O Significado da Ascensão
Jesus tirou sua humanidade glorificada do túmulo, viveu por quarenta dias com aqueles que o amavam e então levou sua humanidade glorificada direto para o céu. Há um homem sentado à direita de Deus. Um dia os redimidos receberão um corpo glorificado igual ao de Cristo.
Lucas 24:50-53 e Atos 1:6-12 são breves relatos da ascensão de Cristo ao céu, após completar sua jornada e seu trabalho terrestres. Foi um evento extremamente importante para o evangelho.
As realizações de Jesus Cristo foram escritas antes mesmo de seu nascimento. E não foi sua morte e ressurreição que encerraram sua jornada terrena, mas sua ascensão. E muitas vezes não damos a devida atenção a esse evento glorioso. Na ascensão de Jesus Cristo houve uma afirmação celestial de que Jesus havia realizado vitoriosamente tudo o que tinha vindo fazer.
Lucas começou seu evangelho com a chegada de Jesus (encarnação e nascimento) e finaliza com a sua partida em um corpo glorificado. Suas últimas palavras no seu evangelho foram:
Lucas 24
50 Então, os levou para Betânia e, erguendo as mãos, os abençoou.
51 Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu.
52 Então, eles, adorando-o, voltaram para Jerusalém, tomados de grande júbilo;
53 e estavam sempre no templo, louvando a Deus.
Jesus é Deus eterno, sem começo e sem fim. Sua jornada aqui na terra como o Deus eterno encarnado começou quando ele partiu do céu e veio para a terra, e terminou quando ele deixou a terra e retornou ao céu. Sua história aqui na terra:
• Começou com sua condescendência e terminou com sua ascensão;
• Começou com sua encarnação e terminou com sua exaltação;
• Começou com expectativa e terminou com consumação;
• Começou com o Filho de Deus nascendo de uma virgem, descendo à terra, e terminou com o Filho de Deus ressuscitando dos mortos e ascendendo gloriosamente ao céu;
• Começou com esperança ainda não realizada e terminou com esperança totalmente efetivada;
• Começou com uma promessa e terminou com seu cumprimento e uma nova promessa;
• Começou com Maria, Zacarias, Simeão, Ana e anjos louvando a Deus (Lc 1 e 2) e terminou com adoração e louvor dos discípulos (Lc 24:52-53).
Foi uma incomparável história de vida, ensinamentos, milagres, rejeição, morte, ressurreição e ascensão. É uma história escrita majestosamente por Lucas, Mateus, Marcos e João. Mas somente Lucas teve o privilégio de registrar a sua ascensão. E ele o fez em Lucas 24:50-53 e Atos 1:6-12.
Os quarenta dias entre a ressurreição e a ascensão
Em Lucas 24:50-51 há uma descrição muito simples: Jesus levou os discípulos até Betânia, ergueu as mãos e os abençoou. Enquanto os abençoava, ele foi levado para o céu.
Em Lucas 24: 36-43, Jesus apareceu e se revelou a seus discípulos após a ressurreição. Diante da perplexidade deles Jesus disse: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24:39).
Lucas 24:40 diz que os discípulos ainda não acreditavam no que viam, eles estavam em uma mistura de profundo êxtase de alegria e admiração. E então Jesus perguntou: “Tendes aqui alguma coisa que comer?” (Lc 24:41). E então o Cristo ressurreto fez uma refeição na presença deles (Lc 24:43). Ele quis mostrar sua condição de Homem-Deus ressurreto.
Em Lucas 24:44-49 Jesus deu instruções sobre as profecias do Antigo Testamento relacionadas a seu sofrimento, morte e ressurreição, e de sua provisão de perdão e a proclamação do Evangelho a todas as nações.
Em outras palavras, nosso Senhor voltou e os instruiu a partir de cada seção do Antigo Testamento. E para os judeus havia três seções no Antigo Testamento: a lei, os profetas e os escritos (ou os Salmos, o primeiro livro dos escritos).
Jesus abriu o entendimento dos discípulos para compreenderem as Escrituras a respeito de sua morte, ressurreição, de sua provisão de salvação, o cumprimento da promessa do Espírito Santo e a necessidade de se proclamar o Evangelho a todas as nações, começando por Jerusalém (Lc 24:45-48).
Ou seja, em outras palavras, Jesus lhes disse:
Vocês agora entendem perfeitamente que a Escritura se cumpriu em minha vida, morte e ressurreição. Agora vocês estão prontos com a compreensão das Escrituras. Agora vocês sabem que eu ressuscitei dos mortos e estão prontos para ir e proclamar a mensagem de perdão dos pecados, mas não vão a lugar nenhum até que sejam fortalecidos do alto.
Lucas não nos diz nada sobre quando e onde isso foi dito. É essencialmente a mesma comissão dada em Mateus 28:16-20, em uma montanha na Galileia, durante os quarenta dias entre a ressurreição e a ascensão de Jesus. Mas Jesus pode ter repetido essa comissão várias vezes.
João 21 nos dá mais detalhes sobre os quarenta dias entre a ressurreição e ascensão de Jesus. Lá temos uma história maravilhosa e um relato da interação de nosso Senhor com seus discípulos enquanto ele estava na Galileia, que foi onde ele passou a maior parte do tempo ao longo dos quarenta dias.
A ascensão ocupa o fim do evangelho de Lucas e o início do livro de Atos, também escrito por Lucas. Quando ele começou o livro de Atos ele forneceu mais detalhes sobre os quarenta dias. Em Atos 1:1-8, Jesus:
• Apresentou provas incontestáveis de sua ressurreição;
• Ensinou sobre o Reino de Deus e seu futuro cumprimento no tempo de exclusiva autoridade do Pai;
• Fez refeições com os discípulos, mostrando ter ressuscitado corporalmente;
• Instruiu que eles aguardassem em Jerusalém pelo cumprimento da promessa do Espírito Santo;
• Disse que eles seriam revestidos de poder para serem testemunhas;
• Falou sobre a grande comissão de pregar o evangelho em todo o mundo.
Atos 1:8 repete o mesmo teor de Lucas 24:49, ou seja: “Fiquem em Jerusalém até que sejam revestidos de poder do alto com a vinda do Espírito Santo”.
Os discípulos estavam em Jerusalém e Jesus disse para eles permanecerem lá (Lc 24:49). Em Lucas 24:50 diz que Jesus os levou para Betânia, que seria, nos conceitos atuais, como um subúrbio de Jerusalém. Era uma pequena vila na encosta posterior do Monte das Oliveiras.
Betânia é até hoje uma vila muito simples e humilde. Era um lugar muito familiar para Jesus. Ele ficava lá frequentemente durante seu ministério, como na sua última semana. Havia lá uma família que Jesus amava muito: Marta, Maria e Lázaro, este último ele ressuscitou dos mortos (Jo 11:1-46).
Então Jesus os levou até Betânia, e ergueu as mãos para o alto, de onde procede “toda boa dádiva e todo dom perfeito” (Tg 1:17), para abençoá-los. Não foi um ato místico, mas efetivo. Paulo diz que Deus “nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef 1:3).
Ele os havia dado a grande comissão de pregar o Evangelho, que é responsabilidade e dever. Mas a palavra final é de bênção. Pertence a ele a graça eterna, a misericórdia eterna, a salvação eterna, o conforto, a paz eterna, o amor eterno etc. Ele disse, em outras palavras: “Eu estou indo para o céu para cumprir todas as minhas promessas a vocês”.
Na noite em que foi traído, o Senhor fez tremendas promessas aos discípulos, elas estão registadas em João 14 a 16. Tais promessas envolviam graça eterna, misericórdia, salvação, conforto, paz, poder, alegria, cuidado etc. E uma dessas promessas era o envio do Espírito Santo, o Espírito da Verdade, que viria para habitar para sempre conosco.
Mas a sua morte, mesmo que previamente avisada por Cristo, colocou os discípulos em choque. Mas, após a sua ressurreição, aqueles quarenta dias desfrutando de sua presença gloriosa fez com que suas dúvidas e medos desaparecessem.
Eles agora tinham plena convicção de que Jesus ressurgiu dos mortos viotorioso. Eles agora compreenderam efetivamente as Escrituras. Eles entenderam que o reino viria, mas não poderiam saber quando (Atos 1:7-8).
Imagine que tipo de experiência tremenda eles tiveram naqueles dias. É algo incompreensível. Eles sabiam que estavam diante do Deus eterno encarnado, que morreu e ressuscitou. A fé deles agora se tornou sólida, as promessas agora são entendidas e cridas, as dúvidas foram dissipadas.
A ascensão de Jesus Cristo
Não sobrou nada a dizer, então enquanto ele os abençoava, Jesus se separou deles e foi levado para o céu diante de seus olhos. Nunca tão pouco foi dito sobre um momento tão monumental. E naquele momento, dois anjos vieram declarar uma mensagem celestial aos discípulos. Lucas assim relata a ascensão:
Lucas 24
50 Então, os levou para Betânia e, erguendo as mãos, os abençoou.
51 Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu.Atos 1
8 … mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.
9 Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos.
10 E, estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de branco se puseram ao lado deles
11 e lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir.
Elias e Enoque foram lavados ao céu sem experimentarem a morte (2Rs 2:9-14; Gn 5:24). Jesus foi levado ao céu em um novo corpo glorificado, como o mundo nunca tinha visto.
Ele subiu física e corporalmente, e é exatamente assim que ele voltará. Ele subiu do Monte das Oliveiras e voltará sobre o Monte das Oliveiras (Zc 14:4). E quando ele voltar, todo olho verá (Ap 1:7).
Jesus tirou sua humanidade glorificada do túmulo, viveu por quarenta dias com aqueles que o amavam e então levou sua humanidade glorificada direto para o céu, todo o caminho de volta para onde ele veio em uma dimensão completamente diferente do tempo e espaço.
Mas ele voltou ao céu não mais em forma apenas espiritual, mas em sua humanidade glorificada. Há um homem à direita de Deus. E isso é prova de que o céu é um lugar que acomoda humanos glorificados, essa é a nossa esperança. Um dia os redimidos receberão um corpo glorificado igual ao de Cristo. Por isso Paulo escreveu:
Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas (Fp 3:20-21).
E assim ele foi. Seu trabalho havia sido cabalmente concluído. Não faltava mais nada. E o mais importante: ele havia garantido a fé e o entendimento completos de seus seguidores. Isso era vital para a responsabilidade de proclamar a mensagem do Evangelho até os confins da terra.
Pedro disse que o Senhor foi “Exaltado, pois, à destra de Deus” (At 2:33). Sentar-se à direita de Deus é uma maneira de descrever o lugar de associação com Deus, o lugar mais alto e exaltado que Deus poderia dar.
Hebreus 1:3 diz que Jesus, “depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas”. Podemos ver a mesma declaração em Efésios 1:20-21 e Colossenses 3:1.
Em Hebreus 1:13, citando o Salmo 110:1, Deus declara a Jesus: “Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés”. Uma referência ao futuro trono davídico de Cristo a partir de Jerusalém, em cumprimento à incondicional e irrevogável aliança davídica (2Sm 7:11-16; 23:3-5; Lc 1:32-33 etc.).
Ele sentou-se porque seu eficaz e definitivo trabalho havia terminado. Ele “não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu” (Hb 7:27). Sua obra foi perfeita e conclusiva, sem necessidade de repetição.
Sua vida e obra foram tão gloriosas que “Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2:9-11).
Ele prometeu estar conosco todos os dias
Em Mateus 28:20 Jesus disse: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”. Se ele estava partindo, como ele poderia estar conosco todos os dias? A resposta é que ele prometeu enviar outro consolador: o Espírito Santo (Jo 14:16).
E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco. O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós […] Naquele dia, vós conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós” (Jo 14:17,20)
Ele prometeu “outro consolador”. A palavra grega traduzida como “consolador” ou “ajudador” é “Παράκλητον” (Paraklēton). É uma palavra grega cujo ignificado não pode ser esgotada por qualquer uma palavra. Literalmente, significa “alguém chamado ao lado para ajudar”.
E a palavra grega traduzida como “outro” é “ἄλλον” (allon), refere-se especificamente “a outro do mesmo tipo”. Então Jesus quis dizer: “Vou enviar outro exatamente como eu”.
E é por isso que o Espírito em Romanos 8:9 é chamado de o “Espírito de Cristo”. E ele permanecerá conosco para sempre. O Espírito Santo é o substituto perfeito para o Senhor Jesus Cristo, o original “consolador” ou “ajudador”.
1 João 2:1 chama Jesus também de “Παράκλητον” (Paraklēton), traduzido aqui como “advogado”. Então, tanto Jesus, como o Espírito Santo são “Παράκλητον” (Paraklēton)”, ou seja, são da mesma essência.
A reação dos discípulos
Lucas 24
52 Então, eles, adorando-o, voltaram para Jerusalém, tomados de grande júbilo;
53 e estavam sempre no templo, louvando a Deus.
Não poderia ser diferente. Eles agora estavam convictos de toda a verdade a respeito de Jesus Cristo. Eles agora sabiam profundamente quem ele era, toda sua vida, obra, glória e promessa. Eles passaram a compreender tudo que a Escritura dizia sobre ele, e que havia se cumprido diante de seus olhos, mesmo que não tivessem entendido antes e até duvidado.
Eles sabiam que ele é o “Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14:6). Eles sabiam que “não há salvação em nenhum outro nome; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4:12). Eles sabiam a obra que Jesus havia confiado a eles: proclamar o evangelho ao mundo.
E então retornaram para Jerusalém com profunda alegria e estavam sempre no templo, louvando a Deus (Lc 24:53). Eles esperaram pelo cumprimento da promessa do Espírito Santo, no dia de Pentecostes (At 2), festa que era celebrada 50 dias depois da Páscoa.
O Espírito Santo veio no dia de Pentecostes como as primícias da herança dos crentes (cf. 2Co 5:5; Ef 1:11,14). Os que foram reunidos na igreja de então também foram as primícias da ceifa plena de todos os crentes que estava por vir.
Enfim, “aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória” (1Tm 3:16).
E aqueles homens, testemunhas oculares da vida e obra de Jesus Cristo, plenamente convictos sobre tudo que ele é e de sua gloriosa obra salvífica, cumpriram a comissão dada pelo Senhor.
E na primeira pregação de Pedro, no dia de Pentecostes, quase três mil pessoas foram batizadas em nome de Jesus (At 2:41). E aqueles primeiros irmãos, “louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (At 2:47).
Qual o significado da ascensão de Jesus Cristo?
1) A ascensão marcou a conclusão de sua obra de salvação. Depois da cruz e da ressurreição, não havia mais nada a fazer para fornecer qualquer aspecto da salvação.
Na cruz Jesus disse: “Está consumado” (Jo 19:30). E na sua oração sacerdotal ele disse: “Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer” (Jo 17:4). A obra da redenção estava cabalmente concluída.
2) A ascensão foi o fim de sua limitação. Em sua oração em João 17:5, Jesus disse: “glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo”.
Ele havia deixado de lado o uso independente de sua autoridade e poder divinos para se tornar um escravo do Pai. Quando isso acabou, ele voltou para sua glória antes de sua encarnação. Ele era Espírito e voltou ao céu como Deus homem, condição em que permanecerá para sempre.
Cristo demonstrou que tinha um corpo físico ressuscitado e não era um espírito desencarnado. Ele disse:
Vejam as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo. Toquem em mim e vejam que é verdade, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vocês estão vendo que eu tenho (Lc 24:39).
Depois de passar quarenta dias com os Seus discípulos, Jesus ascendeu corporalmente ao céu (Atos 1:9). Jesus ainda tem um corpo humano no céu agora. No entanto, ele tem um corpo glorificado, o mesmo corpo que os crentes terão um dia (Fp 3:21).
Na Sua encarnação, Jesus assumiu a carne humana, e na sua ressurreição, o seu corpo foi glorificado — embora tivesse retido as cicatrizes (Jo 20:27).
3) A ascensão marcou sua exaltação e sua coroação. Foi então que:
Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai (Fp 2:9-11).
4) A ascensão sinalizou o envio do Espírito Santo. Jesus disse:
Convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei (Jo 16:7).
5) A ascensão marcou o início de sua preparação para nosso lar celestial. Jesus disse:
Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também (Jo 14:1-3).
6) A ascensão marcou a passagem da obra de evangelismo para seus seguidores. Lucas deixou isso muito claro:
Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar até ao dia em que, depois de haver dado mandamentos por intermédio do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, foi elevado às alturas […] [Jesus disse] recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra. Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos. (At 1:1-2; 8-9).
7) A ascensão sinalizou a liderança de nosso Senhor sobre a igreja. Paulo escreveu:
O qual Deus exerceu em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas (Ef 1:20-23).
8) A ascensão marcou seu triunfo sobre Satanás. 1 João 3:8 diz: “para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo”. E em sua coroação gloriosa, o Pai estava afirmando que ele havia triunfado e derrotado o inimigo. A cabeça da serpente foi esmagada, conforme prometido em Gênesis 3:15. Cristo é supremo.
9) A ascensão sinalizou que nosso Senhor deu a obra do ministério a homens capacitados pelo Espírito Santo. Efésios 4:8 diz: “quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens”. E toda a capacitação de homens visa “ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (Ef 4:12).
10) A ascensão marcou o início de sua obra sacerdotal. Ele agora vive para interceder por nós. Ele é nosso advogado diante do Pai, não importa quais acusações sejam trazidas contra nós por Satanás e seus emissários. Paulo escreveu:
Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós (Rm 8:33-34)
11) A ascensão assegura sua segunda vinda. Os anjos proclamaram:
Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir (At 1:11).
Que evento incrível. Fale sobre algo que vale a pena celebrar. Se pudermos ir do nascimento de Cristo até a ascensão de Cristo, de sua chegada até sua partida, teremos uma imagem de tudo. Ele é exaltado por sua ascensão, coroado como Senhor.
Ele enviou o Espírito Santo, começou a preparar nosso lar eterno, assumiu a liderança da igreja, derrotou Satanás, transmitiu a missão de evangelismo e ministério para seus seguidores, começou a obra abençoada de intercessão em favor de seu povo e está pronto para retornar no tempo perfeito de Deus.
Sim, nas palavras de Paulo: “pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2Co 8:9). Vamos orar.
Pai, nós te agradecemos pela tua verdade. Tua Palavra é tremenda, consistente, perfeita, divinamente clara em tudo que afirma e é lâmpada para nossos pés e luz para nosso caminho.
Nós entendemos aqueles na estrada para Emaús que disseram: “Não ardiam os nossos corações dentro de nós enquanto ele falava conosco e nos explicava as Escrituras?” Nós te agradecemos pela tua verdade.
Obrigado pela obra de Cristo. Queremos ser como aqueles seguidores que adoraram, que obedeceram com grande alegria e que oferecem louvor contínuo e incessante por este Dom dos dons, nosso Salvador.
Por todas as maravilhas desta experiência hoje e pela alegria do nosso tempo juntos, nós te oferecemos graças em Teu nome. Amém.
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Este texto é uma síntese dos sermões “The Significance of the Ascension”, de John MacArthur, em 21/12/2008 .
Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) nos links abaixo:
https://www.gty.org/library/sermons-library/42-298/the-significance-of-the-ascension
Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno