As trevas da incredulidade

E aconteceu que, queixou-se o povo falando o que era mal aos ouvidos do Senhor; e ouvindo o Senhor a sua ira se acendeu; e o fogo do Senhor ardeu entre eles e consumiu os que estavam na última parte do arraial. Então o povo clamou a Moisés, e Moisés orou ao Senhor, e o fogo se apagou. Pelo que chamou aquele lugar Taberá, porquanto o fogo do Senhor se acendera entre eles. E o vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer? Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça; e dos pepinos, e dos melões, e dos porros, e das cebolas, e dos alhos. Mas agora a nossa alma se seca; coisa nenhuma há senão este maná diante dos nossos olhos. (Números 11: 1-6)

Israel enfrentava a escravidão no Egito. Chorava e lamentava todos os dias! A opressão era insuportável! Uma desolação completa!
O Senhor ouviu seu clamor e enviou libertação. Mas Deus nunca permitiu que o homem alcançasse algo sem esforço, fé e obediência.

Deus prometeu uma terra que manava leite e mel. Mas para chegar nela havia a travessia de um deserto, com todas as durezas típicas de um deserto.
Porém, a alegria de Israel com a liberdade deu lugar à murmuração por cada dificuldade no deserto. Ele tinha visto Deus fazer maravilhas, mas isto não o impediu de cair na incredulidade, ingratidão, murmuração e, por fim, uma profunda depressão.

Pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer? Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça…

Que tristeza habitou no coração de Deus! Ver aquele povo ingrato, murmurador e incrédulo sentir desejo ardoroso de voltar à escravidão no Egito e servir a Faraó, uma figura de Satanás.

O maná, uma sombra do Pão do Céu, que é Jesus (João 6: 49-50), provisão de Deus para aquele povo, passou a ser repugnado. Israel clamava pelas coisas que havia no Egito e não se satisfazia com aquilo que vinha da parte de Deus. Queria satisfazer a carne e a alma, pois a incredulidade impedia de ver a esperança que fluía do céu.

… O Senhor vos dará carne, e comereis; Não comereis um dia, nem dois dias, nem cinco dias, nem dez dias, nem vinte dias; Mas um mês inteiro, até vos sair pelas narinas, até que vos enfastieis dela; porquanto rejeitastes ao Senhor, que está no meio de vós, e chorastes diante dele, dizendo: Por que saímos do Egito? (Números 11: 18-20)

Deus permitiu que o povo tivesse aquilo de que tanto murmurava e se deprimia. O povo não cria na provisão de Deus e nem estava satisfeito com aquilo que Deus lhes dava.

E Deus permitiu que ele tivesse em excesso toda a carne que queria, ao ponto de “sair pelas narinas”.
Aquela não era a vontade de Deus, mas uma permissão. Aquele povo não amava a vontade de Deus.

Quando a carne estava entre os seus dentes, antes que fosse mastigada, se acendeu a ira do Senhor contra o povo, e feriu o Senhor o povo com uma praga mui grande. Por isso o nome daquele lugar se chamou Quibrote-Ataavá, porquanto ali enterraram o povo que teve o desejo. (Num. 11: 33-34)

À medida que o povo comia a carne que tanto desejava, o Senhor punia os murmuradores, e ali morreram e foram enterrados. Fora da vontade de Deus resta a morte. Não há nada mais.

Esse fato deve servir de alerta para nós.
O mesmo Deus de ontem é o de hoje e eternamente.
Sem fé é impossível agradar a Deus (Heb. 11:6).
O incrédulo não marchará com Deus. Ficara só. Sem descanso (Heb. 3: 18-19).
O homem de coração dobre (fé inconstante) nada alcançará da parte de Deus (Tiago 1: 6-8).
A gratidão é uma marca de quem verdadeiramente conhece a Deus (I Tess. 5:18).
A murmuração continua sendo uma marca de homens reprovados (Jd 1: 16-19) .

Se o homem não está marchando com Deus em fé, restará viver na prisão da alma e da carne.
A alma e a carne inclinam o homem para o erro.
A alma é um “beco sem saída”. Um labirinto interminável que oprime a todos que andam nele.
O homem pode insistir neste labirinto, mas ficará ali desamparado e aflito até que se arrependa e ande pelo Espírito.
Este homem não precisa de acalentadores de almas, mas de arrependimento.
Aquele que insiste em trilhar os caminhos da alma, ficará enlaçado e retido no mesmo lugar.
E quanto mais esforço faz, mais profundo fica o buraco onde está.
E neste buraco poderá ir, não somente ele, mas todos que estão em sua proximidade.

Creia no Senhor! Uma fé incondicional. Uma fé que não depende das circunstâncias. Uma fé como o profeta declara:

Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação. (Habacuque 3: 17-18)

Se de fato cremos no Senhor, haverá gratidão em nossos corações. E esperança.
Haverá lembrança de quantas vezes o Senhor nos supriu com sua graça e misericórdia. Exatamente o oposto do que fez Israel.

A fé verdadeira renova nossas forças, nos dar ânimo diante das batalhas, nos levanta quando caímos, nos dá esperança no amanhã, pois sabemos que somos soldados sob o comando de um general que criou todas as coisas e já venceu a morte, o pecado e a Satanás.

Se assim procedermos, vamos avançar. O Senhor marchará a nossa frente e nos dará forças diante dos desafios da caminhada até Canaã. Se negligenciarmos a comunhão com o Senhor, vamos andar errantes e causar danos em tudo a nosso redor .

Que o Senhor nos ajude!! E nos livre dos caminhos obscuros da alma!

Um velho hino diz:

“Conta as bênçãos, conta quantas são.
Recebidas da divina mão.
Uma a uma, dize-as de uma vez,
Hás de ver surpreso quanto Deus já fez”.

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2 Responses

  1. viana de jesus disse:

    sofrir muitos anos com esta fe almatica e burra e infelizmente continuo a sofrer que breve o senhor me livre desta maldicao e me der a verdadeira fe

  2. Administrador disse:

    Prezado(a)
    Crer sempre será uma decisão do homem. A fé não é sentimento, pensamento positivo e nem um seguro que nos isenta de enfrentar os problemas da vida. A fé resume-se em crer naquilo que não vemos, principalmente no destino maravilhoso que o Senhor nos ofereceu na cruz. A fé requer obediência, e sem obediência não existe a verdadeira fé. Que o Senhor possa erguer nossos olhos para o alto e possamos andar nesta terra como forasteiros e peregrinos, com a nossa esperança e fidelidade firmados na rocha Eterna, Jesus. A Palavra do Senhor diz: “Levantai-vos e andai, porque não será aqui o vosso descanso…” (Miq. 2:10)

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