Intolerância Contra a Verdade
Estamos vivendo um tempo estranho, o qual devemos entender à luz da Palavra de Deus.
No livro de Ester, capítulo 1, há uma declaração muito interessante sobre o rei Assuero, um rei pagão, do Império Persa, que governou entre os anos 486 a 465 antes de Cristo. Diz que ele se cercou de sábios que entendiam os tempos (v.13). Compreender os tempos é algo que até os pagãos entendem ser necessário.
Quando Davi reuniu seu exército de todas as tribos de Israel, havia todos os tipos de homens de guerra, com suas qualidades, mas, particularmente úteis para Davi foram os filhos de Issacar, que “tinha conhecimento dos tempos, para saber o que Israel deveria fazer” (1º Crônicas 12:32).
Acho que em qualquer época, certamente para o povo de Deus, é fundamental entender os tempos, precisamos discernir o mundo a nosso redor.
Em um sentido geral, estamos vivendo um tempo pós-cristão, ou melhor, um tempo anticristão, antibíblico e anticristo. Décadas de pensamento corrupto mataram a influência cristã na sociedade ocidental.
A cultura ocidental, sob a influência do cristianismo, desapareceu em todos os aspectos, da educação à economia, da imprensa à medicina, da política à saúde pública. Tudo se foi. Estamos testemunhando isso.
Provérbios 16:18 diz que “O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda”. E é exatamente o orgulho, que os movimentos anticristãos exibiram na sua marcha maligna, que empurrou o ocidente em direção ao juízo eterno de Deus.
Precisamos entender isso. Vamos começar olhando rapidamente para Mateus 11: 16-30. Observe o que está sendo dito aqui.
Mateus 11
16 Mas a quem hei de comparar esta geração? É semelhante a meninos que, sentados nas praças, gritam aos companheiros:
17 Nós vos tocamos flauta, e não dançastes; entoamos lamentações, e não pranteastes.
Aqui está a sabedoria de Cristo, avaliando os tempos, ajudando-nos a entender o tempo de Sua vida e ministério.
As crianças se reuniam no mercado para brincar. Elas brincavam imitando experiências normais da vida dos adultos. Sabemos que funerais e casamentos eram grandes eventos na cultura judaica, por isso elas brincavam de casamento e de funeral.
E o texto diz que um grupo de meninos chamavam seus amigos para brincarem de casamento, um festa alegre, com flautas e danças, mas eles recusavam. Então chamavam para brincar de funeral, com lamentações, e igualmente recusavam.
Em outras palavras: Não importa o que fizessem, aqueles amigos eram rabugentos, sem vontade de se juntar com os outros meninos. E então Jesus aplica isso:
Mateus 11
18 Pois veio João, que não comia nem bebia, e dizem: Tem demônio!
19 Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores! Mas a sabedoria é justificada por suas obras.
Ou seja, João Batista era um indivíduo solitário, antissocial, que vivia no deserto, comia gafanhotos e mel silvestre. Portanto, não participava da vida social de Israel, como comer e beber. E eles o rejeitaram como um endemoninhado.
Jesus vivia no meio social e passava tempo com as pessoas. Eles rejeitaram de igual modo, chamando-o de comilão, beberrão e amigos de pecadores e cobradores de impostos, um classe odiada em Israel. Mas Jesus disse que sua sabedoria seria demonstrada por suas obras. A verdade aparecerá apesar da indiferença.
Então, há um registro de duro juízo:
Mateus 11
20 Então, começou ele a lançar em rosto às cidades onde se operou a maior parte dos seus prodígios o não se haverem arrependido, dizendo:
21 Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido com pano de saco grosseiro e com cinza.
22 Por isso, eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no Dia do Juízo, do que para vós.
23 E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje.
24 Porém eu vos digo que haverá menos rigor para os de Sodoma, no Dia do Juízo, do que para ti.
Mas há uma grande mudança no discurso de Jesus a partir do verso 25:
Mateus 11
25 Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos.
Por que podemos entender os tempos? Por que entendemos a verdade? Por que abraçamos a sabedoria? Porque nos foi revelado pelo próprio Senhor.
Mateus 11
26 Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.
Quão maravilhoso é perceber que, enquanto o mundo está refém da incredulidade e rejeição e, consequentemente, aprisionado na confusão, os filhos de Deus conhecem a verdade porque é isso que Deus resolveu entregar a seus escolhidos.
Mateus 11
27 Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Ele reafirma: A razão pela qual os filhos de Deus podem discernir os tempos e o mundo não pode, não é por algum mérito humano, mas porque Deus, em Sua soberania, escolheu revelar a verdade para seus escolhidos. É a graça soberana.
E depois há um convite amplo:
Mateus 11
28 Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.
29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.
30 Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
A verdade essencial deste texto é que o mundo nunca vai entender a verdade e crer na verdade, não importa como ela seja apresentada, seja como fez João Batista ou Jesus. Não importa quão poderosa seja a pregação e sinais, o mundo vai rejeitar. Mas há alguns que creem, porque agradou a Deus escolhê-los para conhecerem a verdade.
Como saber se você é um desses? Se você está cansado e sobrecarregado por reconhecer sua miséria espiritual e por saber que o mundo jaz no maligno, lança sua fé somente em Jesus, a quem você busca para obter descanso para sua alma.
Portanto, há uma distinção clara nesta passagem: Há um pequeno número de pessoas, chamadas de “pequeninos”, que sabem a verdade e que têm a responsabilidade de proclamá-la. Os sábios e instruídos, de acordo o mundo, são apenas cegos. Paulo escreveu:
Nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus (1 Coríntios 1:23,24),
Décadas de pensamento corrupto criaram a situação que enfrentamos em nosso mundo hoje. É muito diferente de 50 anos atrás, com certeza. Esforços agressivos para eliminar a verdade bíblica, a verdadeira adoração de Deus, o evangelho, a glória de Cristo, a Escritura, descristianizou nossa sociedade.
Vivemos hoje com a morte da verdade, fé, esperança, alegria, integridade, virtude, relacionamentos, família, pureza, compaixão e honestidade.
E no lugar dessas coisas está o cinismo, o pessimismo, o niilismo, o ceticismo, as drogas, a pornografia, o isolamento, a depressão e o suicídio, e assim por diante.
Nota: O niilismo é uma corrrente filosófica que se fundamenta nas ideias de vazio, de ausência de verdades absolutas, de não explicação para a existência, de desvalorização ou aniquilamento do sentido e da não existência de um télos (finalidade). Conforme o niilismo, não existe um sentido para existência humana, nada explica nem justifica o fato de existirmos. Como não existe uma fundamentação metafísica que explique a existência, também não existe o conceito de verdade absoluta, ou seja, algo em que se possa apoiar para dar sentido a nossa existência.
E esta avalanche anticristã encontra um lar nas mentes e corações dos pecadores. Você tem que entender isso. Essas coisas são amáveis com os pecadores, porque elas lhes convêm. E assim, a hostilidade contra Deus reside em cada coração humano.
Portanto, esse tipo de hostilidade contra Deus é aceitável para todo pecador. Para piorar a situação, muitas igrejas evangélicas temem estar fora de contato com a cultura, então buscam desesperadamente se tornar amigas do mundo, o que é, segundo Tiago 4:4, uma hostilidade contra Deus.
Portanto, temos uma cultura em declínio, que já caiu no precipício, e temos uma igreja evangélica que fez muito pouco para evitar isso. Portanto, é nisso que estamos.
E a única maneira de enfrentar este mundo é com esse entendimento e discernimento. É um momento terrível. Não podemos brincar com o mundo; temos que enfrentar o mundo como nosso Senhor fez em Mateus 11.
Mais do que nunca, temos que ser fiéis. Temos que ser o inimigo do mundo (Tiago 4;4), no sentido de rejeitar tudo que é fruto de sua rebelião contra Deus. Somente assim podemos ser úteis neste mundo, ou seja, um verdadeiro amigo, no sentido bíblico correto.
Mas o ambiente que vivemos é hostil contra os discípulos de Jesus, sendo perigoso até os aplausos. Então você nunca vai ser fiel ao Senhor e, ao mesmo tempo, ter uma boa aceitação e boa reputação com o sistema do mundo.
Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia (João 15:18,19)
Ai de vós quando todos os homens falarem bem de vós, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas! (Lucas 6:26)
Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. (João 17:14-16)
Muitas figuras proeminentes no meio da igreja estão trilhando caminhos para serem aceitos e aplaudidos pelo mundo, falsificam o evangelho para o tornar aceitável ao mundo.
Esses falsifcadores do evangelho não querem experimentar o que Jesus sofreu: “O mundo me odeia a mim porque dou testemunho que as suas obras são más” (João 7:7).
O mundo aprova esse falso evangelho porque ele ama a escuridão, então aceita a escuridão quando ela é oferecida. E muitas igrejas estão abraçando o mundo e sua agenda maligna.
Então exatamente com o que estamos lidando? Não é apenas um liberalismo teológico, mas uma rejeição de existência de uma verdade absoluta.
O mundo abraçou o relativismo moral, ou seja, a ideia de que não há autoridade suprema, então ninguém pode lhe dizer como se comportar moralmente. A liberdade pessoal diz que não há regras divinas, e o ateísmo humanista diz que não há juiz soberano.
Sem absolutos, sem autoridade suprema, sem regras divinas e sem juiz soberano. E isso está perfeitamente bom para o pecador. Ele gosta disso. Isso é amável para ele porque é natural em sua condição caída.
Então é fácil criar toda uma cultura que pensa dessa forma, porque você já tem uma afinidade com esse tipo de engano em cada coração humano.
Para combater isso há uma série de palavras, cujas definições são muito importantes. Essas palavras moldarão uma espécie de visão de mundo que precisamos ter.
1) Objetividade: Nenhuma verdade se originou no ser humano.
A fonte da verdade está completamente fora de nós. Isso é o que significa objetividade. A verdade é completa e está fora de qualquer ser humano. Compreender isso é essencial.
Nenhuma verdade jamais foi originada por um ser humano. O ser humano pode descobrir, compreender, aceitar ou rejeitar a verdade, mas ele nunca será a fonte. Nenhuma verdade jamais se originou de um ser humano.
O cristianismo verdadeiro exige que toda a verdade sobre tudo que é natural e sobrenatural está fora de nós.
A verdade é objetiva. Nenhuma pessoa tem a verdade em si mesma. Em outras palavras, você não determina a verdade, tudo vem de Deus.
Essa é uma declaração abrangente: tudo vem de Deus. O que quer que seja verdade sobre o mundo criado é verdade porque Deus o criou dessa forma. O que quer que seja verdade sobre o mundo espiritual é verdade porque foi assim que Deus o projetou. Nenhum ser humano é a fonte de estabelecer a verdade.
Sobre isso, Paulo escreveu:
Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Irmãos, quero que saibam que o evangelho por mim anunciado não é de origem humana. Não o recebi de pessoa alguma nem me foi ele ensinado; pelo contrário, eu o recebi de Jesus Cristo por revelação. (Gálatas 1: 8, 11-12)
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça (2 Timóteo 3:16)
A religião falsa e os falsos mestres inventam mentiras e as chamam de verdade, o misticismo envereda o homem em graves erros e ainda há aqueles que se autointitulam espirituais com base em seus próprios conceitos.
Pedro, de forma precisa, escreveu:
Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo. (2 Pedro 1:20,21)
Então, vamos olhar apenas para as Escrituras. Somente a palavra de Deus é a autoridade para organização e doutrina da Igreja (Sola Scriptura). A Palavra de Deus é imutável e eterna. Jesus disse: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão” (Mateus 24:35).
Portanto, toda verdade é objetiva, ela vem somente de Deus. Nenhuma verdade procede do ser humano. O significado da verdade é determinado por Deus e não por qualquer ser humano.
De forma alguma a verdade espiritual é definida pela experiência de alguém. Nenhuma verdade é exclusiva de um indivíduo, toda verdade é universal. E, claro, isso representa um duro golpe contra segmentos religiosos que procuram criar verdade afirmando ouvir vozes por aí.
A Bíblia é a verdade objetiva, é a verdade por si só, quer você acredite ou não. O salmista escreveu: “As tuas palavras são em tudo verdade desde o princípio” (Salmos 119:160). O que é verdade vem da única fonte da verdade, e é verdade porque é, de fato, verdade imutável e universal.
Não é uma questão de percepção humana, é uma questão de realidade. O que é realidade, é a realidade. Isso é identidade. Nunca deixará de ser a realidade. Nada pode ser e não ser ao mesmo tempo. Algo não pode ser verdadeiro e falso ao mesmo tempo.
Essa simples lei da não-contradição escapou dessa cultura. Há um exclusão: Tudo é ou não é. É um pensamento simples de restringir a realidade de que a verdade é o que é. Não é algo e outra coisa ao mesmo tempo. O que é nunca pode ser negado.
2) Racionalidade: A verdade objetiva de Deus nas Escrituras deve ser entendida racionalmente.
A Escritura é lógica. Não é contraditória. Seu conteúdo está sujeito a avaliação mental. Não há erros, discrepâncias, mentiras e princípios falsos. Qualquer coisa que contradiga as Escrituras Sagradas é falsa. Tudo o que contradiz a realidade é falso.
Na Escritura Sagrada não há fantasias, absurdos e mitos. Existe a realidade, e a realidade deve ser percebida racionalmente. A verdade é compreendida pelo poder da razão que Deus colocou em cada ser humano. Racionalmente, isso é pela mente e não entendida misticamente.
Por exemplo, há dois sexos. O que é realidade é a realidade e não outra coisa ao mesmo tempo. Pensar diferente disso não é racional. É um pensamento falso.
Toda verdade é objetiva e está fora de nós. Nenhum ser humano pode mudar a verdade. Os seres humanos não são a origem de qualquer coisa que seja verdadeira. E a verdade que há dois sexos é discernida e verificada pela razão.
Temos um anti-intelectualismo explosivo em nossa sociedade. É assustador. Há um movimento para escapar do mundo da realidade, da verdade e do racional para uma fantasia.
O puritano Cotton Mather disse: “A ignorância é a mãe da heresia”. Mas estamos rapidamente nos tornando incapazes de pensar. A cultura atual não exige pensar.
E mesmo na igreja, por meio de movimentos místicos, carismáticos e pragmáticos, que se baseiam na emoção, na intuição, na interpretação pessoal de sentimentos e experiências. Ou seja, mesmo grande parte do cristianismo não está interessado no cultivo cuidadoso da mente.
Recorrem a luzes, música, entretenimento e outros artifícios para conduzir as emoções das pessoas em uma determinada direção. Isso não tem nada a ver com uma mente sã.
O que quero dizer com racionalidade? Que a verdade de qualquer coisa pode ser conhecida pela linguagem comum, pessoas reais, história real e fatos observáveis. Não há significados secretos na Bíblia. Não há alegorias. Não há percepções transcendentais, nem vozes divinas e nem interpretações místicas.
O mistério e o misticismo sempre querem nos enganar, dizendo: “A verdade surge dentro de nós”. O misticismo rejeita o processo intelectual e diz: “Você encontra a verdade dentro de você”. Isso é uma mentira.
Então, como cristãos, insistimos que a palavra objetividade define a verdade. A verdade é objetiva, ela está fora de nós. Ela não é subjetiva.
A verdade é racional. É percebido pelo que é racional: linguagem comum, pessoas reais, história real, verdade observável. Não é algo diferente do que você pode ver.
3) A verdade é veracidade em sua própria essência
Portanto, se você começar com objetividade e depois abordá-la com racionalidade, chegará à veracidade. A verdade objetiva compreendida racionalmente conduz à veracidade. A Escritura Sagrada deve ser discernida por um pensamento cuidadoso. Ela é absolutamente verdadeira, clara e suficiente.
E toda verdade no mundo é observável. A verdade material é observável. E é isso que a ciência deveria fazer: observar o que pode ser visto e ficar com a definição de realidade, em vez de criar um mundo de fantasia no qual coisas que não são verdadeiras são ditas como se fossem.
A veracidade é alcançada por quem parte da objetividade e usa a racionalidade. Este é um processo de discernimento mental. Mas se o caminho foi a subjetividade, a verdade é perdida.
Há muita gente querendo dar sua opinião e expor como acha que é a verdade. Eles dizem que querem diálogo, mais isso quer dizer que você vai ter que concordar com eles. Se você não concorda com eles, vão querer acabar com você.
Mas nunca se obtém a verdade em um diálogo ou debate, porque a verdade não sai de uma conversa, ela vem da realidade.
Por exemplo, Paulo diz que, se você é cristão, tem uma nova forma de pensar. Você se torna obediente de coração a doutrina bíblica. A salvação é a compreensão da doutrina. Essa verdade é objetiva, não admite debates opiniões. Veja o que ele diz:
Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça. (Romanos 6:17-18).
4) Autoridade: a verdade tem autoridade, pois ela procede de Deus.
E é aqui está um verdadeiro choque para a cultura deste mundo: Os filhos de Deus proclamam a autoridade da verdade bíblica. Paulo escreveu a Tito sobre proclamar e aplicar a Palavra de Deus:
Fala disto, e exorta, e repreende com toda a autoridade. Ninguém te despreze (Tito 2:11-15).
É uma abordagem impopular: “Ninguém te despreze.” É o oposto absoluto da cultura em que vivemos. O homem caído pensa ter o direito a acrescentar suas ideias. Mas, a Palavra de Deus diz: “Fale [a palavra de Deus] com autoridade. Que ninguém te despreze”, A Escritura é a palavra final. É a mente de Cristo.
Não é aceitável para esta cultura falar com autoridade absoluta. Obviamente o mundo odeia isso. Não é apenas a ideia de autoridade, que já é bastante repulsiva pelo mundo, mas quando se prega a autoridade das Escrituras e o evangelho de Deus, isso é extremamente ofensivo ao mundo.
Muitas igrejas se ajustaram a isso porque querem ser aceitas pelo mundo, assim adocicaram a verdade para não serem rejeitadas. Essa verdade falsificada só produz corações endurecidos.
Quebrar o coração do homem é algo que só é possível a Deus, mas Ele usa a Sua Palavra para isso. Jeremias escreveu: “Não é a minha palavra como fogo, diz o Senhor, e como um martelo que esmiúça a penha?” (Jeremias 23:29).
Quando os cristãos optam por palavras suaves, fáceis e brandas, o resultado são pessoas duras. Portanto, temos que ser fiéis para falar a Palavra de Deus com autoridade.
5) Incompatibilidade. A verdade é absolutamente incompatível com o erro.
A verdade é exclusiva. João escreveu: “mentira alguma jamais procede da verdade” (1 João 2:21). Algo não pode ser verdadeiro e falso ao mesmo tempo. O erro é incompatível com a verdade.
Mas o mundo exige tolerância com as “verdades” de todos. Ou seja, com as ideias de cada um. Há uma imposição para que se renuncie toda autoridade da verdade. E quem insistir com a verdade é logo denominado de intolerante, e nisso aí muitos, temendo retaliações, já embarcaram em um viver diplomático com a mentira.
Não existem realidades contraditórias compatíveis. Tolerância para com as pessoas é uma virtude, mas tolerância ao erro é pecado. A Escritura Sagrada é absoluta, não há margem de aceitação sobre algo que conflite com ela. Veja esses exemplos:
Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho? Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. (João 14:5,6)
Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece, (João 3:36)
E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos, (Atos 4:12)
Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem. (1 Timóteo 2:5).
E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida. (1 João 5:11,12)
Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho. (2 João 1:9)
E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para que conheçamos ao Verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. (1 João 5:20)
A verdade é absoluta, ela se impõe contra a mentira. Toda verdade é objetiva, compreendida pela racionalidade, confirmada sua veracidade, carregando toda a autoridade e, consequentemente, incompatível com qualquer ideia
discordante. É por isso que, 2 Coríntios 10: 4-5 diz:
Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo.
6) Integridade: A verdade não é apenas para ser proclamada, é para ser vivida.
Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma. Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar. (Tiago 1: 21-25)
Então a palavra final é integridade. Como cristãos que creem que essas coisas são absolutamente verdadeiras, temos a responsabilidade de vivê-las em um mundo muito hostil. Mas esse é o nosso chamado e confiamos profundamente no Senhor para nos guardar no processo.
Vamos nos curvar em oração.
Senhor, temos um chamado elevado, um chamado santo. Somos chamados à verdade, para ser o povo da verdade em um mundo que se afoga em mentiras. Ajude-nos a vivê-lo, não importa o quão difícil ou desafiador possa se tornar, porque é para isso que o Senhor nos chamou, e é para isso que o Senhor nos equipou para fazer com a Sua Palavra, na força do Seu Espírito.
Concede-nos graça, obediência e fidelidade para sermos o povo da verdade, para andarmos na verdade – a verdade, em particular, a respeito de Ti, da Tua Palavra e do evangelho. Que sejamos conhecidos como uma igreja que é a coluna e firmeza da verdade.
Para esse grande chamado, Senhor, entendemos que o Senhor nos chamou, nos preparou e nos enviou. Use-nos para esse fim, oramos em nome de nosso Salvador. Amém.
Esta é uma série de sermões de John MacArthur sobre o Evagelho de Mateus.
Clique aqui e veja também o índice com os links dos sermões traduzidos sobre o Evangelho de Mateus
Este texto é uma síntese do sermão “Facing a Tolerant World with Intolerant Truth”, de John MacArthur, em 01/01/2023.
Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:
https://www.gty.org/library/sermons-library/81-135/facing-a-tolerant-world-with-intolerant-truth
Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno