O Mal de Líderes Ignorantes

A liderança religiosa de Israel, biblicamente ignorante, ficou perplexa com as respostas que Jesus  dava às suas perguntas maldosas. Ela queria vencer um debate sobre as Escrituras com o Filho de Deus. Que tolice! Quão terrível também é a ignorância bíblica de tantos líderes modernos!

Seguindo nossa trilha no Evangelho de Marcos, vamos ver hoje Marcos 12: 18-27.

Marcos 12
18 Então, os saduceus, que dizem não haver ressurreição, aproximaram-se dele e lhe perguntaram, dizendo:
19 Mestre, Moisés nos deixou escrito que, se morrer o irmão de alguém e deixar mulher sem filhos, seu irmão a tome como esposa e suscite descendência a seu irmão.
20 Ora, havia sete irmãos; o primeiro casou e morreu sem deixar descendência;
21 o segundo desposou a viúva e morreu, também sem deixar descendência; e o terceiro, da mesma forma.
22 E, assim, os sete não deixaram descendência. Por fim, depois de todos, morreu também a mulher.
23 Na ressurreição, quando eles ressuscitarem, de qual deles será ela a esposa? Porque os sete a desposaram.
24 Respondeu-lhes Jesus: Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus?
25 Pois, quando ressuscitarem de entre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento; porém, são como os anjos nos céus.
26 Quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido no Livro de Moisés, no trecho referente à sarça, como Deus lhe falou: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó?
27 Ora, ele não é Deus de mortos, e sim de vivos. Laborais em grande erro.

Intitulei isso de “Ignorância Bíblica em Lugares Elevados”. A liderança religiosa de Israel nos tempos de Jesus demonstrou sua total ignorância sobre a Escritura Sagrada.

E agora o assunto é a ressurreição. Em geral, os judeus sempre creram na ressurreição. Os saduceus não criam na ressurreição. Os fariseus criam, mas de um forma totalmente errada.

1) Os judeus criam em uma ressurreição nacional terrena da nação de Israel

E a base dessa fé estava em Ezequiel 37: há uma visão do vale de ossos secos, que é Israel. Com o sopro de Deus, esses ossos são trazidos à vida. Essa é uma figura da ressurreição do Israel nacional.

Eles encaravam aquela cena como Israel sendo elevado à proeminência e domínio político, ao cumprimento de todas as promessas feitas a Abraão e a Davi, todas as promessas do reino.

Essa ressurreição nacional seria a ascensão do Messias. O Messias deveria ser um conquistador e vitorioso como Davi. Ele levantaria Israel da morte para a vitória e glória. Essa era a visão messiânica e a visão de uma ressurreição nacional sob o Messias.

2) Os judeus também criam em uma ressurreição pessoal.

Ou seja, todos eles, juntamente com os prosélitos (pagãos que se convertiam à religião judaica)  seriam ressuscitados após a morte. Eles deixariam este mundo e entrariam no mundo vindouro. Alguns de seus escritos antigos refletem isso.

O ensino escatológico primário do judaísmo está contido no Talmud (coletânea de livros sagrados dos judeus) e ele fala muito sobre a ressurreição. O assunto está presente no Antigo Testamento.

Alegra-se, pois, o meu coração, e o meu espírito exulta; até o meu corpo repousará seguro. Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. (Salmos 16:9,10).

Este Salmo de Davi era um exemplo da base da fé deles na ressureição. Davi está falando da certeza de sua morte e que da sepultura ele iria para a presença do Senhor. Esse salmo acabou sendo um salmo messiânico que previa a ressurreição de Jesus Cristo.

Mas Deus remirá a minha alma do poder da morte, pois ele me tomará para si. (Salmos 49:15)

Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória. (Salmos 73:24)

Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também. (Salmos 139:8)

Todos esses salmos tratam da certeza da vida após a morte. Ou seja, da ressurreição.

Vinde, e tornemos para o Senhor, porque ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará. Depois de dois dias, nos revigorará; ao terceiro dia, nos ressuscitará, e viveremos diante dele. (Oséias 6:1,2)

Os teus mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos. (Isaías 26:19)

A posição da maioria no judaísmo é que haveria a ressurreição. Não apenas uma ressurreição nacional, mas uma ressurreição pessoal real, indivíduos na presença de Deus.

Os saduceus e a ressurreição

Isso é fundamental para entendermos a porção de Marcos 12: 18-27. Jesus está em um embate com os saduceus, líderes religiosos judaicos que não criam na ressurreição pessoal.

Os saduceus era uma seita do judaísmo que não somente negava a ressurreição, como negavam o sobrenatural e a existência de anjos. Embora minoritários, eles comandavam o Templo de Jerusalém.

Pois os saduceus declaram não haver ressurreição, nem anjo, nem espírito; ao passo que os fariseus admitem todas essas coisas. (Atos 23:8)

O Sumo Sacerdote e os principais sacerdotes eram predominantemente saduceus. Eles tinham muita força no Sinédrio, uma espécie de tribunal supremo judaico formado por 70 anciãos e o sumo sacerdote. A religião do povo era a religião dos fariseus, mas a estrutura do poder estava nas mãos dos saduceus.

Vimos no sermão anterior que o Sinédrio havia tramado planos para desacreditar Jesus e fazer com que o povo se voltasse contra ele.

Como vimos no sermão anterior, a primeira tentativa foi com a questão de pagar tributos a César. Uma comitiva de fariseus e herodianos executaram o primeiro e fracassado plano. Agora estamos diante da segunda tentativa da liderança religiosa contra Jesus. Os saduceus queriam fazer Jesus parecer um tolo.

Os saduceus estavam ansiosos para cooperar com Roma, pois eles eram muito poderosos, ricos e faziam tudo com a permissão de Roma. Eles queriam que Roma os visse como amigos. Mas Jesus era uma terrível ameaça para a posição deles. Eles ansiavam dar um fim em Jesus.

A população em geral odiava os saduceus por suas relações com Roma, quando o templo de Jerusalém foi destruído por Roma (70 d. C.), os saduceus deixaram de existir. Eles não podiam sobreviver sem o poder que tinham.

Apesar de tudo, os saduceus eram legalistas mais rigorosos do que os fariseus. Eles foram os mais cruéis em matéria de lei. O historiador Flávio Josefo escreveu que eles eram os mais selvagens, e que os fariseus pareciam moderados quando comparado aos saduceus.

Eles eram fundamentalistas radicais que se recusavam a aceitar qualquer coisa que não fosse a Lei de Moisés. Não aceitavam a tradição oral e a tradição dos escribas, que era tudo para os fariseus.

Eles se orgulhavam de serem guardiões da pura fé do Pentateuco. Eles interpretaram a Lei de Moisés mais literalmente do que os outros e foram severamente meticulosos em questões levíticas de pureza.

Mas o fator chave da doutrina dos saduceus era a negação da ressurreição e qualquer tipo de vida futura. Para eles, quando alguém morre, deixa de existir, acabou. O historiador Flávio Josefo registrou que eles criam que a alma e o corpo perecem juntos na morte e deixam de existir.

Portanto, para eles não há juízo eterno, não há glória eterna, não há vida após a morte. Eles não tinham interesse no Messias. Eles não tinham nenhum interesse real na salvação, que era um assunto sem qualquer importância para eles.

Pergunta: “Se os saduceus eram literalistas bíblicos, como eles podiam negar que a ressurreição está no Antigo Testamento?”

E a resposta para isso é porque eles sustentavam a supremacia singular do Pentateuco, os cinco livros de Moisés. E citei alguns versículos para você antes sobre a ressurreição, não citei? Mas por onde eu comecei? Nos Salmos e adiante. Para eles, tudo estava subordinado aos livros de Moisés.

Moisés era a fé pura. Eles eram os protetores da fé pura e, portanto, afirmavam a singularidade absoluta dos escritos de Moisés. Então, os saduceus diziam, erroneamente, que a doutrina da ressurreição não existia nos cinco livros de Moisés (Gênesis, Êxodo, Levítico, Deuteronômio e Números), então não poderia ser verdade.

Os fariseus discutiam com eles sobre isso o tempo todo. E os fariseus vasculhavam os livros de Moisés tentando encontrar versículos que pudessem citar para convencer os saduceus de que os escritos de Moisés incluíam a ressurreição. Eles citavam Números 18:28, Deuteronômio 32:39 etc., onde eles pensavam que poderiam provar que isso poderia indicar ressurreição.

Nenhuma das citações é muito convincente e os saduceus rejeitavam. Quanto mais os fariseus discutiam com eles, mais forte a posição deles se tornava. Os fariseus passavam por momentos terríveis tentando convencê-los.

Então os debates entre fariseus e saduceus eram intermináveis e cheios de bizarrices. Eles estão em lados opostos e não se davam bem. Mas, fariseus e saduceus tinham algo em comum: Eles queriam se livrar de Jesus, que era uma ameaça para eles.

Então, naquela quarta-feira da semana da cruz, Marcos 12:18 diz que os saduceus vieram a Jesus. Os fariseus, escribas e rabinos, que estavam por todo país, tiveram muitos confrontos com Jesus. Mas os saduceus não desempenharam nenhum papel real no ministério geral de Jesus, exceto quando Jesus ia ao templo.

Como não poderia deixar de ser, a isca que os saduceus usaram para pegar Jesus em alguma cilada era sobre a ressurreição. Era um assunto intolerável para eles. Atos 4:1-2 registra que eles prenderam Pedro e João por ensinarem sobre a ressureição.

Falavam eles ainda ao povo quando sobrevieram os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus, ressentidos por ensinarem eles o povo e anunciarem, em Jesus, a ressurreição dentre os mortos. e os prenderam, recolhendo-os ao cárcere até ao dia seguinte, pois já era tarde. (Atos 4:1-3)

A questão dos saduceus

Eles não queriam ver Jesus e nem os apóstolos no caminho deles. Eles odiaram a Cristo e todos que o seguiam. O historiador Flávio Josefo registra que os saduceus mataram Tiago, irmão de nosso Senhor.

Então os saduceus abordaram Jesus apenas com a intenção de fazê-lo parecer estúpido e, então, desacreditá-lo perante o povo. Pois eles consideravam que ninguém os venceria em um debate sobre as escrituras.

Eles sabiam das notícias que Jesus havia ressuscitado Lázaro há pouco tempo. E naquela ocasião, Jesus disse a Marta: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá” (João 11:25).

Marcos 12:29 registra que eles chamaram Jesus de mestre. O mesmo tratamento fingido dos fariseus. E então veio a questão:

Marcos 12
19 Mestre, Moisés nos deixou escrito que, se morrer o irmão de alguém e deixar mulher sem filhos, seu irmão a tome como esposa e suscite descendência a seu irmão.

É uma referência a Deuteronômio 25:5-6, que diz:

Se irmãos morarem juntos, e um deles morrer sem filhos, então, a mulher do que morreu não se casará com outro estranho, fora da família; seu cunhado a tomará, e a receberá por mulher, e exercerá para com ela a obrigação de cunhado. O primogênito que ela lhe der será sucessor do nome do seu irmão falecido, para que o nome deste não se apague em Israel.

Você entendeu? Os irmãos vivem juntos, próximos uns dos outros. A família está, em certo sentido, ainda intacta. Um deles falece e não tem filho. Seu irmão solteiro deve tomar a cunhada como esposa. O primogênito que ela der à luz assumirá o nome de seu irmão morto, tornando-se herdeiro, para que seu nome não seja apagado de Israel.

E Deuteronômio 25: 7-10 continua:

Porém, se o homem não quiser tomar sua cunhada, subirá esta à porta, aos anciãos, e dirá: Meu cunhado recusa suscitar a seu irmão nome em Israel; não quer exercer para comigo a obrigação de cunhado. Então, os anciãos da sua cidade devem chamá-lo e falar-lhe; e, se ele persistir e disser: Não quero tomá-la, então, sua cunhada se chegará a ele na presença dos anciãos, e lhe descalçará a sandália do pé, e lhe cuspirá no rosto, e protestará, e dirá: Assim se fará ao homem que não quer edificar a casa de seu irmão; e o nome de sua casa se chamará em Israel: A casa do descalçado.

Esses casamentos não eram obrigatórios, mas eram fortemente aplicados à irmãos que compartilhavam da mesma herança. Esse casamento exigia que o irmão fosse solteiro e desejasse manter a propriedade da família ao passar para um filho.

Embora não obrigatório, essa prática refletia sentimento fraternal. Caso houvesse recusa, o irmão seria desdenhado e humilhado pelos anciãos. A perpetuação do próprio nome como membro do povo da aliança testemunhava a dignidade da pessoa.

Era um costume muito fundamental. Aparece, antes de tudo, em Gênesis 38, na casa de Judá. E temos também a história de Rute.

Elimeleque, da tribo de Judá, morreu em Moabe deixando sua esposa Noemi e dois filhos. Esses filhos casaram com moabitas, um deles com Rute. Mas ambos os filhos também morreram em Moabe (Rute 1:1-5). A moabita Rute, agora viúva, não tinha filho para continuar a família do marido (Rute 4:10). 

Ela conheceu Boaz, que era o parente mais próximo de Elimeleque. Ele estava disposto a casar-se com Rute. Ele é chamado de parente resgatador. E desse casamento nasce um filho chamado Obede, e por meio dele vem Davi (Rute 4:22). Ou  seja, a moabita Rute está na genealogia de Jesus (Mt. 1:1-14).

Então os saduceus se referiram a essa lei. Com base nisso, eles criam o cenário bizarro.

Marcos 12
20 Ora, havia sete irmãos; o primeiro casou e morreu sem deixar descendência;
21 O segundo desposou a viúva e morreu, também sem deixar descendência; e o terceiro, da mesma forma.
22 E, assim, os sete não deixaram descendência. Por fim, depois de todos, morreu também a mulher.
23 Na ressurreição, quando eles ressuscitarem, de qual deles será ela a esposa? Porque os sete a desposaram.

Eles misturaram a teologia dos fariseus nessa questão. Os fariseus debatiam sobre como seriam as roupas quando alguém saísse da sepultura. E teriam afirmado que a pessoa se casaria no céu como se casou na terra.

Os fariseus diziam que vida após a morte seria exatamente como esta vida, e que os relacionamentos são para sempre, permanentes. Alguns acreditavam que na próxima vida, as pessoas não apenas se casariam, mas também teriam filhos.

Bem, eu concordaria com os saduceus neste ponto. Esse tipo de teologia torna a ressurreição um absurdo, um verdadeiro amontoado de caos. Muitas coisas seriam impossíveis de se resolver.

Marcos 12
24 Respondeu-lhes Jesus: Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus?

Mateus 22
29 Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.

Jesus respondeu-lhes fazendo uma acusação direta. Em outras palavras, Jesus lhes disse: 

Vocês são ignorantes sobre as Escrituras e sobre do poder de Deus, por isso vocês vivem cheios de enganos. Vocês estão vagando mentalmente e estão longe da realidade e da verdade.

É por isso que os falsos mestres são chamados de estrelas errantes (Judas 13).

1) Desconhecimento das Escritura: Todas as pessoas que estão nesse estado deturpam a verdade. O sentido original é que eles não se importavam em entender as Escrituras. Eram tolos que se gabavam de compreender os escritos de Moisés. Mas, na verdade, não entendiam nada.

2) Desconhecimento do poder de Deus: As Escrituras revelam o poder de Deus. Eles não podiam entender que Deus poderia dar a ressurreição a forma que Ele quisesse. Eles diziam crer no pentateuco, e lá está registrado que Deus criou tudo que existe do nada, mas não criam no poder de Deus para a ressurreição.

Se conhecessem as escrituras, saberiam que Deus promete a ressurreição. Se tivessem conhecido o Pentateuco, saberiam que Deus promete a ressurreição. E se eles conhecessem o poder de Deus, realmente saberiam que Deus pode criar qualquer tipo de vida que Ele deseja. Eles eram espiritualmente mortos e cegos.

Marcos 12
25 Pois, quando ressuscitarem de entre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento; porém, são como os anjos nos céus.

Lucas 20
34 Então, lhes acrescentou Jesus: Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento;
35 mas os que são havidos por dignos de alcançar a era vindoura e a ressurreição dentre os mortos não casam, nem se dão em casamento.
36 Pois não podem mais morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição.

O casamento foi projetado por Deus para companhia e perpetuação da raça humana na terra. Jesus enfatizou que no céu não há relacionamentos exclusivos ou sexuais. Todo o complexo de sexo, reprodução, nascimento e família deixará de existir.

Os redimidos experimentarão uma existência totalmente nova, na qual terão relacionamentos espirituais perfeitos com todos. Serão como os anjos santos, ou seja, seres gloriosos, espirituais e eternos, que nunca morrem e nem se reproduzem. Mas não significa que os redimidos serão anjos.

O casamento e a família são bênçãos que Deus criou enquanto vivermos nesta terra, mas lá no céu eles não estarão presentes, pois os redimidos estarão envolvidos em relacionamentos perfeitos e gloriosos.

Uma mulher é completada por seu marido, e o homem é completado por sua esposa. No céu os redimidos não precisarão de alguém para lhes completar, eles serão absolutamente e perfeitamente completos.

A pergunta dos saduceus e a ideia dos fariseus sobre casamentos na eternidade eram absolutamente absurdas. Eles eram ignorantes sobre a Escritura. Não conheciam a Deus e nem o seu poder. Eles imaginaram que esse assunto seria um problema impossível para Deus resolver. Eles tinham uma percepção pequena, fraca e inadequada de Deus.

Paulo escreveu:

Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? E em que corpo vêm? […] Pois assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder. Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual. Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. (1 Cor. 15:35, 42-44 e 51-54).

O mortal veste a imortalidade. Deus tem o poder para fazer isso. E Ele o demonstra nas inúmeras maneiras pelas quais expõe Sua criação. Mas eles não entendiam isso, eram ignorantes da Escritura.

Jesus demonstrou que a ressurreição está no pentateuco

Marcos 12
26 Quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido no Livro de Moisés, no trecho referente à sarça, como Deus lhe falou: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó?
27 Ora, ele não é Deus de mortos, e sim de vivos. Laborais em grande erro.

Mateus 22
31 E, quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou:
32 Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ele não é Deus de mortos, e sim de vivos.
33 Ouvindo isto, as multidões se maravilhavam da sua doutrina.

E então Jesus parece um pouco sarcástico com eles. Ele diz aos saduceus: “Quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido no Livro de Moisés…?”. Jesus fez tal afirmação para aqueles que se consideravam especialistas absolutos em Moisés.

Essa é uma acusação séria. Os saduceus diziam não havia ressurreição porque este assunto não estaria no pentateuco, ou seja, nos escritos de Moisés. E eles só criam na autoridade desses escritos, descartando os demais.

Jesus citou o que Deus disse a Moisés no meio da sarça ardente: “Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó” (Êxodo 3:6).

O Senhor falou de Seu relacionamento de aliança com os patriarcas que já haviam morrido. O Senhor disse: “Eu Sou o Deus deles”. Ele não disse: “Eu era o Deus deles”. Ele fez uma identificação no tempo presente, embora todos os patriarcas já estivessem mortos em Êxodo 3.

Deus enfatizou a realidade pessoal de cada um deles, a existência pessoal de cada um deles. E então Jesus sela tudo dizendo: “Deus não é Deus de mortos, e sim de vivos”. E conclui: Vocês estão muito enganados, então em grande erro.

Jesus provou que a ressurreição está no pentateuco, nos escritos de Moisés. Isso devastou os saduceus, foi uma tremenda humilhação pública para suas mentes arrogantes. Mateus 22:33 registra: “Ouvindo isto, as multidões se maravilhavam da sua doutrina”.

Eles queriam que Jesus parecesse um tolo diante de todos e fosse desacreditado. Mas quem acabou tolo e desacreditado? Os saduceus. Jesus demonstrou publicamente a tolice deles.

Haverá duas ressurreições. E todos os homens estarão em uma delas. A primeira será para reinar com Cristo e a vida eterna. A segunda para o juízo e a morte eterna.

Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos (Apocalipse 20:6).

Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros. Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. (Apocalipse 20:11-14)

Os saduceus foram embora, assim como os fariseus. Eles ficaram totalmente frustrados com uma resposta tão simples que as pessoas devem ter pensado: “Que tipo de tolos são eles que não entenderam isso?”. Ele queriam vencer um debate sobre as Escrituras com o Filho de Deus. Que tolice!

É maravilhoso pensar na ressurreição. Os redimidos terão um corpo glorificado e perfeito. Poderão amar e adorar a Deus em perfeição, sem a presença do pecado. E poderão amar a todos com um amor perfeito.

Todos terão um conhecimento perfeito, e estarão com motivações perfeitas para fazer um serviço perfeito, com absoluta e perfeita alegria e obediência. E farão isso para sempre, sem cansar ou desanimar.

Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas. (Filipenses 3:20,21)

Vimos no sermão anterior os fariseus tentando desacreditar Jesus com a questão do pagamento de tributos a Cesar. Em sequência, os saduceus fizeram o mesmo, mas agora o assunto era ressurreição.

Na próxima vez, vamos continuar vendo a sequência de tentativas dos líderes religiosos em descreditar Jesus. Será a vez dos escribas, e o assunto foi sobre o grande mandamento.

Vamos orar

Pai, nós Te agradecemos pelo tempo que tivemos novamente hoje para adorar e louvar a Ti, orar e ter comunhão uns com os outros. Agradecemos também por Sua Palavra que poderosamente abre a verdade para nós. Agradecemos que Cristo esteja sempre em exibição nos evangelhos. Sua majestade é vista. Não há ninguém como Ele, ninguém.

Quanto mais olhamos, mais profundamente olhamos, mais cuidadosamente consideramos cada pequeno detalhe de Sua vida e ministério, mais maravilhoso Ele se torna e mais glorioso.

E pensar que Ele nos chama de Seus e que Ele nos amou e se entregou por nós para nos levar para o céu para sempre, para estarmos com Ele. Somos indignos disso. Que honra imerecida para nós. Que expectativa alegre! Que nossa gratidão se demonstre em obediência e amor a Ele, nós oramos. Em Seu nome. Amém.


Esta é uma série de  sermões de John MacArthur sobre o Evangelho de Marcos

Clique aqui e veja o índice com os links dos sermões traduzidos já publicados desta série.


Este texto é uma síntese do sermão “Biblical Ignorance in High Places”, de John MacArthur, em 27/2/2011

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

https://www.gty.org/library/sermons-library/41-62/biblical-ignorance-in-high-places

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno


 

 

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1 Response

  1. DOUGLAS disse:

    Muito edificante e rico em detalhes, os quais mostram e grandeza e beleza do nosso Salvador.

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