A Maior Ordem Dada à Igreja


A morte e a ressurreição de Cristo é o centro da história da redenção, mas o efeito dessa verdade é que o propósito de vida de cada cristão é glorificar a Cristo por meio da pregação da verdade sobre o Filho de Deus a quantas pessoas lhe for possível. Foi essa paixão que moveu a igreja após receber a promessa do Espírito Santo.


Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações…  (Mt 28:18-19).

E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura (Mc 16:15).

E lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia, e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém (Lc 24: 46-47).

Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio (Jo 20:21).

Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra (At 1:8).

O Antigo Testamento revela que Deus criou o homem sem pecado e com ele tinha comunhão. Mas o pecado tornou o homem inimigo de Deus. E Deus prometeu a restauração dessa comunhão através de alguém que esmagaria Satanás (Gn 3:15).

Em Babel, Deus separou as nações, espalhou as nações pelo mundo e confundiu as línguas.  Não seria fácil a comunicação entre as nações e cada um seguiria seus próprios caminhos (At 14:16). Parece que a pergunta deixou de ser quem seria o redentor prometido, mas como todos saberão?

Deus prometeu fazer uma nação a partir de Abraão (Gn 12:1-3). Esta nação deveria mostrar ao mundo o caminho de volta a Deus (Is 42:6; 51:4). Por meio dessa nação, todas as famílias da terra seriam abençoadas (Gn 12:3).

O evangelismo estava na fundação de Israel, nação que foi escolhida para ser como um farol da luz para o mundo (Is 42:6).

A Lei destacava a diferença entre Israel e seus vizinhos, com propósito de evangelizá-los. Israel deveria atrair as nações para ouvirem as grandezas do Senhor. Mas Israel falhou.

Deus ordenou a Israel ficar e obedecer, mas Cristo mandou a igreja ir e proclamar o evangelho para edificar um novo corpo, composto de pessoas de todas as nações.

O evangelho é a boa nova de que Jesus é o Messias que foi crucificado no lugar de pecadores e ressurgiu da morte no terceiro dia.

Os discípulos foram ordenados a ficar em Jerusalém e esperar até a vinda do Espírito Santo para lhes dar poder (At 1:4-5), e, em seguida, eles começariam um movimento global que se espalharia por toda a nação.

Isso foi tão importante que está registrado em todos os evangelhos. E nas últimas palavras do Senhor Jesus, antes de sua ascensão, ele comissionou seus discípulos a levarem o evangelho a todo o mundo (At 1:8).

Deus nunca havia ordenado que seus seguidores tivessem como prioridade de vida levar as boas novas de redenção a todo o mundo. Os discípulos ainda estavam esperando a restauração do reino de Israel naqueles dias, mas Jesus disse para que eles se ocupassem em levar o reino de Deus a toda criatura, pois a restauração ocorrerá no tempo designado por Deus (At 1: 6-8).

A grande comissão revela a vontade de Deus de que todos os cristãos preguem o evangelho a toda a criatura, em todos os lugares. Deus não quis uma nação atraindo as outras nações do mundo a Deus, mas um povo indo às nações com as boas novas do evangelho.

Em vez de usar a obediência de uma nação como meio de atrair o mundo a Deus, a igreja é chamada para atrair as pessoas a Deus por meio do evangelho.

Por isso Paulo disse que não foi chamada para batizar, mas para pregar o evangelho (1 Co 1:17). Ele não levou uma mensagem de obediência a determinadas leis como meio de transformação global, como fez Moisés em Deuteronômio 4. Ele foi pelo mundo pregando Cristo, e este crucificado (1 Co 1:23; 2:2).

Enquanto Israel deveria atrair o mundo através da obediência, pela fé em Javé e sua glória, a igreja foi comissionada a viver de forma sacrificial para ir às nações pregando o evangelho que atrai as pessoas à salvação pela fé no Deus glorioso.

Deus prometeu a Adão e Eva que teriam um descendente que esmagaria Satanás, dispersou as nações em Babel, chamou Abraão e constituiu Israel. Deus dirigiu a história da redenção até o ponto de enviar seu filho à terra como luz do mundo. Pedro escreveu:

Não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus. (1 Pe 1:18-21).

A apatia quanto ao evangelismo é inexplicável porque a grande comissão não é apenas um mandamento, mas marca uma mudança na história da redenção.

A morte e a ressurreição de Cristo é o centro da história da redenção, mas o efeito dessa verdade é que o propósito de vida de cada cristão é glorificar a Cristo por meio da pregação da verdade sobre o Filho de Deus a quantas pessoas lhe for possível.

Foi essa paixão que moveu a igreja após receber a promessa do Espírito Santo. O livro de Atos relata esse mover da igreja.

Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar. Com muitas outras palavras deu testemunho e exortava-os, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas. (Atos 2:37-41)

Chamando-os, ordenaram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem em o nome de Jesus. Mas Pedro e João lhes responderam: Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos. (Atos 4:38-21)

Porque o Senhor assim no-lo determinou: Eu te constituí para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até aos confins da terra. Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna. E divulgava-se a palavra do Senhor por toda aquela região. (Atos 13:47-49)

Em 2 Coríntios 5:14-20 Paulo descreve o cristão como sendo constrangido por a amor a Cristo a insistir com outros para que venham a fé em Cristo. Ele diz nos versículos 19 e 20:

Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus.

Ele escreveu:

Tenho, pois, motivo de gloriar-me em Cristo Jesus nas coisas concernentes a Deus. Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os gentios à obediência, por palavra e por obras, por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo; de maneira que, desde Jerusalém e circunvizinhanças até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo, esforçando-me, deste modo, por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio (Romanos 15:17-20).

Pedro explica que o propósito de santificação é que o crente esteja pronto a evangelizar a cada momento. Ele escreveu:

Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós (1 Pedro 4:15).

Ao vermos toda a história da redenção cumulada na grande comissão, temos entendimento maior do imperativo de proclamar o evangelho e uma justa paixão pelo evangelismo.

Apenas quando obedecerem à ordem de Deus de evangelizar, os crentes serão verdadeiros imitadores do coração de Deus para o mundo.


Este texto é um resumo panorâmico de uma porção da 1ª parte do livro “Evangelismo”, de John MacArthur, Editora Fiel, 2016


Leia também:

A Essência do Evangelismo
Orações Evangelísticas


 

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