O resultado do engano

A nossa confiança não esta em nós, mas n’Aquele que fez tudo por nós.
Dependemos do seu nome, confiamos na sua obra.
Temos os olhos fixos na sua pessoa, e esperamos a sua volta.
A mente carnal manifesta logo a sua inimizade contra toda esta verdade.
A mesma coisa que enchia Abel de paz, encheu Caim de ira.
Caim, na sua incredulidade, desprezou o único caminho pelo qual um pecador pode vir a Deus.
Ele quis chegar a Deus oferecendo algo de suas próprias mãos.
Caim foi o próprio fruto de sua falsa religião.
Seus fundamentos eram maus e a estrutura edificada sobre eles era também má.
Por sua ignorância, fugiu da presença divina e edificou uma cidade.
Teve na sua família inventores e apreciadores das ciências.
Quis aformosear o mundo, para torná-lo um lugar agradável…
Para se tornar um homem de respeito, embora para Deus fosse um fugitivo e vagabundo.
Tal era o caminho de Caim.
Milhões estão nele neste momento.
Munidos de um sentimento religioso, vivem na ignorância do caráter de Deus.
Gastam esforços em querer melhorar o mundo e de tornar a vida agradável em vários modos.
De adornar as cenas com as cores mais belas.
Mas, veja onde este caminho começa, para onde conduz e onde acaba.
Caim achou na terra lugar para manifestar seu gênio.
Abel, em vez de edificar uma cidade, achou apenas uma sepultura.
Nunca esqueçamos de uma coisa:
O mesmo sangue que justifica a Igreja, condena o mundo.
A sombra carregada da cruz, paira sobre o brilho e resplendor deste mundo.
O mundo passa.
Ao caminho de Caim seguir-se-á o engano de Balaão…
Na sua forma consumada virá a contradição de Coré.
E depois? O Abismo.

“Ai deles! porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré. Estes são manchas em vossas festas de amor, banqueteando-se convosco, e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas; Ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações; estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas”.
Judas 11-13

C H Mackintosh (1820-1896)

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