partes, Efraim e Manassés. Os levitas, a tribo de Levi, não tinham terra, pois eram a tribo sacerdotal.
Então, José aparece com dois filhos, Efraim e Manassés. Eles serão críticos para os propósitos de Deus. É por isso que muitas vezes os profetas se referem a Israel como Efraim. Jacó disse a José:
O Deus Todo-Poderoso me apareceu em Luz, na terra de Canaã, e me abençoou. E me disse: Eis que te farei frutificar e multiplicar, e tornar-te-ei uma multidão de povos e darei esta terra à tua descendência depois de ti, em possessão perpétua. Agora, pois, os teus dois filhos, que te nasceram na terra do Egito, antes que eu viesse a ti no Egito, são meus: Efraim e Manassés serão meus, como Rúben e Simeão; Mas a tua geração, que gerarás depois deles, será tua; segundo o nome de seus irmãos serão chamados na sua herança (Gênesis 48:3-6).
Foi uma promessa que passou por Abraão e Isaque. Eles nunca viram o cumprimento dela, mas creram. A promessa chegou a Jacó, ele também não viu seu cumprimento, mas no momento de sua morte, reafirmou sua fé e certeza de que ela se cumpriria. É passada para a próxima geração, Efraim e Manassés. Os versos 8 a 16 dizem:
E Israel viu os filhos de José, e disse: Quem são estes? E José disse a seu pai: Eles são meus filhos, que Deus me tem dado aqui. E ele disse: Peço-te, traze-mos aqui, para que os abençoe. Os olhos de Israel, porém, estavam carregados de velhice, já não podia ver; e fê-los chegar a ele, e beijou-os, e abraçou-os. E Israel disse a José: Eu não cuidara ver o teu rosto; e eis que Deus me fez ver também a tua descendência. Então José os tirou dos joelhos de seu pai, e inclinou-se à terra diante da sua face. E tomou José a ambos, a Efraim na sua mão direita, à esquerda de Israel, e Manassés na sua mão esquerda, à direita de Israel, e fê-los chegar a ele. Mas Israel estendeu a sua mão direita e a pôs sobre a cabeça de Efraim, que era o menor, e a sua esquerda sobre a cabeça de Manassés, dirigindo as suas mãos propositadamente, não obstante Manassés ser o primogênito. E abençoou a José, e disse: O Deus, em cuja presença andaram os meus pais Abraão e Isaque, o Deus que me sustentou, desde que eu nasci até este dia; O anjo que me livrou de todo o mal, abençoe estes rapazes, e seja chamado neles o meu nome, e o nome de meus pais Abraão e Isaque, e multipliquem-se como peixes, em multidão, no meio da terra.
Os versos 17-18 dizem que José considerou que Jacó havia errado ao ministrar a bênção a Efraim, pois Manassés era o primogênito. Ele tentou que Jacó transferisse a bênção a Manassés. Ele diz a Jacó: “Não assim, meu pai, porque este é o primogênito; põe a tua mão direita sobre a sua cabeça”. Mas Jacó recusou-se a fazer isto e disse: “Eu o sei, meu filho, eu o sei; também ele será um povo, e também ele será grande; contudo o seu irmão menor será maior que ele, e a sua descendência será uma multidão de nações”.
Assim, Jacó colocou Efraim na frente de Manassés. Então Efraim se torna em outro nome para Israel, como Israel se tornou em outro nome para Jacó. Então Jacó diz a José: “Estou a ponto de morrer, mas Deus estará com você e o levará para a terra de seus pais”.
Jacó morreu com fé, nunca viu a promessa que tanto esperava. O que José aprendeu com Jacó? “Pela fé, José, próximo do seu fim, fez menção do êxodo dos filhos de Israel, bem como deu ordens quanto aos seus próprios ossos” (Hebreus 11:22). Ele, que também não recebeu a promessa, creu. A promessa veio a Abraão, nem ele, nem Isaque, nem Jacó e nem José a viram cumprida, mas morreram crendo no que Deus havia dito. Gênesis 50: 24-26 diz:
E disse José a seus irmãos: Eu morro; mas Deus certamente vos visitará, e vos fará subir desta terra à terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó. E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente vos visitará Deus, e fareis transportar os meus ossos daqui. E morreu José da idade de cento e dez anos, e o embalsamaram e o puseram num caixão no Egito.
Ele creu na promessa, morreu no Egito sem vê-la, mas cria que seria uma realidade futura, porque Deus havia dito. Tal como Abraão, Isaque e Jacó, José morreu sem vê o cumprimento da promessa, mas viveu movido por ela.
Agora, o que o escritor aos Hebreus nos diz? Você entende agora, não é? São pessoas de fé. Quero dizer, todas as suas vidas foram construídas em torno dessa promessa que foi dada a Abraão e transmitida a esses três outros patriarcas. E tudo em suas vidas concentrou-se na confiança de que Deus cumpriria plenamente o que disse. Eles nunca viram a promessa, mas morreram crendo nela.
Creio que isto é fé em seu mais elevado nível. Estas não foram pessoas que viveram num nivel baixo de fé. Eram pecadores? Com certeza. Agiram com duplicidade, engano? Com certeza, sim. Eram fracos, vacilantes, algumas vezes imorais? Sim. Viveram num tempo primitivo, sem ter plena revelação ou as completas riquezas do Espírito que nós temos hoje. Eles tiveram dificuldades que nós não temos e talvez por isso tenha havido um pouco mais de tolerância de Deus para com os atos que eles cometeram, conforme indicados nas Escrituras.
Mas, esses erros, essa parte de suas vidas não anulam o que é verdade sobre o compromisso que assumiram ao confiar em Deus. Não puderam deixar de dar a benção a quem a benção pertencia. Abraão não daria a Ismael, foi a Isaque. Isaque não entregou a Esaú, foi a Jacó. Jacó não entregou a Manassés, foi a Efraim. Todos morreram sem ter visto o cumprimento da promessa. Eles morreram como estranhos, vagabundos, nômades, alguns deles em terras estrangeiras.
Essa foi a evidência de sua fé. Eles creram em Deus até a morte, por aquilo que não podiam ver. Se você está pensando que esse tipo de fé é algo incomum e heróico, essa é a fé que você possui também, pois o céu que te aguarda você também nunca viu. E isso é o que significa viver pela fé.
Vamos orar.
Senhor, obrigado novamente pelo testemunho que ouvimos nesta grande história. Agradecemos por esses exemplos da fraqueza humana e da fragilidade humana e, no entanto, em cada caso, esses homens eram receptores da graça soberana, da promessa da aliança, da benção da aliança e da fé que exerciam, que foi a fé que os salvou, que os trazia a um relacionamento com o Senhor, em que o Senhor Se tornou seu Deus e eles Te adoraram, amaram e serviram. Algum dia vamos conhecê-los, quando os veremos em Tua presença.
Que possamos ter a mesma confiança enquanto vivemos e, quando chegarmos à hora inevitável diante da morte, que saibamos que Tu cumprirás o que foi prometido, mesmo que não tenhamos visto o cumprimento. Como Abraão, procuramos uma cidade cujo construtor e criador seja Deus, uma terra melhor do que a que está aqui, estabelecemos nossas afeições nas coisas acima e não nas coisas da Terra. Nós colocamos nosso tesouro no céu, porque sabemos que é onde vamos receber essa recompensa eterna. Nós somos como Abraão, Isaque, Jacó e José, pois vivemos em promessa ainda não realizada.
Esta é a fé que Tu nos concedeste, que nos ancora às glórias do futuro e nos liberta de estarmos preocupados com um mundo que passa. Nós não queremos ser profanos como Esaú, mundanos. Queremos ser pessoas de fé, colocamos nossa esperança em Tua promessa. Obrigado porque Tua promessa é clara e está ancorada na Palavra e em nossos corações pela obra do Espírito Santo. Obrigado por esta obra poderosa, oramos em nome de Cristo. Amém.
Esta é uma série de sermões sobre Hebreus 11. Abaixo os links dos que já foram publicados.
- O que é a fé?
- A fé que moveu Enoque
- A fé que moveu Abraão
- A fé que moveu Moisés
- A fé que moveu Noé
- A fé que moveu Abel
- A fé que moveu Isaque, Jacó e José
Este texto é uma síntese do sermão “The Patriarchs: An Enduring Faith “, de John MacArthur em 29/11/2009.
Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:
https://www.gty.org/library/sermons-library/90-386/the-patriarchs-an-enduring-faith
Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno