Santidade não é opcional
Certamente ninguém nos apresentou uma opção quanto a essa questão. Há algo basicamente errado em nossa fé cristã e com nossa espiritualidade, se conseguirmos negligentemente supor que não gostamos de uma doutrina bíblica, optamos por não cumpri-la e ainda considerar que nisto não há pecado.
Os mandamentos que recebemos do nosso Senhor ou dos apóstolos não podem ser negligenciados nem ignorados por cristãos sérios e comprometidos. Deus nunca ensinou que devíamos ponderar Seus desejos e Seus mandamentos para nós, tomando por base nosso próprio julgamento e, então, decidir o que queremos fazer a respeito deles.
Se recusarmos Suas palavras, que caminho seguiremos? Se nos afastarmos da autoridade da Palavra de Deus, sob que autoridade estaremos? Nosso erro é que normalmente nos voltamos para outro ser humano – um homem que tem fôlego em suas narinas.
Sou “antiquado” quando o assunto é a Palavra de Deus e sua autoridade. Tenho por compromisso acreditar que se ignorarmos a Palavra ou considerarmos esse mandamento como uma opção, colocamos nossa alma em risco e ganhamos em troca o juízo severo que está por vir.
Um homem santo pode ser confiável. Um homem santo pode ser provado. As pessoas que tentam viver de acordo um padrão negativo de piedade, uma fórmula que foi copiada por outros seres humanos, descobrirão que sua aparente piedade não prevalece nos momentos em que passam por provações.
A santidade na Bíblia significa inteireza moral – uma qualidade positiva que, na verdade, inclui a bondade, a misericórdia, a pureza, a irrepreensibilidade moral e a piedade.
Na realidade, tenho medo de todas as línguas fluentes. Tenho medo do homem que sempre abre a Bíblia e responde a todas as perguntas – ele sabe muita coisa! Tenho medo do homem que pensou em todas as coisas e que tem inúmeras epigramas que podem ser citadas, as respostas nas quais pensou ao longo dos anos para estabelecer as coisas espirituais. Irmãos, tenho medo disso!
Há um silencio que pode ser mais eloquente do que todo discurso humano. Às vezes, uma expressão facial perplexa e um meneio com a cabeça transmitem mais a verdade divina do que o palavreado de muitos entendidos.
Creio no que os antigos escritores chamaram de afeição religiosa – e temos tão pouco desse sentimento porque não lançamos o fundamento para ele. O Fundamento é o arrependimento, obediência, a separação e a vida em santidade.
Estou convencido que, toda vez que o fundamento for lançado, teremos esse sentimento da Presença sobrenatural de Deus e ela se tornará maravilhosamente real.
A W Tozer (Com adaptações)