A fé… que não é fé…

“Estas são as palavras que Moisés falou a todo o Israel além do Jordão, no deserto, na planície defronte do Mar Vermelho…” (Deut. 1:1)

Israel ainda não havia atravessado o Jordão para chegar a Canaã. Estava ainda em frente ao Mar Vermelho, onde o poder de Deus havia se manifestado gloriosamente 40 anos antes. Na caminhada pelo deserto, nada escapou do olhar de Deus, inclusive sua incredulidade, a qual fez perecer toda uma geração. E assim acontece hoje com a Igreja. Seus olhos estão continuamente fixados em nós, tratando-nos e conduzindo-nos para um destino glorioso, se formos aprovados.

A questão é: Cremos, de fato, nisto? Somos governando por esta fé? Cremos que em todo tempo Ele está conosco nesta viagem, suprindo-nos do que necessitamos?
Dizemos crer nisto, mas a nossa conduta diária, nos pormenores de nossas vidas, pode demonstrar o oposto. Se esta fé fosse uma verdade, não seríamos desanimados tão frequentemente diante da limitação dos recursos humanos. A teoria da vida pela fé é uma coisa, a vida pela fé é outra. Podemos ter a idéia de viver pela fé, quando na realidade dependemos do falível apoio humano.

Não estamos nós constantemente prontos a deixar a fonte da águas vivas e cavar cisternas rotas, que não podem reter água (Jer. 2:13)? E todavia falamos de viver pela fé! Professamos depender somente do Deus vivo, seja em que situação for, quando, de fato, estamos assentados junto aos mananciais humanos e buscamos deles alguma coisa.

“Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor! Será como a tamargueira no deserto, e não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável. Bendito o homem que confia no SENHOR, e cuja confiança é o SENHOR. Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto”. (Jer. 17:5-8)

A fé nos recursos do homem traz uma maldição, resultando em esterilidade e desolação. Deus, em sua fidelidade, fará secar toda a corrente humana e afastar todo o apoio humano a fim de conhecermos bem a loucura de nos afastar Dele.

O viver pela fé não diz respeito somente a quem não tem um sustento estável. Isto seria uma distinção rasteira. A vida pela fé é o grande princípio da vida divina, desde o princípio ao fim. O nosso Deus deleita-se numa fé intrépida. Os cientistas falam das maravilhas do universo, o cristão deleita-se em crer naquele que criou e sustenta todas as coisas. Que alegria crer que o Todo-Poderoso é também aquele que sustenta nossas vidas.

Por que havemos de recorrer a qualquer outra coisa? Vigiemos contra a tendência natural de nos alimentar de esperanças humanas, de depositar confiança na criatura e ter expectativas terrenas. Conservemo-nos junto à fonte de vida e não teremos jamais de nos queixar das correntes. O viver pela fé glorifica a Deus diante do mundo.

Se um homem está ancorado no mundo, só pode ver as coisas do ponto de vista humano. Só pode medir as coisas pelo padrão do ponto de vista dos homens e pensar nelas com os pensamentos do mundo. É por isto que muitos, que dizem seguir a Jesus, vivem atemorizados com a volta de Jesus como um ladrão, em vez de ficarem radiantes diante de sua volta como a resplandecente estrela da manhã. A grande maioria dos professos cristãos são identificados com Ló (que vivia confiado no sustento vindo de Sodoma e Gomorra) e não com Abraão.

Sem a verdadeira fé, é impossível agradar a Deus (Heb. 11: 1,6).

“Todos os mandamentos que hoje vos ordeno guardareis para os cumprir; para que vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e possuais a terra que o SENHOR jurou a vossos pais. E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o SENHOR teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem”. (Deut. 8: 1-3)

Sintetizado de C H Mackintosh (l820-1896)

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1 Response

  1. Osman Santos da Silva disse:

    Sem fé é impossível agradar a Deus.

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