Carta às 7 igrejas: Laodiceia
Hoje encerramos nosso estudo sobre os três primeiros capítulos do Apocalipse. Vimos sete cartas, começando no capítulo 2 e terminando no capítulo 3. Foram destinadas a igrejas reais em cidades históricas da Ásia Menor (hoje Turquia). Essas igrejas foram estabelecidas sob a influência da igreja em Éfeso (Atos 19:10), quando a Palavra de Deus se espalhou por toda aquela região.Laodiceia é a última igreja mencionada nesta rota postal. Eram sete igrejas, cinco delas são altamente decepcionantes e ameaçadas de julgamento.
- Éfeso havia deixado o seu primeiro amor, mesmo que fosse ainda doutrinariamente forte.
- Pérgamo tolerava o pecado, Embora ainda não havido negado a fé.
- Tiatira caiu em um compromisso com o mal, que não só entrou, mas estava sendo defendido na igreja.
- Sardes estava morta. Não havia quase nenhuma vida espiritual lá, salvo alguns crentes genuínos.
- E agora chegamos a Laodiceia, uma igreja de não-crentes, a única igreja à qual Cristo não diz nada de bom sobre ninguém. Isto está além de Sardes, que estava morta, mas ainda possuía alguns crentes.
E o incrível é que Laodiceia, mesmo neste cenário trágico, era uma igreja orgulhosa, cheia de si mesma.
Apocalipse 3
14 E ao anjo da igreja que está em Laodiceia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:
15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!
16 Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
17 Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
18 Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.
19 Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.
20 Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.
21 Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono.
22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Em cada carta o Senhor se apresentou com aspectos diferentes de sua divindade. Aqui Ele se apresenta como “o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus”. “O Deus do amém” pode refletir um pensamento hebraico, registrado em Isaías 65:16, onde os originais fazem por duas vezes esta referência ao Senhor (traduzido como “O Deus da verdade”).
A palavra ‘amém’ é muitas vezes usada na Escritura para afirmar a veracidade de uma declaração. É uma afirmação. É uma espécie de garantia verbal de que o que foi dito é verdadeiro. Lemos muitas vezes Jesus dizendo: “Em verdade, em verdade vos digo”. É uma declaração que sela a sua veracidade e certeza.
Nosso Senhor é fiel e imutável. Ele é o “Amém”, porque Ele é verdadeiro o tempo todo, em todos os sentidos. Tudo o que Ele diz é verdade. Tudo o que Ele promete é verdade. Todos seus pactos são verdadeiros. Ele próprio é a garantia da verdade. Cristo é o amém para as promessas de Deus. Ele é o amém para alianças de Deus.
Paulo escreveu: “Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para glória de Deus por nós”.
As promessas de Deus são, então, validadas em Cristo. Elas são feitas certezas em Cristo. Ele é o Amém de Deus, Aquele que confirma todas as promessas divinas. Isto, naturalmente, estabelece a Sua glória, veracidade e unidade com Deus.
Em segundo lugar, Ele é a testemunha fiel e verdadeira. Isto elucida o amém. Não só Ele valida o que Deus disse e prometeu, mas o que Ele mesmo diz e afirma é verdade. Se Ele fala, Ele é fiel e verdadeiro. Ele é totalmente confiável, perfeitamente exato. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Ele é a Testemunha perfeita. João Batista declarou:
Aquele que vem de cima é sobre todos; aquele que vem da terra é da terra e fala da terra. Aquele que vem do céu é sobre todos. E aquilo que ele viu e ouviu isso testifica; e ninguém aceita o seu testemunho. Aquele que aceitou o seu testemunho, esse confirmou que Deus é verdadeiro. Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus. (João 3:31-34).
Quando Cristo fala em nome de Deus, o Seu testemunho é absolutamente verdadeiro. Jesus é, então, o Amém de Deus. A confirmação de cada promessa, plano e pacto que Ele estabeleceu. Além disso, tudo o que Ele mesmo diz e tudo o que Ele faz é verdadeiro. Esta verdade é o fundamento sobre o qual Ele se dirige a esta igreja.
Ele Se identifica também como o ‘princípio da criação de Deus’. Paulo disse que Ele “é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Colossenses 1:15). Isso não significa Ele foi o primeiro a ser ‘criado’, o que seria uma heresia, mas que é o princípio de tudo. E Mais do que isso:
Nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência. Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse (Colossenses 1:16-19).
Cristo é o tudo de Deus. Tudo o que Deus é, Ele é. Ele é o Criador, o Autor da vida, tanto espiritual quanto física. Ele é a fonte de toda a criação. João declarou:
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez (João 1:1-3).
Por que foi importante estabelecer isto na carta para a igreja em Laodiceia? A cidade de Laodiceia ficava bem próxima à cidade de Colossos. É muito provável que as heresias vindas de Colossos chegaram à igreja em Laodiceia.Paulo escreveu sua epístola aos colossenses respondendo àqueles que negavam a divindade de Cristo. Heresias se infiltraram em Colossos, atacando particularmente a divindade de Cristo, reduzindo-o a um ser criado, algum tipo de ser angélico. Esta heresia chegou a Laodiceia, porque era uma igreja que estava perdida, preenchida com incrédulos. Na carta aos colossenses, Paulo apresenta a eternidade, divindade e glória de Cristo, e faz a seguinte recomendação:
Saudai aos irmãos que estão em Laodiceia e a Ninfa e à igreja que está em sua casa. E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós, fazei que também o seja na igreja dos laodicenses, e a que veio de Laodiceia lede-a vós também (Colossenses 4:15-16) .
Eles não criam que Jesus era o Alfa e o Ômega, como o livro de Apocalipse O apresenta. ‘Alfa’ quer dizer que Jesus foi o Criador e ‘Ômega’, que Ele é o Consumador. Ele é o Supremo, o Soberano, Aquele que criou tudo o que existe. Ele é a fonte incriada da criação. Então, o Senhor diz que criou tudo. A testemunha fiel e verdadeira da Palavra de Deus, Aquele, em quem todas as promessas espirituais são cumpridas, diz isso. Aquela igreja tinha cometido um erro acerca de sua visão de Cristo. E se você tem uma visão errada de Cristo, isso resultará em efeitos espirituais terríveis.
Laodiceia estava localizada no Vale do Rio Lico, no sudoeste da Frígia. Era a mais oriental das sete cidades, cerca de 72 km de distância para Filadélfia e vizinha de Colossos e Hierápolis. Era uma cidade importante, fundada por Antíoco II, no terceiro século antes de Cristo, que deu a ela o nome de sua esposa Laodice. O nome moderno desta cidade turca é Eski-Hassar, que significa “a antiga fortaleza”. Na época desta carta, havia uma grande população judaica na cidade. Há algumas indicações no Talmude de que eles foram negligentes em seu judaísmo, e engolidos pelo paganismo.
Por causa do crescimento da cidade e escassez de água, eles construíram um aqueduto. Uma obra subterrânea, para que os inimigos não tivessem acesso a ele. Através de linhas individuais de tubulação de pedra, eles buscavam água de uma nascente distante. Ainda hoje são visíveis. Essas tubulações ficavam imundas com o depósito de resíduos carregados pela água. Eram fontes termais, devido à presença de vulcões. Ainda hoje, a cidade de Hierapolis, vizinha a Laodiceia, é famosa por essas águas mornas, às quais são atribuídos poderes de cura.
A cidade era muito rica. Tão rica que, após o terremoto de 60 DC, ela se orgulhou de rejeitar uma oferta de ajuda financeira de Roma, porque tinha dinheiro suficiente para reconstruir completamente uma bela cidade. Sua indústria de Lã era famosa. Produzia tapetes e artigos de vestuário, tanto para venda local como para exportação. Havia uma importante escola de medicina, estabelecida em conexão com um templo para um antigo deus da cura, mais tarde identificado como Asclepius. Era famosa pela fabricação de um tipo de pomada (colírio) para os olhos.
Então, a cidade de Laodiceia era rica e autossuficiente. Essa atitude encontrou seu caminho para dentro da igreja, assim como as heresias sobre a natureza de Cristo. Era uma igreja de descrentes, porque a salvação não vem para aqueles que negam o que Cristo é. A igreja tinha sido afetada por uma heresia devastadora.
Era uma igreja cheia de descrentes. É a primeira igreja de puro joio, não há trigo. Não há recomendações. Jesus disse: “Conheço as tuas obras” (v.15). Não há elogio algum, apenas que a vomitaria de Sua boca (v.16). Vimos, no primeiro capítulo de Apocalipse, que João descreveu os olhos do Senhor como ‘chamas de fogo’ (v.14), ou seja, o olhar soberano, penetrante e que sabe tudo.
Ele diz: “Conheço as tuas obras”, individualmente e coletivamente. E profere uma devastadora e severa repreensão: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (v.15).
Ou seja: ‘Você me faz vomitar. Eu conheço você. Eu sei o que você é. Você me deixa doente. És morno!’ O que pode muito bem estar por trás desta afirmação são as águas termais em suas proximidades, trazidas por tubulações imundas. Um escritor descreveu essas águas como tendo efeito emético, ou seja, algo que provocava vômito, que provocava doenças.
Algumas igrejas fazem o Senhor se sentir assim. Igrejas cheias de pessoas que têm uma visão errada de Cristo, e, portanto, não são convertidas e salvas, são detestáveis para o céu. Elas fazem o Senhor sentir náuseas. Há sempre esperança para uma igreja que tem alguns crentes nela, mas não há nada aqui. Não há nada aqui para apelar. Cristo não está nesta igreja. Esta é a pior de todas as representações possíveis de uma igreja. Está totalmente doente.
E, então, o Senhor diz: “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu” (v.17). Uma coisa sobre falsos cristãos que se reúnem em uma “igreja” é que eles não estão em posição de avaliar a sua própria condição espiritual. Eles não podem conhecer a realidade.
Laodiceia era uma cidade rica e famosa. Esta igreja não apenas julgava ter riquezas materiais, mas riquezas espirituais. Talvez eles não apenas negavam a divindade de Cristo, mas talvez tenham sido influenciados pelo “gnosticismo”, termo que vem da palavra grega “saber”, pessoas que tinham o ‘conhecimento elevado e secreto’. Eles reuniam-se em orgulho espiritual, pensando que eram as ‘pessoas elevadas’. Eles diziam: ‘Nós somos ricos. Não precisamos de mais nada’.
Esse é o pior estado que uma pessoa pode chegar. Seria melhor ser um ateu ou completamente ignorante sobre a igreja e o Evangelho. Qualquer coisa seria melhor do que este estado. Esta é a hipocrisia apóstata final: quando alguém pensa que sabe tudo a respeito de Cristo e cria um falso Cristo, quando pensa que sabe tudo a respeito de Deus e cria um falso deus. E a pessoa neste estado se torna, presunçosamente, autoconfiante nisto.
O engano e a altivez caracterizam denominações inteiras, universidades e seminários cristãos, em todo o mundo, até os dias de hoje. Quando a igreja perdeu a correta visão de Cristo, ficou claro que Laodiceia tornou-se o padrão normal e não uma exceção.
Estive na Escócia há pouco tempo e me foi dado um manuscrito de um novo livro que será publicado, chamado de “A triste partida”. É uma história de pessoas que estão abandonando a igreja na Escócia. Estão saindo pastores e pessoas que estiveram nas igrejas por muitos anos. Uma triste partida. No livro eles explicaram a razão de estarem saindo: a aceitação do casamento homossexual pela igreja. Eles disseram: “Temos que sair”. E por isso há um êxodo. E há uma chamada para os outros saírem.
E quando eu escrevi uma pequena revisão do livro, eu não poderia deixar de dizer o seguinte:
- Eles não saíram quando a Igreja da Escócia negou a autoridade das Escrituras.
- Eles não saíram quando a igreja da Escócia negou a divindade de Cristo.
- Agora, eles saem por causa da aceitação do casamento homossexual? Sem dúvida alguma, tinham que sair mesmo. Fico feliz por terem feito isto.
- Mas vão sair apenas por este motivo, como se a descrença na divindade de Cristo e a descrença na Palavra de Deus não tivessem sido motivos para saírem antes desta tragédia.
- Uma vez que eles negaram a divindade de Cristo e autoridade da Palavra de Deus, tornou-se uma igreja como Laodiceia, a qual o Senhor diz: “Pobre, miserável, cego e nu”.
Olha, não há nada que você possa fazer com essas palavras para torná-las aplicáveis a verdadeiros cristãos. Os cristãos não são miseráveis, pobres (no sentido espiritual), cegos e nus. Então, você diz: “Quem são essas pessoas?”. Estes são os falsos cristãos em “igreja” de não-cristãos. Uma condição doentia é alguém pensar que é espiritualmente rico, quando está falido espiritualmente. Uma situação lamentável de alguém sem qualquer riqueza espiritual, sem as vestes de justiça, sem qualquer realidade espiritual, e não consegue enxergar esta tenebrosa situação.
Nesse ponto, nosso Senhor lhes fala: “Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas” (v.18).
Aqui é a graça oferecida aos hipócritas. Comprar do Senhor é comprar sem dinheiro, como vemos em Isaías 55:1. Comprar sem dinheiro tesouros celestiais e não coisas perecíveis, pois que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?
São os tesouros mencionados por Pedro: “Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo” (I Pedro 1:7).
“Roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez” (v.18). Essas roupas brancas, que são mencionadas no livro de Apocalipse, são a justiça dos santos, a justiça que Deus imputou aos santos. E a palavra “branca” aqui é “leukos”, que quer dizer brilho, ou brilhante, como o branco de uma lâmpada, não como um pano branco. Este é o manto de justiça mencionado em Isaías 61:10, que cobre o pecador.
E o Senhor diz: “E que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas” (v.18). A cidade produzia famosas pomadas (colírios) para curar feridas ou irritações nos olhos. Mas o colírio mencionado aqui é espiritual. A salvação é esse ouro, que nos faz espiritualmente ricos na fé. É esse manto branco, que cobre nossa nudez pecaminosa com a justiça de Deus, através de Cristo. É esse colírio, que nos dá o conhecimento de Deus, a graça iluminadora e uma compreensão da verdade de Deus. Este é um chamado para a salvação.
“Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te” (v.19). Muitos pensam que Ele está falando com os cristãos aqui, mas o contexto não permite isso. Esta é apenas uma declaração incontestável sobre Deus e Cristo. Não é diferente do que Jesus disse em João 3:16. Ele diz: “arrepende-te”. Isso é um chamado para a salvação: arrependei-vos!
David Martyn Lloyd-Jones escreveu sobre o arrependimento:
O arrependimento significa que você percebe que é um pecador culpado e vil diante de Deus, que merece a ira, a punição de Deus e o inferno. Você percebe que o pecado está em você e que você precisa se livrar dele. Você perceber que tem que virar as costas para o pecado em todos os seus aspectos, renunciar ao mundo, seja qual for o custo, em sua mente e perspectivas, bem como a sua prática.
Você percebe que tem que negar a si mesmo, tomar a sua cruz e seguir a Cristo. O mundo inteiro pode chamá-lo de tolo ou dizer que você tem mania religiosa. Você pode ter que sofrer financeiramente, mas não faz diferença. O arrependimento só virá quando você percebe que é um miserável pecador.”
“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (v.20). Ele não está falando que está batendo na porta de seu coração, mas metaforicamente falando que está batendo na porta da igreja. Ele está fora da igreja. Há igrejas assim em nossos dias, cujas portas estão fechadas para Cristo, mas que ainda usam Seu nome. Cristo não está nelas, mas elas usam o nome Dele em suas placas.
“Entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (v.20). A refeição partilhada era um símbolo de união e comunhão. Jesus está dizendo: ‘Se alguém em Laodiceia vir e abrir a porta, eu vou entrar, vou salvá-lo e terei um relacionamento com ele’. Este é um apelo final, um último apelo. Então, nosso Senhor está batendo na porta de Laodiceia, buscando entrada, antes que a noite eterna caísse sobre todos que estavam ali.
Há uma história maravilhosa sobre uma mulher teóloga chamada Lindemann. Era uma estudiosa liberal que negava a divindade de Cristo e a Escritura Sagrada. Mas, pela graça de Deus, mesmo dentro de uma igreja incrédula, Cristo veio e a salvou. Ela tinha escrito muitos textos negando a divindade de Cristo e a Escritura Sagrada. E, depois que Cristo a salvou, perguntaram a ela o que fazer com os livros que havia escrito. Ela disse: “Façam como eu fiz, jogue-os no lixo. Eles são inúteis”. Foi exatamente isto que o Senhor queria fazer com alguns ali, caso atendessem seu chamado.
E, assim, o Senhor diz: “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono”. Os vencedores, conforme João descreve em I João 5, são constituídos por aqueles que creem plenamente no Cristo divinamente revelado; que O amam e também amam os outros que creem e que o obedecem de forma decidida e alegre.
Jesus vai leva-los para a glória e conceder que se assentem com Ele em seu trono. Esta é a elevação suprema para a humanidade: ter a dignidade de sentar-se no trono de Deus e no trono de Cristo.
Este é um aviso para os apóstatas, liberais, os que negam a divindade de Cristo, os que negam as Escrituras Sagradas, os que pensam que são elevados, acadêmicos, intelectuais, que estão muito acima dos verdadeiros cristãos. Se esta é a sua condição, você não sabe que é pobre, cego, miserável e nu. Mas Cristo, em Sua graça, oferece a salvação. E, novamente, como em todas as cartas, Ele encerra dizendo: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”. Você está ouvindo? Você está ouvindo? Vamos orar.
Pai, nós te agradecemos por aquilo que vimos esta noite e através desta série. É simplesmente, uma incrível, incrível e divina revelação para a realidade da vida na igreja em toda a história: sete cidades reais e igrejas reais. Essas sete igrejas representam um padrão de igrejas as quais podemos traçar através de toda a história humana, mesmo hoje.
E, novamente, Senhor, nós declaramos que é o nosso desejo sermos como Esmirna e Filadélfia: fiéis – talvez fiéis através de perseguição. Fiéis como Esmirna, a sofrer perseguição e não negar o Senhor. Fiéis como Filadélfia, para manter a porta do reino aberta o tempo todo e ser uma igreja que tem a porta aberta para conduzir as pessoas ao Teu glorioso reino. Mantenha a nossa igreja fiel, até que Jesus venha. Por favor, mantenha esta igreja fiel. De maneira nenhuma que uma carta como esta, ou qualquer uma das outras cartas de advertência e julgamento, jamais sejam escritas para nós. Sustenta o Teu trabalho para a Tua glória neste lugar.
E, Senhor, eu oro, como eu penso sobre isso, pelos alunos do nosso seminário, que irão por todo nosso país e em todo o mundo, a plantar igrejas e a treinar pastores. Senhor, eu oro para que Tu os mantenha fiéis. Mantenha-os totalmente dedicados à verdade das Escrituras, totalmente dedicados a Cristo, amando a sã doutrina. E mais: que amem a Cristo, sem compromissos com o mundo, que sejam intolerantes com o pecado, que estejam dispostos a sofrer – sempre com a porta do reino aberta, até que Jesus venha. Que possamos ser úteis na obra para qual o Senhor nos chamou e abençoou em fidelidade. Estas coisas pedimos por amor de Cristo, nosso Senhor, que é o todo-glorioso e majestoso Cabeça da igreja. Que Ele possa ser honrado na igreja. Oramos em Teu nome. Amém.
Este sermão é uma série de 7:
Carta às 7 igrejas: Éfeso
Carta às 7 igrejas: Esmirna
Carta às 7 igrejas: Pérgamo
Carta às 7 igrejas: Tiatira
Carta às 7 igrejas: Sardes
Carta às 7 igrejas: Filadélfia
Carta às 7 igrejas: Laodiceia
Este texto é uma síntese do sermão “The Lord’s Word to His Church: Laodicea, de John MacArthur em 25/10/2015.
Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:
http://www.gty.org/resources/sermons/90-478/the-lords-word-to-his-church-laodicea
Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno
Boa noite, quem é o autor do livro A triste partida
John MacArthur não cita os nomes do autores, apenas diz que o livro foi escrito por pessoas de uma igreja na Escócia.