A Perseverança dos Santos – 2
Esta é uma série sobre a doutrina da graça. Para melhor entendimento, sugerimos ler a sequência das mensagens, conforme links no fim deste texto.
Continuamos hoje nosso breve estudo sobre a doutrina da perseverança do santos.
Ao encerrar sua carta, Judas diz: “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória…” (v.24).
Essa é uma afirmação da segurança da nossa salvação. Nosso Senhor é capaz de nos manter e nos apresentar santos perante Sua glória.
A garantia das Escrituras e, portanto, a promessa de Deus, é que a salvação não é algo vulnerável, é para sempre. Esta é uma verdade elementar e a falta de compreensão dela produzirá efeitos danosos no entendimento de outras verdades do Evangelho, como as doutrinas da justificação, da glorificação, da eleição e da santificação.
Há muitos que imaginam complexidade sobre a doutrina da segurança da salvação, como se não fosse algo claro e que fica sujeita às preferências de cada um.
Mas, as Escrituras são riquíssimas em respaldar que um verdadeiro convertido tem sua salvação sustentada pelo Senhor. Em Mateus 18:12, Jesus diz:
Que vos parece? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou? E, se porventura achá-la, em verdade vos digo que maior prazer tem por aquela do que pelas noventa e nove que se não desgarraram. Assim, também, não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca.
Jesus afirmou claramente isto em João 10:27-30, quando disse:
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que me deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um.
Jesus disse que não é a vontade do Pai que qualquer um destes pequeninos se perca e que nenhuma de Suas ovelhas jamais perecerá ou será arrebatada de Sua mão ou da mão de Seu Pai.
A vontade do Pai é que nenhuma de Suas ovelhas se perca. Por isto Jesus e o Espírito Santo intercedem por nós. Eles oram a vontade do Pai, e ela sempre se cumpre.
No capítulo 17 de João, na maravilhosa oração sacerdotal, Jesus diz:
Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra. Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós. Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse. E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim (Versos 6,9-12;20).
Por tais declarações e muitas, muitas mais, devemos ter a certeza de que aqueles que são verdadeiramente filhos de Deus, pela fé em Cristo, estão seguros nesse relacionamento para sempre e nunca perecerão.
Isto se aplica aos verdadeiros crentes e não àqueles que apenas professam uma fé sem a realidade interior.
Essa verdade é extremamente essencial para a compreensão da salvação. Ela atesta que a salvação jamais seria uma questão em aberto.
E ainda há muitos, muitos cristãos, muitos de vocês, a quem foi negada a doçura da confiança, da paz, da esperança e tudo mais que vem a nós quando temos a certeza que nossa salvação é sustentada pelo Senhor e não é algo vulnerável, como se dependesse de nossa própria força.
Tantos verdadeiros crentes estão recebendo a informação de uma salvação vulnerável, que eles têm que sustentar com seus esforços, a partir de uma fé humana.
Eles agem como se estivessem no comando de tudo, como se a salvação fosse algo que eles conquistaram a partir de seus próprios esforços e, assim, eles precisam sustentá-la, pois temem perdê-la num momento em sua caminhada.
É uma coisa terrível de se dizer para as pessoas: “Você tem que sustentar sua salvação, ou então você a perderá”.
E assim, as pessoas estão cheias de dúvidas, medos e ansiedades. Há uma inquietação dentro delas, por temerem ter pedido a salvação em algum momento. Então, há uma rejeição da natureza bíblica da salvação, prejudicando a gratidão e a adoração dos santos.
No movimento pentecostal carismático há uma negação da segurança eterna da salvação e da perseverança dos santos. Isto afeta diretamente a compreensão da doutrina da santificação, da justificação e da eleição.
Isto diminui Deus, fazendo com que as pessoas não desenvolvam um espírito de gratidão e adoração a Ele em meio às maravilhas de Sua Palavra, e sejam dependentes de emoções para compensar a sensação de insegurança dentro delas.
É imensurável a alegria e gratidão que temos diante das certezas das bênçãos que Deus nos deu. E dentre elas, a maior é, sem dúvida, uma salvação que não pode murchar.
São tremendas as verdades da reconciliação, da redenção, do resgate, da adoção de filhos e da regeneração. É terrível pensar em como podemos diminuir quaisquer dessas verdades.
Qualquer ideia de salvação que deixa de fora a segurança é uma distorção da verdade. E qualquer ideia de segurança que deixa de fora a perseverança é uma distorção da verdade.
Então, se você foi redimido, você nunca mais será um perdido. E se você é, de fato, um redimido, você ama a Palavra de Deus, a obediência a Cristo e tem uma fé perseverante.
Estamos seguros em nossa salvação pelo dom de Deus, de uma fé que persevera. Ele não nos dá esta fé e depois a retira de nós. Ele não nos adota como filhos e depois cancela esta filiação, nos tornando filhos do diabo.
Falharemos na caminhada, mas nada semelhante a uma deserção da fé, um retorno a incredulidade. Isto acontece apenas com os falsos crentes, que tinham apenas uma aparência. A salvação não pode falhar, porque a fé não pode falhar. A fé que nos salva procede de Deus.
Então, continuando de onde paramos na última vez, abra sua Bíblia em I Pedro 1:2-9. Esta carta maravilhosa começa com a doutrina da eleição.
No versículo 2, somos escolhidos. Ele então se move para a obra santificadora do Espírito, a obediência a Cristo, sendo nós aspergidos com o sangue Dele.
E assim, é claramente uma epístola dirigida aos eleitos, aqueles que foram santificados pelo Espírito, através da justificação até a glorificação.
No verso 3, ele começa a demonstrar a bênção desta salvação, que começou na eternidade passada com a eleição, e foi realizada no tempo através da obra santificadora do Espírito em nossas vidas, que produz a submissão ao senhorio de Cristo.
Ele começa dizendo: “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo” (v.2).
Ou seja, em outras palavras, Pedro diz: “Eu reconheço que vocês são aqueles a quem Deus escolheu e a quem o Espírito separou do pecado para Deus. Vocês são aqueles que obedecem a Jesus Cristo. Eu reconheço que vocês receberam a graça e a paz na mais plena medida”.
Em sua primeira carta, capítulo 1, Pedro diz:
1 Pedro 1
3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,
4 Para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós,
5 Que mediante a fé estais guardados pelo poder de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo,
6 Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações,
7 Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo;
8 Ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso;
9 Alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas.
Ele começa exaltando a Deus por causa das verdades da eleição, regeneração, redenção, justificação, santificação e glorificação.
Ele fala de uma viva esperança que não pode desaparecer, corromper-se ou murchar, que está reservada nos céus para nós, e que é protegida pelo poder de Deus através da fé.
E mesmo diante de aflições das provações, pela fé nos alegramos com um tremendo gozo, aguardando confiantemente a revelação de Jesus Cristo, com a certeza da salvação de nossas almas.
O ponto chave é este: “Que mediante a fé estais guardados pelo poder de Deus para a salvação” (v.5). Pedro estava escrevendo aos crentes espalhados em lugares gentios, que estavam sofrendo perseguições por causa do testemunho de Cristo.
Alguns deles estavam enfrentando martírios e mortes. E estes crentes tinham temores naturais por suas próprias vidas e fidelidade. Eles moravam em terras gentias, não tinham ainda o Novo Testamento para lerem, eram neófitos em muitos assuntos e enfrentavam terríveis hostilidades.
Coloque-se por um instante no lugar deles. Pense numa real e iminente morte cruel por professar sua fé em Cristo. Para resistir àquelas duras provas, aqueles irmãos precisavam ter plena convicção sobre a natureza da segurança eterna da salvação.
Eles não podiam confiar em uma fé própria e uma segurança a partir se suas próprias forças. As lutas eram muitos fortes, reais e desafiadoras.
Assim, Pedro lhes comunica acerca de que eles estavam guardados pelo poder de Deus para uma esperança reservada nos céus, ou seja, Deus era a segurança desta esperança e não eles mesmos.
Outra forma de dizer a doutrina da perseverança dos santos é “fé perseverante” ou “fé que persevera”. Aqueles verdadeiros convertidos estavam protegidos pelo poder de Deus através da fé que Ele lhes deu.
Nós não podemos nos manter salvos por nossa própria fé ou força. Se assim fosse, certamente cairíamos dessa posição. Somos sustentados por Deus, através da fé que é um dom que procede Dele.
Foi esta afirmação que iniciou a carta de Judas: “Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados, santificados em Deus Pai, e conservados por Jesus Cristo” (v.1).
Ele diz que os eleitos são conservados (ou mantidos) por Jesus Cristo. Este é segredo da segurança eterna de nossa salvação.
Judas escreveu sua carta para alertar os irmãos contra as falsas doutrinas e heresias infernais que assolavam a igreja.
Mas ele tinha uma certeza quanto aos verdadeiros crentes: “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória…” (v.24).
Se Pedro cresse que os verdadeiros crentes podiam perder sua salvação, ele teria que dizer algo muito diferente daquilo que escreveu. Ele teria dito algo como: “Aguentem!”; “Não abandonem a fé!”.
Mas, em vez disso, Pedro fala sobre uma viva esperança, uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus e que mediante a fé eles estavam guardados pelo poder de Deus para a salvação.
Ele não fala de algo vulnerável, instável, sujeito a falha e mudança, mas de algo firme e sustentado por quem tinha poder para isto.
Olhe para a palavra “guardados” ou “protegidos” no verso 5: “Que mediante a fé estais guardados (ou protegidos) pelo poder de Deus para a salvação”.
A palavra vem do grego “phrouroumenous”, um termo militar. Ele indica que está sendo guardada por soldados, constantemente sob a guarda de uma poderosa força protetora.
Aqueles que pertencem a Deus são permanentemente protegidos de todos os inimigos, até que a guerra acabe e a vitória seja completa.
Fomos salvos da penalidade do pecado, do poder e do domínio do pecado. Mas, futuramente seremos salvos da presença do pecado, quando recebermos um novo corpo glorificado. Até lá, o Senhor sustentará Seus verdadeiros filhos.
Olhando para I Pedro 3:2-9, vemos alguns aspectos da segurança eterna de nossa salvação. Vamos vê-las por um momento.
Estamos protegidos através de uma esperança viva.
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.
Então, nascemos novamente, fomos regenerados e recebemos uma nova vida. É a vida de Deus, a vida eterna. Não é uma vida limitada no tempo.
Tudo em nossa nova vida é sobrenatural e espiritualmente vivo. Nossa alegria é uma alegria viva, nossa paz é uma paz viva e nossa esperança é uma esperança viva.
O que isso significa? É o oposto do que morre. Esta vida não pode morrer. Não temos uma esperança que morre, mas uma esperança que vive para sempre.
I Pedro 1:13 diz: “Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo”.
Ou seja, ele está falando da falta de razão para se temer a sobrevivência da fé e da esperança. Esta é uma esperança que não pode morrer, é uma nova vida, uma vida eterna, a vida de Deus.
II Tessalonicenses 2:16 diz: “E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo e nosso Deus e Pai, que nos amou, e em graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança”.
O verdadeiro crente não vive com medo, ansioso e em pânico, por temer que Satanás possa lhe roubar a salvação.
Deus nos deu uma eterna consolação e boa esperança pela graça. Então, devemos nos consolar e nos fortalecer com essas verdades eternas.
Romanos 5: 1-2 diz:
Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
O verso 5 diz que “a esperança não confunde”. O Senhor não nos deu uma esperança que pode morrer. Ele nos deu uma esperança
viva.
Colossenses 1:5 fala “da esperança que nos está reservada nos céus”. Tito 1: 1-2 diz:
Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade, em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos.
Em Tito 2:13 diz: “Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo”. Hebreus 6: 18-19 diz:
…Tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta; A qual temos como âncora da alma, segura e firme…
Estamos protegidos por essa esperança viva. Em contraste com as esperanças humanas que se desvanecem e morrem, essa esperança não pode desaparecer, não pode morrer, não pode decepcionar, não pode falhar.
Tudo isto está em afinidade com aquilo que I Pedro 3:3-4 diz:
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança imperecível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós.
É notável o fato de Pedro não só declarar uma “viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo”, o que já seria suficiente, mas ele vai mais longe, e fala de algo imperecível, sem mácula, que não pode murchar e que está reservada nos céus. Tremendo!
Não é algo que pode ser minado, diminuído, saqueado ou roubado pelo inimigo. É uma esperança sustentada pelo poder de Deus. E esta a nossa garantia. Foi o que Jesus disse em João 10:27-29, ao falar da segurança de nossa salvação:
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que me deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.
A beleza e a alegria terrena se desmoronam. Tudo que é terreno é finito e vulnerável. Tudo nesta vida é sujeito à corrupção, à decadência e ao desbotamento.
Mas nossa herança celestial é eterna. Nossa salvação não é perecível, não murcha, não é vulnerável. Por quê? Porque não é uma parte deste mundo. Ela não é humana. Ela está reservada nos céus para nós. O lugar mais seguro no universo é o céu. É lá que a nossa herança eterna está guardada. Jesus disse:
Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam (Mateus 6:19-20).
E está guardada lá para ser revelada no último tempo. I Pedro 1:5 diz: “que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo.”
“Preparada” vem do grego “hetoimos” e significa algo pronto, preparado. Em João 14: 1-3, Jesus diz:
Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.
Jesus está dizendo que iria preparar um lugar para você e que viria te buscar. Não é um lugar que lhe será tirado e dado a outro. É seu.
Estamos protegidos até que a salvação seja revelada no último tempo, quando ficarmos cara-a-cara com o Senhor, seja por morte ou na Sua vinda, para receber a herança que agora, neste momento, já está à mão em seu lugar, já preparada esperando a nossa chegada.
E não haverá um monte de quartos vagos na casa do Pai, como se as pessoas para quem esses quartos foram preparados não aparecessem por lá.
“Protegido” é um termo militar e o tempo verbal fala de ação contínua, sempre protegido. Esta proteção vem por meio da fé. Essa é a chave.
É por isso que estamos falando da perseverança dos santos, porque se você é verdadeiramente um salvo, você tem uma fé que persevera.
Os que, aparentemente, apartam-se da fé, nunca experimentaram a verdadeira fé. Eram falsos crentes no meio da igreja. I Joao 2:19 diz:
Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós.
O ponto é este. Você diz: “Bem, o que acontece com a pessoa que crê por um tempo e vai embora?”. Essa era a fé humana, que não foi o dom da fé de Deus. Eles nunca foram verdadeiramente salvos [no próximo sermão, John MacArthur expõe os versículos, normalmente usados de forma distorcida, para desfazer a doutrina da segurança da salvação].
Um verdadeiro crente, que realmente se arrependeu de seus pecados, creu verdadeiramente no Senhor, recebeu o dom da fé salvadora, tem esta fé sustentada por Deus. A fé verdadeira persevera.
Estamos protegidos por uma esperança que não pode morrer e pelo poder de Deus, um poder que não pode falhar.
O poder de Deus é ilimitado, soberano, supremo e nunca pode falhar. A Bíblia é muito clara sobre o poder de Deus.
Ele criou o universo a partir do nada, somente isto seria suficiente para uma visualização desse poder majestoso. Ele não somente criou o universo, mas o sustenta pelo Seu Poder.
No fim de sua vida, depois de seus estudos, Einstein relatou total frustração por não encontrar o poder que sustenta o universo. Ele não cria no Deus da Bíblia, então não poderia ter achado o que tanto procurou.
Este mesmo Deus é quem sustenta, pelo Seu imenso poder, a fé e a salvação de Seus eleitos. Não há redimidos que voltaram à condição de perdidos. Há falsos crentes que perderam a aparência de piedade.
Esta não é uma fé passiva. Ela está em perfeita harmonia com as nossas vontades. Somos ativos e perseverantes.
Estamos buscando Cristo com toda a nossa força. Desejamos a obediência e a verdadeira adoração. Odiamos o pecado e amamos a justiça.
Esta é a genuína fé que nos faz permanecer sempre encantados com Cristo e com a Sua Palavra, bem como produz em nós um profundo arrependimento e contrição diante do erro.
Então, nós estamos protegidos por uma esperança viva, pelo poder divino e por uma fé que é um dom de Deus.
Esta é uma fé ativa e não passiva. É uma fé guerreira e não algo fraco. É uma fé que persevera e não uma fé que foge.
Esta fé nos faz ansiosos pela salvação que está pronta para nós e será revelada nos últimos tempos.
Na próxima vez continuaremos este assunto. Vamos orar.
Senhor, há tanto ensino nestes textos, ensinos tão incrivelmente ricos, tão encorajadores para nós que sentimos vontade de saborear cada pensamento. Não somos dignos de sermos salvos.
Não somos dignos de sermos mantidos salvos. Não somos dignos de nada. E nós pedimos, ó Deus, que nos faça sermos gratos. Perdoa-nos se alguma vez duvidamos do Teu dom eterno.
Perdoa-nos por qualquer tipo de adoração diminuída que tenha surgido em nós por não entendermos essa segurança. Perdoa-nos por não Te honrar como Tu deves ser honrado por nos ter dado um presente tão imenso e duradouro de misericórdia e graça.
Nós te adoramos, amamos e honramos por nossa salvação. Sabemos que, enquanto vivermos nossas vidas neste mundo, estaremos constantemente desejando Te honrar, conscientes de que é a graça que nos mantém salvos, já que somos tão indignos.
Agradecemos por esta grande graça. Ansiamos pela salvação que há de ser revelada. Agradecemos por ter a fé duradoura. Que possamos perseverar com toda a nossa força, devoção e compromisso.
Como Paulo disse, perseverando para alcançar a semelhança de Cristo, pois isso demonstra o nosso amor por aquele que deu a Sua vida por nós. Oramos em Teu nome. Amém.
Esta é uma série de 10 sermões sobre a doutrina da graça, conforme links abaixo.
01. A Perseverança dos Santos – Parte 1
02. A Perseverança dos Santos – Parte 2
03. A Perseverança dos Santos – Parte 3
04. A doutrina da Eleição – Parte 1
05. A doutrina da Eleição – Parte 2
06. A doutrina da Eleição – Parte 3
07. A doutrina da incapacidade absoluta
08. A doutrina da Expiação Eficaz, Parte 1
09. A doutrina da Expiação Eficaz, Parte 2
10. O chamado Eficaz de Deus
Este texto é uma síntese do sermão “The Perseverance of the Saints, Part 2″, de John MacArthur em 05/09/2004.
Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:
http://www.gty.org/resources/sermons/90-271/the-perseverance-of-the-saints-part-2
Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno