A Última Geração (2)
O Senhor ressaltou a absoluta certeza de Sua promessa profética, dizendo que o céu e a terra passarão mas suas palavras jamais passarão. A declaração de Jesus destaca que este mundo é temporário e que a sua Palavra é infalível. O que o Senhor disse sobre o fim dos tempos é a verdade imutável. Tudo acontecerá exatamente como Ele disse.
Nota: Esse sermão fez apenas considerações finais do sermão anterior. Recomendamos a leitura prévia do sermão anterior.
Vamos continuar agora o sermão anterior, em Marcos 13:28 a 37, última parte do sermao profético de Jesus. Ele está falando sobre a última geração, aquela que verá a volta do Senhor.
A Escritura diz que Cristo voltará para julgar os ímpios (2 Tess. 1:7-10, Ap. 19:11-21 etc.). Será um julgamento devastador. Então o Senhor estabelecerá seu reino milenar (Ap. 20:1-10 etc.), dando cumprimento a todas as promessas feitas tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.
Esse é o grande evento que encerrará a história humana. E no final dos mil anos haverá o juízo do grande trono branco para os ímpios (Ap. 20:11-15) e o novo céu e a nova terra onde Deus habitará eternamente com seu povo (Ap. 21).
A profecia de Isaías 61
Como judeus, os discípulos estavam com dificuldades para entender um Messias que proferia juízo contra Israel e que falava de sua iminente prisão e morte.
Eles esperavam um Messias poderoso, imbatível, que libertaria Israel de Roma e fizesse cumprir imediatamente todas as promessas do Antigo Testamento a Israel em sua primeira vinda. Eles não entendiam que isso só cumpriria em sua volta.
Por isso quando entramos no capítulo 13 de Marcos, os discípulos disseram a Jesus: “Dize-nos quando sucederão estas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para cumprir-se” (Mc. 13:4). Foi a mesma pergunta que fizeram em sua ascensão ao Céus: “Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel?” (Atos 1:6).
No início de seu ministério, na sinagoga em Nazaré, Jesus, citando parte de Isaías 61:1-2, disse:
O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor […] Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir. (Lucas 4:18-19,21).
Assim, Jesus estava declarando que era o Messias. Mas ele parou na primeira metade do versículo 2 de Isaías 61. A segunda metade diz: “e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram”. Jesus não citou esta parte, pois ela se cumprirá na sua volta.
E então, da segunda metade de Isaías 61:2 em diante, o profeta tratou do futuro cumprimento de todas as promessas a Israel no reino milenar. Fato que ocorrerá na volta de Jesus. Os discípulos estavam com muitas dificuldade de entender isso.
Revisão breve dos sermãos anteriores em Marcos 13
Vimos nos sermões anteriores que Jesus tratou, em Marcos 13:1-2, do juízo sobre o judaísmo apóstata e sobre a nação de Israel, fato ocorrido cerca de 40 anos depois, quando os romanos destruíram Jerusalém, assassinaram muitos milhares de judeus e depois os expulsou de suas terras.
Logo depois Jesus falou sobre os sinais que aconteceriam até sua volta, distinguindo de um período específico terrível, a grande tribulação, que precederá sua volta e o estabelecimento do reino milenar.
E então ele passou a falar da geração que viria a sua volta:
Marcos 13
28 Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam, e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão.
29 Assim, também vós: quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está próximo, às portas.
30 Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.
Era o mês de abril, na Páscoa em que Jesus foi crucificado. Era primavera em Israel. Por todos os lados se via figueiras cheias de folhas anunciando que o verão estava próximo. Foi uma analogia muito simples, fácil de entender.
Ou seja, tal como as folhas brotando na figueira indicam a proximidade imediata do verão, quando os sinais indicados por Jesus em Marcos 13:14-23, referentes à segunda metade da 70ª de Daniel, indicavam que sua volta estava às portas.
O Senhor virá e colocará um fim na grande tribulação, mandará a besta e o falso profeta para o lago de fogo, destruirá os ímpios e estabelecerá seu reino milenar. Jesus disse que aquela geração não passaria sem que tudo acontecesse.
Foi uma mensagem para aqueles que estarão vivos nesse período. Como vimos no último sermão, a igreja do Senhor será arrebatada antes da manifestação do anticristo (Ap. 6:1-2).
Se o arrebatamento da igreja fosse destinado à geração que verá a grande tribulação, então Jesus faria menção do arrebatamento. É um evento distinto, sem sinais específicos e que poderá ocorrer a qualquer momento.
Finalização do sermão profético em Marcos 13
Marcos 13
31 Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.
O Senhor ressaltou a absoluta certeza de Sua promessa profética, dizendo aos discípulos que um dia o céu e a terra passarão, mas suas palavras sobre os acontecimentos do fim (e sobre qualquer outro assunto) jamais passarão. A declaração de Jesus destacou duas realidades teológicas fundamentais, ou seja, que este mundo é temporário e que a Sua Palavra é infalível.
A Bíblia é clara que a Terra não é um planeta permanente. Como o apóstolo Pedro escreveu:
Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios […] Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento. Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas. (2 Pedro 3:7, 9-10)
O dia do Senhor é um termo usado no Antigo Testamento para se referir a julgamentos, mas quando Jesus voltar haverá um último julgamento. Ele virá sem anunciar sua chegada. Os céus deixarão de existir. Tudo o que constitui os corpos nos céus deixará de existir, com um estrondo.
E Pedro continua dizendo:
Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade,
esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão. Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça. (2 Pedro 3:11-13)
Depois da devastação do juízo, Pedro diz: “segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça”.
Como Jesus lembrou Seus discípulos, a Sua Palavra é permanente e não pode falhar (cf. Is. 40: 8; Col. 3:16). Ela não pode ser quebrada (João 10:35), mas permanece para sempre (Sl. 19: 9), pois é totalmente verdade (João 17:17).
O que o Senhor disse sobre seu retorno e o fim dos tempos é a verdade imutável. Tudo vai acontecer exatamente como Ele disse, porque suas palavras não podem falhar.
Quando o Senhor vier, esse julgamento virá e tudo será totalmente destruído, como então teremos o reino milenar na Terra”?
Jesus começará com uma obra destrutiva de julgamento sobre os ímpios, mas só quando o reino de mil anos terminar é que Ele destruirá o universo.
Haverá mil anos entre o momento em que Ele vem e começa o julgamento do Dia do Senhor, e quando Ele o termina?
Exatamente. Você acha muito tempo? Pedro diz: “para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2 Pedro 3:8).
Há tantas informações aqui, mas temos que voltar a nosso texto em Marcos. Então, o Senhor disse: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão” (Marcos 13:31).
Isso é autoridade. Nosso Senhor sempre falou com este nível de autoridade. Jesus disse mais sobre o inferno do que sobre o céu. Ele é o principal professor bíblico sobre o castigo eterno. Jesus continuou dizendo:
Marcos 13
32 Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai.
33 Estai de sobreaviso, vigiai [e orai]; porque não sabeis quando será o tempo.
34 É como um homem que, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao porteiro ordena que vigie.
35 Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã;
36 para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo.
37 O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai!
Agora ouça: Essas palavras são para a geração que verá os sinais, ou seja, na última semana de Daniel ou grande tribilação. Isto é semelhante ao que Jesus disse: “Ficai também vós apercebidos, porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá” (Lucas 12:40).
Todos somos avisados para depositarmos a nossa confiança em Cristo, para não morrermos na incredulidade e irmos para o inferno para sempre. Mas essas palavras de Jesus aqui é sobre o fim. Trata-se do encerramento da história.
Ele está ainda respondendo a uma pergunta específica feira pelos discípulos: “Dize-nos quando sucederão estas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para cumprir-se” (Mc. 13:4). Ninguém saberá a hora exata.
Jesus sabe o dia em que voltará?
Jesus disse: “ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai”. Ao incluir a Si mesmo como alguém que não sabia o momento exato do seu retorno, o Senhor Jesus não estava negando sua divindade, ao contrário, Ele estava reconhecendo as limitações que ele impôs a si mesmo sobre sua natureza divina, na sua encarnação.
Na sua humilhação, enquanto na condição de homem, Deus Filho voluntariamente restringiu o exercício de alguns de seus atributos e prerrogativas divinas (cf. Fl. 2:6.).
Depois de Sua ressurreição e glorificação, Jesus retomou o pleno conhecimento que Ele possuía desde a eternidade como o segundo membro da Trindade (Mt. 28:18; João 21:17; Atos 1:7, 24; 1 Cor 4: 5; Ap..22: 7, 12, 20).
Qual é a mensagem para nós já que não estamos nessa geração?
Iremos morrer e não sabemos quando, e é melhor estarmos preparados.
Quando houve os atentados às torres gêmeas, em New York, em 11/9/2001, fui perguntado em um programa de TV: Qual era o significado dos aviões voando contra as torres e matando milhares de pessoas? Eu respondi:
A mensagem é que todo mundo vai morrer e você não tem controle de quando. Essa é a mensagem. Não morreu ninguém lá que não iria morrer um dia. Ninguém está no controle disso, é melhor que todos estejam prontos para comparecer perante o Senhor.
O Novo Testamento está repleto de advertências gerais aos crentes para que esperem ansiosamente pela vinda de Cristo, porque o arrebatamento é a primeira parte do Seu retorno. É o primeiro componente.
Existem três componentes para a volta de Jesus: Há a Sua reunião com a igreja, o seu retorno para reinar e o julgamento final no fim do reino, com a destruição do universo e a recriação de um novo céu e uma nova terra.
Os enganos recorrentes sobre a volta de Jesus
Embora o Senhor tenha deixado claro que o dia de sua volta não foi revelado a ninguém, os próprios apóstolos tinham certas expectativas que ocorreria em seus dias. Mas depois da era apostólica houve especulações diversas e absurdas. Como exemplo temos:
– Joseph Smith (Mórmon) que previu que o Senhor viria em 1832, ou 1890, ou talvez 1891.
– Ellen G. White (Adventista do Sétimo Dia) que disse que o Senhor viria em 1850, depois 1856.
– As Testemunhas de Jeová disseram que o Senhor viria em 1914, 1915, 1918, 1920, 1925 etc., e ainda estão marcando datas.
Os anjos não sabem. Jesus, enquanto restringido de alguns atributos divinos, em sua humanidade, não sabia. Mas eles pensam que podem saber. Quando estava partindo para o céu, Jesus não disse mais que não sabia sobre isso, mas: “não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade” (Atos 1:7).
Jesus ressaltou que aquela geração deve estar alerta e vigiar. Ele disse:
Marcos 13
34 É como um homem que, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao porteiro ordena que vigie.
35 Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã;
36 para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo.
Apenas uma pequena e simples ilustração. O proprietário de um imóvel deixou sua casa para viajar para algun lugar distante por um período indeterminado de tempo.
Antes de sair, ele confiou cada um de seus empregados tarefas a executar enquanto ele estava fora. Esperava que eles fariam com uma atitude de diligência e vigilância, sabendo que o retorno para casa de seu senhor poderia ser a qualquer momento.
E eles tinham que ficar alertas, porque não sabiam o dia e nem a hora que seu senhor iria voltar. Então, não se sabe quando ele viria. Eles não poderiam estar dormindo quando ele retornasse. E Jesus faz a aplicação:
Marcos 13
37 O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai!
Esta será a Sua volta. O aviso é para a geração que estará viva naquele momento. Lucas assim registrou:
Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as consequências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço. Pois há de sobrevir a todos os que vivem sobre a face de toda a terra. Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem. (Lucas 21:34-36)
A implicação para os vivos na futura tribulação é que aqueles que pertencem a Cristo devem estar em alerta. Eles não saberão quando o dono da casa virá. Ele virá de repente.
A igreja não estará na grande tribulação, sua missão é pregar o evangelho para que o maior número possível de pessoas estejam na glória antes que isso aconteça. Vamos orar.
Nós Te agradecemos, Senhor, por mais uma oportunidade de estarmos juntos com aqueles que Te amam, amam a Tua Palavra e a Tua verdade. Como é bom compreender coisas tão simples que o Senhor ensinou, quando muitos consideram incompreensíveis.
Agradecemos-Te pela clara revelação. Agradecemos-te pela veracidade e pela Tua autoridade. O que o Senhor nos ensinou sobre as últimas coisas está marcado por Tua autoridade, o que significa que somos ordenados a acreditar nisso, porque é a Tua palavra, e tudo acontecerá como o Senhor disse.
Podemos ver isso na história, e será assim até o fim. Tua Palavra nunca passará até que tudo seja cumprido. Não somos os mais nobres, os poderosos e os sábios do mundo, mas conhecemos essas enormes realidades que o mundo não conhece, porque Tu as revelaste a nós.
O Senhor disse: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos” (Mt. 11:25). Somos tão privilegiados. Capacite-nos a ter a oportunidade de proclamar essas verdades, de pregar o evangelho sem ocultar o julgamento vindouro, os horrores da grande tribulação que pode começar a qualquer momento.
Ajude-nos a pregar aos homens que estão à beira do julgamento, seja pela morte ou pela vinda da tribulação. Use-nos para resgatar almas de seus horrores inevitáveis. Oramos, para Tua glória. Amém.
O texto de Marcos 13:28-37 foi dividido em 2 sermões.
Clique aqui e leia outros sermões escatológicos de John MacArthur
Esta é uma série de sermões de John MacArthur sobre o Evangelho de Marcos.
Clique aqui e veja o índice com os links dos sermões traduzidos já publicados desta série.
Este texto é uma síntese do sermão “The Final Generation, Part 2”, de John MacArthur, em 1/4/2011.
Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:
https://www.gty.org/library/sermons-library/41-70/the-final-generation-part-2
Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno.