Filho de Davi e Senhor

Líderes de uma falsa religião estão mais intimamente associado a Satanás do que qualquer outra coisa. Tais líderes produzem filhos do inferno duas vezes pior que eles (Mt 23:15). Tome cuidado com qualquer pessoa que carrega uma visão errada de Cristo: Isso é mortal! Você precisa conhecer a Cristo corretamente e crer nele para ter a vida eterna. 

Seguindo nossa trilha no Evangelho de Marcos, vamos olhar agora para Marcos 12: 35-37. É uma breve porção das Escrituras, mas tem implicações de muito longo alcance.

Marcos 12
35 Jesus, ensinando no templo, perguntou: Como dizem os escribas que o Cristo é filho de Davi?
36 O próprio Davi falou, pelo Espírito Santo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.
37 O mesmo Davi chama-lhe Senhor; como, pois, é ele seu filho? E a grande multidão o ouvia com prazer.

Esta breve e impactante conversa foi na quarta-feira da semana da cruz, na sexta Jesus foi crucificado. Jesus estava ensinando no templo e abordou um assunto fundamental com base nas palavras de Davi no Salmos 110:1. 

Qual sua identidade? Quem é o homem Jesus? Ele é, de fato, o Messias? Ele é o Filho de Deus? Ele é o Deus encarnado? O que Davi quis dizer com: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita” (Salmos 110:1)? Por que Jesus citou este Salmo de Davi?

São perguntas essenciais e fundamentais para crermos em Jesus.

Os judeus nunca creram na divindade do Messias

Historicamente os judeus sempre pensaram que o Messias seria um homem, e não mais que um homem. Seria apenas um governante de incomparável poder, influência e força para derrotar os inimigos de Israel e realizar o cumprimento das promessas que Deus fez a Abraão. Eles pensam assim até os dias de hoje.

Todas as promessas do Antigo Testamento que são baseadas na Aliança Abraâmica e expandidas na Aliança Davídica, estão ligadas à chegada deste homem que é o Messias, ou o Cristo. Para os os judeus, esse Messias seria um ser humano e nada mais, que exerceria um poder que estava além de qualquer rei que o mundo já tivesse visto.

Nota: No fim desta página leia sobre o que á a aliança abraâmica e a aliança davídica. 

Os judeus não necessariamente viam o Messias como um Salvador de almas individuais. Eles viam o Messias como o Salvador de Seu povo, os judeus. Eles não viam, nem veem agora, o Messias como Deus em carne humana.

Sempre esteve na mente dos judeus o Messias sendo apenas um homem e essa foi a realidade que os levou a uma colisão direta com Jesus porque ele afirmou ser mais do que um homem.

Como temos visto nos últimos sermões, o ódio da liderança religiosa contra Jesus estava no ponto mais alto. Eles odiavam Jesus por seus ataques ao sistema religioso deles, a falsa teologia, a hipocrisia e a corrupção no templo. E o odiavam ainda mais por sua popularidade e por denunciá-los publicamente.

Mas, acima de tudo, eles o odiavam por considerá-lo um blasfemador, por se proclamar igual a Deus. Jesus disse: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30). No final de seu evangelho, João escreveu:

Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome. (João 20:30,31)

Isso sempre foi intolerável para os judeus. Para seus líderes,  o Messias seria apenas um homem, não apenas um simples descendente de Davi, mas um tanto semelhante a Davi, derrotando os inimigos de Israel e trazendo o glorioso cumprimento do reino. Eles rejeitaram Jesus como o cumprimento dessa profecia.

Em Marcos 11:27, após Jesus expulsar um grupo de ladrões e corruptos do templo, eles questionaram Jesus dizendo: “Com que autoridade estás fazendo estas coisas? E quem te deu essa autoridade para fazer essas coisas?”.

Apesar da rejeição deles por Jesus, eles ficaram desesperados com os sinais que Jesus operava. Nunca havia existido um homem com tanto poder sobre doenças, demônios, morte e a natureza como Jesus. Os líderes religiosos lutavam muito para manter a convicção de que Jesus não era o Messias.

O contexto de Marcos 12: 35-37

Como vimos em sermão anterior (1), na terça-feira Jesus expulsou os mercadores no templo, fato que provocou o ódio mortal dos líderes religiosos.

Como vimos em sermão anterior (2), o capítulo 12 de Marcos começa com a parábola dos lavradores maus, em que Deus exterminaria aquela liderança falsa que perseguiu e matou os profetas, perseguia e mataria o Filho de Deus e seus enviados. E mais, entregaria a sua vinha para outros lavradores, os apóstolos (Marcos 12:9).

Marcos 12:12 diz que os líderes religiosos entenderam que contra eles Jesus proferiu a parábola. Eles entenderam muito bem e isso fez aumentar o ódio deles, não houve qualquer temor por parte deles

Como vimos em sermões anteriores, o Sinédrio enviou 3 grupos diferentes para fazer perguntas públicas a Jesus. A finalidade era desacreditá-lo perante o povo para prendê-lo. As perguntas foram sobre pagamento de tributos a César (3), sobre a ressurreição (4) e sobre o maior mandamento (5).

Eles fracassaram nas três tentativas. Após esses incidentes, Marcos 12:34 registra: “Ninguém mais ousava interrogá-lo”. Jesus frustrou todas as armadilhas.

A vez de Jesus perguntar aos líderes religiosos

E agora Jesus toma a iniciativa. Ele agora faz suas próprias perguntas. A última palavra que Jesus disse aos líderes religiosos é sobre a sua própria identidade.

Marcos 12
35 Jesus, ensinando no templo, perguntou: Como dizem os escribas que o Cristo é filho de Davi?

Foi um convite final. A pergunta foi motivada por uma declaração que Ele fez ao escriba no versículo anterior: “Você não está longe do reino de Deus” (Marcos 12:34). Aquele escriba havia entendido que Deus olhava para o interior do homem e não para comportamentos externos.

Aquele escriba não estava longe do reino, mas isso quer dizer que ele estava fora do reino. E para entrar ele tinha que conhecer e crer em Jesus. Para ser salvo, é preciso crer na verdade a respeito da pessoa de Jesus Cristo.

Mesmo enfrentando todo o ódio e rejeição dos líderes religiosos Jesus conservava a atitude de um evangelista compassivo, convidando os pecadores para a salvação.

E aqui temos um convite final. Mesmo declarando publicamente a hipocrisia daqueles líderes, Jesus manifestou preocupação para que os líderes religiosos conhecessem e cressem na verdade a respeito Dele, o único caminho de salvação.

A Escritura diz que o Senhor não tem prazer na condenação e destruição dos ímpios (Ezequiel 18:23, 32; 33:11). A alegria de Deus está na salvação dos pecadores. Em Lucas 19, Jesus olhou para Jerusalém, viu a cidade impenitente e chorou. Esse era o seu coração para com os líderes judeus que o rejeitaram.

Nem todos os fariseus e escribas eram perversos e nem todos os líderes rejeitaram a Cristo permanentemente. Onde o Senhor faz um convite, Seu Espírito pode mover-se para produzir exatamente a resposta que o convite exige. Temos como ilustração um dos membros do Sinédrio, chamado José:

E eis que certo homem, chamado José, membro do Sinédrio, homem bom e justo (que não tinha concordado com o desígnio e ação dos outros), natural de Arimatéia, cidade dos judeus, e que esperava o reino de Deus, tendo procurado a Pilatos, pediu-lhe o corpo de Jesus, e, tirando-o do madeiro, envolveu-o num lençol de linho, e o depositou num túmulo aberto em rocha, onde ainda ninguém havia sido sepultado. (Lucas 23:50-53)

Este homem era uma das poucas exceções no universo dos líderes religiosos.

O Filho de Davi

Nosso Senhor então faz a pergunta: A contrário das perguntas com objetivos maldosos que os fariseus, saduceus e escribas fizeram, Jesus fez uma pergunta com um propósito salvífico, para fazer um convite final. Mateus assim registrou:

Marcos 12
35 Jesus, ensinando no templo, perguntou: Como dizem os escribas que o Cristo é filho de Davi?

Mateus 22
41 Reunidos os fariseus, interrogou-os Jesus:
42 Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Responderam-lhe eles: De Davi.

Os fariseus e escribas disseram que o Messias seria filho de Davi, ou seja, teria que estar na linhagem de Davi. A pergunta de Jesus em Marcos 12:35 expôs a inépcia dos líderes religiosos e sua ignorância quanto ao que o Antigo Testamento ensinava sobre a verdadeira natureza do Messias.

Os líderes religiosos eram convencidos que o Messias não seria mais que um homem talentoso, um líder militar poderoso etc. Considerando assim o título “filho de Davi” dizia exatamente isso, de forma apropriada.

Foi uma pergunta complicada para eles. “Como é que os escribas dizem que o Cristo é apenas o filho de Davi e nada mais?”. Jesus fez pergunta semelhante ao discípulos em Mateus 16.

Quem diz o povo ser o Filho do Homem? E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas. Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou. Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. (Mateus 16:13-16).

Essa era a resposta completa para a pergunta. De quem Jesus é filho? Ele é o Filho de Davi e Ele é o Filho de Deus. Mas a respeito do Messias, os líderes religiosos tinham o conceito de que ele seria simplesmente filho de Davi.

Os escribas concluíram isso de 2 Samuel 7: 12-13, quando, na aliança davídica, Deus disse a Davi:

Quando teus dias se cumprirem e descansares com teus pais, então, farei levantar depois de ti o teu descendente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino. (2 Samuel 7:12,13).

E essa é a promessa do Messias de ser filho de Davi. Essa promessa foi repetida em outros livros:

Fiz aliança com o meu escolhido e jurei a Davi, meu servo: Para sempre estabelecerei a tua posteridade e firmarei o teu trono de geração em geração. (Salmos 89:3,4)

O meu servo Davi reinará sobre eles; todos eles terão um só pastor, andarão nos meus juízos, guardarão os meus estatutos e os observarão. Habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, na qual vossos pais habitaram; habitarão nela, eles e seus filhos e os filhos de seus filhos, para sempre; e Davi, meu servo, será seu príncipe eternamente. Farei com eles aliança de paz; será aliança perpétua. Estabelecê-los-ei, e os multiplicarei, e porei o meu santuário no meio deles, para sempre. (Ezequiel 37:24-26)

Eles conheciam o Antigo Testamento. Essa promessa era algo de conhecimento comum do povo. Observe que essa fé foi mencionada muitas vezes em relação a Jesus:

Partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, clamando: Tem compaixão de nós, Filho de Davi! (Mateus 9:27)

Então, lhe trouxeram um endemoninhado, cego e mudo; e ele o curou, passando o mudo a falar e a ver. E toda a multidão se admirava e dizia: É este, porventura, o Filho de Davi? (Mateus 12:22,23)

E eis que uma mulher cananeia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada. (Mateus 15:22)

Até mesmo uma mulher cananeia, que vivia fora das fronteiras de Israel, vê Jesus com essa realidade messiânica e o identifica pelo título, filho de Davi.

E eis que dois cegos, assentados à beira do caminho, tendo ouvido que Jesus passava, clamaram: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós! Mas a multidão os repreendia para que se calassem; eles, porém, gritavam cada vez mais: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós! (Mateus 20:30,31)

E as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas! (Mateus 21:9)

As pessoas em Israel entendiam universalmente que o Messias seria o filho de Davi. Mateus se esforçou para provar que isso era verdade.

Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão Salmom gerou de Raabe a Boaz; este, de Rute, gerou a Obede; e Obede, a Jessé; Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi, a Salomão, da que fora mulher de Urias […] E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo. (Mateus 1:1, 5-6, 16)

Mateus começou seu evangelho com o registro da genealogia de Jesus, o Messias, filho de Davi. E traçou a linhagem de Abraão até Davi, descendo até José, seu pai terreno.

A Bíblia nunca chama José de o pai de Jesus. Ele nasceu de Maria, mas José não era Seu pai. Mas, legalmente, Jesus era filho de José, porque se alguém fosse adotado em uma família, seria um filho legal com todos os direitos e privilégios. Legalmente, Jesus era filho de José.

Lucas também registrou a genealogia de Jesus:

Ora, tinha Jesus cerca de trinta anos ao começar o seu ministério. Era, como se cuidava, filho de José, filho de Eli […] Eliaquim, filho de Meleá, Meleá, filho de Mená, Mená, filho de Matatá, este, filho de Natã, filho de Davi; Davi, filho de Jessé, Jessé, filho de Obede, Obede, filho de Boaz, este, filho de Salá, filho de Naassom; (Lucas 3: 23, 31,32)

Lucas registrou a genealogia de Jesus a partir de Maria. Seguindo um padrão judeu, Lucas não incluiu mulheres na genealogia de Jesus, nem mesmo a própria Maria.

Lucas diz que José era filho de Eli. Na verdade, Maria é que era a filha de Eli. José foi mencionado por seu casamento com Maria, e assim, ele é citado em Lucas 3:23 como representante da geração de Maria. Moisés fez este tipo de substituição em Números 27:1-11 e 36:1-12

Em ambas as genealogias, seja paterna ou materna, Jesus estava na linhagem de Davi, ou seja, na linha messiânica. Jesus era legalmente filho de Davi. O único ataque bem sucedido contra Jesus seria provar que ele não era descendente de Davi.

Se eles tivessem sido capazes de fazer isso, teria acabado com tudo. Todos os registros genealógicos eram guardados no templo. E assim os líderes religiosos e o Sinédrio eram os guardiões desses registros. Você pode ter certeza de que esses registros foram examinados com muito cuidado. Os próprios escribas mantinham os registros com muito cuidado.

Cada israelita conhecia sua tribo, sua linhagem, seus antepassados. Poderia ser facilmente examinado quanto à linhagem do pai e da mãe de Jesus e eles teriam descoberto que Ele realmente era um filho de Davi. Se eles pudessem refutar a descendência de Jesus, teriam acabado com todas as afirmações de que Ele era o Messias.

Mateus 22
41 Reunidos os fariseus, interrogou-os Jesus:
42Que pensais vós do Cristo?De quem é filho? Responderam-lhe eles: De Davi.

O Filho de Davi e o Filho de Deus

A resposta deles estava correta, mas incompleta. Davi teve muitos filhos e muitos descendentes dele havia na época de Jesus. Havia em Jesus uma outra distinção para o Messias além de ser filho de Davi. E Jesus diz aos fariseus:

Marcos 12
35 Jesus, ensinando no templo, perguntou: Como dizem os escribas que o Cristo é filho de Davi?
36 O próprio Davi falou, pelo Espírito Santo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.
37 O mesmo Davi chama-lhe Senhor; como, pois, é ele seu filho […]

Jesus fez uma citação do Salmos 110:1. Não basta dizer que o Messias é filho de Davi. Por que não é suficiente? Porque Davi se refere a Ele como Senhor.

No Salmos 110:1 Davi usou suas próprias palavras, mas falou sob a inspiração do Espírito Santo. Ele disse: “Disse o Senhor a meu Senhor”.

A primeira palavra “Senhor” é Javé, que é o nome que Deus usou em suas alianças.
A segunda palavra “Senhor” é uma palavra diferente que os judeus usavam como título para Deus.

Ele estava retratando Deus falando com o Messias, a quem Deus chama de seu Senhor. Os líderes religiosos dos dias de Jesus reconheciam esse salmo como sendo messiânico.

Jesus completou dizendo “O mesmo Davi chama-lhe de Senhor”. Jesus interpretou o Salmo 110:1 para os fariseus. Davi não teria chamado de Senhor a um de seus próprios descendentes.

Desse modo o Messias é mais que filho de Davi, ele também é Filho de Deus. Jesus estava proclamando a divindade do Messias e, por consequência, a sua própria divindade.

Tão forte era o Salmo 110 na tradição judaica quanto à sua identidade messiânica, que, no período da igreja primitiva, os judeus tiveram um problema com este Salmo porque os cristãos o aplicavam a Cristo, como fizeram os escritores do Novo Testamento.

Os judeus então, por centenas de anos, abandonaram a visão messiânica e mudaram sua interpretação do Salmo 110. Alguns dos rabinos o aplicaram a Abraão, outros a Melquisedeque, alguns mais tarde o aplicaram a Judas Macabeus e outros o aplicaram a alguns governantes ou sacerdotes.

Davi, que escreveu o Salmo, está dizendo que o próprio Deus, o Senhor de Israel, criador do universo e o único Deus verdadeiro designou uma posição para o Messias à sua direita.

Deus identificou o Messias como Senhor, ocupando um lugar à direita de Deus, tornando-o igual em posição e igual em autoridade e declara Sua divindade. A mão direita do Senhor é o Seu poder. Não se trata de uma cadeira ali, mas de uma forma de dizer que Ele está no lugar do poder divino.

Muitas passagens do Antigo Testamento atribuem o poder de Deus à mão direita de Deus (Is. 62:8 etc.). Ser colocado permanentemente à direita de Deus é ser colocado na posição de poder e autoridade ao máximo. O Novo Testamento transborda de declarações sobre a divindade e senhorio de Jesus Cristo. Exemplos:

Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. (Filipenses 2:9-11)

O qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas. (Efésios 1:20-23)

O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu […] E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. (João 1: 10,14)

Ele é filho de Davi pelo testemunho do Antigo Testamento, mas também é o Senhor de Davi. Este é o Deus-Homem, este é o mistério incompreensível e infinito da pessoa de Jesus Cristo, Filho de Davi e Senhor de Davi, nascido homem na linhagem de Davi e ainda assim Ele é o Senhor de Davi.

Nenhum pai do Oriente Médio jamais chamaria um filho de seu Senhor. Isso é completamente e totalmente único. Ele é o Filho de Davi e Ele é o Senhor de Davi. A divindade de Cristo então é a questão no Salmos 110, que Jesus mencionou em Marcos 12:36-37.

Jesus se apresentou como sendo Deus. Ele exibiu poderes divinos sobre a natureza, as doenças, os demônios, a morte etc. Ele perdoava pecados e recebia adoração. Ele proclamou ser o redentor, o salvador. Ele era santo, verdadeiro, sábio, soberano, amoroso, eterno e glorioso.

Absolutamente, inequivocamente, o testemunho dos quatro evangelhos é que Ele é o Senhor. Isso então se torna a confissão que salva.

Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto. Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras. (João 14:6-11)

Sobre Jesus, Pedro declarou: “o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca”. (1 Pedro 2:22). O testemunho de todo o Novo Testamento é sobre a absoluta santidade de Jesus Cristo. Ele nunca pecou, Ele não tinha capacidade para pecar.

O Deus encarnado teria que ser alguém santo, reto, perfeito, reverente, em perfeita comunhão com o Pai, vivendo para a glória do Pai e piedoso.

Teria que ser também alguém sábio, dizendo coisas profundas que jamais foram ditas, exercendo inédito poder sobre a criação, doenças, demônios, reproduzindo em si a glória divina e o caráter divino. Ele teria que manifestar os atributos de Deus: O amor de Deus, a misericórdia de Deus e a graça de Deus.

E foi exatamente tudo isso que vemos magnificamente em Cristo. Tudo isso se juntou para atestar o fato de que o Messias é Cristo, que não é apenas o filho de Davi, mas também o Senhor de Davi. Que exposição magnífica.

A reação dos líderes religiosos e da multidão

Marcos 12
37 […] E a grande multidão o ouvia com prazer.

A multidão se alegrou em ouvir Jesus dizer que ele era o Messias, o filho de Davi e o Filho de Deus. Isso é realmente patético, não é? Você não gostaria que tivesse escrito: “A grande multidão caiu sobre seus rostos na presença do Deus encarnado?”.

E os líderes religiosos, como reagiram?

Mateus 22
46 E ninguém lhe podia responder palavra, nem ousou alguém, a partir daquele dia, fazer-lhe perguntas.

Os líderes se calaram, eles desistiram de fazer novas perguntas a Jesus. E a multidão apenas gostava de ouvi-lo, fato que, de qualquer maneira, não mudou o destino eterno daquelas pessoas.

A multidão estava apenas se divertindo com Jesus, e isso é tão mortal e condenatório quanto odiá-lo. Após Jesus fazer uma exposição magistral do Salmo 110 não houve qualquer arrependimento e nenhum quebrantamento.

Não é de se espantar que dois dias depois a multidão clamava por sua crucificação. O final é tão trágico do ponto de vista dessas pessoas. Em um convite final, Jesus fez uma tremenda declaração a respeito de sua divindade, mas não houve nenhum impacto real sobre os líderes religisos e nem na multidão que estava ali.

Os líderes religiosos eram tão resolutos em seu ódio, tão profundamente mergulhados na escuridão de seu próprio pecado que não podiam ver a luz quando ela brilhava diante deles.

Na sequência Jesus diz à multidão:

Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes talares e das saudações nas praças; e das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos primeiros lugares nos banquetes; os quais devoram as casas das viúvas e, para o justificar, fazem longas orações; estes sofrerão juízo muito mais severo. (Marcos 12:38-40).

Essa firme confrontação de Jesus aos escribas e fariseus está ainda mais detalhada em Mateus 23. Jesus proferiu duro juízo contra eles. E este será o assunto do próximo sermão.

Conclusão

Às vezes, as pessoas gostam de presumir que ser religioso é algo nobre. Ser o líder da religião falsa, seja qual for a religião falsa que você escolher, é estar mais intimamente associado a Satanás do que aqueles que são totalmente irreligiosos.

Satanás se disfarça de anjo da luz (2 Cor. 11:14). Aqueles líderes eram agentes do inferno que produziram filhos do inferno duas vezes pior que eles mesmos (Mat. 23:15).

Eles eram como os sepulcros caiados (Mat. 23:27), que exteriormente são belos, mas por dentro estão cheios de podridão. Eles eram guias cegos (Mat. 23:24), aparentemente justos mas cheios de hipocrisias e de iniquidade. Jesus alertou: “Cuidado, pessoal, cuidado com esses líderes”.

Tome cuidado com qualquer pessoa que carrega uma visão errada de Cristo. Não importa qual seja a religião. Uma visão distorcida de Jesus Cristo é mortal.

Quando João escreveu seu Evangelho, retratando fielmente a divindade de Cristo, ele declarou no final:

Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome. (João 20:30,31).

Se você não entender a Cristo corretamente, não poderá ter a vida eterna. Você tem que crer na verdade a respeito Dele. Vamos orar.

Pai, foi um tempo maravilhoso hoje para adorar, comungar e desfrutar das evidências de Tua graça na vida dessas pessoas que deram testemunho. Agradecemos pela simplicidade e clareza das Escrituras.

Muitos diriam que a Bíblia é muito difícil de entender e que existem tantas interpretações diferentes, como podemos saber o que isso significa? Mas quando apenas lemos e abrimos nosso coração para o Senhor, o significado se revela de forma tão clara e maravilhosa.

E nessa verdade vem a vida. Por essa verdade vem a bênção. A tua Palavra é a nossa vida, a tua Palavra é o nosso pão. É a satisfação da nossa alma. É também a nossa mensagem. Absorvemos a verdade para o benefício de nossa própria alma, damos a verdade para o benefício dos outros.

Que sejamos fiéis em relação a essas coisas. Pedimos, Senhor, que o Senhor use esta maravilhosa congregação para a verdadeira compreensão de Cristo.

A primeira pergunta que deve ser respondida corretamente em qualquer apresentação do evangelho é quem é Jesus Cristo? Quem é este, o Deus-Homem? Um Homem, sim, um filho de Davi, mas também o Senhor de Davi e Aquele que está para sempre sentado como o poder de Deus no próprio trono de Deus, o próprio Deus. Que realidade maravilhosa é essa e como é explicada de forma simples e clara para nós.

Eu oro, Senhor, para que atraias a Ti qualquer um em nosso meio que não tenha fé em Cristo. Eu oro, Senhor, que Tu quebres as barreiras que estão entre eles e o arrependimento e a fé no Senhor Jesus. Limpe a escuridão e o mal-entendido. Traga a luz da verdade, a luz da vida.

Que a escuridão seja quebrada, que as barreiras sejam quebradas e que as almas dessas pessoas sejam inundadas com o verdadeiro conhecimento de Cristo que vem quando o Seu Espírito fornece essa verdade. Faz isso, Senhor. Como o Senhor disse, “Haja luz” no ato da criação. Que Tu possas trazer luz às almas escurecidas, para que possam ver a gloriosa verdade de Cristo e receber Sua salvação.

Obrigado por tudo o que tens feito em nossas vidas, aqueles de nós que te conhecem, te amam e te servem. E pedimos que o Senhor nos permita ser uma bênção contínua e útil para Ti . Nós oramos, Senhor, que Tua vontade seja cumprida.

Que possamos sair daqui  fortalecidos, encorajados, estimulados ao amor e às boas obras pela comunhão que desfrutamos e agradecemos este privilégio. Em nome de Cristo. Amém.


Leia também: Lições da genealogia de Jesus


Esta é uma série de  sermões de John MacArthur sobre o Evangelho de Marcos.

Clique aqui e veja o índice com os links dos sermões traduzidos já publicados desta série.


Este texto é uma síntese do sermão “Son of David, Lord of All”, de John MacArthur em 06/03/2011.

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

https://www.gty.org/library/sermons-library/41-64/son-of-david-lord-of-all

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno.


Nota: 

Aliança abraâmica

É encontrada em Gênesis 12:1–3. A cerimônia registrada em Gênesis 15 indica a natureza incondicional da aliança. Deus determinou chamar um povo especial para Si mesmo, e por meio desse povo especial Ele abençoaria o mundo inteiro. Incluía a promessa da terra (Gênesis 12:1). Era uma terra específica, uma propriedade real, com dimensões especificadas em Gênesis 15:18–21.

Em Gênesis 13:15, Deus dá a Abraão toda a terra que ele pode ver, e o presente é declarado como sendo “para sempre”. Deus não iria renegar a Sua promessa. O território dado como parte da Aliança Abraâmica é expandido em Deuteronômio 30:1-10, muitas vezes chamada de Aliança Palestina.

Também prometia muitos descendentes (Gênesis 12:2). Deus prometeu que o número de filhos de Abraão seria tão numeroso quanto o “pó da terra” (Gênesis 15:16). Nações e reis procederiam dele (Gênesis 17:6). Também incluía uma promessa de bênção e redenção (Gênesis 12:3). Toda a terra seria abençoada por meio de Abraão.

Esta promessa encontra seu cumprimento na Nova Aliança (Jeremias 31:31–34; cf. Lucas 22:20), que foi ratificada por Jesus Cristo, filho de Abraão e Redentor que um dia “restaurará todas as coisas” (Atos 3:21).


Aliança davídica

Refere-se às promessas de Deus a Davi através do profeta Natã e é encontrada em 2 Samuel 7 e depois resumida em 1 Crônicas 17:11-14 e 2 Crônicas 6:16. Esta é uma aliança incondicional feita entre Deus e Davi, através da qual Deus promete a Davi e a Israel que o Messias (Jesus Cristo) viria da linhagem de Davi e da tribo de Judá e estabeleceria um reino que duraria para sempre.

A aliança davídica é incondicional porque Deus não coloca condições de obediência em sua realização. A garantia das promessas feitas depende exclusivamente da fidelidade de Deus e não da obediência de Davi ou de Israel.


 

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