Tragédia: Rejeitar a salvação

Seguindo nossa trilha na carta ao Hebreus, chegamos ao capítulo 2, versículos 1 a 4, uma passagem das Escrituras familiar para muitos de nós.

O inferno está, sem dúvida, cheio de pessoas que não se opõem ativamente a Jesus Cristo, mas que simplesmente foram para a condenação por negligenciarem o evangelho.  Essas pessoas são o alvo destes quatro versículos de Hebreus 2. 

São pessoas que conhecem a verdade, que até crêem na verdade, que estão bem cientes das boas novas de salvação oferecidas em Jesus Cristo, mas que nunca estiveram dispostas a entregar suas vidas a Jesus Cristo.  E assim, elas rejeitam o chamado de Deus e se direcionam ao desastre eterno.

CONTEXTO DA CARTA AOS HEBREUS

Ao nos aproximarmos deste texto, quero lhes dar um pouco de pano de fundo, para que vocês entendam a mente do escritor do Livro de Hebreus. 

Esta é uma epístola dirigida aos judeus, como é óbvio pelo título.  Não sabemos quem é o autor humano.  Sabemos que o Espírito Santo é o verdadeiro autor.  E sabemos que foi escrito para três grupos diferentes de judeus, todos residentes em uma determinada comunidade.

1) Em primeiro lugar, incluídos nesta comunidade judaica estavam judeus não-cristãos que não acreditavam em nada sobre o evangelho, que talvez nunca o tenham ouvido.

2) Em segundo lugar, havia também alguns cristãos judeus que receberam Jesus Cristo, que acreditaram no evangelho, mas que ainda estavam presos ao ritual do Judaísmo.  Estes permaneciam cultivando práticas do formalismo do Judaísmo, que não eram mais necessárias, porque uma vez que a realidade chegou, o ritual não precisava mais existir.

3) O terceiro grupo era o dos judeus não-cristãos convencidos intelectualmente, mas nunca entregaram suas vidas a Cristo.  Eles ouviram acerca  das boas novas da salvação, do perdão dos pecados em Cristo, mas nunca se dispuseram a se comprometer. Eles professavam a fé cristã, mas não eram salvos de fato. 

E assim, a Epístola aos Hebreus leva em consideração todos esses três grupos.  Na epístola, o escritor realmente tem um propósito, que é mostrar a todos esses grupos que Jesus Cristo trouxe uma maravilhosa nova aliança chamada Novo Testamento.  Ele morreu na cruz, derramou seu sangue para o perdão dos pecados.  E nesta  Nova Aliança, os homens podem ter perdão. A Nova Aliança é muito melhor do que a Antiga, os rituais do judaísmo.

O escritor de Hebreus, desde o início do livro até o final, prova que a Nova Aliança é melhor do que a Antiga, e o novo mediador – Jesus Cristo – melhor do que qualquer pessoa ligada à Antiga Aliança. 

Ele está tentando mostrar aos judeus não que a Antiga Aliança fosse errada, mas que estava incompleta, pois a Antiga Aliança só está completa em Jesus Cristo, que cumpriu tudo. Eles precisavam crer na Nova Aliança do sangue de Jesus derramado e de Seu sacrifício final por seus pecados, e crer em Jesus como mediador de uma melhor aliança.

Então, o tema de Hebreus é: a Nova Aliança é melhor, Cristo é melhor que tudo e todos, e receber Jesus Cristo é o que importa.

A fim de provar isso, o escritor de Hebreus passa por todos os personagens da Antiga Aliança – Moisés, Arão, o sacerdócio, anjos – que foram mediadores da Antiga Aliança.  E em todos os casos, ele prova que Cristo é melhor do que todos eles. Se Cristo é um mediador melhor do que qualquer outro no Antigo Testamento, então Sua aliança é também melhor. 

Assim que começamos a estudar Hebreus, vimos nos versículos 1 a 3 do capítulo 1, que Cristo é superior a tudo e a todos.  E então, nos versículos 4 a 14, concluindo o capítulo 1, vimos que Cristo é superior aos anjos.

Você diz: “Bem, por que isso é importante?”  Porque para a mente judaica, os anjos eram extremamente importantes.  Os anjos mediaram a Antiga Aliança.  E assim, o Espírito Santo quer nos mostrar que a Nova Aliança é melhor, porque Cristo é melhor que os anjos.  Um mediador melhor significa uma aliança melhor. 

Quando chegamos ao capítulo 2, versos 1 a 4,  temos um convite lançado no meio deste tratado sobre os anjos.  O autor ainda estará falando sobre anjos claramente no capítulo 2, pois ainda não concluiu o tema.  E então, neste ponto (versos 1 a 4), ele está dando uma pausa no assunto sobre os anjos por um minuto para fazer um convite.  Ele está aplicando diretamente aos ouvintes o que tem dito sobre Cristo.

O APELO EM HEBREUS 2:1-4

O tempo todo o autor de Hebreus vem enfatizando a superioridade de Cristo, que Ele é o único que pode purificar o seu pecado, Ele é Deus, é o Criador.  Cristo é digno de toda adoração.  Ele é exaltado.  O tempo todo ele vem dizendo isso. E, de repente, ele para e faz um convite pessoal para seus leitores e ouvintes responderem ao que ele está dizendo.

Poderíamos dizer que a doutrina se transformou em convite. A Palavra de Deus sempre exige uma resposta.  Essa é a questão.  A palavra de Deus sempre exige que alguém reaja a ela.  E devo acrescentar também que qualquer pregador eficaz deve fazer muito mais do que simplesmente transmitir informação aos seus ouvintes.  Qualquer pregador realmente eficaz sabe que deve advertir, exortar e convidar.

E o escritor, quando chega ao capítulo 2, versículo 1, está preocupado com a salvação de seus ouvintes.  Ele não é tão egocêntrico, como alguns pregadores, para quem tudo o que importa é vomitar doutrina, depois calar a boca e ir embora.  Ele se importa que as pessoas respondam ao que ele está dizendo.  Ele não apenas se importa em exaltar a Cristo, mas também que os destinatários da Carta respondam a Cristo.

E eu vou dizer uma coisa: um homem pode conhecer muita verdade, muita doutrina, mas se ele não tem uma preocupação apaixonada sobre como as pessoas reagem a isso, ele não vale um centavo como pregador.  Deve haver uma preocupação com a resposta.

O apóstolo Paulo era assim. Mesmo sendo um grande teólogo como ele era, com uma mente magistral e uma compreensão de filosofia e lógica como ele tinha, ele ainda era um indivíduo apaixonado, ele se preocupava com o efeito prático de sua pregação.  Em Romanos, capítulo 9,  a partir do versículo 1, depois dos grandes oito capítulos do tratado sobre o tremendo caráter do evangelho, Paulo de repente faz um convite e diz:

Romanos 9
1 Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo):
2 Que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração.
3 Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne…

Paulo tinha tal clamor em seu coração, de que as pessoas respondessem favoravelmente ao evangelho, e de que seu próprio povo judeu viesse a Cristo.

No capítulo 10 da mesma epístola, versículo 1, ele diz: “Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação.” Esse é o caráter de um verdadeiro pregador, pois um pregador não deve ser apenas acadêmico.  Não pode ser pedante.  Não é apenas um divulgador de informações. Mas, é necessário que tenha uma preocupação apaixonada com a forma como as pessoas respondem ao ensino.

Em 1 Coríntios 9, Paulo diz:

19 Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais.
20 E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei.
21 Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei.
22 Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns.
23 E eu faço isto por causa do evangelho, para ser também participante dele.

Em João 5:39, Jesus disse isto: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam”. O próximo versículo diz:  “E não quereis vir a mim para terdes vida.” 

Jesus tinha uma preocupação apaixonada que Seus ouvintes respondessem favoravelmente ao Seu ensino.  Sempre ensinando que o verdadeiro ensinamento exige uma resposta.

Na verdade, no capítulo 13 de Hebreus, versículo 22, todo o livro de Hebreus é tratado como uma palavra de exortação: “Rogo-vos, porém, irmãos, que suporteis a palavra desta exortação; porque abreviadamente vos escrevi.” Todo o livro é uma palavra de exortação.  Exige uma resposta. 

E assim, bem no meio deste tratado sobre a superioridade de Cristo sobre os anjos, o escritor de Hebreus lança o tremendo convite (Hb 2:1-4), e é um convite que inclui duas partes que todos os convites deveriam incluir:  uma exortação e um aviso.  Em outras palavras: o que você deve fazer e o que acontece se você não fizer.

E posso acrescentar que esta é a primeira das cinco grandes advertências do livro de Hebreus.  Você deve compreender que as advertências estão intercaladas em todo o livro de Hebreus. Os destinatários da carta são confrontados em intervalos no meio de grandes exposições sobre a superioridade de Cristo. 

É como se o autor parasse no meio de sua profunda explanação e questionasse: “E agora, o que você vai fazer diante de tudo  isso que aprendeu?” Ou seja, você pode saber toda a verdade sobre Jesus Cristo e ir para o inferno se você nunca fizer nada a respeito, se você nunca se apropriar dela.

A ADVERTÊNCIA EM HEBREUS 2:1-4

E assim, em Hebreus 2:1-4 chegamos à primeira das cinco advertências de Hebreus.  A quem a advertência é dirigida?  Resposta:  aos hebreus não-cristãos que eram intelectualmente convencidos acerca da Verdade, mas que nunca entregaram sua vida a Cristo. [Nos sermões anteriores, John MacArthur explana sobre os 3 grupos diferentes do destinatários originais de Hebreus].

Você já conheceu muitas pessoas assim, que dizem: “Ah, sim, eu acredito em todas essas coisas.  Eu simplesmente não estou pronto para assumir esse compromisso.”  Alguns de vocês são casados ​​com pessoas assim.  Talvez seu marido venha aos cultos com você com muita frequência, ou talvez sua esposa, ou seu irmão, ou alguém, eles vêm à igreja e se sentam aqui, ouvem a Palavra de Deus repetidamente.

Eles conhecem a verdade, mas não estão dispostos a se comprometer com essa crença e apropriar-se pessoalmente de Jesus Cristo.  Eles têm todos as informações, mas nunca se comprometeram.  É como o homem que acredita que o barco pode transportá-lo, mas nunca entra nele.

Assim, a advertência dos versos 1 a 4 de Hebreus 2 não pode ser:

  • Para os cristãos. porque os cristãos nunca poderiam estar em perigo de negligenciar a salvação, uma vez que já a têm. 
  • Para pessoas que nunca ouviram o evangelho, porque não poderiam negligenciar o que não sabem que existe. 

Assim, o único grupo que resta é o dos  não-cristãos que estão intelectualmente convencidos, mas não comprometidos.  E eu acredito claramente que é a quem o escritor de Hebreus está se referindo nesses versículos.

Você pode estar pensando: “Se é assim, por que o autor usa o pronome ‘nós’ nesses 4 versículos? Ele está se incluindo no grupo desses intelectualmente convencidos mas não convertidos?”  Não. O pronome nós aí se refere à nacionalidade ou àqueles que ouviram a verdade.  Não podemos construir um caso teológico sobre o uso de um pronome. 

O versículo 1 diz: “convém-nos atentar com mais diligência…”, ou seja, coletivamente o autor se inclui com os leitores.  Então, isso significa que o autor e os destinatários da exortação estão na mesma categoria espiritual? Não necessariamente. Ele pode estar usando o pronome “nós” em um contexto judaico, caso fosse judeu, ou pode estar dizendo: “Todos nós que ouvimos devemos atentar”.

Portanto, não podemos construir um caso sobre a palavra nós. O autor não está se referindo aos cristãos verdadeiros, porque não há como os cristãos verdadeiros negligenciarem a salvação. A salvação é um fato que ocorreu no tempo, está feito, está selado, estabelecido, é para sempre. Os cristãos verdadeiros podem negligenciar o crescimento, o discipulado.  Mas não podem negligenciar a salvação.

E por isso que o aviso de Hebreus 2:1-4 é para os intelectualmente convencidos mas não convertidos, ou seja, aqueles que ouviram o evangelho conhecem os fatos sobre Jesus Cristo, sabem que Ele morreu por eles, sabem que Ele deseja perdoar seus pecados, sabem que Ele pode entrar em suas vidas e transformá-las, mas não estão dispostos a uma conversão verdadeira. E posso acrescentar: essa é a categoria mais trágica de pessoas que existe.

Nunca esquecerei uma ocasião em que uma senhora entrou em meu escritório e me informou que era uma prostituta e disse: “Preciso de ajuda”.
E eu disse: “Acho que sim”.
E ela disse: “Por favor, estou desesperada”.
E então,  apresentei a mensagem do Evangelho para ela, do começo ao fim, e disse: “Você gostaria de convidar Jesus Cristo para sua vida?”
E ela disse: “Sim, claro.”

Ela estava no fundo do poço. Então, ela fez uma oração e evidentemente convidou Cristo para sua vida.
E eu disse: “Quero pedir que você faça algo.  Você tem uma agenda em que você tem todos os contatos de seus clientes?”
E ela disse: “Sim”.
Eu disse: “Bem, vamos pegar um fósforo aqui e vamos queimá-la”.
E ela olhou para mim e disse: “O que você quer dizer?”
Eu disse: “Apenas o que eu disse: se você realmente vai viver para Jesus Cristo, vamos queimar essa agenda e louvar ao Senhor.”

E ela me disse: “Isso vale muito dinheiro. Eu não quero queimar minha agenda”.  Colocou-a em sua bolsa e me olhou bem nos olhos e disse: “Acho que não quero Jesus de verdade, não é?”  E ela foi embora.

Ela não estava pronta para pagar o preço de seguir a Cristo. Não sei como foi a história daquela moça. Meu coração muitas vezes doeu por ela, ela conhece os fatos e acredita neles, mas não está disposta a fazer o sacrifício.  E fez um péssimo negócio.  Pois o que ela guardou não valia nada comparado aos tesouros em Jesus Cristo para sempre.

Essas pessoas conhecem a verdade.  Elas estão à beira de tomar a decisão, mas nunca a tomam. E a ideia desses quatro versículos é dar a essas pessoas um grande empurrão em direção a Jesus Cristo.

Posso acrescentar que Hebreus 2:1-4 não é apenas uma passagem direcionada aos judeus, mas também se encaixa em muitos que estão à beira da decisão por Cristo.  E por causa da vontade própria, do medo, do pecado, do medo da perseguição de sua família e amigos, dizem não a Cristo, e continuam a negligenciar a salvação.

RAZÕES PARA NÃO NEGLIGENCIAR A SALVAÇÃO

Há três grandes razões para receber esta salvação:  o caráter de Cristo, a certeza do julgamento e a confirmação de Deus.  Três grandes razões para não negligenciar a salvação.

1) O Caráter de Cristo

Observe o versículo 1, capítulo 2 de Hebreus: “Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas.” 

Você diz: “O que isso tem a ver com o caráter de Cristo?”  Uma palavra no texto define tudo.  É a primeira palavra: “Portanto”.  O que quero dizer com isso?  Para onde a palavra “portanto” nos leva?  Ao que foi dito antes no texto.

Quem está sendo apresentado em todos os versículos do capítulo 1?  Jesus Cristo. Então, Hebreus 2:1 está dizendo que  por causa de quem Cristo é, “portanto”, você deve dar mais atenção às coisas que você ouviu, para que a qualquer momento você não se desvie delas.  Isso remonta a Cristo. 

Você já viu quem é Cristo?  No capítulo 1, verso 1, Ele é chamado de Filho.  No versículo 2, é chamado de herdeiro de todas as coisas, aquele que fez o mundo. No  versículo 3, o resplendor da glória de Deus,  a imagem exata de Sua pessoa.  Ele é Aquele que sustenta todas as coisas pela Palavra de Seu poder.

Ele é Aquele que purificou nossos pecados, que está sentado à direita da Majestade.  Ele é aquele declarado no versículo 4 como sendo superior aos anjos. No versículo 5 é  chamado de Filho.  No versículo 6, é  chamado de “prōtotokos”, o primogênito ou cabeça de todos.  Ele é Aquele, no versículo 6, a quem os anjos adoram.  Os anjos são servos Dele (verso 7).  Ele é chamado, no verso 8, de o Deus que é para todo o sempre, cujo trono subsistirá eternamente.

No versículo 9, Jesus é apresentado como o ungido acima de todos.  No versículo 10, é apresentado como o Senhor da criação.  Este é Jesus.  Que tipo de tolo rejeitaria a Cristo, que veio ao mundo, Deus encarnado, para morrer na cruz, perdoar seu pecado, pagar sua pena, mostrar Seu amor, apresentar você a Deus, dar-lhe  bênção e alegria além da imaginação?

Assim, o caráter de Cristo faz da rejeição a Ele o ato mais idiota e tolo que um homem poderia cometer em toda a sua vida. Jesus é a voz de Deus.  Jesus é Deus no mundo, e rejeitar Jesus Cristo é rejeitar Deus, e rejeitar Deus é rejeitar a razão de sua existência.  E assim, por causa da magnificência da pessoa de Cristo, um homem é um tolo por rejeitar a salvação que Ele oferece.

Uma pessoa que entende quem é Jesus Cristo e O rejeita é um tolo acima de todos os tolos.  Eu não entendo como as pessoas podem  saber quem é Cristo, e podem acreditar no que a Bíblia diz sobre Ele, mas nunca entregar suas vidas a Ele.  Que tragédia!

Quero mostrar como as palavras são usadas no grego aqui no verso 1, e mostrar o significado do versículo.  Há duas palavras-chave neste verso. Uma delas é “prosechō”, que é uma palavra muito importante. Significa dar atenção.  Está traduzida aqui como atentar, dar uma atenção mais séria.

A outra palavra  é “pararreō“. Tem vários significados, mas no texto em questão significa deixar escapar, num sentido mais simples.  Então, uma palavra significa dar atenção, e a outra significa deixar escapar

A palavra  “prosechō”, traduzida como atentar, dar mais atenção,  é muito enfática.  O escritor está dizendo que com base em quem Cristo é, devemos dar atenção às coisas que ouvimos sobre Ele.  Não podemos simplesmente ouvir essas coisas e deixá-las deslizar por nossos cérebros.  Temos que dar atenção ao que estamos ouvindo.

Então, temos a palavra “pararuōmen” que pode ser traduzida de diversas formas. Pode ser usada para se referir a algo fluindo ou deslizando, como por exemplo um anel escorregando de um dedo. A palavra possui muitos significados, tanto no uso clássico quanto no bíblico.  E é usada regularmente para algo que, descuidada ou impensadamente, foi deixado escapar.

Mas, todas essas palavras gregas também têm um significado muito diferente, um significado náutico relacionado a navios e velas, e são usadas ​​nesse sentido.  E esse é o seu significado aqui no texto de Hebreus 2:1.

A primeira, “prosechō“, significa atracar um navio, amarrá-lo.  A segunda, “pararuōmen“, pode ser usada para se referir a um navio que foi descuidadamente autorizado a passar pelo porto porque o marinheiro se esqueceu de cuidar da direção ou se esqueceu de mapear o vento, as marés e a corrente.

E assim, essas palavras têm esse tipo de significado, e o versículo pode ser traduzido dessa maneira: “Portanto, devemos, mais ansiosamente, ancorar nossas vidas nas coisas que nos foram ensinadas, para que o navio da vida não passe pelo porto de  salvação e se perca para sempre.”  Essa é exatamente a imagem de um navio deslizando pelo porto enquanto o marinheiro não está prestando atenção, e então fica perdido.

Os homens não  mergulham de cabeça no inferno. Mas, eles vão afundando aos poucos.  A maioria das pessoas não deliberadamente, e em um momento, vira as costas para Deus, amaldiçoa a Deus.  A maioria das pessoas lentamente, quase imperceptivelmente, passa pelo porto da salvação e se arrebenta nas rochas da destruição.

Um escritor colocou desta forma: “há uma maré nos negócios dos homens. Se levados em sua vazante,  chegam à vitória. Mas se negligenciadas as margens, serão espalhados com os destroços.” E isso é certo.  Esse não é um marinheiro ignorante.  Este não é um marinheiro incrédulo,  Mas, é apenas um marinheiro descuidado. 

E assim, é melhor você tomar cuidado, para que, lenta e imperceptivelmente, não se veja passando pelo porto da salvação e sendo destruído nas rochas.

Você notará que o verso 1 diz que precisamos prestar atenção às coisas que ouvimos. Muitos desses judeus ouviram o evangelho.  Eles ouviram por meio de missionários apostólicos, mas eles não fizeram aplicação pessoal.

Eu amo o que Jesus disse em Lucas 9, verso 44: “Ponde vós estas palavras em vossos ouvidos…” Em outras palavras,  deixe-as entrar em você e fazerem uma mudança em sua vida.  Não basta apenas ouvir.  Provérbios 4:20-22 diz:

20 Filho meu, atenta para as minhas palavras; às minhas razões inclina o teu ouvido.
21 Não as deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-as no íntimo do teu coração.
22 Porque são vida para os que as acham, e saúde para todo o seu corpo.

Não é suficiente apenas ouvir. De fato, ouvir a Palavra é a coisa mais perigosa que você pode fazer, se não se comprometer com o que ouviu.

E então, os destinatários do texto do verso 1, capitulo 2 de Hebreus, ouviram a Palavra, mas não fizeram o compromisso.  Eles ouviram a voz de Deus em Hebreus 1:1, dizendo “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho”.  Eles ouviram a voz de Deus tanto no Antigo Testamento quanto na pessoa de Jesus Cristo, e eles a ouviram através de missionários apostólicos, mas eles não fizeram nada a respeito do que ouviram.

Que tolo é aquele que rejeita a Palavra de Deus! E a tragédia final é com relação às pessoas que ouviram o evangelho, mas continuam escorregando descuidadamente, quase imperceptivelmente, e às vezes, quando menos esperam, são destruídas.

O porto da salvação é estático.  Está em um ponto.  Está em Jesus Cristo.  Ele nunca se move.  Isso nunca muda.  Está sempre disponível. Mas aí alguém passa pelo porto da graça e naufraga.  Às vezes você pode se perguntar quantos milhares de pessoas no inferno estavam tão perto da salvação.  Quantos milhares estavam perto de serem ancorados com segurança, mas se afastaram para sempre do porto por não receberem o que ouviram e, em muitos casos, o que realmente acreditavam.

Ficar à deriva é muito tranquilo, fácil e condenável.  Tudo que você precisa fazer para ir para o inferno é não fazer nada.  Eu realmente não entendo como alguém que conhece o caráter de Jesus Cristo pode rejeitá-Lo.  Como um cristão que vive todos os dias com Jesus Cristo e O experimento em minha vida, é o maior mistério do mundo para mim que as pessoas não corram para Jesus e queiram tudo o que Ele tem para elas. Conhecê-Lo e amá-Lo é fantástico! 

E assim, Hebreus 2:1 nos exorta ao compromisso com Jesus, por causa do caráter do incomparável divino Jesus Cristo. Muitas vezes penso em uma história que li sobre o explorador Edward Perry, que levou uma tripulação para o Oceano Ártico. Eles planejaram avançar mais para o norte, baseando-se em seus mapas.  E assim, traçaram sua localização pelas estrelas, e começaram uma marcha muito difícil e traiçoeira para o norte.  Eles caminharam por várias horas.

E, finalmente, totalmente exaustos, pararam depois de toda a caminhada para o norte, e se orientaram novamente através das estrelas, descobrindo, quando verificaram as estrelas, que estavam mais ao sul do que quando haviam começado. 

Eu me pergunto quantas pessoas há que pensam que suas boas ações, seus méritos e sua religiosidade estão levando-os passo a passo para Deus quando, na verdade, estão se  movendo rapidamente para a direção oposta? Isso é trágico! Num determinado dia eles irão constatar, como a equipe de Edward Perry fez, que estão no meio de um desastre.

Não fique satisfeito com seus sentimentos religiosos.  Não fique satisfeito em frequentar uma igreja.  Não fique satisfeito em ser casado com um cônjuge cristão.  Não fique satisfeito com a atividade da igreja.  Você estará à deriva em um inferno sem Cristo, a menos que tenha feito um compromisso pessoal com ele.

E assim, o homem é um tolo por rejeitar a salvação, diante do caráter de Cristo. 

2) A certeza do Juízo 

Em segundo lugar, o homem é um tolo por rejeitar a salvação por causa da certeza do julgamento, versículos 2 e 3. E isso nos fala sobre a inevitabilidade da punição, se negligenciarmos a salvação.  Veja os versículos 2 a 4 de Hebreus 2:

2 Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição,
3 Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram;
4 Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?

Qual foi a aliança mediada por anjos?  A Antiga Aliança. Ora, se ninguém conseguiu quebrar a aliança trazida pelos anjos, você não acha que vai se safar quebrando a aliança trazida pelo próprio Senhor, não é?  Ponto bem pesado, não é?

Aqui o Espírito Santo está argumentando, comparando o menor [Antiga Aliança] com o maior [Nova Aliança].  A revelação da lei veio por anjos, e qualquer violação dessa lei, a lei do Antigo Testamento, ou qualquer desobediência a ela, era seguida por uma punição rigorosa, severa e justa.

A outra revelação foi aquela que veio por meio de Cristo.  E porque foi através de um mediador maior, o Filho de Deus, foi uma aliança maior e, consequentemente, respalda um castigo maior.  Um homem é tolo em pensar que escapará do castigo da Nova Aliança já que, de fato, nenhum homem jamais escapou da punição de quebrar a Antiga, porque a Nova é uma aliança ainda maior.

Algumas pessoas têm a ideia de que porque Deus as ama, e porque Ele é o Deus da graça, Ele não é o Deus da justiça.  Meu amigo, se você não receber Jesus Cristo, a justiça de Deus não pode fazer nada em seu favor, a não ser condená-lo, pois você, por sua própria vontade, escolheu isso.

Qualquer transgressão do Antigo Testamento, diz o versículo 2, “recebeu a justa retribuição”.  Todas as transgressões. Não havia como escapar da lei da Antiga Aliança.  Da mesma forma, não há como escapar da lei da Nova Aliança.  E é uma lei simples: crer em Jesus Cristo e recebê-Lo como Senhor.  Isso garante a você a Nova Aliança e o livramento da punição.

É isso que Paulo coloca em Romanos 8:1, quando disse: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Para qualquer homem que está em Cristo, nenhum julgamento é dele.  E assim, há apenas uma lei na Nova Aliança.  Essa é a lei de receber Jesus Cristo pela fé, e disso decorrerão todas as outras leis.

Então, o que Hebreus 2:2-4 está dizendo? Basicamente isto:  Se um homem não pode negligenciar a revelação que veio através dos anjos, poderia ele negligenciar a revelação que veio através do próprio Senhor?

Quero que você observe a palavra “se” no verso 2: “se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme…”. Isso é o que chamamos em grego de condição cumprida.  O “se” aí no texto não tem a ideia de um talvez, mas de certeza. A melhor tradução seria “desde que” ou “pelo fato de que”.

O texto diz: “a palavra falada pelos anjos…“.  Por que os mandamentos do Antigo Testamento, particularmente os Dez Mandamentos, o Decálogo nas tábuas de Moisés, estão tão conectados com os anjos? 

Por que se diz que os anjos mediaram a Antiga Aliança?  Bem, porque os anjos foram fundamentais para trazer os Dez Mandamentos, e eu vou te mostrar isso em algumas passagens:

a) O Salmo 68:17 diz: “Os carros de Deus são vinte milhares, milhares de milhares. O Senhor está entre eles, como em Sinai, no lugar santo.” Onde Moisés conseguiu a lei?  Em que monte?  Sinai.  Esse versículo diz que o Senhor estava no Sinai com milhares de anjos.  Assim, os anjos evidentemente estavam lá no Sinai, que era o monte sobre o qual Moisés recebeu a lei, os Dez Mandamentos.

b) Em Deuteronômio 33:2, Moisés disse:  “O Senhor veio de Sinai, e lhes subiu de Seir; resplandeceu desde o monte Parã, e veio com dez milhares de santos; à sua direita havia para eles o fogo da lei.” Cremos que essa é uma indicação de que os anjos estavam envolvidos na apresentação da lei.

c) No Novo Testamento, Atos 7:38, por exemplo, temos a mesma indicação: “Este é o que esteve entre a congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu as palavras de vida para no-las dar.” Aqui está uma declaração específica de que quando Moisés estava no Sinai um anjo falou com ele.

d) O versículo 53, do mesmo capítulo, diz: “Vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes.” Assim, os anjos estavam no Sinai.  Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento nos é dito isso. 

Eles foram muito instrumentais na introdução da lei.  Isso é o que está indicado aqui no que o escritor de Hebreus está dizendo.  Os anjos tiveram um papel em trazer a lei.  A lei que eles trouxeram, a palavra proferida pelos anjos – e creio que isso se refere principalmente aos Dez Mandamentos – foi firme.

Significa que se você quebrasse a lei, a  lei te quebrava. Não havia escapatória. Se uma pessoa cometesse adultério, por exemplo, o que aconteceria com ela?  Seria apedrejada. Se uma pessoa adorasse deuses falsos e blasfemasse contra Deus, também seria apedrejada. A lei era inviolável. Hebreus 2:2 diz: “toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição”.  Isso significa que a lei puniu todo pecado.

Existem apenas dois tipos de pecado, e eles são indicados por duas palavras. A primeira delas é “parabasis“, que significa transgredir, avançar a linha.  Trata-se de um ato voluntário de pecado. É um pecado comissivo ou de ação. Deus diz: “Aqui está a linha, e ali está um não, não, não”.  E você diz: “Não.  Lá está um sim, sim, sim.”  E você vai.  Esse é um pecado ativo, evidente, um pecado comissivo.

A palavra traduzida como desobediência é uma palavra diferente. Significa audição imperfeita, como uma surdez.  Trata-se do fechamento deliberado dos ouvidos aos mandamentos, avisos e convites de Deus.  Esse é o pecado de negligência ou de omissão.  É ficar parado sem fazer nada, quando você deveria fazer alguma coisa.

Há apenas dois tipos de pecado, o que você faz e o que você não faz.  Eles são cobertos por essas duas palavras.  E assim, todo pecado, fosse de comissão (ação) ou de omissão, era tratado pela lei. Ambos os tipos e categorias de pecado eram violações da lei do Antigo Testamento, e eles receberam uma punição justa. Vale dizer que as punições eram severas.

Em Levítico 24, por exemplo, vou ilustrar algumas coisas fantásticas aqui para você, e você verá quão severa era a punição:

14 Tira o que tem blasfemado para fora do arraial; e todos os que o ouviram porão as suas mãos sobre a sua cabeça; então toda a congregação o apedrejará.
15 E aos filhos de Israel falarás, dizendo: Qualquer que amaldiçoar o seu Deus, levará sobre si o seu pecado.
16 E aquele que blasfemar o nome do Senhor, certamente morrerá; toda a congregação certamente o apedrejará; assim o estrangeiro como o natural, blasfemando o nome do Senhor, será morto.

Essa era uma lei bastante severa, mas Deus queria garantir que a pureza de Israel fosse mantida e todos os falsos profetas e blasfemos fossem tratados imediatamente, a fim de manter a pureza de Seu povo. Em Números 15 lemos:

30 Mas a pessoa que fizer alguma coisa temerariamente, quer seja dos naturais quer dos estrangeiros, injuria ao Senhor; tal pessoa será extirpada do meio do seu povo.
31 Pois desprezou a palavra do Senhor, e anulou o seu mandamento; totalmente será extirpada aquela pessoa, a sua iniquidade será sobre ela.

O texto continua, verso 32: “Estando, pois, os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia de sábado.” Você pode estar pensando: apanhar lenha não parece ser algo importante. Mas, veja o que aconteceu:

Números 15
33
E os que o acharam apanhando lenha o trouxeram a Moisés e a Arão, e a toda a congregação.
34 E o puseram em guarda; porquanto ainda não estava declarado o que se lhe devia fazer.
35 Disse, pois, o Senhor a Moisés: Certamente morrerá aquele homem; toda a congregação o apedrejará fora do arraial.
36 Então toda a congregação o tirou para fora do arraial, e o apedrejaram, e morreu, como o Senhor ordenara a Moisés.

Você pode estar questionando: “o homem morreu por pegar gravetos no sábado?” Mas a questão é: ele estava desafiando a lei de Deus.  Deus estabeleceu a lei, e a punição era inviolável. Em Números 25:1, lemos o seguinte: “E Israel deteve-se em Sitim e o povo começou a prostituir-se com as filhas dos moabitas.” Aqui eles estavam se envolvendo sexualmente com os moabitas.

E daí ocorreu o seguinte, Números 25:2, diz:  “Elas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu, e inclinou-se aos seus deuses.” Eles começaram a adorar falsos deuses. Daí veja o que aconteceu:

Números 25
3
Juntando-se, pois, Israel a Baal-Peor, a ira do Senhor se acendeu contra Israel.
4 Disse o Senhor a Moisés: Toma todos os cabeças do povo, e enforca-os ao Senhor diante do sol, e o ardor da ira do Senhor se retirará de Israel.
5 Então Moisés disse aos juízes de Israel: Cada um mate os seus homens que se juntaram a Baal-Peor.
6 E eis que veio um homem dos filhos de Israel, e trouxe a seus irmãos uma midianita, à vista de Moisés, e à vista de toda a congregação dos filhos de Israel, chorando eles diante da tenda da congregação.
7 Vendo isso Fineias, filho de Eleazar, o filho de Arão, sacerdote, se levantou do meio da congregação, e tomou uma lança na sua mão;
8 E foi após o homem israelita até à tenda, e os atravessou a ambos, ao homem israelita e à mulher, pelo ventre; então a praga cessou de sobre os filhos de Israel.
9 E os que morreram daquela praga foram vinte e quatro mil.

De fato, Deus não gostou quando eles quebraram Sua lei. Deus teve que exercer juízo para manter a pureza em Israel.  Ele os defendeu e os manteve longe dessas pessoas falsas.  Os que estavam sendo mortos aqui eram aqueles que não eram de Deus, mas de Satanás.  E Deus tratou estritamente com eles.

Em Deuteronômio 17:2-7, vemos como Deus estava protegendo Israel da contaminação do pecado:

2 Quando no meio de ti, em alguma das tuas portas que te dá o SENHOR teu Deus, se achar algum homem ou mulher que fizer mal aos olhos do Senhor teu Deus, transgredindo a sua aliança,
3 Que se for, e servir a outros deuses, e se encurvar a eles ou ao sol, ou à lua, ou a todo o exército do céu, o que eu não ordenei,

4 E te for denunciado, e o ouvires; então bem o inquirirás; e eis que, sendo verdade, e certo que se fez tal abominação em Israel,
5 Então tirarás o homem ou a mulher que fez este malefício, às tuas portas, e apedrejarás o tal homem ou mulher, até que morra.
6 Por boca de duas testemunhas, ou três testemunhas, será morto o que houver de morrer; por boca de uma só testemunha não morrerá.
7 As mãos das testemunhas serão primeiro contra ele, para matá-lo; e depois as mãos de todo o povo; assim tirarás o mal do meio de ti.

Mas por que Deus fez tudo isso? O versículo 13 diz: “Para que todo o povo o ouça, e tema, e nunca mais se ensoberbeça.”  Se você tornar a consequência do pecado suficientemente rígida, talvez as pessoas obedeçam.

Deuteronômio 27:26, resume assim: “Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo. E todo o povo dirá: Amém.” Assim era a lei inviolável que Deus estabeleceu, e era severa.

Em Judas, no Novo Testamento, versículo 5, temos: “Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram”.  Esse é um forte juízo sobre os incrédulos.  Mesmo sob a velha economia havia um tremendo juízo sobre os incrédulos.

Você não pode pensar que tal incredulidade foi punida de maneira tão severa sob a Antiga Aliança, mas que não será punida com severidade sob a Nova Aliança, pois de fato o será.  E esse é o ponto principal dos versículos 2 a 4 aqui em Hebreus:

Hebreus 2
2
Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição,
3 Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram,
4 Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?

As pessoas gostam de acusar Deus de não ser justo.  Deus é justo.  Deus nunca fez nada injusto em Sua existência.  Em cada punição, tudo o que Ele fez foi estabelecer um impedimento para o pecado que Ele queria fazer parar. Ele apenas puniu aqueles que já estavam determinados a permanecer sem Ele e desafiá-Lo. Ele os removeu por causa daqueles que eram puros e santos e queriam viver para Ele.

Posso acrescentar isto: Deus é sempre justo.  Mas, constantemente surge um questionamento sobre a justiça de Deus.  Seu julgamento sobre Israel foi severo. Mas, isso porque Israel recebeu mais de Deus do que qualquer outro povo. Deixe-me dar-lhes um princípio e  nunca se esqueçam disto: a severidade da punição está sempre relacionada à luz da revelação.  Quanto mais luz você tiver, mais severa será sua punição.

Em Mateus 11:20, p. ex., esse princípio nos é indicado, porque diz ali, em termos inequívocos: “Então começou ele a lançar em rosto às cidades onde se operou a maior parte dos seus prodígios o não se haverem arrependido, dizendo”.  A maioria das cidades onde Jesus fez a maior parte de suas obras não se arrependeu. Veja o que Jesus disse:

Mateus 11
21
Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza.
22 Por isso eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no dia do juízo, do que para vós.
23 E tu, Cafarnaum, que foste erguida até ao céu, serás abatida até ao inferno; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje.
24 Eu vos digo, porém, que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti.

E aqui o princípio é exatamente este: quanto mais você souber, maior a sua punição.  Sodoma e Gomorra foram punidas, assim como Tiro e Sidom.  Mas, de forma alguma foram punidas como Cafarnaum, Betsaida e Corazim, que não apenas conheceram as verdades do Antigo Testamento, mas a revelação do próprio Messias de Deus.

Marcos coloca isso da seguinte forma, no capítulo 12:

38 E dizia-lhes em sua doutrina: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes compridas, e das saudações nas praças,
39 E das primeiras cadeiras nas sinagogas, e dos primeiros assentos nas ceias;
40 Que devoram as casas das viúvas, e isso com pretexto de largas orações. Estes receberão mais grave condenação.

Vocês sabiam que existem graus de punição no inferno? De fato, existem.  E o inferno mais quente pertence àqueles que rejeitaram mais luz. Em Lucas 12, temos as palavras de Jesus: 

47 E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites;
48 Mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá.

Jesus está falando sobre julgamento. A questão é simples:  se a lei, trazida pelos anjos, teve um julgamento tão severo e duro, quanto mais severo será o julgamento sobre aqueles que não apenas têm aquela velha Lei, mas a Nova Aliança em Cristo e a rejeitam voluntariamente?

Essa verdade é apontada muito clara e explicitamente no Livro de Hebreus.  Veja o capítulo 10 de Hebreus, a partir do verso 28:

Hebreus 10
28
Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas.
29 De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?

Se a punição era dura para aqueles sob a lei de Moisés, muito mais severa será a punição para aquele que conhece a verdade de Jesus Cristo, concorda mentalmente com ela e, então, despreza o sangue de Jesus Cristo.

O homem que conhece o evangelho, que o compreendeu intelectualmente, até mesmo creu nele e se afasta, sofrerá a punição mais severa que existe. É algo duro de se ouvir, mas é verdade.  E muitas pessoas no inferno estão experimentando isso. 

O inferno é um lugar muito real.  No Novo Testamento, o inferno é chamado de lugar de fogo eterno,  onde o verme não morre e o fogo não se apaga. É também chamado de: lago que arde com fogo e enxofre, poço sem fundo,  trevas exteriores, fornalha de fogo, fogo inextinguível, escuridão da escuridão.  As pessoas estão lá chorando, lamentando e rangendo os dentes.

E você pode perguntar: como um homem pode escapar do julgamento, se rejeitar a Nova Aliança em Cristo?  E a resposta é: ele não pode. Não há como escapar se negligenciarmos tão grande salvação. Romanos 2:3 declara: “E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?”  Sem chance!

3) A CONFIRMAÇÃO DE DEUS

E assim, tratar o evangelho de Jesus Cristo com negligência é tolice, em primeiro lugar, por causa do caráter de Cristo e, em segundo lugar, por causa da certeza do julgamento. Em terceiro lugar, é tolice por causa da confirmação de Deus. Versículos 3 e 4, de Hebreus 2:

Hebreus 2
3
Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram;
4 Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?

 O evangelho foi falado primeiro por Cristo, mas foi confirmado por Deus. O versículo 3 diz que a salvação foi anunciada primeiramente “pelo Senhor“. A palavra grega traduzida como Senhor ali é “subtuagent“, que nada mais é do que a tradução da palavra Jeová.  E aqui você tem indicação de que Jesus é Deus, indicação de Sua divindade.  Ele é Jeová, Deus do Antigo Testamento.

O texto diz que a salvação foi primeiramente anunciada pelo Senhor. Sabemos que o Senhor Jesus foi o primeiro pregador do evangelho.  Ele foi o primeiro a pregar o arrependimento. A palavra foi pregada primeiro por Ele. Vou compartilhar com vocês o que deve ter sido um dia emocionante para Jesus, descrito em Lucas 4.

A partir do versículo 16, é dito que Jesus foi para Nazaré, onde havia sido criado, e como era costume, entrou na sinagoga no dia de sábado e levantou-se para ler.  Aqui está o primeiro pregador do evangelho, verso 17: “E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito”. Ele irá falar sobre Si mesmo nos versos seguintes:

Lucas 4
18
O Espírito do Senhor está sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os contritos de coração,
19 A proclamar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.
20 E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.

21 Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.
22 E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca; e diziam: Não é este o filho de José?

Aquelas pessoas ficaram chocadas, porque Jesus estava afirmando ser o Messias.  Ele foi o primeiro pregador do evangelho.

Assim, Hebreus 2:3 diz que nosso Senhor foi o primeiro a pregar o evangelho.  Mas então, eu quero que você entenda isto, e aqui está o nosso ponto:  “foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram”. Aqueles judeus convertidos a Cristo não ouviram o evangelho do próprio Cristo.  Eles eram da segunda geração.  Eles o ouviram de missionários apostólicos. 

O Senhor pregou primeiro, mas o evangelho foi confirmado àqueles judeus através daqueles que ouviram o evangelho primeiro.  Eles eram a segunda geração em termos de ouvir a mensagem.  Mas observem o que diz o versículo 4, e aqui está a verdadeira chave: “Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?

Isso traz à tona um ponto muito importante.  Quando Jesus pregou o evangelho, Ele também fez algumas coisas que o tornaram crível, não foi?  Em João 10:38 Jesus disse: “Mas, se as faço, e não credes em mim, crede nas obras; para que conheçais e acrediteis que o Pai está em mim e eu nele.”  Jesus estava no meio do povo, fez milagres, e então pregou.  E assim, Ele estava confirmando Sua palavra.

Ele alegava ser de Deus, e então operou sinais que tornaram óbvio que Ele era de Deus.  Ele dizia: “Eu venho de Deus e falo Sua verdade”, e então ia e curava alguém que era cego, p.ex. De modo que as pessoas viam os sinais e davam crédito à Sua palavra. Nicodemos veio a Ele à noite e disse: “Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.” (João 3:2).

Jesus confirmou Seu ministério por meio de Seus milagres.  E, claro, essa foi a mensagem de Pedro no dia de Pentecostes em Atos 2, verso 22: “Homens israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis…”.

Jesus foi aprovado, ou seja Sua palavra confirmada por sinais, maravilhas e milagres.  E o mesmo que Pedro falou acerca de Jesus, é dito também a respeito dos pregadores de segunda geração (Hb 2:4). Era fácil acreditar em Jesus, porque as pessoas podiam vê-lo fazer milagres.  Mas, como acreditariam nos apóstolos, nos pregadores de segunda geração? Eles ainda não tinham o Novo Testamento. Como poderiam crer que Paulo, Pedro e os demais falavam a verdade?

E assim, Deus lhes deu testemunho, dando-lhes a habilidade de fazer os mesmos sinais, maravilhas, milagres que Jesus tinha feito. O próprio Jesus fez a seguinte declaração aos Seus discípulos: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.” (JOÃO 14:12).

Eles realizaram milagres surpreendentes, como a ressurreição dos mortos, curas e todos os tipos de sinais.  E foi assim que Deus os confirmou.  Portanto, quando alguém põe em dúvida o evangelho de Jesus Cristo vindo da boca desses apóstolos, está pondo em dúvida a confirmação de Deus.

O Novo Testamento  não é uma filosofia humana. Não saiu do cérebro dos seus escritores. Mas é a verdade divina confirmada por sinais, maravilhas e milagres.  Para confirmar isso, apenas leia Atos, começando no capítulo 5 até o capítulo 19, e você lerá sobre os milagres que acompanharam o ministério daqueles homens.

Você diz: por que milagres?  Porque através deles Deus estava dizendo: “acredite nestes homens, eles são Meus, e isso é comprovado pela capacidade que eles têm de fazer milagres.”

A propósito, as palavras sinais, maravilhas e milagres são sinônimas.  Referem-se às operações sobrenaturais que aqueles apóstolos fizeram.  Além dos milagres, a palavra deles também foi confirmada através dos dons do Espírito Santo (v. Hb 2:4).

Observe a última parte do verso 4, uma declaração poderosa: “Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?”  O ponto de interrogação aí não pertence a essa afirmação, mas ao verso anterior (“Como escaparemos nós?”).

O texto está afirmando que os dons do Espírito Santo vêm de acordo com a vontade do Espirito Santo.  É uma declaração sutil no final do verso 4, mas importante, porque estabelece como a pessoa pode adquirir o dom. É só o Espírito que concede.

O ponto do verso 4 é que eles não tinham apenas sinais, maravilhas e milagres, mas dons do Espírito Santo que lhes foram dados pela vontade de Deus

Você diz: quais eram os dons do Espírito Santo?  Bem, havia muitos deles. 1 Coríntios 12 e Romanos 12 listam todos os dons. Mas os dons referidos em Hebreus 2:4 eram dons milagrosos.  Foram dados com a finalidade de confirmação da pregação. 

Um profeta ou um apóstolo chegava a uma cidade e pregava. Como as pessoas poderiam saber que eles falavam da parte de Deus? Através dos milagres que eles realizavam. Eles tinham poder sobrenatural.

Quais eram esses dons? 2 Coríntios 12:12 diz o seguinte: “Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas.” Esses sinais, maravilhas, milagres e certos dons especiais foram para a era apostólica.  Eles não durariam para sempre.  Não são para hoje.  Serviram para confirmar a Palavra.

Na verdade, você tem isso em Romanos 15:19, onde Paulo diz: “Pelo poder dos sinais e prodígios, e pelo poder do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Cristo.” Paulo era um apóstolo.  Ele tinha esses dons.  Ele tinha essas habilidades para fazer milagres.

Em Atos 14:3, temos: “Detiveram-se, pois, muito tempo, falando ousadamente acerca do Senhor, o qual dava testemunho à palavra da sua graça, permitindo que por suas mãos se fizessem sinais e prodígios.” Aqui vemos Barnabé e Paulo fazendo milagres. Por que eles fizeram milagres?  Como acabei de dizer, para confirmar a Palavra.

Em Atos 15:32, lemos: “Depois Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras.” Eles os exortaram e os confirmaram.  Como eles confirmaram suas palavras?  Com o que?  Sinais, milagres e dons do Espírito Santo. 

Quais eram os dons que tiveram esse papel de confirmar a Palavra? Acredito que eram quatro: cura, milagres, línguas e interpretação de línguas.  Esses foram os quatro dons especiais de confirmação para provar às pessoas, por atos sobrenaturais, que aqueles homens falavam da parte de Deus.

E também acredito que todos esses dons milagrosos cessaram quando cessou a era apostólica [Deus continua operando milgares, mas não através de homens dotados especilamente com dons de milagres].  Eles não precisam existir hoje, porque não há necessidade de confirmar a Palavra.  Se alguém chega e diz: “assim disse o Senhor”, e você diz: “Ei, como sabemos que isso é da parte de Deus?”  Você não precisa de um milagre, mas da Palavra.

Quando o que é perfeito veio, então o que é parcial já passou (1Co 13:10).  Não precisamos de mais sinais de confirmação.  Warfield, um grande estudioso da Bíblia, disse: “Esses dons milagrosos eram parte das credenciais dos apóstolos, como agentes autorizados de Deus na fundação da igreja.  Sua função, assim, os confinou distintamente à igreja apostólica, e eles necessariamente morreram com ela.

Por exemplo, em 1 Coríntios 14:22, a Bíblia simplesmente diz: “De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis.” Os crentes nunca foram o alvo da manifestação desses dons miraculosos. Os milagres pura e simplesmente confirmavam a Palavra para os incrédulos, para mostrar a eles que aqueles homens falavam da parte de Deus.  Mas quando o Novo Testamento veio, tais dons cessaram.

CONCLUSÃO

Três razões clássicas pelas quais um homem é tolo por negligenciar a salvação: o caráter de Cristo, a certeza do julgamento e a confirmação de Deus.  O evangelho foi atestado por Deus com sinais, maravilhas, milagres, dons. Mas agora, é a Palavra escrita que tem esse papel.

Meu amigo, que você não negligencie Jesus Cristo.  A negligência da salvação de Cristo te custará bênçãos eternas, alegria eterna e trará julgamento condenatório.  Não seja tão tolo a ponto de perder a graça de Deus!

Vamos orar.

E enquanto suas cabeças estão inclinadas, eu quero que vocês realmente examinem seus corações.  Vocês foram pacientes ouvindo a apresentação da Palavra de Deus, e nós apreciamos muito isso.  Mas eu quero que vocês respondam agora ao que foi dito.  Alguns de vocês, eu sei pessoalmente, nunca receberam Jesus Cristo, embora eu saiba que vocês acreditam que sim.  E você está num terreno escorregadio, podendo passar da possibilidade de salvação para o desastre.

E não é porque você odeia a Deus e odeia a Cristo, é apenas porque você negligencia.  É só porque você é descuidado. Que não seja assim esta noite.  Oh, eu oro a Deus para que agora você abra seu coração e convide Jesus Cristo para nele entrar. Apenas sussurre uma oração em seu coração e diga: “Senhor Jesus, eu não quero mais vagar.  Eu acredito na Palavra, e agora mesmo eu te dou minha vida.  Faça de mim o que o Senhor quiser que eu seja.  Estou disposto a pagar o preço.”

Não negligencie mais uma noite. Não deixe passar outra noite em que você diz não a Jesus, apesar de conhecer Seu caráter, Seu julgamento e saber que Deus confirmou o evangelho com sinais, maravilhas e feitos poderosos.

Oremos.

Pai, oramos ao encerrar nosso culto hoje à noite pedindo-Te que realmente fales aos nossos corações, e que ninguém vá embora daqui sem Jesus Cristo, sem um conhecimento pessoal Dele. Traga cada um para uma união gloriosa com o Senhor e para o perdão de todos pecados, e que desfrutem a alegria e o amor que Tu tens para dar.  Deus, que ninguém seja tão tolo, enganado por Satanás, a ponto de se afastar da graça, da salvação e do perdão. Oramos em nome de Jesus.  Amém.


Esta é uma série de  sermões de John MacArthur sobre a carta aos Hebreus.

Clique aqui e veja o índice com os links dos sermões traduzidos já publicados desta série.


Este texto é uma síntese do sermão “The Tragedy of Neglecting Salvation”, de John MacArthur em 27/2/1972.

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

https://www.gty.org/library/sermons-library/1604

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno


 

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