A Divisão que Não é Maligna
A falsa e a verdadeira unidade
Que comunhão tem a luz com as trevas? (2 Coríntios 6:14)
Quando unir-se e quando dividir-se? Eis a questão! E uma resposta abalizada exige a sabedoria de um Salomão.
Alguns resolvem o problema de uma maneira simples e prática: Toda união é boa e toda divisão é má!
Muito fácil, mas esta maneira simplista de tratar o assunto ignora as lições históricas.
- Se os homens bons desejassem a união e os maus a divisão, ou vice versa, isso simplificaria as coisas para nós.
- Se pudesse ser mostrado que Deus sempre une e o diabo sempre divide, seria fácil encontrar nosso caminho neste mundo confuso.
Mas as coisas não são assim!
- Dividir o que deve ser dividido e unir o que deve ser unido faz parte da sabedoria.
- A união de elementos heterogêneos jamais é boa, mesmo que possível. Nem a divisão arbitrária de elementos semelhantes.
Isto se aplica certamente as coisas espirituais.
Deus foi quem fez a primeira divisão, quando separou a luz das trevas. A luz e as trevas são incompatíveis. Tentar ter ambas no mesmo lugar ao mesmo tempo é tentar o impossível e o resultado será sempre nulo, nem uma nem outra, mas obscuridade e escuridão.
No mundo dos homens são poucos os contornos que se destacam. A raça acha-se decaída. O pecado trouxe confusão. O trigo nasce junto com o joio , as ovelhas e os cabritos coexistem.
As coisas, porém, não serão sempre assim. Aproxima-se o tempo em que o senhor fará a separação, mandando todo joio para o fogo e separando o trigo para si. Aguardamos com paciência esta hora.
Enquanto isso, para cada um de nós e para a igreja onde quer que apareça na sociedade, a pergunta repetida deve ser: Com o que devemos unir-nos e com o que devemos separar-nos? A questão de coexistência não existe aqui.
- O trigo cresce no mesmo campo com o joio, mas deve haver polinização mútua entre eles?
- As ovelhas pastam junto aos cabritos, mas devem procurar cruzamento entre as espécies?
- Os injustos e os justos gozam da mesma chuva e do mesmo sol, mas devem esquecer suas profundas diferenças e unir-se?
A resposta popular a estas perguntas é afirmativa.
A verdade acaba sufocada para tolerar esta união entre céu e inferno, tudo com base no conceito da unidade que não está fundamentada na Palavra de Deus. A igreja iluminada pelo senhor não acatará esta união.
Num mundo decaído como o nosso, a unidade não é um tesouro que deva ser comprado ao preço da transigência. A lealdade a Deus, a fidelidade à verdade e a preservação de uma boa consciência são joias mais preciosas do que o ouro.
Por causa dessas joias, homens perderam tudo e até a própria vida, muitos pagaram até o último centavo sua determinação e morreram silenciosamente, desconhecidos e não aplaudidos, mas conhecidos por Deus e caros ao seu coração paterno.
Esses são certamente mais sábios que os seguidores religiosos da unidade sem significado, que não são corajosos o suficiente para delinear as fronteiras do pecado.
Quando as ovelhas confusas começam a cair num despenhadeiro, a ovelha que quiser salvar-se individualmente precisa separar-se do rebanho. a unidade perfeita em tal momento só pode significar destruição total para todos. A ovelha sábia, para salvar sua própria pele, se afasta.
O poder se encontra na união de coisas homogêneas e na divisão das heterogêneas. Talvez aquilo que mais precisamos nos círculos religiosos de hoje não seja mais união, mas uma certa divisão sábia e corajosa. Todos desejam a paz, mas pode ser que o reavivamento use a espada.
A W Tozer (1897-1963)
A igreja é o corpo de Cristo, formada por seus filhos, obedientes e desobedientes; como uma família. Quem inclui é Deus e só Ele pode excluir. Nós devemos apenas não nos associar com aqueles que, dizendo-se justo, for devasso e tal. Porém não podemos criar divisões por mais nobre que seja o motivo, pois os fins não justificam os meio. Devemos nos reunir na base exclusivamente da localidade, isto é, nos lares de nossa vizinhança que aceitarem essa prática. Não podemos criar grupos distintos, nem criar hierarquias entre os irmãos, mas respeitar as decisões do corpo de anciãos locais. A unidade da fé deve ser preservada como foi na antiguidade. Grato!
Prezado
A unidade bíblica não é construída a partir da violação ou relativização da verdade. Esse falso tipo de “unidade” nada mais é que uma vertente da heresia do ecumenismo.
O texto não está ensinando a formação de “grupinhos de revoltados” e nem de atitudes de rebeldia carnal, mas sobre uma postura espiritual santa, madura e séria de um cristão, de sair do meio de uma heresia destruidora, para defender a verdade e preservar sua fé e de sua família.
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