A Autoridade Suprema

Os líderes religiosos diziam a Jesus: “Quem você pensa que é para fazer isso?”. Por 3 anos viram obras e ensinos celestiais. Mas não conheceram o Filho de Deus, recusaram a verdade. Enfim Jesus lhes disse: “Nada mais tenho a lhes dizer”. Que tragédia! A luz se apagou em definitivo para eles.

Seguindo nossa trilha no Evangelho de Marcos, vamos ver hoje Marcos 11:27-33. É o fim do capítulo 11, mas é o começo do confronto entre Jesus e os líderes religiosos de Israel na semana da cruz. Esse confronto começa aqui na quarta-feira e termina na sexta-feira com Sua crucificação.

A causa desse primeiro confronto aconteceu na terça-feira, quando Jesus expulsou os mercadores no templo e não permitia que ninguém conduzisse qualquer utensílio no templo (Marcos 11:15-16), tal como vimos em um sermão anterior. Ele disse:

Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? Vós, porém, a tendes transformado em covil de salteadores (Marcos 11:17).

E então a liderança religiosa se enfureceu e começaram a tramar sua morte:

E os principais sacerdotes e escribas ouviam estas coisas e procuravam um modo de lhe tirar a vida; pois o temiam, porque toda a multidão se maravilhava de sua doutrina (Marcos 11:18).

Tudo isso foi na terça-feira. E agora na quarta-feira, há a primeira abordagem da liderança religiosa confrontando Jesus sobre o incidente, conforme registrou Marcos.

Marcos 11
27 Então, regressaram para Jerusalém. E, andando ele pelo templo, vieram ao seu encontro os principais sacerdotes, os escribas e os anciãos
28 e lhe perguntaram: Com que autoridade fazes estas coisas? Ou quem te deu tal autoridade para as fazeres?
29 Jesus lhes respondeu: Eu vos farei uma pergunta; respondei-me, e eu vos direi com que autoridade faço estas coisas.
30 O batismo de João era do céu ou dos homens? Respondei!
31 E eles discorriam entre si: Se dissermos: Do céu, dirá: Então, por que não acreditastes nele?
32 Se, porém, dissermos: dos homens, é de temer o povo. Porque todos consideravam a João como profeta.
33 Então, responderam a Jesus: Não sabemos. E Jesus, por sua vez, lhes disse: Nem eu tampouco vos digo com que autoridade faço estas coisas.

Você lembra que:

  • No sábado anterior Jesus havia chegado para a Páscoa com seus seguidores e apóstolos. Eles ficaram em Betânia na casa de Maria, Marta e Lázaro no sábado e domingo. Uma grande multidão saiu para ver Jesus e Lázaro ressuscitado (João 11).
  • Na segunda-feira, Ele veio à Jerusalém naquela falsa coroação do verdadeiro rei (Marcos 11:1-11). Ele observou tudo no templo (Marcos 11: 11).
  • Na terça-feira, Ele novamente veio a Jerusalém, amaldiçoou a figueira, expulsou os mercadores do templo (Marcos 11: 15-18) e voltou para Betânia.
  • Estamos agora na quarta-feira da última semana de vida do Senhor.
  • Na quinta ocorreu a refeição pascal. (Marcos 14: 16-26) 
  • Na sexta ele seria crucificado. (Marcos 15)
  • No domingo a ressurreição (Marcos 16)

Agora é quarta-feira de manhã, Ele está de volta à Jerusalém, vindo de Betânia. É aí que pegamos a história em Marcos 11:27, que diz: “Eles regressaram para Jerusalém”.

Os líderes religiosos questionaram qual autoridade Jesus tinha ou quem tinha dado aquela autoridade para ele agir daquela forma no templo (Marcos 11:28). A palavra traduzida como “autoridade” é a palavra grega “éexousia”, que significa “liberdade para agir”. 

Ter autoridade é essencialmente ter o direito de agir, de exercer a vontade, de exercer a força, de determinar, de decidir. Isso é autoridade. E ninguém que já andou neste planeta jamais teve tanta autoridade como Jesus Cristo. Ele tinha autoridade final, absoluta e divina. Ele exercia essa autoridade.

Ele exercia autoridade como ninguém jamais possuiu neste mundo. Em Marcos capítulo 1:22 diz: “Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas” (Marcos 1:22).

Os escribas nunca ensinavam com base em sua própria autoridade, eles sempre citavam outros como sua autoridade. Setenta e cinco vezes nos Evangelhos, Jesus disse: “Em verdade vos digo”. Os rabinos não falavam dessa maneira. Jesus não precisava citar ninguém, Ele era a autoridade máxima.

  • Em Marcos 1:27 todos se admiravam dele e diziam: “Com autoridade ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!” (Marcos 1:27).
  • Em Marcos 2:10 Jesus disse que “o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados” (Marcos 2:10).

Em João 10:17-18 Jesus diz:

Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.

Em muitas ocasiões Ele exerceu autoridade sobre doenças e até mesmo sobre a morte.

  • Em João 1:12 diz que Ele diz que tem autoridade para salvar.
  • Em João 5:27, a autoridade para julgar a todos. Em João 10:18, a autoridade para ressuscitar dos mortos.

Jesus nunca pediu permissão a ninguém para fazer algo. Ele não estava sob nenhuma autoridade terrena. Ele possuía toda a autoridade em Si mesmo como o divino Filho de Deus. A única autoridade em Sua vida era aquela harmonia perfeita com o Pai e o Espírito para que Ele fizesse a vontade do Pai no poder do Espírito.

Ele não estava subordinado a uma autoridade humana, mas somente ao Pai, de quem recebeu autoridade:

Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz (João 5:19).

Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo. E lhe deu autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem (João 5:26,27)

Quando levantardes o Filho do Homem, então, sabereis que Eu Sou e que nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou. E aquele que me enviou está comigo, não me deixou só, porque eu faço sempre o que lhe agrada. (João 8:28,29)

Ele tinha apenas uma autoridade sobre Sua vida e essa era a vontade divina que Ele conhecia perfeitamente como o Filho divino. Ele nunca consultou os fariseus, os escribas, os rabinos e o sinédrio para pedir permissão para fazer qualquer coisa.

Ele agiu unicamente por Sua própria autoridade. Tudo o que Ele disse e fez foi por sua própria vontade. Ele tinha a liberdade máxima para fazer e dizer o que quisesse. E tudo que ele disse e fez foi perfeito. Ele sempre buscou agradar ao Pai.

Ele rejeitou as autoridades judaicas. Ele nunca os consultou porque eram apóstatas. Eles desertaram da verdadeira religião; eles não conheciam a Deus, eles não representavam a Deus. Eles eram inimigos de Deus, da verdade, e do evangelho.

O ensinamentos e ações de Jesus sem a aprovação da liderança religiosas foram duros golpes no enorme orgulho espiritual deles, devastando seu privilégio e poder imaginários. E isso os enfurecia cada vez mais.

Eles desenvolveram um ódio cruel por Jesus porque Ele demonstrou total desprezo por suas posições religiosas. Em última análise, foi isso que motivou  seu assassinato na cruz.

Então eles questionaram Jesus: “Com que autoridade fazes estas coisas? Ou quem te deu tal autoridade para as fazeres?” (Marcos 11:28). Em outras palavras: “Onde você conseguiu autoridade para ensinar algo diferente do que ensinamos?”.

Eles se encheram de  ódio ao ver a multidão recebendo Jesus como o Messias quando ele entrou em Jerusalém (Marcos 11: 1-11). E Jesus não recusou ser reconhecido como o Messias.

Tudo piorou pelo fato de Jesus ter expulsado os mercadores do templo e exposto toda a podridão do sistema religioso falido e subjugado a uma liderança corrompida (Marcos 11:15-18). Aquilo foi um terrível golpe contra eles. Eles se sentiram ameaçados em suas posições.

E não tinha sido a primeira vez que Jesus fez aquilo no templo. No início de seu ministério ele tinha feito a mesma coisa, conforme João 2: 13-16, que diz:

Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu Jesus para Jerusalém. E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados; tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas e disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio.

E naquela ocasião, perguntaram-lhe: “Que sinal nos mostras, para fazeres estas coisas? (João 2:18), ou seja, “quem te deu permissão para fazer isso?”. A mesma pergunta é feita novamente agora no final de Seu ministério, na sua última semana.

A pergunta foi basicamente essa: “Quem você pensa que é para fazer isso?” Esse foi o conflito de Jesus com a liderança religiosa em todo seu ministério. Eles perseguiram Jesus o tempo todo com essa pergunta, de forma direta ou indireta. Mas este é o confronto final. Esta é quarta-feira. Na sexta ele seria crucificado.

O confronto começa em Marcos 11:27 e vai até o capítulo 12:40. Em que veremos mais adiante. E nessa ocasião Jesus pronunciou julgamento sobre eles, sobre o sistema religioso e, consequentemente, sobre a nação que seguiu esse sistema.

Aqueles líderes religiosos tiveram muitas conversas com Jesus durante três anos, havia muitos deles espalhados por Israel. Havia rabinos, fariseus e escribas por toda parte. Mas eles nunca foram a Jesus para saber a verdade de Deus, nunca.

Essa é a natureza da religião falsa, principalmente de seus líderes. Eles nunca procuraram Jesus como verdadeiros buscadores de Deus. Nunca foram a Jesus para compreender a verdade. Eles apenas se dedicaram ao trabalho de tentar desacreditar Jesus para matá-lo.

Eles eram hipócritas endurecidos, teimosos e cheios de frieza. Eles eram desonestos e não tinham mentalidade espiritual para buscar a verdade. Eles odiavam tanto a verdade que chegaram ao ponto de dizer que Jesus era um endemoninhado (Marcos 3:30; João 8:48).

Ele viram o Deus eterno encarnado por 3 anos. Ouviram suas Palavras cheias de sabedoria e de verdade, viram obras sem igual. Conversaram pessoalmente com aquele que é o caminho, a verdade e a vida (João 14:6), mas não o conheceram. Eles não estavam interessados na verdade. Por isso Jesus lhe disse:

Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. (João 8:44).

E, então nesta manhã de quarta, os líderes religiosos o esperavam no templo, eles estavam cheios de ódio pelo que ele tinha feito lá na terça-feira. Foi algo devastador. Ele queriam vingança.

O confronto final de Jesus com a liderança religiosa ganhou um rumo fatal. Marcos 12 começa com uma parábola de julgamento contra os governantes e, em seguida, há três conversas diferentes: uma tem como alvo os fariseus, outra tem como alvo os saduceus e outra tem como alvo os escribas; e esses são os três grupos que compunham o Sinédrio.

Esta então é a colisão final entre Jesus e as autoridades do judaísmo, o ponto alto de três anos de animosidade cruel. E a questão era que Jesus falava, ensinava e fazia coisas sem a permissão deles.

E agora eles estavam certos de que flagraram Jesus fazendo algo no templo sem a permissão deles. Os líderes religiosos acusavam Jesus de ser um blasfemador, e que aquele ato no templo teria sido a blasfêmia definitiva.

Quando eles interrogavam Jesus no sinédrio, tentado encontrar algo contra ele, o sumo-sacerdote lhe perguntou: “És tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito?” (Marcos 14:61). Jesus respondeu: “Eu sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo com as nuvens do céu” (Marcos 14:62).

A fúria deles foi imediata. Para eles isso foi uma blasfêmia, considerado um crime digno de morte (Marcos 14:64). Eles passaram três anos acusando Jesus de ser um blasfemador, e não poderia ser diferente na acusação final. 

O questionamento da liderança religiosa

Marcos 11
27 Então, regressaram para Jerusalém. E, andando ele pelo templo, vieram ao seu encontro os principais sacerdotes, os escribas e os anciãos
28 e lhe perguntaram: Com que autoridade fazes estas coisas? Ou quem te deu tal autoridade para as fazeres?

Então Jesus estava caminhando pelo templo naquela quarta-feira pela manhã. O templo era enorme, ocupava uma área imensa. E, como estava na semana da Páscoa, havia muita gente lá.

Lucas 20:1 diz que Jesus ensinava e evangelizava o povo no templo naquela quarta-feira. Mateus 21:23 diz que Jesus estava ensinando no templo quando foi abordado pelos principais sacerdotes e os anciãos do povo. A verdade reinou naquela quarta-feira.

Jesus ocupou o centro do palco no pátio do templo e pregou o evangelho. Ele deve ter pregado a verdade sobre o pecado, sobre a loucura da religião hipócrita, sobre o julgamento, sobre a condenação dos que recusavam crer nele e se apegaram em um religião falsa de obras.

Ele deve ter pregado a justiça, o amor de Deus, o perdão dos pecados, a graça, a vida eterna, a paz, a verdadeira humildade, o quebrantamento, a mansidão, o preço do discipulado, o negar a si mesmo, o tomar sua cruz e segui-lo, a glória eterna, o reino, o céu, o caminho estreito que leva a vida e o caminho largo que leva ao inferno. Ele passou o dia ali falando essas coisas.

Lucas 19:47 diz: “Diariamente, Jesus ensinava no templo; mas os principais sacerdotes, os escribas e os maiorais do povo procuravam eliminá-lo”. Lucas está se referindo à terça e quarta-feira daquela semana final. A liderança religiosa estava buscando uma forma de matá-lo.

Os principais sacerdotes, os escribas e os anciãos, os três grupos que formavam o Sinédrio, vieram a Jesus. Eles vieram em posição de afrontar Jesus. E questionam: “Com que autoridade fazes estas coisas? Ou quem te deu tal autoridade para as fazeres?”. Ou seja, “Você não pode simplesmente entrar no templo e fazer o que você fez”.

Eles sabiam que Jesus dizia que sua autoridade vinha de Deus. Jesus afirmou ser Deus diante deles (João 8:58), o que fez com que eles pegassem em pedras para atirar nele (João 8:59). Eles estavam convictos de que Jesus era um blasfemador.

Eles não queriam que a verdade fosse ensinada no templo, isso era uma ameaça ao sistema hipócrita deles. Eles já haviam concluído que a morte de Jesus era uma necessidade urgente. A verdade é que eles eram blasfemadores e não Jesus.

  • Eles não esperavam que Jesus tivesse credenciais rabínicas para mostrar, eles sabiam que Jesus não as tinha.
  • Eles sabiam que Jesus não fazia parte de qualquer estrutura religiosa de Israel.
  • Eles apenas queriam que Ele dissesse: “Minha autoridade vem diretamente de Deus”, e então seria acusado de blasfêmia.

Jesus respondeu com uma pergunta

Jesus não se ressentiu da pergunta deles, ele sabia de suas falsas intenções. Eles não estavam interessados na verdade.

João Batista foi o precursor do Messias, o maior profeta que já viveu até o Seu tempo, o escolhido por Deus, cheio do Espírito Santo desde o seu ventre, aquele que foi concebido milagrosamente por Isabel e Zacarias por causa do milagre plano de Deus (Lucas 1:5-25).

João Batista, aquele que estava no deserto pregando arrependimento e preparação para a vinda do Messias. E um dia o Messias apareceu. Jesus veio, e João disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29).

O batismo de João abrangeu todo o ministério de João. Ele estava pregando o arrependimento, pregando a preparação para a chegada do Messias, pregando que Jesus era o Messias.

O batismo de João foi um batismo para os pecadores. João batizava as pessoas que admitiram seus pecados, que confessaram seus pecados, que se arrependeram de seus pecados (Mateus 3), que desejavam transformação em suas vidas e ficar prontas para a vinda do Rei.

Sua pregação, seu ensino, seu chamado do povo para preparação e arrependimento; e o mais importante, sua declaração de Jesus como sendo o Messias. “Ele deve crescer,” – disse João – “e eu devo diminuir” (João 3:30).

Marcos 11
29 Jesus lhes respondeu: Eu vos farei uma pergunta; respondei-me, e eu vos direi com que autoridade faço estas coisas.
30 O batismo de João era do céu ou dos homens? Respondei!

Jesus faz uma pergunta com um desafio brilhante: “O ministério profético de João Batista era do céu ou dos homens?”. Eles ficaram na berlinda.

  • Se eles dissessem “do céu”, teriam que admitir que Jesus era o Messias, porque foi isso que João pregou.
  • Se eles dissessem: “dos homens” eles teriam um grande problema, porque todo o povo tinha João como um verdadeiro profeta.

Lucas 7: 28-30 diz:

E eu vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João; mas o menor no reino de Deus é maior do que ele. Todo o povo que o ouviu e até os publicanos reconheceram a justiça de Deus, tendo sido batizados com o batismo de João; mas os fariseus e os intérpretes da Lei rejeitaram, quanto a si mesmos, o desígnio de Deus, não tendo sido batizados por ele.

A liderança religiosa não quis nada com João Batista e nem com Jesus. Mas o povo reconheceu João como um verdadeiro profeta e estava disposto a aceitar Jesus como o Messias, pelo menos na terça-feira, quando Jesus foi aclamado ao entrar em Jerusalém.

O dilema da liderança religiosa diante da pergunta de Jesus

Marcos 11
31 E eles discorriam entre si: Se dissermos: Do céu, dirá: Então, por que não acreditastes nele?
32 Se, porém, dissermos: dos homens, é de temer o povo. Porque todos consideravam a João como profeta.

Eles tiveram que fazer uma pequena reunião para responder a esse desafio.

  • Eles entenderam que se reconhecessem o João Batista como profeta de Deus, eles teriam que reconhecer Jesus como Messias.
  • Caso rejeitassem publicamente João Batista como profeta, eles temiam a reação do povo. Lucas 20:6 registra o que eles pensaram: “o povo todo nos apedrejará; porque está convicto de ser João um profeta”.

Que dilema eles se envolveram! O que eles vão fazer? O louvor dos homens era tudo para eles. Era buscavam poder, prestígio, privilégio e honra. Eles queriam os assentos principais nas sinagogas, os lugares altos nos banquetes. Eles queriam receber títulos e honras, e serem reconhecidos em público como homens superiores. Sobre eles Jesus disse:

Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens. (Mateus 23:6,7)

Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros e, contudo, não procurais a glória que vem do Deus único? (João 5:44)

Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. (Mateus 15:7-9)

O desfecho final 

E assim, eles foram reduzidos à pior coisa que pode acontecer a alguém que tem orgulho intelectual. Eles foram forçados a dizer:

Marcos 11
33 Então, responderam a Jesus: Não sabemos […]

Foi muito difícil para eles responder assim. Eles tinham o dever de saber responder a essa pergunta. Mas eles nunca tiveram interesse na verdade no trato com Jesus. Este é o caminho da falsa religião.

Marcos 11
33 […] E Jesus, por sua vez, lhes disse: Nem eu tampouco vos digo com que autoridade faço estas coisas.

Jesus quis dizer, em outras palavras: “Chega! Já disse tudo o que tinha a dizer a vocês! Vocês não têm direito a mais informações!”. A desonestidade que cegava os corações deles foi revelada. Acabou. A cortina caiu sobre eles, eles saíram dali condenados para sempre. Eles rejeitaram a luz e, finalmente, a luz se apagou para eles.

A graça de Deus tem seus limites. Esta é a situação mais trágica que poderia ter acontecido, ter o Filho de Deus em sua presença, segui-lo e persegui-lo por três anos apenas com o propósito de matá-lo. E bem no final, cai esta frase: “Não tenho mais nada a dizer a vocês”.

Essa autoridade única que Jesus exercia para dizer e fazer o que quisesse, foi surpreendentemente delegada aos apóstolos. Isso mesmo. Foi delegado aos apóstolos.

Tendo Jesus convocado os doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para efetuarem curas. Também os enviou a pregar o reino de Deus e a curar os enfermos. (Lucas 9:1,2)

Isso não é maravilhoso? Os apóstolos falavam a mesma verdade e exerciam o mesmo poder, que foi delegado a eles. Houve elementos únicos dessa autoridade que foi delegada aos apóstolos: sinais, maravilhas e milagres. 

Nota: Deus nunca deixou de operar maravilhas e milagres, mas alguns dons específicos foram dados apenas aos apóstolos, com a finalidade única de autenticar a mensagem e a obra singular deles. Leia a série de sermõesDons e Ministérios“.

Mas a autoridade para proclamar a verdade foi passada a todos que cressem em Jesus.

Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século. (Mateus 28:18-20)

Você quer entender como cristão o seu lugar no mundo? Você fala com autoridade quando diz: “Assim diz o Senhor”. Diga sempre:

Deus já disse isso, só estou citando Deus. Eu não sou a autoridade, não tenho em mim mesmo qualquer autoridade. A única razão pela qual falo com autoridade é porque falo o que já foi revelado por Deus. Não sou capaz de dizer: ‘Em verdade vos digo’, mas posso dizer: ‘Em verdade, Deus disse’.  E isso é verdade para você também.

A igreja está nesta terra com esse propósito. A coisa mais importante que pode acontecer no mundo é que as pessoas ouçam a verdade. E a verdade só é proclamada através dos instrumentos nos quais Deus depositou Seu Espírito e Sua verdade.

Quando chegarmos ao reino no futuro, o glorioso reino de Cristo, ouça isto:

Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações, e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de barro; assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã. (Apocalipse 2:26-28)

O Pai tem autoridade, dá-a ao Filho; o Filho nos delega no reino. Que realidade gloriosa. Sua autoridade supera todas as autoridades. Este foi um confronto monumental. Vamos orar.

Pai, agradecemos por Tua Palavra. Te louvamos porque Tu derramastes o Espírito Santo em nós para que tenhamos a Tua. Não precisamos de homens para nos ensinar a verdade, porque somos ensinados por Ti. Não precisamos nos apoiar nos homens para obter a verdade, pois ela vem de Ti.

Agradecemos por podermos falar com autoridade; com graça, mas com autoridade; com amor, mas ainda assim, com autoridade. Que privilégio. Ao segurarmos este livro em nossas mãos, possuímos a fonte da verdade, possuímos a própria verdade. Faça de nós fiéis comunicadores dessa verdade, modelos e exemplos dessa verdade.

Eu oro, Senhor, por aqueles que ainda não se converteram a a Cristo, mas que ouviram a verdade. Senhor, salva-os antes que seja tarde demais, antes que cheguem ao ponto em que não tenhas mais nada a dizer-lhes e a luz se apague para sempre. Coloque dentro deles o temor dessa realidade; e que eles possam correr para Cristo.

Agora, Pai, concede-nos um coração revigorado por causa desta adoração, com mentes renovadas, para que possamos saber qual é a boa, agradável e perfeita vontade que tens para nós. Tudo para a glória de Teu Filho, por quem vivemos e a quem servimos. Amém.


Esta é uma série de  sermões de John MacArthur sobre o Evangelho de Marcos

Clique aqui e veja o índice com os links dos sermões traduzidos já publicados desta série


Este texto é uma síntese do sermão “The Confrontation Over Authority”, de John MacArthur em 30/1/2011

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

https://www.gty.org/library/sermons-library/41-59/the-confrontation-over-authority

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno


 

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