As consequências do verdadeiro evangelho
“Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente. O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos. Considera o que digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo. Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da descendência de Davi, ressuscitou dentre os mortos, segundo o meu evangelho; Por isso sofro trabalhos e até prisões, como um malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa. Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna. Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos; Se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará”.
(II Timóteo 3:3-12)
Por certo, se estivesse vivo, o apóstolo Paulo seria rejeitado na maioria dos salões de culto cristão dos nossos dias. Sua palavra seria considerada “negativista” e sua doutrina “ultrapassada”.
– Sofrer? Não! Diriam alguns, temos o nome de Jesus, somos filhos do Rei, temos que repreender o sofrimento!.
Outros, atemorizados com a evasão de público em suas reuniões de debates teológicos e explanações filosóficas, diriam: – Por favor, senhor Paulo, não fale estas coisas aqui, não neste lugar. Os psicólogos e psicanalistas da igreja já têm muito trabalho com os cristãos aqui. Não os atire a um estado de depressão.
Além destes haveria os que estão com a mente e o tempo tão ocupados em alcançar um “lugar ao sol” neste mundo que sequer prestariam atenção no dizer do apóstolo. Enquanto Paulo estivesse falando do privilégio de sofrer com discípulo de Jesus, do reino proposto no futuro aos que padecem com Cristo hoje, estes estariam com a mente dispersa pesando na sua lotada agenda do dia seguinte, ansiosos que o apóstolo terminasse o mais rápido o seu “enfadonho” sermão para poderem ir para casa se preparar para as atividades do próximo dia.
Poucos, na verdade, entenderiam a palavra do apóstolo. Entre esta seleta minoria, com certeza, estariam os cristãos fiéis que sustentam a sua fé em meio a feroz oposição do poder político (fantoche de Satanás).
Aqueles irmãos na China, na Coréia do Norte, no Afeganistão, nos países de maioria muçulmana, e em outros tantos lugares extremamente hostis ao evangelho de Cristo, não só entenderiam o apóstolo, como dariam um amém atrás do outro, em concordância com ele e até alguns iriam à frente com seu testemunho pessoal.
Entre esta minoria estariam outros, que apesar de não estarem sofrendo a perseguição da “espada”, padecem outro tipo de perseguição: o mundanismo com o nome de liberalidade. Estes são os cristãos que disseram não à concupiscência dos olhos e da carne, bem como tem rejeitado a soberba da vida. Temem estar ou serem contaminados pelos valores deste século.
Não estão interessados em sua ascensão em qualquer posição neste mundo. Fogem dos modismos. Rejeitam a política. Abrem mão dos privilégios, a fim de não ter seu tempo sugado pelos cuidados dessa vida. Enxergam agressão a Deus em tudo aquilo que é do mundo. Não gostam de distrações. Seu entretenimento não está na mídia, mas no descanso em Cristo.
Vivem apertados, comum sentimento de que são “peixes fora d’água”. Poucos falam a sua linguagem. Eles não têm muitos com quem conversar e compartilhar sua visão. Anseiam a volta de Jesus. Sentem uma necessidade agonizante de servir e cooperar com a expansão do evangelho. Ardem de amor pelo Senhor Jesus e pela sua obra. Sonham com a unidade do Corpo de Cristo e sempre se consideram devedores de amor.
A questão é que o apóstolo não está ou estará pregando em qualquer salão, mas o Evangelho é o mesmo com o qual estava comprometido até a morte. Os homens estão mudando a mensagem do evangelho e criaram evangelhos alternativos.
Estes novos evangelhos se adequaram ao “progresso” do homem e as “mudanças” na sociedade. Porém, não nos esqueçamos de que os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições (II Tim. 3:12). Já passou da hora de desconfiarmos do nosso excesso de conforto e aceitação. O mundo (incluindo o falso cristianismo) não tolera a vida piedosa em Cristo. Se não incomodamos, é um forte indício de que nossa profissão de fé é vazia e disso estão cientes Deus, o inferno e o mundo.
“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.” (II Tim 4: 2-5)