Paciência na tribulação
Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação; perseverai em oração
(Rm. 12:12)
Sem dúvida, o teste para a paciência está na tribulação. O amor que temos a nós mesmos nos inclina ao desejo ansioso de nos vermos livres da tribulação.
As tribulações vêm sobre a nossa vida como as ondas que batem com fúria sobre a terra. Caso elas o façam sobre a rocha, embora ela sofra um desgaste, permanecerá firme. Mas, bem sabemos o que uma pequena onda pode fazer sobre um monte de areia.
Mesmo aqueles que têm sua vida edificada sobre a Rocha (Jesus), manter a paciência, a alegria e a esperança em meio às tribulações está além de suas forças naturais. Assim, as provações são permitidas por Deus para nos ensinar o caminho da total rendição.
Ao nos entregarmos sem reservas a nosso Senhor, encontramos o caminho da paciência, pois Ele é que viverá em nós, produzindo não só a paciência, mas todo o fruto do espírito. Não podemos, mas, Ele pode. Não conseguimos, mas Ele é Vencedor!
Deus sabe que não sabemos nem podemos ser pacientes em meio à tribulação. Mas nós não temos conhecimento disto. Por isso, é em meio à provação que a nossa débil paciência é testada e reprovada, dando lugar a vida plena de Jesus em nós. Só assim percebemos o quanto de nossa vida natural ainda permanece intacta à ação da cruz.
Assim, de um lado tem-se a ordem que expressa: “Sede pacientes…” Por outro, o Senhor sabe, melhor do que nós, que não podemos ser pacientes em meio à tribulação. Não sabemos sequer ser pacientes nos tempos de calmaria, pois qualquer vento mais impetuoso nos transporta à impaciência. Dessa forma, a ordem do Senhor só pode ser cumprida por Ele mesmo. Só Ele, o Cordeiro de Deus, pode ser paciente e dormir tranquilamente no meio da tempestade.
Senhor, agradecemos–te porque as provações nos desnudam, desmoralizam nossa vida natural que tanto falsifica as tuas virtudes. Queremos depender de Ti, anulando e mortificando o nosso eu, para que Tu venhas a nos possuir por completo, produzindo em nós tua virtude. Agradeço-te por nos mostrar que somos incapazes de cumprir as tuas ordenanças, quer em tempos de calmaria, quer em meio às tribulações.
Só que quando o céu está claro, caímos no engano da carne e passamos a depender de nós mesmos em tantas situações. Mas Tu permites o vendaval para que nos tornemos conscientes de nossa inutilidade. Em meio às provações Tu esperas que entreguemos o nosso ser a Ti, sem reservas. Opera isto em nós, pois agora sabemos que não podemos fazê-lo. Amém.