Maria bíblica x Catolicismo

Estamos estudando o Evangelho de Lucas. Os capítulos 1 e 2 são longos e eles estão cheios de rica verdade, fundamental para a fé cristã e ao evangelho.

Lucas 1
26 E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
27 A uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
28 E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres.
29 E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta.
30 Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus.
31 E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.
32 Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai;
33 E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.
34 E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum?
35 E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.
36 E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril;
37 Porque para Deus nada é impossível.
38 Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.

Há dois mil anos atrás, Deus entrou neste mundo como um ser humano. A divindade vestiu o manto da humanidade. O Filho celeste tornou-se um bebê terrestre. Em uma noite, uma noite familiar para nós, iluminada por uma estrela brilhante e magnífica, uma criança nasceu não como qualquer outra criança antes ou depois, o Homem-Deus.

Este evento foi de um impacto tão profundo que se tornou o ápice da história e estabeleceu o calendário. Tudo antes deste evento é AC, tudo depois é Anno Domini, o ano de nosso Senhor, DC . Este foi o momento em que a história redentora atingiu o seu auge e o Filho de Deus, o Salvador do mundo, nasceu.

E Lucas, que é cuidadoso como historiador, que é pensativo e profundo como teólogo, que é apaixonado como evangelista, conta para nós a história da concepção do Salvador e do nascimento do Salvador com detalhes convincentes, concisos e ricos.

O relato bíblico incrível que eu acabei de ler para você é um registro de uma virgem conceber uma criança, uma encarnação real onde Deus nasce através de um ser humano. Esta é a concepção virginal que levou ao nascimento virginal, que é o fundamento do evangelho.

A encarnação real de Deus em carne exige uma concepção por uma virgem. Isso é fundamental, isso é fundamental para a nossa fé. Se Jesus tivesse uma mãe humana e um pai humano, então Jesus seria um homem e não Deus. E se Ele fosse um homem e não Deus, então Ele não seria o Salvador, não haveria salvação, e não haveria uma boa notícia (Evangelho).

Então, temos que olhar cuidadosamente para o nascimento virginal, a concepção virginal. Já consideramos seus fundamentos. E eu mencionei a vocês, há várias semanas, que os fundamentos da concepção virginal, do nascimento virginal são encontrados nas promessa do Antigo Testamento, na doutrina da Trindade, e nas palavras dos profetas.

Podemos citar os seguintes fatos a cerca do nascimento virginal de Jesus:

1. O primeiro fato é que a concepção virginal foi anunciada por um mensageiro divino. No versículo 26, o anjo Gabriel foi enviado de diante da presença de Deus.

2. E, em seguida, é indicada a escolha divina. Ele foi enviado para uma cidade obscura chamada Nazaré, na Galiléia, a uma virgem, uma menina de 13 anos de idade, provavelmente teria entre 12 a 14, que tinha sido comprometida ou desposada a um homem chamado José. Ela foi a escolha divina.

3. Então veio a bênção divina: “Salve, agraciada”, no versículo 28, “o Senhor é contigo.” No final do versículo 30, “achaste graça diante de Deus.”

4. Então veio a indicação da criança divina, versículo 31, você vai conceber, você vai ter um filho, ele será Jesus, Ele será grande, Ele será o Filho do Altíssimo, a Ele será dado o trono de seu pai, Davi, um trono no qual Ele reinará sobre a casa de Jacó para sempre, e Ele também terá um reino que é eterno.

O mensageiro divino, a escolha divina, a bênção divina, a criança divina. Finalmente, nos versículos 34 a 38, chegamos ao nosso texto nesta manhã, o milagre divino. E, no desenrolar desse assunto, vamos usar cinco palavras que servirão de ponto de partida para cada verdade que iremos examinar.

PRIMEIRA PALAVRA: SÚPLICA

Aqui está esta garota de 13 anos. Ela ouviu este imenso, incompreensível anúncio de um anjo de Deus. Foi mais do que ela podia compreender. É por isso que o versículo 29 indica que ela estava perturbada com a declaração, pensando que tipo de saudação seria aquela.

E ela ainda tinha uma grande medida de medo, como indicado na fala do anjo no versículo 30, “não tenha medo”. Ela foi literalmente abalada até o âmago de seu ser por este encontro com um anjo e sobre o que o anjo disse a ela.

Isso precipita a súplica no versículo 34. Ela responde, diz ao anjo: “Como pode ser isso, já que eu sou virgem?” Essa é a sua súplica ou o seu pedido, sua pergunta. Em resposta à surpreendente verdade que havia sido revelada, ela faz a pergunta, ‘como?’. Não é incredulidade. Não é que ela duvidasse, não é que ela não acreditasse. Ela não entendeu como isso poderia acontecer.

Eu disse a você e eu lhe digo novamente, milagres não acontecem o tempo todo.

[Nota: Em outros sermões, John Macarthur esclarece que o conceito de milagre é de um evento totalmente sobrenatural e sem participação de qualquer recurso humano. Biblicamente, esses eventos não são comuns. Ele faz a distinção de milagre e dos atos da providência divina, em que Deus intervém numa situação, mas neste caso há participação do homem.]

Milagres, na narrativa bíblica, só aconteceram em tempos muito únicos na história redentora. Eles não aconteciam nos dias da jovem Maria. Deus não havia dito uma só revelação profética havia mais de 400 anos. Não tinha havido nenhuma palavra do céu desde a conclusão do cânon do Antigo Testamento.

Não tinha havido nenhum milagre em mais de 400 anos. Não tinha havido milagres em série em muito além disso, desde os dias de Elias. Ninguém tinha visto um anjo em mais de 500 anos. Milagres não aconteciam. Eles não eram normais. Eles não eram rotina. Eles não eram lugar comum. Ninguém tinha visto um anjo, ouvido uma palavra de Deus, ou experimentado um milagre em séculos.

De repente, tudo acontece. Deus fala através de um anjo sobre um milagre. E Maria não estava acostumada a explicar ou compreender milagres em um mundo sem milagres em que ela vivia e em que nós vivemos. Ela acreditava. Ela não é como Zacarias, que não acreditava e, consequentemente, quando lhe foi dito que ele e sua esposa Isabel teriam um filho, ele respondeu a Gabriel com incredulidade e foi punido, tendo sido feito surdo e mudo até que a criança nasceu, como um testemunho público de sua incredulidade. Maria não era assim. Ela acreditou. Ela simplesmente não conseguia entender como isso aconteceria…

E ela também entendeu que o anjo não estava dizendo a ela ‘você vai se casar com José e quando estiverem juntos, você vai ter um filho.’ Ela sabia que dessa forma isso não seria nada de milagroso. Ela sabia que não era isso que o anjo estava dizendo, porque ela faz a pergunta: “Como pode ser isso, desde que eu sou virgem?”

Ela sabia que o anjo estava dizendo ‘você vai ter um filho e vai tê-lo agora. Você irá concebê-lo agora, antes que o casamento ocorra.’ E ela disse: ‘Como isso pode acontecer? Como é possível estar grávida sendo uma virgem?” Assim, a súplica é simplesmente uma questão de ‘como?’.

Ela dá testemunho de sua virgindade, ela dá testemunho de que entendeu que isso não era apenas uma profecia, que ela iria se casar e ter um filho. A questão indica que ela sabia que ela ia estar grávida sendo uma virgem. Essa é a súplica.

SEGUNDA PALAVRA: ESTRATÉGIA

Bem, Deus tem uma resposta. A estratégia, vamos chamá-la a estratégia. Versículo 35, aqui é a estratégia divina desvendada para ela por Gabriel: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.”

O anjo graciosamente responde a sua pergunta com uma explicação muito simples. O Espírito Santo virá sobre ti. O Espírito Santo é muito ativo, por sinal, na narrativa do nascimento de Cristo em Lucas. Ele é mencionado em conexão com o nascimento de Cristo, ou a concepção de Cristo seis vezes; três vezes no capítulo 1 e três vezes no capítulo 2 deste Evangelho.

O Espírito Santo foi fundamental, como é claro, na vida e no ministério de Cristo por todo o caminho, como veremos ao atravessarmos o Evangelho de Lucas. Mas, inicialmente, o Espírito Santo está muito envolvido no nascimento do Messias que vem ao mundo.

Não devemos ficar surpresos com isso. O Espírito Santo é identificado na criação. A terra é tohu e bohu, ou seja, sem forma e vazia, e o Espírito de Deus começa a se mover sobre a face dessa massa disforme e a começar o processo criativo nos seis dias da criação, descrito a partir do primeiro capítulo de Gênesis.

O Espírito Santo, que foi o agente original da criação, mais uma vez vai se tornar um agente da criação, desta vez no ventre desta jovem. Nada neste texto, nada em qualquer outro texto do Novo Testamento, ou em qualquer lugar na Escritura, nem em nenhum lugar, sugere, nem remotamente, qualquer tipo de atividade sexual humana. O único poder atuante é o divino.

José ficou chocado quando descobriu que Maria estava grávida, o que demonstra sua falta de contato com ela através de qualquer forma física. Não há nenhuma sugestão na Escritura de qualquer atividade sexual. Só houve o poder divino criativamente agindo em Maria.

É verdade que João Batista, de acordo com o versículo 15, foi cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe, mas ele foi o produto de uma união entre um homem e uma mulher. O milagre, no caso dos pais de João, foi que Deus lhes deu o poder de conceber, quando até então nunca tinham sido capazes de fazê-lo e estavam agora, nos seus 60 ou 70 e 80 anos, ou seja, além da capacidade humana.

O milagre que Deus havia realizado, lhes permitiu conceber, e a criança foi, então, cheia do Espírito Santo. Mas, no caso de Jesus Cristo não havia nenhum pai humano e a criança foi concebida pelo poder do Espírito Santo.

Em uma declaração paralela para enriquecer nosso entendimento, o anjo diz, então, e esta é uma outra maneira de dizer isso: “o poder do Altíssimo te encobrirá”. O Espírito Santo é o mesmo que o Altíssimo. O Espírito Santo é o Altíssimo. Altíssimo, por sinal, é em hebraico El Elyon, Deus Altíssimo. Ele é usado pelo menos três dezenas de vezes no Antigo Testamento para descrever Deus. É um título para Deus. Significa Senhorio Soberano, Soberano, Todo-Poderoso (nome do Velho Testamento muito comum para Deus).

O Espírito Santo virá sobre você, ou dizendo a mesma coisa de outra forma, o poder do Altíssimo te encobrirá. Gênesis 14:19: “O Senhor Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra.” Isso é o que significa ser Altíssimo, que significa ser o Soberano sobre tudo o que existe no céu e na terra. O Criador Todo-Poderoso, Soberano Deus que fez e sustenta o universo irá criar vida a partir do nada.

Ele usa o verbo aqui “Ele vai encobrir você.” Ou “Ele vai ofuscar você”, (no grego: episkiaz). É traduzido como “ofuscar, encobrir, lançar sombra”. Há três vezes no Novo Testamento, onde a transfiguração é descrita. É descrita em Mateus, Marcos e Lucas. E no momento da transfiguração houve uma aparição da glória ‘Shekinah’ e os cobriu (episkiaz). Ele usa o mesmo verbo. Isso significa ‘envolver, encobrir, ofuscar, fazer sombra’.

O próprio Deus, o Criador soberano do universo, virá cercar, encobrir, envolver o ventre de Maria com Seu poder criativo. Isso é o que o anjo disse. Essa é a estratégia divina para produzir em seu ventre a criança. Isso não vai acontecer através do processo humano normal, natural. Será divino e sobrenatural, sem qualquer atividade sexual humana. O poder de Deus de criar se move para o corpo de Maria.

E por essa razão, de volta ao versículo 35, por essa razão, por causa deste milagre criativo divino, a criança a nascer será Santa, será chamada Filho de Deus. Em primeiro lugar, a criança que iria nascer seria diferente de qualquer outro ser humano, pois essa criança seria santa.

Seus filhos podem ser bonitinhos e fofinhos, mas eles não são santos. Eles são pecadores. Eles são adâmicos. Eles são depravados. A semente de toda a iniquidade está em seu coração, como temos apontado em nosso livro sobre educação de filhos. O maior desafio que você tem é levar essa criança depravada ao conhecimento salvífico de Jesus Cristo. Você tem uma prole pecadora. Todos os seres humanos nascem em pecado.

Davi disse: “Em pecado me concebeu minha mãe.” (Salmos, 51:5). Ele não estava falando que sua mãe o concebeu como fruto de um caso ilícito. Ele não estava falando de algo adúltero. Ele não estava dizendo que ele era um filho ilegítimo. Ele estava dizendo que desde o primeiro momento da sua concepção, ele já era um pecador.

Agora, tem havido ao longo dos anos um ensino bastante estranho de que, de alguma forma, porque Jesus teve uma mãe humana e não um pai humano, que por causa disso Ele não herdou a natureza do pecado, que, segundo esse entendimento, seria passada geneticamente a partir do sangue do pai. Isso não é verdade. Não há nada nas Escrituras para indicar isso, e não há certamente nada na ciência médica para indicar isso, simplesmente porque você não consegue encontrar a natureza do pecado no DNA.

E, senhoras, você não precisa de um homem para passar o pecado adiante. Você é perfeitamente capaz de passá-lo. A natureza do pecado não está no sangue de um homem, não vem do sangue do sexo masculino. Não está em cromossomos masculinos. Eu não tenho certeza onde ela está. Eu não tenho certeza e ninguém tem certeza de onde ela vem, mas ela não é transmitida pelo pai isoladamente.

Essa não é a questão. O ponto é: Ele, Jesus, não tinha a natureza pecaminosa, porque essa é a maneira como Deus o criou. Ele O Criou sem pecado desde a concepção. O feto no ventre de Maria não foi tocado pelo pecado. Isso porque essa foi a maneira como Deus o criou. Ele era uma santa descendência. “Genna” é o verbo grego que significa “descendência”. É realmente um santo nascido. E é por isso que no final do versículo 35 está dito que “Ele será chamado Filho de Deus.”

Agora, quando você ouve a expressão “Filho de Deus”, ou o título “Filho de Deus”, é um grande título que tem várias implicações e significados ao longo da Bíblia. Mas, aqui é apenas realmente muito simples. Se você ainda não conhece os vários sentidos deste grande título de ‘Filho de Deus’ – e nós vamos aprender muito sobre esse título, à medida que atravessarmos o Evangelho de Lucas, porque ele se refere a ele muitas vezes -, focalize por enquanto apenas na importância fundamental nesta colocação feita por Gabriel.

O que ele está tentando dizer aqui não é tudo o que poderia ser dito sobre o título “Filho de Deus”, mas esclarece o seguinte: o próprio Deus criou esta criança no ventre de Maria, esta descendência santa é o Filho de Deus, porque o próprio Deus o criou. Ele é o Filho de Deus, não o Filho de Maria e de José. Ele é Deus em carne humana.

Sim, Ele é o Filho de Maria, nascido dela. Sim, Ele é Filho de Davi, porque Maria era da linhagem de Davi. Ele é o Filho de Davi também legalmente porque seu pai José, embora não seja pai por nascimento natural, era o pai dele por identidade familiar humana, e também era um filho de Davi.

Então, Ele herdou a linhagem real de Davi de seu pai, o sangue real de Davi de sua mãe. Ele era filho de Maria, filho de José, no sentido legal, mas ele era o Filho de Deus no sentido de Sua natureza, no sentido de Sua essência. Ele era o Filho de Deus em forma humana.

Isso é muito bem colocado em Hebreus 1:3, onde se diz: “Ele é a expressa imagem de Deus”, ou seja, Jesus Cristo foi a duplicação exata da natureza de Deus. É por isso que no versículo 5, Deus diz sobre Ele, como Ele o faz no Salmo 2: “Tu és meu Filho, hoje te gerei. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho”.

Este é o Filho de Deus. Isto é essencial para toda a nossa fé cristã. Você tem aqui uma criança criada em um útero humano, criada por Deus sem pecado, santo, e tendo a natureza de Deus, a criança divina. É por isso que em Hebreus 1:8, o Pai disse ao Filho: “O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre”. Este é o Filho de Deus, o próprio Deus em forma humana. “Nós vimos a Sua glória” , João 1 diz, “a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” Este é o Filho de Deus.

Jesus disse uma e outra vez: Eu e o Pai somos um. Foi por isso que os judeus o mataram. Eles viam isso como blasfêmia, alguém afirmando ser descendente de Deus, afirmando ser a exata representação de Deus, reivindicando carregar a natureza divina. Mas isso é verdade. Jesus era Filho de Deus pela concepção e pelo nascimento, milagrosamente.

Este título tem importância, como veremos em Lucas. Este título foi afirmado pelo próprio Jesus nos capítulo 2, 10 e 22. Ele foi confirmado por Deus nos capítulos 3 e 9. Foi afirmado por demônios nos capítulos 4 e 8. Foi afirmado por Satanás no capítulo 4, versículos 3 e 9. Foi reafirmado por Paulo mais tarde, e registrado por Lucas em Atos, capítulos 9 e 13.

Então, repetidamente, Ele se afirma como o Filho de Deus por si mesmo, em suas próprias palavras, assim como foi declarado por Deus, pelos demônios, por Satanás, e pelos apóstolos. Essa é a estratégia. O Filho de Deus nascerá por um ato de criação divina.

TERCEIRA PALAVRA: SINAL

Em terceiro lugar, o sinal. Maria não pediu um sinal, mas Deus de graça fortalece sua fé ao dar-lhe um. Como eu lhe disse, milagres não acontecem com frequência. Milagres não aconteciam naquela época. Anjos não apareciam havia séculos. Há tempos Deus não falava dessa forma. A vida era apenas normal. E como isso foi tão incomum, tão incompreensível, que o anjo graciosamente lhe deu um sinal para que ela pudesse olhar para fortalecer sua fé.

Versículo 36, ele diz: “Eis que até a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e ela, que era chamada estéril, já está em seu sexto mês.”

Maria provavelmente estava ouvindo essa notícia pela primeira vez. Ela tinha uma parente. Algumas traduções usam a palavra “prima”, mas realmente você não pode ser tão específico com o termo grego. Ela era uma parente. Tinha uma parente, já idosa.

Agora, lembre-se, esta é uma menina de 13 anos de idade ou um pouco mais, e ela tem uma parente idosa que está na casa dos 70 anos ou mais, e ela sabe que Isabel e seu marido Zacarias não tiveram filhos, e sabe que Isabel era estéril (que é o maior estigma que uma mulher judia poderia carregar, nunca ter tido um filho… era sinal de desaprovação de Deus nas mentes de todos…). E Isabel concebeu um filho na sua velhice…

Isso era chocante, porque a Bíblia diz que Isabel era chamada de ‘a estéril’. Quer dizer, ela tinha um apelido, ela era ‘Isabel, a estéril”. Isso é … isso é o tipo de desprezo que se acumulou sobre uma mulher que não tinha filhos, como se fosse um sinal de que Deus a amaldiçoou por algum pecado. Ela deve ter tido de suportar a repreensão e desprezo por toda a sua vida…

Aí o anjo diz a Maria: “Eis que sua parente Isabel…” (Apenas uma pequena nota de rodapé sobre isso: Isabel, de acordo com o versículo 5 do capítulo 1, era filha de Arão, então ela veio através da linhagem de Arão, a linha sacerdotal. Maria era descendente de Davi, como a genealogia no capítulo 3 irá demonstrar. Então, Maria teria sido relacionada com Isabel através de sua mãe, que teria sido da linhagem de Arão e ela teria sido uma descendente de Davi através de seu pai. Portanto, este foi um parentesco do lado de sua mãe, o lado de Arão.)

Portanto, esta parente se torna um sinal para ela. O milagre com Isabel foi um milagre da concepção. Não foi uma concepção virginal, era apenas Deus permitindo que duas pessoas de idade avançada – que tinham sido casadas durante todos aqueles anos, e que agora o problema não era apenas a esterilidade de Isabel, mas a avançada idade, pois eles tinham perdido a capacidade de conceber um filho -, gerassem um.

Porém Isabel estava agora no sexto mês de gravidez. Ela se escondeu durante os primeiros cinco meses. Volte no versículo 24 que diz que ela se escondeu, manteve-se em reclusão por cinco meses depois que ela ficou grávida. Zacarias, você se lembra, chegou em casa do seu dever sacerdotal e eles tiveram relações sexuais e ela ficou grávida.

Então, ela ficou em reclusão por cinco meses, porque se ela tivesse saído e contado que estava grávida e a gravidez ainda não estava em evidência, eles usariam esse tipo de coisa para menosprezá-la mais ainda. Se ela saísse por aí dizendo: “Estou grávida”, eles teriam a colocado em um asilo. Mas quando ela apareceu evidentemente grávida de seis meses, não havia muito a discutir.

Ela está em seus seis meses de gravidez, disse o anjo, afirmando que o maravilhoso milagre já tinha sido feito por Deus. É como se ele tivesse dito: ‘Você não precisa se perguntar sobre isso, você pode ir e visitar sua parente Isabel.’ E o versículo 39 diz que ela foi imediatamente, ela foi com pressa.

Quero dizer, isto foi espantoso para ela e ela iria, pois ela queria saber como era estar grávida em condições milagrosas. E assim que ela entrou na casa de Zacarias, versículo 40 diz, e saudou Isabel… Bem, nós vamos falar mais sobre isso quando chegarmos a esta parte do Evangelho de Lucas, na próxima semana…

Mas, este foi o sinal de que Deus era capaz de fazer milagres, que Deus poderia fazer o humanamente impossível. E essa gravidez de Isabel ancoraria a fé de Maria. Ela tinha a fé. Ela não estava duvidando. Mas este foi apenas um um sinal para fortalecer sua fé.

QUARTA PALAVRA: SOBERANIA

Assim, vimos a súplica, a estratégia, o sinal, e, em seguida, a soberania. É uma coisa dizer que vai acontecer, e outra coisa é ser capaz de fazê-lo. E, maravilhosamente, no versículo 37 está: “Pois nada é impossível para Deus.”

E, você sabe, na mente de Maria, deveria estar passando: isso é impossível, isso é … isso não é possível, isso é … como pode ser isso? E, então, ela é lembrada de que nada é impossível para Deus. E a gravidez de Isabel comprova isso, bem como a concepção de Maria. Este é o grande poder de Deus, sem limites.

A propósito, Lucas é um historiador tão maravilhoso. Às vezes ele é bastante flagrante, e às vezes ele é bastante sutil. Desta vez, ele é muito sutil aqui, porque o versículo 37 é tomado emprestado de Gênesis 18. É realmente … É realmente retirado de lá. E a história em Gênesis 18 é a história, você se lembra, do nascimento de Isaque, situação semelhante, um nascimento milagroso.

Lucas tem uma maneira maravilhosa de relacionar estes acontecimentos (o nascimento de Isaque, a gravidez de Isabel e a de Maria). E Gabriel leva Maria de volta a Gênesis 18, de volta a Abraão e Sara. Você se lembra que eles eram velhos e eles foram além da idade fértil, e Abraão tinha 100 anos e ela 90 e que nunca foram capazes de ter filhos. E Deus diz: ‘você vai ter um filho’ e Sara ri. É … Abraão e Sara… É impossível, isso não pode acontecer… E ela ri.

Versículo 12: “Assim, pois, riu-se Sara consigo, dizendo: Terei ainda deleite depois de haver envelhecido, sendo também o meu senhor já velho?” Quer dizer, ‘isso não tem como acontecer… Está além da minha capacidade…’ Versículo 13: “…poderei realmente dar à luz, agora que sou idosa?” O versículo 14, em seguida, vem com a pergunta: “Existe alguma coisa impossível para o Senhor? Na primavera voltarei a você, e Sara terá um filho”.

Agora, a questão: há alguma coisa difícil demais para o Senhor? – É o lado negativo do que acabei de ler, se você voltar para o texto de Lucas 1: ‘Há alguma coisa difícil para o Senhor?’ é o mesmo que dizer: ‘Nada é impossível para Deus.’ Se nada é difícil demais para o Senhor, então tudo é possível para Deus.

Então, Gabriel chama a atenção de Maria para o conhecido milagre do nascimento registrado no Velho Testamento, que foi o milagre de Abraão e Sara. E Deus, que de acordo com o Salmo 115: 3, está nos céus e faz tudo o que lhe agrada. E Deus, que fez os céus e a terra com o Seu grande poder e por seu braço estendido, Jeremias 32:17 diz: “…nada é demasiado difícil para Ti”.

De acordo com Daniel 4:35: “E todos os moradores da terra são reputados em nada, e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa deter a sua mão, e lhe diga: Que fazes?” Deus, que pode fazer qualquer coisa, cujo poder não tem limite, que não é restringido pelas leis da natureza que Ele mesmo criou, como se Ele pudesse ser limitado por sua própria criação, que é Onipotente, Todo-Poderoso e sem limitações, pode fazer qualquer coisa que Ele queira fazer.

Seria tolice acreditar Ele não podia fazer tudo o que quisesse, já que Ele criou todo o universo e o mantém. Mas, a referência de Gênesis 18:14 leva Maria de volta para a narrativa do nascimento de Isaque, e lhe traz à memória que Deus havia feito isso no passado. E que estava fazendo com Isabel e Zacarias e iria fazer com ela.

QUINTA PALAVRA: SUBMISSÃO

E, em seguida, tendo dito tudo isso, afirmando o grande poder de Deus, chegamos ao quinto ponto: submissão.

Creio que Maria com certeza conhecia o Velho Testamento. Creio que quando Gabriel se referiu a Gênesis 18, Maria conhecia bem a história de Abraão e Sara. Cada menina judia sabia dessa história. Esse milagre da concepção era, talvez, tão familiar como qualquer outra história para o lar judaico. Maria, porém, também sabia uma outra história. Havia uma outra concepção milagrosa no Antigo Testamento, um milagre notável. Você se lembra dele?

Envolveu uma senhora pelo chamada Ana, que se via muito angustiada e com o coração partido, porque ela não podia conceber e ter um filho. E você se lembra, ela foi para Deus em 1 Samuel, capítulo 1, ela clamou a Deus para dar-lhe um filho, Ele lhe deu um filho e seu nome foi Samuel.

Quero dizer, estes são filhos notáveis. A Abraão e Sara foi dado Isaque, que era o filho da aliança divina. A Zacarias e Isabel foi dado um filho, João Batista, o precursor do Messias. A Ana e Elcana, seu marido, Deus também deu um filho que era maravilhoso, notável, chamado Samuel.

Enquanto suplicava ao Senhor por um filho, Ana refere-se a si mesma no versículo 11, três vezes, como ‘uma serva, uma serva’: “Senhor dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas à tua serva deres um filho homem, ao Senhor o darei todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.” E no versículo 18: “Ache a tua serva graça aos teus olhos.”

Ela refere a si mesma, quatro ou cinco vezes, como uma serva. Curiosamente, veja o versículo 38 de Lucas 1: “Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra.” Agora, qual é a importância aqui? A importância aqui é que ela usa palavra ‘serva’, que é a palavra Doul no grego, que significa ‘escravo’. É a mesma palavra usada na Septuaginta cada vez Ana referia a si mesma como um ‘serva’. Ela também usou Doul.

Isso pode indicar a familiaridade de Maria com o maravilhoso milagre que Deus deu a Ana, que a fez conceber e dar à luz a Samuel. E Maria vê a si mesma também como um escravo para os propósitos de Deus como uma serva, uma escrava. A submissão é o que caracteriza esta jovem. Ela não se vê como alguém especial, mas como uma escrava. No versículo 48, ela repete a mesma expressão.

Nota: Escravo aqui tem o sentido de alguém submisso totalmente à vontade de Deus. Essa palavra foi usada pelos escritores do Novo Testamento em relação aos verdadeiros discípulos de Jesus. Devido ao sentido atual da palavra, as traduções bíblicas preferem trocar a palavra “escravo” por “servo”.

Deus atenta para o estado de humildade desta serva. Ela é em seus próprios olhos um escrava. Ela é só uma adolescente escolhida por Deus para um serviço especial, que ela vê como serviço a Deus. Ela é humilde e feliz por estar neste tipo de vínculo escravo. Então ela diz: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”.

Ela entendia as implicações. Ela apareceria grávida e isso traria caos, confusão, perguntas: como isso aconteceu? E José, o que ele vai pensar? Ela nem sequer pergunta sobre José ao anjo. Deixa isso para Deus. Ela não diz: “Bem, antes de dizer sim a este acordo, quem vai explicar isso para José? Quem vai explicar isso para minha mãe e meu pai? Quem vai explicar isso para os meus amigos e meus vizinhos? Quem vai explicar isso para as pessoas justas? Quem vai explicar isso para os pais de José?

Espere um minuto, há muita coisa em jogo aqui. Quem vai explicar para todo mundo que me vir grávida e que sabe que eu não sou casada? Mas, Ela não diz nada disso, apenas: ‘pode simplesmente fazer o que quiser, Senhor, eu sou tua escrava. Eu deixo o resto contigo’.

E você se lembra o que aconteceu. Mateus 1:20 e 25 diz que um anjo foi a José. Assim que ele percebeu que ela estava grávida, ele imediatamente foi devastado, arrasado, porque ele achava que ela era pura como a neve e agora ela está grávida… Ele sabe que nunca teve qualquer contato físico com ela. Ele presume o pior. Ele tem a opção de apedrejá-la até a morte, ou divorciar-se dela. Ele decide divorciar-se dela, porque ele é misericordioso.

Naquela noite, em um sonho um anjo vem para ele e diz: “Não tenha medo de receber Maria como sua esposa. O que nela foi gerado é do Espírito Santo.” Lembram-se disso? Maria deixou tudo isso a cargo de Deus. Ele cuidaria dos detalhes…

Isso é fé pura, limpa, não é? Ela apenas descansou no propósito de Deus. E isso é o que você deve saber sobre Maria. Quando você lembrar de Maria, pense sobre submissão, fé, pense em acreditar no que é impossível, que apenas algo incrível foi dito e ela humildemente, simplesmente creu. Sem hesitar acerca de quaisquer implicações, ela descansou na vontade de Deus, como uma escrava. Essa é a magnificência de Maria.

A VISÃO BIZARRA E ANTIBÍBLICA DO CATOLICISMO SOBRE MARIA

É bizarro, errado, antibíblico transformar esta humilde serva de Deus na ‘rainha do céu’, como fez a Igreja Católica Romana. Isto é inconcebível, é pura idolatria. Não há nenhuma rainha no céu. Há apenas um Rei!! Não há nenhuma rainha no céu, apenas O único, verdadeiro e eterno Rei.

Dizer que o céu tem uma rainha, é criar um ídolo. Culto a Maria é idolatria, nada menos. Maria não é a rainha do céu. O céu não tem nenhuma rainha. O céu é ocupado por um rei, que é uma Trindade. O céu não é um quarteto sagrado, é uma Trindade.

A Igreja Católica Romana não inventou a ideia da ‘rainha do céu’. Ela tomou emprestado do paganismo. Veja Jeremias 7. Não tem nada a ver com o cristianismo, não tem. É um conceito pagão que remonta ao Antigo Testamento. E isto é muito, muito importante saber.

Jeremias, obviamente foi chamado por Deus para ser um profeta, para pregar julgamento para o reino do sul, Judá e Jerusalém. E o povo era tão ruim, eles eram tão pecaminosos (v. Jeremias 7:8). Eles confiavam em palavras enganosas. Eles estavam roubando, matando, cometendo adultério, jurando falsamente, oferecendo sacrifícios a Baal, andando após outros deuses, rejeitando totalmente o Deus verdadeiro.

O versículo 16 é um pronunciamento do julgamento de Deus sobre aquele povo: “E tu, Jeremias, não interceda por este povo e não eleves em favor dele um só lamento ou oração, e não insistas junto a mim porque não vou te dar ouvidos quanto a isso!”. Versículo 17: “Não vês tu como essas pessoas agem nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém?”.

Agora, observe o 18: “Os filhos ajuntam a lenha, os pais acendem o fogo e as mulheres preparam a massa para fazerem tortas à deusa que é chamada de Rainha dos Céus; depois ainda fazem libações, ofertas de bebidas derramadas, a outras falsas divindades; tudo isso para me ferir e provocar a minha ira.” O quê? Oferecendo bolos à rainha dos céus??

A ‘rainha do céu’ era um deus falso. A rainha do céu era um ídolo pagão. E ela era a rainha dos deuses. Versículo 19: “Contudo, será que é a minha pessoa que eles estão ofendendo? questiona Yahweh.” Eles estavam realmente trazendo a ira divina sobre as suas cabeças. Versículo 20: Por isso, assim assevera Yahweh, o Eterno: ‘Eis que a minha ira ardente será derramada sobre este lugar, sobre todas as pessoas, os animais, e as árvores do campo, como também sobre todo o produto do solo; tal ira incendiará como fogo, e não poderá ser extinta!’”

Eles tinham decidido adorar a rainha do céu, esse ídolo pagão, este falso deus que os pagãos chamavam dessa forma. Ela também era conhecida como Astarote (no culto a Baal) e Astarte (na adoração de Moloque). Ela é aquela adorada pelas feministas, esta famosa deusa, a alta sacerdotisa da falsa religião, Semíramis ou Ísis. Essa deusa do paganismo também era possuidora de vários nomes. Era um ídolo pagão e os judeus a estavam adorando.

Vejamos o capítulo 44 de Jeremias como eles eram tão profundamente dedicados a ela . Eles haviam trocado o Rei do céu pela ‘rainha do céu’. Eles haviam trocado o culto ao Verdadeiro Deus pela adoração a esse ídolo. No versículo 11 começa o pronunciamento da sentença sobre eles: “Portanto assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Eis que eu ponho o meu rosto contra vós para mal, e para desarraigar a todo o Judá.”

E nos versículos 15 e 16, nós vamos encontrar: “Então responderam a Jeremias todos os homens que sabiam que suas mulheres queimavam incenso a deuses estranhos, e todas as mulheres que estavam presentes em grande multidão, como também todo o povo que habitava na terra do Egito, em Patros, dizendo: Quanto à palavra que nos anunciaste em nome do Senhor, não obedeceremos a ti”

Isso é como eles lidaram com o que tinham acabado de ouvir da boca de Jeremias, que lhes falou como profeta do Senhor: ‘Nós não vamos dar ouvidos a qualquer coisa que você disse!!’ Mas, em vez disso, versículo 17: “Mas certamente cumpriremos toda a palavra que saiu da nossa boca, queimando incenso à rainha dos céus, e oferecendo-lhe libações, como nós e nossos pais, nossos reis e nossos príncipes, temos feito, nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém; e então tínhamos fartura de pão, e andávamos alegres, e não víamos mal algum.”.

Em outras palavras: ‘Nós vamos seguir nossos próprios pontos de vista. Nós continuaremos a oferecer sacrifícios para a rainha do céu, a derramar libações a ela, e não apenas como nós mesmos, mas como nossos antepassados, os nossos reis e nossos príncipes fizeram!!’

A nação inteira tinha seguia adorando esta rainha do céu. E a justificativa está no final do versículo 17: “tínhamos fartura de pão, e andávamos alegres, e não víamos mal algum.” Que visão distorcida!! Eles acreditavam que sua prosperidade no passado não foi um resultado da misericórdia e bênção de Deus, mas um resultado de sua adoração à rainha do céu.

Versos 18 a 19: “Mas desde que cessamos de queimar incenso à rainha dos céus, e de lhe oferecer libações, tivemos falta de tudo, e fomos consumidos pela espada e pela fome. E quando nós queimávamos incenso à rainha dos céus, e lhe oferecíamos libações, acaso lhe fizemos bolos, para a adorar, e oferecemos-lhe libações sem nossos maridos?”

Deixe-me dizer-lhes uma coisa: seus maridos se envolveram, mas este era um movimento feminista. Estas mulheres queriam uma rainha no céu. Elas estavam cansadas de uma sociedade patriarcal e queriam um culto matriarcal. E assim elas criaram uma rainha do céu e seus maridos seguiram junto. E aqui eles estavam adorando este falso ídolo chamado a rainha do céu, concluindo que tudo que era bom em sua história passada poderia ser atribuído a ela e tudo de ruim tinha acontecido porque eles tinham deixado o culto à rainha do céu.

Essa é a origem da crença na rainha dos céus. E Maria não é a rainha dos céus e nem existe uma! Declarar a existência de uma rainha no céu é blasfemar contra o Deus vivo e verdadeiro, o santo Rei do céu. Maria era uma serva de Deus, uma escrava submissa. Nada mais que isso.

A visão católica romana a respeito de Maria é pagã, é totalmente pagã. Segundo o Papa Bento XV em 1918, “Maria sofreu junto com Cristo e quase morreu com ele quando ele morreu, assim, pode muito bem ser dito que ela redimiu a raça humana com Cristo.” Que blasfêmia!!

O Papa Pio XI em 1923 disse: “A Virgem das Dores compartilha a obra da redenção com Jesus Cristo “. O Papa Leão XIII, 1891: “Ninguém pode se aproximar de Cristo, exceto através de sua mãe.” O catecismo católico declara: “Minha salvação depende de mediação de Maria em união com Cristo por causa de sua posição exaltada como mediadora de toda a graça.” E, segundo o Vaticano II: “intercessão de Maria continua a alcançar-nos o dom da salvação eterna.”

Deixe-me lhe dizer algo sobre Maria: ela não é co-redentora. Ela não é mediadora da graça. Ela nunca ouviu uma oração de ninguém. Maria nunca ouviu ninguém orar a ela e nunca fez nada por ninguém, em resposta às preces que se fazem a ela. Ela não pode ouvir as orações.

Maria é apenas mais um dos inúmeros servos santos que estão na presença de Deus. Eles não ouvem orações, eles não respondem orações. Eles não ajudam as pessoas. Eles não têm nada a ver com o que está acontecendo no presente mundo. Eles não sabem o que você está pensando, o que você está rezando. Eles não podem ouvi-lo falar.

Isso é uma invenção pagã abraçada pelo catolicismo romano. É uma forma de idolatria colocar Maria como outro membro da Trindade, que ouve e responde às orações e que intermedia e dispensa graça. Nada poderia ser mais contrário às Escrituras. E, a propósito, Maria nunca jamais apareceu para ninguém, nem nunca assistiu alguém em qualquer coisa, após sua morte.

Agora, há uma enorme pressão sobre o papa, no entanto, porque esse culto é tão grande no catolicismo romano, para exercer o seu poder de infalibilidade papal e para afirmar isso como dogma. Pois bem. Embora esta crença seja tão arraigada ao catolicismo, ela nunca foi estabelecida como dogma oficial da Igreja Católica.

Mas, há um grande movimento para que isso aconteça. E, de acordo com especialistas católicos, o dogma deve ter este texto: “Maria é co-redentora, mediadora de toda a graça, como um defensor para o povo de Deus.”

O Papa, por sinal, tem recebido nos últimos seis ou mais anos uma média de 100 mil assinaturas por mês para fazer isso, para tornar este dogma oficial. [Nota do tradutor: na época da pregação deste sermão, João Paulo II ainda era o papa]. A ideia é esta: Que de alguma forma, misticamente, Maria tenha participado da morte de Cristo e, assim, adquiriu a redenção; que Maria participa da obra da redenção alcançada pelo seu Filho por ser a fonte da redenção para os pecadores.

A questão de fundo é esta: Deus, o Pai, é um Salvador muito relutante, e realmente não está preocupado com você. Jesus é um pouco mais preocupado com você, mas Ele é uma espécie de um tipo insensível, também, e Ele é relutante para salvar o pecador ou atender a uma prece. Mas, Ele não pode resistir à Sua mãe… Então, o que você tem que fazer é solicitar a ajuda de Maria e ela, então, vai a Jesus e… quem pode resistir à própria mãe?!?

Assim é a atuação de Maria. E eles ainda dizem isto: que as graças que fluem a partir do sofrimento de Jesus, as graças da salvação, santificação, as graças que fluem de Jesus, são concedidas aos pecadores apenas, se e quando Maria intercede em favor deles. Todas as orações, todas as petições dos fiéis na terra devem fluir através de Maria, que, em seguida, irá conduzi-las a Jesus. (!!!)

Nada disso é verdade. Maria não é essa intercessora. Desde que ela foi para o céu, ela nunca mais ouviu ninguém orar. Nem ela, nem os assim chamados ‘santos’ no catolicismo. A Bíblia diz em 1 Timóteo 2: 5: “há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.”

O catolicismo romano é idólatra, pois criou um deus falso e um sistema de adoração em torno desse falso deus, que destrói a pureza e a singularidade do trabalho mediador de Jesus Cristo. Isso não é coisa pequena, é enorme.

Durante o século XX, de todos os continentes, quase todos os continentes, visionários têm relatado que Maria tem aparecido mais de 400 vezes. Isso é mais do que nos três séculos anteriores combinados. Ela apareceu 400 vezes…

Você sabe a verdade? Ela nunca apareceu uma vez em qualquer lugar para qualquer um! Eu li algumas coisas absurdas: que ela apareceu em um tortilla… É verdade, eles até construíram um santuário no Texas e milhares, dezenas de milhares de pessoas passaram a adorar a virgem da tortilla. Vocês riem, mas não é brincadeira. Ocorreu no Texas. E as aparições nas nuvens? Você já deve ter lido sobre isso…

Maria, acredita-se, é a mediadora materna. Maria não é mediadora. Maria não ouve as orações. Maria nunca fez aparições. E ainda dezenas de milhões de pessoas, literalmente, dezenas de milhões inundam estes ‘santuários’ para adorarem o que é imaginado como sendo alguma aparição da Virgem.

O Papa João Paulo II, que é o grande líder da Igreja Católica, [nota do tradutor: na época da pregação desse sermão.] e é, de muitas maneiras, um líder monolítico, unilateral da igreja, diz que esta, e estou citando o que ele mesmo disse em 1997: “Tendo criado o homem macho e fêmea, o Senhor também quer colocar a nova Eva ao lado do novo Adão na redenção.” O novo Adão, é claro, é Cristo, a nova Eva é Maria.

Ele continua: “Maria, a nova Eva, assim, torna-se o ícone perfeito para a Igreja. Podemos, portanto, rogar à Santíssima Virgem, confiantemente implorando-lhe ajuda na conscientização do papel singular que lhe foi confiado por Deus, o papel de colaboradora na redenção.” Isso é uma blasfêmia!!! Ele atribui a Maria o papel de salvadora.

João Paulo II, inclusive, atribuiu a Maria o livramento de sua vida, em 1981, durante uma tentativa de assassinato que sofreu. Maria não pode salvar nem livrar a vida de ninguém. não Ela não está velando por ninguém. Maria é um espírito no céu com todo o resto dos santos que estão lá, fazendo o que devem fazer lá, e não têm nada a ver com o que estamos fazendo.

A doutrina católica da virgindade perpétua de Maria, a doutrina da Assunção de Maria (segundo a qual ela subiu ao céu sem passar pela morte), a doutrina de Maria como co-redentora e co-mediadora, ou qualquer outra doutrina existente ou que venha a existir no catolicismo, todas passaram ou passarão a existir através de decreto papal. Tais doutrinas não têm nada a ver com a Bíblia, não têm respaldo nem fundamento bíblico.

Você quer saber como Maria via a si mesma? Ela não disse: “Eis aqui a rainha dos céus”. Ela disse: “Eis aqui a escrava do Senhor.” Ela é nada mais do que uma serva submissa. Versículo 47 de Lucas 1, ela diz: “Deus é meu Salvador”. Ela precisava de um Salvador, como todo mundo. Ela não era nada, mas um servo. Ela não era uma parte do resgate. Ela não era sem pecado, imaculada. Ela era uma menina simples, humilde, a quem foi dado um privilégio. E como um servo, ela respondeu e disse: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”.

Apesar de todos os riscos, ela estava disposta a se submeter a Deus. Que história! Não há detalhes desnecessários. Que história! Versos breves, sem detalhes desnecessários, simples, delicado, sério, profundo, velado, pois o véu sobre a concepção milagrosa nunca realmente foi totalmente levantado. Não temos nenhuma descrição de como isso aconteceu. Nós só sabemos que isso aconteceu e isso aconteceu e não podemos tecer qualquer comentário, porque é indescritível para a mente humana.

E Maria se rendeu e se submeteu. E a história termina com este fechamento simples: “E o anjo ausentou-se dela.” Missão cumprida, Gabriel voltou para a presença de Deus. O Homem-Deus ira nascer. O unigênito Filho de Deus, Jesus, que salvaria o seu povo dos seus pecados, o Divino Redentor, a prole santa, o Rei divino que reinaria sobre um reino espiritual que duraria para sempre.

E o que nós aprendemos com tudo isto? O que Deus promete será cumprido. O poder de Deus não tem limites. E o povo de Deus é sempre instrumento nas Suas mãos. Isso é o que nós aprendemos a partir de Maria.

Pare de adorar Maria! Ela não quer adoração. Ela ficaria chocada, se pudesse ver o que fizeram com sua pessoa. Ela ficaria profundamente triste se pudesse saber o que está acontecendo em torno de sua história.

A história de Maria nos diz que Deus usa humanos instrumentos que estejam à disposição. Essa é a lição de Maria. Devemos vê-la como uma fiel, submissa, jovem garota que se submeteu completamente à vontade de Deus.

Não se importando com os riscos, ela creu na palavra de Deus, no poder de Deus, e que ela se submetia a ser usada como um instrumento nas mãos de Deus. E Ele ainda está fazendo Sua obra, se não tão milagrosamente visível, com certeza tem usado seu povo para operar milagres espirituais.


Leia também: O Cântico de Maria ao Salvador


Este texto é um resumo do sermão “The Virgin Birth: A Divine Miracle”, de John MacArthur, em 07/03/1999

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

http://www.gty.org/resources/sermons/42-12/the-virgin-birth-a-divine-miracle

Tradução e síntese realizadas pelo Site Rei Eterno


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