Cegueira espiritual: O mal da humanidade

Há no mundo dois tipos de homens.

1. Uma grande maioria constituída de cegos que foram “entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração” (Ef. 4:18). Nunca viram. Vivem apenas a partir das interpretações de suas mentes carnais. O deus deste século cegou-lhes os olhos (II Cor 4:4). Estão perdidos. São mortos entre os vivos.

2. Poucos que vêem, “tendo sido iluminados os olhos do entendimento, para que saibam qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos” (Ef. 1:18). Tem seus olhos iluminados pelo Espírito Santo. Não vivem por sabedoria humana e raciocínios lógicos. Seus olhos espirituais estão abertos e conseguem enxergar do ponto de vista de Deus. Viram algo tremendo e grandioso. Eles não possuem nada desta vida por preciosa (Heb 11:13). Vivem de fato como peregrinos e estrangeiros.

Há um série de homens tentando enxergar por suas próprias forças:

a) Aqueles que veem pouco. Seus olhos estão embaçados… seus pés andam trôpegos. Quase nada enxergam além do que se vêem com os olhos carnais (II Cor 4:18)

b) Aqueles que viram mas perderam a visão espiritual. Suas mentes foram embotadas. E o pior: Pensam que vêem e estão cegos para sua própria cegueira. É a marca de Laodiceia.

c) Aqueles que foram cegados por considerações de um caráter pessoal, de uma natureza pessoal, de como as coisas o afetariam. Estão no caminho de Balaão.

d) Aqueles que estão cegos por seu zelo religioso. São reféns da tradição e da religião histórica. Estão limitados pelo estabelecido e aceito no mundo religioso. Um zelo cego. Um zelo que cega.

e) Aqueles que são impedidas de ver pelo fato de verem demais na direção errada. Estão vendo com sentidos naturais, faculdades naturais da razão, intelecto e do conhecimento. Estão obcecados por aquilo que os olhos humanos veem.

A visão espiritual é um milagre do céu. Não se limita apenas ao novo nascimento. É algo que deve permear toda nossa caminhada. Se a perdermos, vamos produzir terríveis estragos e por em ruínas tudo o que Cristo construiu em nós.

Satanás não foi seduzido por nenhuma tentação carnal (ele era e é um anjo)… mas isto não o impediu de ser seduzido pela obsessão de sua visão deturpada. Ele perdeu sua posição e, por seu orgulho, foi precipitado dos céus.
Sua obsessão foi transmitida aos homens. E estes passaram a ver segundo seus próprios olhos.

Temos uma decisão séria a fazer: Renunciar toda nossa forma de pensar e entregar-nos completamente ao Senhor, deixando que Ele execute toda sua vontade ou insistir com nossos próprios pensamentos. Corremos o risco de lutar em vão. E era um temor de Paulo: “Retendo a palavra da vida, para que no dia de Cristo possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão” (Fp. 2:16)

Que possamos clamar todos os dias por uma visão celestial.

“O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu” (João 3:27)

“Disse-lhes Jesus: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida”. (João 8:12)

Texto adaptado dos escritos de T. Austin Sparks

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