A insignificância da vida
O viver na terra é verdadeira miséria.
Quanto mais espiritual for o homem, mais amarga lhe será a vida presente…
Porque conhece e vê com mais clareza a corrupção humana.
Até as ocupações necessárias para atender sua vida natural…
É grande aflição para o homem espiritual que deseja estar isento deste mundo e livre do pecado.
Muito oprimido se sente o homem espiritual com as necessidades corporais neste mundo.
Mas ai daqueles que amam esta miserável e corruptível vida.
A tal ponto, que se pudessem viver aqui para sempre, ignorariam o Reino de Deus.
Jazem apegados à terra e amam as coisas carnais.
Infelizes, sentirão no fim, para sua desgraça, a baixeza e o nada de tudo quanto amaram.
Os santos de Deus não tinham em conta o que agrada à carne, nem o que brilhava neste mundo.
Mas toda sua esperança e intenção se fixavam nos bens eternos.
Todo o seu desejo se elevava para as coisas invisíveis e perenes.
Deve haver em ti, a todo momento, como se fosse já a hora da morte.
Feliz aquele que medita sempre sobre a hora da morte e para ela se dispõe a cada dia.
Pela manhã, pensa que não chegarás à noite.. e à noite não te prometas o dia seguinte.
Feliz e prudente é aquele que procura ser em vida como deseja que o ache a morte.
“Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens,
e os vivos o aplicam ao seu coração”.
Ecles. 7:2
Tomás de Kempis (1380-1471)