O Perigo da Falsa Religião

Satanás comanda um rede de engano contra a verdade. A verdade não pode fazer alianças com o erro, mas o erro pode fazer alianças contra a verdade. Para fraudar a verdade, a falsa religião precisa ter alguma verdade em meio a seus enganos. Os hipócritas fazem alianças estranhas e usam todos os meios tortuosos que puderem. Quando falam alguma verdade, o fazem para fins tortuosos.

Seguindo nossa trilha no Evangelho de Marcos, vamos olhar agora para Marcos 12:13-17. Esta é a semana da crucificação de Jesus Cristo.

Durante todo seu ministério nas terras de Israel, tanto no sul (Judéia) quanto no norte (Galileia), Jesus demonstrou, através de sua vida, ensino, mensagem, sabedoria, misericórdia, amor, poder, autoridade, milagres, sinais e cumprimentos proféticos que Ele era o Filho de Deus, o Messias. Nunca houve ninguém no mundo como ele.

Ao longo de seu ministério, Jesus foi perseguido pelos líderes religiosos de Israel. Eles deveriam ser mordomos da verdade e pastores do povo de Deus, mas deturparam tudo e formaram um sistema religioso hipócrita para satisfazer a sede que eles tinham pelo poder, aplausos, posições e dinheiro.

Jesus era uma ameaça para a posição deles. Então eles o seguiram com o objetivo apenas de destruí-lo. Eles jamais se interessaram por seus ensinamentos. Jesus era inimigo de tudo que eles ensinavam, de suas hipocrisias e da religiosidade vazia.

Como vimos no sermão anterior, o capítulo 12 de Marcos começa com a parábola dos lavradores maus, onde Jesus disse que Deus exterminaria aquela liderança falsa que perseguiu e matou os profetas, perseguia e mataria o Filho de Deus e seus enviados. E mais, entregaria a sua vinha para outros lavradores, os apóstolos (Marcos 12:9).

Marcos 12:12 diz que os líderes religiosos entenderam que contra eles Jesus proferiu a parábola. Eles entenderam muito bem e isso fez aumentar o ódio deles, não houve qualquer temor por parte deles. Dois dias depois Jesus foi crucificado.

Eles eram a última geração de religiosos que matavam os profetas e que matariam o Filho de Deus. Também seria a primeira geração de religiosos perseguidores e assassinos de cristãos. Eles eram muito piores que seus pais. Naquela mesma semana, Jesus disse:

Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque edificais os sepulcros dos profetas, adornais os túmulos dos justos. […] Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno? Por isso, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas. A uns matareis e crucificareis; a outros açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade. (Mateus 23:29,33-34

É por isso que quando a igreja nasceu, ela estudava a doutrina dos apóstolos (Atos 2:42). E todos que pregaram e pregam a genuína doutrina dos apóstolos, agora registrada no Novo Testamento, também estão na longa linhagem dos verdadeiros mordomos do povo de Deus.

Agora, quando chegamos a Marcos 12:13-17, é a quarta-feira da semana da morte de Jesus. Nosso Senhor estava no templo. Foi uma cena única: Ele havia expulsado os mercadores criminosos de lá. As pessoas estavam lá, os líderes também, e Jesus estava ensinando e pregando o evangelho.

Os líderes religiosos estavam ainda mais furiosos do que na terça-feira. Eles estavam furiosos com Jesus há 3 anos, esse ódio foi crescendo a cada dia. Pior agora que Jesus havia entrado em Jerusalém aclamado pelo povo, expulsou os criminosos do templo, proferiu juízo sobre os líderes religiosos e continuava no templo ensinando e pregando ao povo.

Marcos 12:12 diz que eles queriam prender Jesus, mas temiam a reação do povo. Eles precisavam colocar o povo contra Jesus e fazer com que os romanos o matassem. Eles tentavam descobrir como fazer isso.

Eles se reuniram no Sinédrio, o conselho governante de 70 anciãos mais o Sumo Sacerdote, e fizeram planos. O Sinédrio era formado por fariseus, predominantemente saduceus e escribas.

A primeira armadilha tentada contra Jesus foi armada pelos fariseus. Não funcionou.
A segunda armadilha foi armada pelos saduceus. Não funcionou.
A terceira armadilha foi armada pelos escribas, também não funcionou. 

Quando chegamos Marcos 12:13-17 vemos a primeira armadilha, armada pelo fariseus.

Marcos 12
13 E enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o apanhassem em alguma palavra.
14 Chegando, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és verdadeiro e não te importas com quem quer que seja, porque não olhas a aparência dos homens; antes, segundo a verdade, ensinas o caminho de Deus; é lícito pagar tributo a César ou não? Devemos ou não devemos pagar?
15 Mas Jesus, percebendo-lhes a hipocrisia, respondeu: Por que me experimentais? Trazei-me um denário para que eu o veja.
16 E eles lhe trouxeram. Perguntou-lhes: De quem é esta efígie e inscrição? Responderam: De César.
17 Disse-lhes, então, Jesus: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. E muito se admiraram dele.

A última semana de Jesus foi assim: Na segunda-feira, é “Hosana” a Cristo, na sexta-feira, é “Crucifique-o”. E quarta-feira foi o ponto de virada. A mudança de “Hosana para Crucificar” começa a ocorrer quando os líderes exasperados, frustrados e hostis instigam a mudança. Eles estavam desesperados.

Em Marcos 12:15 diz: “Mas Jesus, percebendo-lhes a hipocrisia…”. Eles estavam ali exibindo a hipocrisia deles.

O caráter dos hipócritas religiosos tem algumas marcas.

1) Os hipócritas religiosos fazem alianças estranhas contra a verdade

Satanás comanda um rede de engano contra a verdade. A verdade não pode fazer alianças com o erro, mas o erro pode fazer alianças contra a verdade.

♦ Marcos 12:13 diz que o Sinédrio enviou uma delegação oficial de fariseus e herodianos para executar a primeira armadilha contra Jesus.

Lucas 20:20 diz que eles subornaram emissários que se fingiriam de justos para ver se pegavam Jesus em alguma palavra a fim de prendê-lo e entregá-lo ao romanos.

Eles se mascararam em seus trajes habituais, apareceram lá como mordomos da verdade, pastores fiéis e agentes do Deus vivo. Eles colocaram em exibição toda a face religiosa hipócrita e mentirosa deles.

E houve uma aliança muito estranha aqui. Os fariseus e os herodianos eram duas seitas divergentes e que se odiavam. Os herodianos eram políticos bajuladores de Roma e defendiam a dominação romana sobre Israel, algo intolerável para os fariseus, que eram legalistas e esperavam um Messias que libertaria Israel de Roma.

Os herodianos eram secularistas. Eram membros de uma seita judaica que fazia profissão de honrar a memória de Herodes, que reedificara o Templo de Jerusalém.

Mas fariseus e herodianos tinham algo em comum: Total rejeição a Cristo. Mesmo sendo inimigos, como cegos espirituais, eles se juntaram contra a luz.

Os fariseus queriam se livrar de Jesus por causa de seu ensino. Mas Isso não era suficiente para os romanos matarem Jesus. Eles tinham que obter de Jesus uma declaração política contra Roma, como se estivesse defendendo uma rebelião.

O governador da Judeia era Pôncio Pilatos. Ele estava em Jerusalém naquele momento. Estava lá também o tetrarca da Galileia e Pereia, Herodes Antipas (que mandou decapitar João Batista). Este Herodes Antipas era filho de Herodes, o Grande (que matou as crianças de Belém no nascimento de Jesus).

Portanto, a primeira armadilha contra Jesus tinha o objetivo de que as autoridades romanas fossem informadas rapidamente que Jesus seria uma ameaça para Roma. Os romanos já sabiam que Jesus tinha muitos seguidores.

Esse era o plano. Eles queriam matar Jesus. Eles o rejeitaram como o Messias e o consideravam uma ameaça a eles. Eles tinham que fazer Jesus dizer algo que faria com que os romanos o prendessem.

Então, a primeira coisa que você vê sobre os hipócritas é que eles fazem alianças estranhas contra a verdade, porque todos fazem parte de um domínio, o domínio das trevas.

2) Os hipóritas religisos dizem qualquer coisa para conquistar espaço

Há alguns anos, líderes de uma universidade mórmon vieram falar comigo. Queriam que eu soubesse o quanto amavam o Senhor Jesus Cristo. E disseram que estavam estudando meu livro “o Evangelho Segundo Jesus”. Eles elogiaram muito o livro e queriam até que eu fosse lá fazer uma palestra.

Depois de muitas conversas, eu agradeci todos os gestos gentis, mas lhe disse:

Há um problema. Vocês não conhecem o verdadeiro Deus. Vocês não conhecem o verdadeiro Cristo. Vocês não conhecem o verdadeiro caminho da salvação. Essa é a verdade. O Deus de vocês é um ser criado. O Cristo de vocês é o irmão espiritual de Lúcifer, também um ser criado. E o caminho da salvação de vocês é pelas obras.

Eu disse isso de uma maneira graciosa e eles são homens cujas almas eu orei muito. A lisonja é um estratagema da religião falsa para ganhar terreno.

Marcos 12
14 Chegando, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és verdadeiro e não te importas com quem quer que seja, porque não olhas a aparência dos homens; antes, segundo a verdade, ensinas o caminho de Deus; é lícito pagar tributo a César ou não? Devemos ou não devemos pagar?

E é isso que vemos aqui. Eles disseram: “Sabemos que Tu és verdadeiro”. Uma grande mentira. Eles consideravam Jesus um mentiroso, enganador e uma fraude que tinha que ser detido e morto. Como Jesus estava sendo considerado como um enviado de Deus, eles queriam aparentar a todos que queriam também a verdade.

Aquela bajulação a Jesus era apenas uma estratégia para aparentarem ser honestos buscadores da verdade. Mas eles queriam mesmo era impressionar Jesus para que ele respondesse à pergunta que fariam da maneira que eles queriam.

Foi uma bajulação com o intuito de pressionar Jesus, para que ele falasse a verdade sem temer as consequências. E diante daquele elogio, normalmente uma pessoa é encorajada a falar sem temores, simplesmente para satisfazer as expectativas.

Isso é o que eles estão fazendo aqui. Com a bajulação eles queriam se identificar com o povo e, principalmente, colocar Jesus em uma posição em que Ele tivesse que responder à pergunta com sinceridade. Eles estabeleceram um padrão bem alto para que Jesus fosse movido pelo orgulho, algo que eles faziam o tempo todo, pois era assim a vida deles.

Lucas 20:21 registra que eles disseram a Jesus: “Mestre, sabemos que falas e ensinas retamente e não te deixas levar de respeitos humanos…”. Ou seja, “você não teme as pessoas e não se importa com as consequências e impactos de suas respostas, falando somente a verdade”. Que bajulação! Quanta hipocrisia!

E a propósito, essa afirmação deles sobre Jesus, embora movidos por desejos malignos e hipocrisias, era absolutamente verdadeira. Eles estavam dizendo a verdade, mas por motivos tortuosos. E o povo sabia que era verdade.

Neste mesmo dia, mais tarde, Mateus 23 registra uma dura confrontação de Jesus contra toda liderança religiosa, quando ele os chamou publicamente de hipócritas, cegos, serpentes, raça de víboras, filhos do inferno, sepulcros caiados etc. Jesus nunca temeu homem algum, ele falava sempre a verdade de forma clara.

Mesmo com tanta hipocrisia, eles sabiam que estavam dizendo a verdade sobre Jesus. A liderança religiosa já havia afrontado Jesus diversas vezes e sempre ouviram duras repreensões. Em João 8:44 Jesus havia dito a eles: “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos…”.

Os hipócritas fazem alianças estranhas e usam todos os meios tortuosos que puderem. Por vezes eles falam alguma verdade, mas para fins tortuosos. Tome cuidado. As falsas religiões são como um relógio imprestável, que não funciona, mas, duas vezes por dia, ele marca a hora certa.

Se a falsa religião não tivesse alguma verdade em meio a tantos enganos, ela não seria tão perigosa. Ela precisa de alguma verdade para ganhar terreno com seus enganos e fraudes contra a verdade. Por isso a falsa religião é tão perigosa.

3) Os hipócritas religiosos buscam falsamente a verdade.

Eles realmente não querem a verdade de Jesus, eles querem desacreditar a verdade.

Marcos 12
14 Chegando, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és verdadeiro e não te importas com quem quer que seja, porque não olhas a aparência dos homens; antes, segundo a verdade, ensinas o caminho de Deus; é lícito pagar tributo a César ou não? Devemos ou não devemos pagar?

Em outras palavras, eles perguntaram a Jesus.

Devemos pagar impostos a um gentio tirano, idólatra, usurpador, invasor e dominador da terra santa que Deus deu a Israel? Devemos pagar impostos a um opressor do povo de Deus ou não devemos pagar?

Claro, a única resposta válida para eles era: “Não, absolutamente não”. Se eles fizessem essa pergunta para o povo, era óbvio que todos responderiam: “Não, isso é contra a lei de Deus”. E havia uma revolta em Israel contra a cobrança abusiva de impostos.

A cobrança de impostos se tornou uma máfia armada para extorquir o povo. Os judeus odiavam Roma, odiavam a ocupação romana, odiavam os impostos de Roma porque Roma era idólatra e pagã. Eles odiavam a ideia de dar qualquer coisa a Roma.

Houve diversos conflitos e insurreições contra a opressão romana. O censo era um meio dos romanos cobrar impostos. Atos 5:37 e o historiador Flávio Josefo registram um levante judeu na época do censo. O líder desse movimento, por nome Judas, e seus seguidores foram mortos pelos romanos. Mas isso não parou o desejo do povo se ver livre do domínio romano.

O historiador Flávio Josefo relata um grande insurreição no ano 66 d.C. E dela resultou 4 anos mais tarde na destruição de Jerusalém. Os judeus acreditavam que a taxação de Roma era uma traição contra o único rei e verdadeiro Deus.

Os fariseus então tinham certeza de que Jesus iria dizer: “Não, não pague imposto a uma religião falsa, a um deus falso”. Por quê? Porque, para eles, Jesus deveria ver isso como idolatria. É assim que eles viam. A popularidade de Jesus estaria em jogo.

E se, de repente, Jesus dissesse: “Oh, não, vá em frente e pague impostos a Roma”. Jesus perderia sua popularidade. Mas, se Ele dissesse “Não, não pague imposto a Roma”, os herodianos iriam denunciar Jesus aos romanos, dizendo que ele estaria comandando uma nova insurreição contra Roma.

Então eles esperavam uma resposta negativa. Eles não tinham nenhum desejo verdadeiro e honesto pela verdade. Eles faziam qualquer negócio para atacar a verdade.

Marcos 12
15 Mas Jesus, percebendo-lhes a hipocrisia, respondeu: Por que me experimentais?…

Lucas 20
23 E, entendendo Jesus a sua astúcia, disse-lhes: Por que me tentais?

Em João 2:25 diz que “E não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque Jesus bem sabia o que havia no homem”.

Jesus sabia das reais intenções deles. Ele sabia que estava diante de uma raça de víboras, de hipócritas e malignos que não estavam procurando a verdade, apenas queriam fazer um jogo satânico com aquela pergunta. A religião falsa nunca está realmente procurando a verdade. Ela está em busca de seus próprios interesses.

Marcos 12
15 Mas Jesus, percebendo-lhes a hipocrisia, respondeu: Por que me experimentais? Trazei-me um denário para que eu o veja.
16 E eles lho trouxeram. Perguntou-lhes: De quem é esta efígie e inscrição? Responderam: De César.

O denário era uma moeda romana feita de prata, usada entre os anos 300 a.C. e 300 d.C. Equivalia ao salário de um dia. Ela trazia a imagem sagrada do imperador. Os judeus não carregavam aquela moeda.

Na mente dos judeus aquelas moedas eram pequenos ídolos, pois traziam imagens esculpidas, violando o segundo mandamento (Êxodo 20:3-5). Eles pagavam o imposto romano na equivalência em sua própria moeda hebraica.

Mas encontraram uma por ali. E Jesus perguntou: “De quem é esta imagem e inscrição?” Eles responderam: “de César”. E como Jesus já havia afirmado ser o Filho de Deus, eles esperavam que Jesus repugnasse aquela moeda como uma blasfêmia, atacasse César como um blasfemador e condenasse o imposto.

Os herodianos estavam ali ansiosos para ouvir isso e denunciar Jesus a Pilatos e Herodes Antipas. Assim Jesus seria preso como um rebelde e o povo perderia a confiança em Jesus porque Ele não resistiria aos romanos. Mas eles nunca imaginaram a resposta profunda de Jesus.

Marcos 12
17 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. E maravilharam-se dele.

Essa é uma declaração de longo alcance. Jesus diz: “Paguem o imposto, você deve, é uma dívida, é dele.” Como isso aconteceu? Porque as Escrituras nos ensinam que o governo é algo instituído por Deus.

Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus […] Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência. Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo. Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros… (Romanos 13:1, 5-8)

No mesmo sentido 1 Timóteo 2:1-3 e 1 Pedro 2:12-15. Deus ordenou a autoridade civil. Isso é uma graça comum. Houve um reino teocrático de Israel, onde Deus era o governante. Mas foi anulado pelo julgamento de Deus. Haverá esse governo no milênio. Até lá haverá uma separação entre o povo espiritual de Deus e as autoridades civis.

Um sociedade sem governo estaria em total caos. O governo civil tem um papel a desempenhar. E essa é uma graça comum, como é a chuva, as colheitas etc.

Mas não espere que o governo aja de maneira cristã. Eles não têm nada a ver com a igreja. Não existe tal coisa como um governo cristão, não existe tal coisa como uma nação cristã, nunca existiu, nunca existirá até que Cristo estabeleça um reino teocrático mundial.

Mesmo com todas as atrocidades, Roma construiu pontes, aquedutos, trouxe água, forneceu proteção etc. Em torno do Mediterrâneo prevalecia a Pax Romana, uma zona livre de guerras. E além disso, Roma foi usada por Deus para cumprimento proféticos.

O pagamento de impostos a um governo terreno, idólatra, blasfemo e pagão, que estava prestes a executar Jesus na cruz era a coisa certa a fazer. Havia uma esfera de autoridade de César que foi constituída por Deus.

Quero fazer uma observação: Não se submeta ao governo além do que é justo. Se o governo quer de você algo que Deus reprova, você terá que escolher entre obedecer a Deus ou aos homens (Atos 5:29).

Se o governo quer aquilo que pertence a Deus, você deve fazer o que Deus diz para você fazer e arcar com as consequências dessa decisão. Não temos outra opção.

É por isso que a igreja sempre está sujeita à perseguição e martírio. Poderemos chegar a uma situação de ter que fazer essa escolha contra tiranos e inimigos de Deus. Mas cumpra tudo aquilo que não conflita com Deus, pois o governo é uma instituição ordenada por Deus. No reino milenar teremos o reino teocrático de Cristo.

Portanto, “Dai a César o que é de César” – mas aqui está a declaração realmente importante – “e a Deus o que é de Deus”. Esse era o problema com os fariseus: Eles estavam fazendo um grande escândalo por terem que dar a César o que César queria, e estavam negando a dar a Deus o que Deus queria.

A grande questão aqui não é pagar impostos. A grande questão é dar a Deus o que você deve a Deus. O que eles deviam a Deus? Honra. Jesus havia lhes dito: “Aquele que não honra o Filho não honra o Pai que o enviou” (João 5:23).

O que você deve a Deus não é hipocrisia e uma religião falsa. O que você deve a Deus é:

Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. (Marcos 12:30)

Eles estavam sendo forçados a dar seu dinheiro a Roma e odiavam isso. Mas não estavam preocupados por não darem a Deus o que deviam dar.

Bem, a armadilha deles desmoronou. No final de Marcos 12:17, diz: “E muito se admiraram dele”. Mateus 22:22 diz que “E eles, ouvindo isto, maravilharam-se, e, deixando-o, se retiraram”. E Lucas 20:26 diz:

Não conseguiram apanhá-lo em palavra alguma perante a multidão. E assombrados com a sua resposta, ficaram em silêncio

Mas eles não haviam desistido de usar isso contra Jesus. Como eles não conseguiram o intento desejado, não pensaram duas vezes em mentir, caluniar e difamar Jesus com essa questão.

Em Lucas 23:1 temos os fariseus, herodianos, saduceus e escribas reunidos perante Pilatos. E veja a acusação que eles fizeram contra Jesus:

Encontramos este homem pervertendo a nossa nação, vedando pagar tributo a César e afirmando ser ele o Cristo, o Rei. (Lucas 23:2)

Uma mentira absurda. Como a lisonja não funcionou, eles usaram outros recursos. Eles queriam demonstrar a Pilatos que Jesus era uma ameaça a Roma. Usaram todos os meios malignos possíveis, agora difamando e caluniando Jesus. 

Por isso Jesus disse: “Aquele que não é comigo é contra mim” (Mateus 13:20). Fique do lado de Cristo.

Pai, novamente estamos revigorados e maravilhados com o poder desses momentos que passamos com Jesus nesses cenários dramáticos, com o quão viva a Escritura vem até nós.

O ponto principal para nós hoje é que devemos tudo a Ti.  Devemos nos entregar a Ti porque carregamos a Tua imagem. Assim como devemso pagar os impostos por a moeda tem a imagem de César. Quão claro é isso! Tu fizeste o homem à Tua imagem e temos que nos entregar a Ti!

Eu oro, Senhor, que isso seja feito por aqueles que ainda não tomaram esse passo. Quem não está contigo e contra Ti. Que este seja um dia em que o Teu Espírito Santo abra o coração e aqueles que carregam a Tua imagem darão a Ti o que devem, que é a vida deles. Sabemos que esta é uma obra que só o Senhor pode fazer. Oramos para que Tu o faças. Para a sua glória. Amém.


Esta é uma série de  sermões de John MacArthur sobre o Evangelho de Marcos

Clique aqui e veja o índice com os links dos sermões traduzidos já publicados desta série.


Este texto é uma síntese do sermão “The Pathology of a Religious Hypocrite”, de John MacArthur, em 27/2/2011

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

https://www.gty.org/library/sermons-library/41-61/the-pathology-of-a-religious-hypocrite

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno


 

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