Eu Sou a Luz do Mundo

A ignorância produz incredulidade. A situação é mais grave quando a incredulidade é a causa da ignorância. O mundo rejeita Jesus porque a incredulidade impede dissipar as trevas espirituais da ignorância. A incredulidade é uma sólida barreira que impede a dissipação da ignorância e condena o homem a uma vida de trevas eternas. 

Continuando no Evangelho de João, vamos olhar agora para João 8:12-21.

A HISTÓRIA DA MULHER ADÚLTERA (JOÃO 8:1-11)


O capítulo 8 começa com a história da mulher apanhada em adultério (João 8:1-11). E temos uma frase muito conhecida dita por Jesus aos escribas e fariseus: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra” (João 8:7).

Essa história não aparece em nenhum dos manuscritos mais antigos do Novo Testamento. O estudo dos manuscritos é muito importante para garantir a veracidade do texto. Existem cerca de 25.000 manuscritos antigos do Novo Testamento.

Os mais antigos deles não contém essa história. Não há dúvida de que esta porção foi adicionada posteriormente. Se algo não estiver nos mais antigos manuscritos e aparecer depois, obviamente foi adicionado.

Mas não há nada nesta história que seja incompatível com Jesus e com o comportamento dos líderes religiosos. É uma história maravilhosa de perdão.

Muito provavelmente o fato aconteceu e foi transmitido oralmente de pessoa para pessoa e, eventualmente, alguém decidiu que a história deveria constar no evangelho de Joao (João 8:1-11). Houve um que inseriu essa história em Lucas (que seria depois de Lc. 21:38).

Até o Séc. XII não há registro de qualquer comentário dos pais da igreja sobre essa história. Por que está na sua Bíblia agora? Porque uma vez que entrou, tornou-se tradicionalmente uma parte das Escrituras e, aparentemente, os tradutores da Bíblia não estão dispostos a removê-la, então eles apenas colocaram uma observação de que não consta nos manuscritos mais antigos.

Há um fato semelhante em Marcos 16: 9-20, que também não consta nos originais mais antigos. Fico feliz em dizer que sabemos quais as partes adicionadas porque temos os manuscritos antigos. Se não aparece nos manuscritos mais antigos, então não podemos afirmar que é inerrante.

Se não há garantia de que não haja erros em João 8:1-11, como todas as outras partes das Escrituras, vamos começar a partir de João 8:12, que retrata o ministério de Jesus durante a Festa dos Tabernáculos.

EU SOU A LUZ DO MUNDO

João 8
12 De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.
13 Então, lhe objetaram os fariseus: Tu dás testemunho de ti mesmo; logo, o teu testemunho não é verdadeiro.
14 Respondeu Jesus e disse-lhes: Posto que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei donde vim e para onde vou; mas vós não sabeis donde venho, nem para onde vou.
15 Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo.
16 Se eu julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, porém eu e aquele que me enviou.
17 Também na vossa lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é verdadeiro.
18 Eu testifico de mim mesmo, e o Pai, que me enviou, também testifica de mim.
19 Então, eles lhe perguntaram: Onde está teu Pai? Respondeu Jesus: Não me conheceis a mim nem a meu Pai; se conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai.
20 Proferiu ele estas palavras no lugar do gazofilácio, quando ensinava no templo; e ninguém o prendeu, porque não era ainda chegada a sua hora
21 De outra feita, lhes falou, dizendo: Vou retirar-me, e vós me procurareis, mas perecereis no vosso pecado; para onde eu vou vós não podeis ir.

O conflito entre Jesus e a liderança religiosos aumentou ferozmente em João 8 e nos últimos seis meses da vida de Jesus, até atingir o auge na semana da cruz, conforme o templo planejado por Deus.

As coisas que Jesus dizia enfurecia cada vez mais a liderança religiosa. E, em João 8:12 temos uma dessas declarações de Jesus que aumentou o ódio dos escribas e fariseus: “Eu sou a luz do mundo”.

Esta é uma das declarações do “Eu Sou” no Evangelho de João, das quais existem sete. Entendemos o impacto dessa afirmação de Jesus vendo seu significado no Antigo Testamento. Ele não disse “Eu Sou a Luz o mundo” do nada, há um cenário para essa afirmação.

É realmente importante saber onde Jesus estava quando disse “Eu Sou a Luz do mundo”. João 8:20 diz que Jesus estava no templo ensinando, no lugar do gazofilácio ou do tesouro (lugar onde se depositavam as ofertas), no átrio das mulheres, no pátio exterior do templo.

Consistia em treze caixas de oferta em forma de trombeta, sendo duas para o imposto do templo e onze para as ofertas voluntárias. Era um local onde tanto os homens quanto as mulheres podiam ir. Era o local mais lotado do templo.

João 8
12 De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.

Ele não disse: “Eu sou uma luz em Jerusalém”. Jesus disse: “Eu Sou a Luz do mundo”. Isso é exclusivo e abrangente. É uma reivindicação direta de ser o Messias, e eles sabiam disso. Eles estavam muito familiarizados com as promessas messiânicas que vieram abundantemente através do profeta Isaías. E o profeta escreveu:

Assim diz Deus, o Senhor, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto produz; que dá fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam nela. Eu, o Senhor, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios; para abrires os olhos aos cegos, para tirares da prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em trevas. Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura. (Isaías 42:5-8)

Mas agora diz o Senhor, que me formou desde o ventre para ser seu servo, para que torne a trazer Jacó e para reunir Israel a ele, porque eu sou glorificado perante o Senhor, e o meu Deus é a minha força. 6Sim, diz ele: Pouco é o seres meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel; também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra. Assim diz o Senhor, o Redentor e Santo de Israel, ao que é desprezado, ao aborrecido das nações, ao servo dos tiranos: Os reis o verão, e os príncipes se levantarão; e eles te adorarão por amor do Senhor, que é fiel, e do Santo de Israel, que te escolheu. (Isaías 49:5-7)

O Messias seria a luz do mundo. Quando Jesus disse: “Eu Sou a Luz do mundo”, ele estava afirmando ser o Messias profetizado. João até começa seu evangelho com referência a isso: “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” e “Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo” (João 1: 4,9).

A luz é uma metáfora magnífica. A luz é a força ativa que dissipa as trevas. E Jesus Cristo é a luz da verdade que dissipa as trevas da falsidade; é a luz da sabedoria que dissipa as trevas da ignorância; é a luz da santidade que dissipa as trevas da impureza; é a luz da vida que dissipa as trevas da morte.

Ao dizer “Eu Sou a Luz do mundo”, Ele se identifica como Deus. O Salmo 27:1 diz: “O Senhor é minha luz e minha salvação”. Eles entenderam o que ele estava dizendo. Ele estava afirmando ser Deus. Ele estava afirmando ser o Messias, a luz.

POR QUE ELE DISSE “EU SOU A LUZ DO MUNDO” NAQUELE MOMENTO?

Quando a festa dos tabernáculos começava, candelabros eram colocados em todo o Pátio das Mulheres, que ficava muito iluminado durante toda a noite. Isso foi chamado pelos judeus de iluminação do templo.

E qual a razão disso? Era a Festa dos Tabernáculos, eles estavam comemorando os 40 anos que vagaram pelo deserto. E como eles sabiam para onde ir naquele deserto? Eles foram guiados pela luz, por uma coluna de fogo durante a noite e uma nuvem iluminada durante o dia. Essa foi a luz que os guiou no deserto.

Para comemorar isso, eles faziam a iluminação do templo, acendiam todos os candelabros e os deixavam queimar a noite toda. Historiadores descrevem que o templo se tornava como um grande diamante brilhante. Alguns escritores registram que eles citavam Isaías 42:6 e 49:6, onde diz: “Eu serei uma luz para as nações”.

Podemos visualizar Jesus parado ali, olhando aqueles candelabros e, em outras palavras, dizendo:

Eu sou a luz do mundo que nunca se apaga. Quem me segue nunca faltará a luz, nunca andará na escuridão, terá a luz da vida. Eu sou a luz que os conduzirá ao reino, a Deus, ao céu e à vida eterna. Não sou uma luz para ser observada e admirada, mas para ser seguida.

Quando os hebreus seguiram a luz no deserto em direção à terra prometida, toda aquela geração pereceu no deserto, por causa de sua rebeldia, apenas a geração seguinte entrou na terra prometida. Mas a seus discípulos, ele disse:

As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão (João 10:27,28).

Jesus é o caminho, a verdade e a vida (João 14:6). Seguir a Jesus é o caminho para o homem sair das trevas da ignorância e ser conduzido à vida eterna.

No mundo antigo “seguir” era usado para um soldado seguindo seu comandante, um escravo seguindo seu mestre, alguém que segue um sábio conselheiro etc. São exatas figuras daquilo que um crente deve fazer em relação a Jesus.

Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos (1 Pedro 2:21)

Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará. (João 12:26)

Seguir a Jesus é se entregar totalmente a ele. Jesus não disse: “Eu Sou uma luz”, mas: “Eu Sou a Luz”. É uma afirmação de sua divindade, de ser ele a verdadeira luz, o Messias profetizado. Ele é exatamente o que Davi escreveu:

O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei? (Salmos 27:1)

A RESPOSTA DOS FARISEUS

Os fariseus entenderam o que ele estava falando e rapidamente passaram a lhe hostilizar.

João 8
13 Disseram-lhe, pois, os fariseus: Tu testificas de ti mesmo; o teu testemunho não é verdadeiro.

Em outras palavras, eles disseram: “Você não pode fazer uma alegação dessas sobre você mesmo. Você está apenas se exaltando. Por que devemos acreditar em você? Não há testemunhas para confirmar o que você diz”.

Foi um ataque calculado. Ou seja: “Você não pode fazer tal afirmação se não há como confirmar que seja verdadeira por duas ou três testemunhas”. A necessidade de duas ou três testemunhas para confirmar uma afirmação é um padrão Bíblico (Dt. 17:6; 19:15; Mt. 18:15-17; 2 Cor. 13:1 etc.).

A incredulidade nunca tem provas suficientes. A vida, as palavras e as tremendas obras de Jesus, por si só, deveriam ter sido convincentes o suficiente. Nunca houve ninguém na terra como Jesus. Pouco antes disso, Jesus havia dito:

O meu ensino não é meu, e sim daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo. Quem fala por si mesmo está procurando a sua própria glória; mas o que procura a glória de quem o enviou, esse é verdadeiro, e nele não há injustiça. (João 7:16-18)

Ou seja, em outras palavras, Jesus disse: “Se vocês estivessem desejando a verdade, conheceriam quem Eu Sou”. Mas Eles não estavam dispostos. A incredulidade gera ignorância. A condição do incrédulo é de ignorância. Para alguém crer na verdade, precisa escapar da prisão da ignorância.

Mas eles não eram incrédulos por causa da ignorância. Eles eram ignorantes por causa da incredulidade. Esse é o pior cenário possível. Eles perseguiam Jesus apenas para prendê-lo e matá-lo. Eles já tinham rejeitado Jesus desde o início, então a incredulidade deles fazia elevar ainda mais a ignorância que dominava suas mentes.

Ser ignorante por causa da incredulidade é um estágio terminal. É a pior situação que o ser humano pode se encontrar. Alguém assim recusa confrontar sua ignorância com a realidade, ele não está disposto a ver a realidade.

O mundo não rejeita Jesus porque se dispôs a estudar as Escrituras, verificar profundamente sua vida, obra, ensino e palavras, e concluir que Jesus não poderia ser o que alegou ser. Ao contrário, o mundo o rejeita simplesmente porque não admite deixar que a realidade exponha sua ignorância. A incredulidade é uma sólida barreira que impede a dissipação da ignorância.

MOTIVOS DE O TESTEMUNHO DE JESUS SER VERDADEIRO

João 8
14 Respondeu Jesus e disse-lhes: Posto que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei donde vim e para onde vou; mas vós não sabeis donde venho, nem para onde vou.
15 Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo.
16 Se eu julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, porém eu e aquele que me enviou;
17 Também na vossa lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é verdadeiro.
18 Eu testifico de mim mesmo, e o Pai, que me enviou, também testifica de mim.

Jesus apresenta três razões para mostrar que seu testemunho era verdadeiro:

♦ Ele conhecia sua origem e destino, mas os judeus eram ignorantes quantos às questões espirituais mais básicas, portanto incapazes de julgarem corretamente.
♦ A união intima do Filho com o Pai garantia a verdade do testemunho do Filho
♦ Pai e o Filho testemunhavam de forma harmoniosa a identidade do Filho.

A lei exigia duas ou três testemunhas para que um testemunho fosse confirmada. O motivo é porque somos uma raça caída que mente. Temos que confirmar as coisas com várias pessoas na esperança de obter a verdade.

Mas isso não se aplica a Deus. Jesus disse: “Ainda que eu testemunhe de mim mesmo, meu testemunho é verdadeiro” (João 8:14). A lei foi feita para o homem, não para Deus. O sábado foi feito para o homem, não para Deus. Em outras palavras, ele disse: “Eu falo a verdade por causa de quem Eu Sou”. Em João 17:4-5, Jesus, orando, disse:

Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer; e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo. (João 17:4,5)

E jesus diz: “Eu sou aquele que dá testemunho de mim mesmo, e o Pai que me enviou também dá testemunho de mim”. Então há duas pessoas. Eu julgo e meu Pai julga. Eu testifico e o Pai testifica. Ele diz: “Duas razões pelas quais minha reivindicação é válida. Número um: quem Eu Sou, e número dois: o testemunho que meu Pai confirma”.

Mas os líderes religiosos, mesmo diante da presença do Deus Eterno encarnado, fazendo maravilhas diante de seus olhos, recusaram prontamente o Filho de Deus, e a dureza de seus corações incrédulos produziu um amontoado de ignorantes e cegos que não podiam enxergar.

A ignorância diante das evidências é mortal. Jesus lhes disse: “Vocês julgam segundo a carne” (João 8:15). Portanto um julgamento superficial. Mas era assim que líderes religiosos faziam no dia a dia.

Mas Jesus julgava espiritualmente, ou seja, de forma profunda, e não segundo a carne, ou seja, superficialmente. Então, quando ele julgava, seu juízo era verdadeiro (João 8:16). Jesus disse:

E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento […] E lhe deu autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem […] eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma porque ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou. Se eu testifico a respeito de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. Outro é o que testifica a meu respeito, e sei que é verdadeiro o testemunho que ele dá de mim. (João 5:22,27, 30-32)

E Jesus deixou claro a eles o juízo justo que fará:

Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão. (João 5:24-25).

Ele ressuscitará todos os mortos para a vida eterna e para um julgamento de condenação, e o Pai entregou todo julgamento em Suas mãos, e Ele julgará. E seu julgamento será em perfeita harmonia com o Pai.

ONDE ESTÁ TEU PAI?

João 8
19 Então, eles lhe perguntaram: Onde está teu Pai? Respondeu Jesus: Não me conheceis a mim nem a meu Pai; se conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai.
20 Proferiu ele estas palavras no lugar do gazofilácio, quando ensinava no templo; e ninguém o prendeu, porque não era ainda chegada a sua hora.

Aqui está o grande problema. Jesus afirmou agir em total harmonia com o Pai. Mas eles perguntam de forma desdenhosa: “Onde está teu Pai?”. Não sabemos se isto era um insulto quanto à sua concepção sobrenatural no vente de Maria ou porque ninguém conhecia José, que já estava falecido.

Mas o certo é que foi uma pergunta sarcástica. Em João 8:41 eles dizem a Jesus: “Nós não somos bastardos; temos um pai, que é Deus”, numa provável referência à sua concepção sobrenatural, insinuando que ele era filho ilegítimo de José.

Jesus respondeu: “Não me conheceis a mim nem a meu Pai; se conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai”. Em João 5:18 diz que os líderes religiosos procuravam matar Jesus porque ele dizia que Deus era seu Pai, fazendo-se igual a Deus.

Essa afirmação de Jesus foi um duro golpe contra eles, que tanto se orgulhavam de dizer que conheciam a Deus melhor do que ninguém. Mas Jesus lhes disse: “Vocês não conhecem a Deus”.

Assim como em João 7, eles estavam tão enfurecidos que queriam prendê-lo para matá-lo. Mas sua hora, divinamente estabelecida, não havia chegado. Eles não podiam fazer nada. Sabemos quão extrema foi a rejeição deles a Jesus que atribuíram suas obras a Satanás (João 8:48).

E pouco tempo depois Jesus fez outra declaração ainda mais devastadora contra eles:

Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe eles: Nós não somos bastardos; temos um pai, que é Deus. Replicou-lhes Jesus: Se Deus fosse, de fato, vosso pai, certamente, me havíeis de amar; porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. Qual a razão por que não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra. Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. (João 8:41-44)

E a situação se agravou ainda mais quando Jesus fez nova reinvindicação de sua divindade:

Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória nada é; quem me glorifica é meu Pai, o qual vós dizeis que é vosso Deus. Entretanto, vós não o tendes conhecido; eu, porém, o conheço. Se eu disser que não o conheço, serei como vós: mentiroso; mas eu o conheço e guardo a sua palavra. Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se. Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, Eu Sou. Então, pegaram em pedras para atirarem nele; mas Jesus se ocultou e saiu do templo. (João 8:54-59).

Foram momentos de respostas devastadoras de Jesus contra os líderes religiosos cegos, incrédulos e ignorantes. E também novas afirmações de sua divindade. Foram fatos que os enfureceram ainda mais contra Jesus.

E, em João 12:35-36, Jesus faz uma forte declaração e toma uma atitude devastadora:

Ainda por um pouco a luz está convosco. Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem; e quem anda nas trevas não sabe para onde vai. Enquanto tendes a luz, crede na luz, para que vos torneis filhos da luz. Jesus disse estas coisas e, retirando-se, ocultou-se deles. 

Aquele líderes, que andavam nas trevas, estavam diante da luz. Mas a incredulidade deles produziu tamanha ignorância que eles não podiam ver a luz. E Jesus se ocultou deles em definitivo, a luz foi embora e eles permaneceram eternamente em trevas. Que tragédia.

E, embora tivesse feito tantos sinais na sua presença, não creram nele, para se cumprir a palavra do profeta Isaías, que diz:
Senhor, quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor? Por isso, não podiam crer, porque Isaías disse ainda: Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos, nem entendam com o coração, e se convertam, e sejam por mim curados. (João 12:37-40)

A incredulidade deles não apenas foi prevista na Escritura como requerida por ela. Embora Deus tenha predestinado esse juízo, foi mais um exemplo da coexistência paralela da soberania de Deus e da responsabilidade do homem.

E ainda havia aqueles que “creram nele, mas, por causa dos fariseus, não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga; porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus” (João 12:42-43). Que triste realidade.

Jesus é a luz do mundo, a única luz. Caminhe na luz ou você experimenterá a escuridão para sempre. Vamos orar.

Senhor, obrigado novamente pela verdade, Tua Palavra convincente e poderosa chega até nós como sempre. E nos curvamos sob Tua glória, sua urgência. Ajude-nos a entender quão sérias são essas verdades. 

Pedimos que o Senhor use essas coisas que aprendemos hoje para nos iluminar e abrir o coração de alguns que talvez tenham estado e ainda estejam nas trevas e nos conscientize de como é importante ser luzes no mundo, por esta terrível escuridão que prende os corações dos homens.

Usa-nos, Senhor, para sermos a luz. Agradecemos por esse grande privilégio. Faça isso pelo seu poder, nós oramos. Em nome de Cristo.


Esta é uma série de sermões traduzidos de John MacArthur sobre todo o Evangelho de João.

Clique aqui e acesse o índice ordenado por capítulo, com links para leitura.


Este texto é um resumo do sermão “I Am the Light of the World”, de John MacArthur, em 02/03/2014

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

https://www.gty.org/library/sermons-library/43-44/i-am-the-light-of-the-world

Tradução e síntese realizadas pelo Site Rei Eterno


 

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