A Exclusividade do Evangelho
Em nossa trilha pelo Evangelho de Marcos, chegamos agora ao capítulo 2, versículos 18 a 22.
Marcos 2
18 Ora, os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando. Vieram alguns e lhe perguntaram: Por que motivo jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam?
19 Respondeu-lhes Jesus: Podem, porventura, jejuar os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Durante o tempo em que estiver presente o noivo, não podem jejuar.
20 Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; e, nesse tempo, jejuarão.
21 Ninguém costura remendo de pano novo em veste velha; porque o remendo novo tira parte da veste velha, e fica maior a rotura.
22 Ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho romperá os odres; e tanto se perde o vinho como os odres. Mas põe-se vinho novo em odres novos.
Esse texto nos ensina que o evangelho do Senhor Jesus Cristo, que é o coração e a alma do Cristianismo, é absolutamente único. É distinto, exclusivo e absolutamente único. O evangelho de Jesus Cristo não pode ser misturado. É incompatível com todas e quaisquer outras ideias ou crenças religiosas. Não há mistura.
Não há como conciliar sistemas de salvação pelas obras que se autodenominam cristãos, como o catolicismo romano, teologia da igreja ortodoxa, mormonismo, testemunhas de Jeová, islã etc. com o evangelho de Jesus. Não há como conciliar o evangelho com a teologia liberal que domina a igreja evangélica. Também não há como conciliar com o judaísmo apóstata que existia na época de Jesus e sobrevive até hoje.
O evangelho do Senhor Jesus Cristo é absolutamente único, incomparável e exclusivo. E isso precisa ser afirmado com muita força em nossos dias, porque vivemos em uma época que exalta a diversidade de crenças e a individualidade, dizendo que todos devem ter suas próprias crenças religiosas como se todas fossem verdadeiras.
O cristianismo é contrário a tudo isso. A Escritura é muito clara que existe um Deus e somente um Deus, existe um Senhor e somente um Senhor, existe uma revelação inspirada, a Bíblia, e é a única revelação dada por Deus. Existe apenas uma interpretação exata e correta da Bíblia e, portanto, na Bíblia há apenas um plano de salvação. Qualquer sugestão que altere ou misture essas verdades singulares corromperá o Evangelho, o que produz resultados condenatórios. A passagem de Marcos fornece uma declaração clara e inequívoca da exclusividade do evangelho e sua incompatibilidade com qualquer outra coisa.
Nos versículos 13 a 17 de Marcos 2, Jesus chamou Mateus Levi para ser Seu discípulo. Foi uma afronta às expectativas dos fariseus e escribas. Eles jamais receberiam alguém como um coletor de impostos, que sequer podiam frequentar uma sinagoga, muitos menos ir ao templo de Jerusalém. A religião de obras deles foi afrontada quando Jesus chamou o pior dos piores, o mais baixo dos baixos, para ser um apóstolo.
E Jesus fez isso publicamente. Então, os líderes judaicos concluíram que Jesus proclamava uma religião satânica e, a assim, buscaram Sua morte. Eles foram os primeiros a dizer que não há compatibilidade entre o Judaísmo e a mensagem de Jesus Cristo. Era uma mensagem estranha e destrutiva para a religião deles. E, nesse ponto específico, eles estavam certos.
Não há compatibilidade entre Cristianismo bíblico e a forma apóstata de Judaísmo que existia então, e continuou a existir até hoje. A verdadeira religião do Antigo Testamento foi cumprida em Cristo. O Judaísmo que rejeitou a Cristo é uma religião falsa. Eles sabiam que Jesus era tão adversário para eles que a única maneira de lidar com Ele era matando-O.
O incidente no qual Jesus afirma a exclusividade do evangelho, imediatamente após o chamado de Mateus, está registrado em Marcos 2:18 a 22, Mateus 9:14 a 17 e Lucas 5:33 a 39. Aconteceu logo após Jesus ter declarado que tinha autoridade para perdoar pecados. Jesus deixou muito claro que o que Ele estava pregando era completamente oposto ao que os fariseus estavam pregando. Os fariseus pregavam que o homem deve obter a justiça por seus próprios esforços.
De que o texto trata? Há uma discussão sobre a exclusividade do evangelho, sobre a incompatibilidade do evangelho, a incapacidade da mensagem de Jesus Cristo de ser misturada com o Judaísmo apóstata ou qualquer outra religião falsa.
Tudo começa com uma acusação crítica. Parece uma pergunta. É realmente um tipo de afirmação crítica, retórica e inquisitiva. Versículo 18: “Por que motivo jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam?”. As perguntas dos escribas e fariseus a Jesus geralmente estavam relacionadas a acusações de violações de suas leis e tradições.
Alguns ficam perplexos ao verem a citação dos discípulos de João Batista. Você pode pensar que todos os seguidores de João Batista teriam se tornado seguidores de Jesus, mas essa conclusão não é verdadeira.
Em Marcos 1:4-5, é dito que toda a Judéia e Jerusalém estavam indo para João Batista, que estava no deserto pregando um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados. Eles o ouviam, acreditando que ele era um profeta que estava anunciando a vinda do Reino e do Messias. Eles queriam estar prontos para quando o Messias viesse. No capítulo 19 de Atos, ainda encontramos um grupo de discípulos de João Batista que nem sabia sobre Jesus Cristo.
Os discípulos de João não migraram para Cristo necessariamente, porém ficaram atentos às Suas observâncias religiosas. Talvez tenham se aproximado um pouco mais dos fariseus. Por esperarem o Reino Messiânico, eles ficaram mais devotos de sua religião, e então aqui eles estão associados aos fariseus. Isso não quer dizer que eles estavam na mesma intenção perversa dos escribas e fariseus. Eles estavam observando as tradições religiosas a respeito do jejum.
Observe que o verso 16 de Marcos 2 diz que os discípulos de Jesus estavam em um banquete com coletores de impostos e pecadores, uma conduta ultrajante aos olhos dos fariseus e dos escribas. Eles pensavam: “Por que eles não estão jejuando? Como eles podem estar comemorando? Como eles podem estar celebrando e festejando com esse tipo de gente?”.
A pergunta, na verdade, era uma crítica severa. Eles estavam indagando: “Por que Jesus anda tão contrário à religião atual? Quem Ele pensa que é? Por que Ele ignora a separação exigida dos pecadores? Por que Ele ignora o jejum exigido?”. Lucas registra a pergunta deles:
Os discípulos de João e bem assim os dos fariseus frequentemente jejuam e fazem orações; os teus, entretanto, comem e bebem. (Lucas 5:33)
A verdade é que havia apenas um jejum que o Antigo Testamento exigia. Está em Levítico 16:29 a 31. Era exigido que no Dia da Expiação (Yom Kippur), eles jejuassem. Na verdade, está escrito naquele texto: “Você deve humilhar sua alma” ou “afligir sua alma”. E a palavra hebraica usada ali é comumente usada para conter ou abster-se de comer. Esse é o único jejum exigido.
Há muitas ocasiões no Velho Testamento em que as pessoas jejuavam voluntariamente, com aflição e coração quebrantado. Por exemplo, Ester 4, Isaías 58, 1 Reis 21 e Joel 1. E até à época de Jesus, as pessoas jejuavam voluntariamente para orar, como as pessoas fazem até agora. Os cristãos o fazem quando se exercitam sobre algo que cativa seu coração a tal ponto que não têm interesse em comer.
Mas na história judaica, você pode encontrar jejuns de um, três dias, sete dias e de vinte e um dias. Você pode encontrar até jejuns de 40 dias, como Êxodo 34, Deuteronômio 9 e 1 Reis 19, e foi isso que Jesus fez. Ele estava jejuando por 40 dias quando foi tentado no deserto. Portanto, existem exemplos de jejuns voluntários.
Os fariseus, porém, foram além disso e criaram um dia de jejum duas vezes por semana: segunda e quinta. E você se lembra quando em Lucas 18: 11-12, o fariseu foi ao templo para orar, ele disse: “Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana…”. Essa era a receita deles.
Não há essa exigência no Velho Testamento. Eles tinham comportamentos para exibir justiça publicamente, para que todos vissem: dar suas esmolas, orar e jejuar. Eram feitos para ostentar publicamente, era algo muito hipócrita. Jesus abordou a hipocrisia deles no Sermão da Montanha:
Mateus 6
1 Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste.
2 Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.
3 Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita;
4 para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
5 E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.
6 Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
16 Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.
17 Tu, porém, quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto,
18 com o fim de não parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
Em Isaías 58, o Senhor acusa a religião falsa expressa no jejum.
Isaias 58
3 Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos a nossa alma, e tu não o levas em conta? Eis que, no dia em que jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso trabalho.
4 Eis que jejuais para contendas e rixas e para ferirdes com punho iníquo; jejuando assim como hoje, não se fará ouvir a vossa voz no alto.
5 Seria este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija a sua alma, incline a sua cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aceitável ao Senhor?
6 Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo?
Eles eram realmente bons nisso há muito tempo. O jejum era parte de sua exibição superficial e hipócrita. Mas para eles, era sua religião. E então, os discípulos de João, juntamente com os fariseus, vêm e dizem: “Todos nós fazemos isso, mas os seus discípulos não jejuam. Você está completamente errado em relação a nossa religião”. O ritual vazio é sempre o inimigo da verdadeira piedade.
Bem, a acusação crítica merece uma resposta corretiva, e Jesus faz exatamente isso. Jesus faz a verdadeira interpretação sobre a ação dos discípulos em não jejuarem.
Respondeu-lhes Jesus: Podem, porventura, jejuar os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Durante o tempo em que estiver presente o noivo, não podem jejuar. Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; e, nesse tempo, jejuarão. (Marcos 2:19-20)
Todo mundo entenderia isso. Você não jejua em um casamento. O casamento é uma celebração. Não é um momento de luto. Havia até regras rabínicas antigas proibindo os convidados do casamento de jejuar. Por quê? Porque essas pessoas eram tão hipócritas que queriam mostrar sua espiritualidade até mesmo em um casamento e diziam: “Bem, sinto muito, não posso comer, estou jejuando.”
Os fariseus e os escribas jejuavam para exibir sua religiosidade, e os discípulos de João também faziam parte disso. Não havia verdadeiro quebrantamento por causa de seus pecados e não havia uma verdadeira devoção que afastava o desejo de comer qualquer coisa.
O Messias não é chamado de noivo no Antigo Testamento, apenas no Novo Testamento, onde Ele é identificado como o noivo, e a igreja é a noiva. Em Mateus 25, vemos isso na parábola das dez virgens que está esperando pela vinda do noivo que é designado lá como o Senhor em Seu retorno. Existem, no entanto, em todo o Antigo Testamento belas imagens de casamentos que se referem ao relacionamento de Deus com Seu povo, como em Isaías e Ezequiel.
Jesus está simplesmente dizendo: “O Messias está aqui, este não é um momento para jejuar”. A Escritura estava se cumprindo diante deles. O jejum dos fariseus e dos discípulos de João Batista é que estava fora do lugar, completamente fora de contato com o propósito de Deus e o que Deus estava fazendo, completamente fora de contato com a realidade de que o Messias estava lá.
Seu sistema religioso estava totalmente falido. Eles buscavam um relacionamento com Deus por meio de suas próprias obras. Eles estavam apegados a uma falsa religião, e como Jesus não a defendia, eles consideraram que Ele, o Messias, procedia de Satanás. Eles não podiam enxergar a verdade, a vida, o único caminho, o Messias, o Filho de Deus e o Salvador que estava diante de seus olhos.
Jesus lhes diz: “Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; e, nesse tempo, jejuarão” (Marcos 2:20). É uma declaração impressionante. Haverá um tempo no futuro em que a alegria do casamento terminará. Para simplificar, o noivo será levado embora. O que isso significa? O texto grego transmite a ideia de um arrebatamento repentino e violento. O Messias será arrebatado.
A que isso se refere? Isaías 53:8 diz que o Messias “Por juízo opressor foi arrebatado” e que “foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo”. Ele será levado embora, Ele será morto em nosso lugar. Essa é, então, a primeira referência de Jesus à Sua morte, no evangelho de Marcos. Quando isso acontecer, eles irão jejuar. E não será um ritual ou um show de segunda e quinta, mas o resultado intenso de uma tristeza.
Não resta dúvidas de que quando Jesus foi preso e executado, os discípulos foram esmagados além de toda compreensão. A profecia aqui é que eles jejuariam. Tenho certeza que jejuaram. Quando Jesus encontrou dois deles, em Lucas 24, na estrada para Emaús, Jesus estava falando com eles, mas eles não sabiam quem Ele era. E eles estavam contando a triste história de como o Messias havia sido morto e que eles esperavam que Jesus fosse o Messias. E toda esperança agora estava destruída.
E em sua tristeza, eles vão para sua casa em Emaús e convidam Jesus para entrar, porque já era tarde. E Jesus entra e eles se sentam, e então diz – o mais interessante – pois esta era a casa deles, com seus suprimentos, mas foi Jesus quem partiu o pão e deu a eles. É uma boa indicação de que eles não teriam comido. Mais tarde, quando eles estavam reunidos no Cenáculo, Jesus apareceu entre eles e comeu na presença deles.
Ele havia saído da sepultura, o jejum precisava terminar. Chegaria um momento em que Ele seria levado e, assim, eles jejuariam. Mas ainda não era essa hora. Não era hora de jejuar.
O Judaísmo, em seu nível mais devoto e hipócrita, dizendo reverenciar o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, é completamente desconectado de Deus. É totalmente estranho ao propósito de Deus e ao evangelho.
- Eles se fiavam na autojustificação, Jesus pregava a graça.
- Eles negavam ser pecadores, Jesus pregava o arrependimento dos pecados.
- Eles tinham orgulho de sua religiosidade, Jesus pregava humildade.
- Eles viviam de cerimônias externas, Jesus pregou um coração transformado.
- Eles se apegaram firmemente ao Velho, Jesus ofereceu o Novo.
- Eles amavam a aprovação dos homens, Jesus ofereceu a aprovação de Deus.
- Eles tinham um ritual, Jesus ofereceu um relacionamento.
E então, para deixar claro para eles como esses dois sistemas eram diferentes, Jesus faz analogias esclarecedoras:
Marcos 2
Ninguém costura um remendo de pano novo em roupa velha; porque o remendo novo tira um pedaço da roupa velha, e o buraco fica ainda maior.
Qualquer pessoa que lava qualquer coisa que seja feita de um tecido natural, seja linho, algodão ou lã, entende que essas fibras encolhem. Não existiam produtos sintéticos no mundo antigo. Você não pode misturar um remendo novo, nunca molhado, com um pedaço de pano velho.
O que Jesus quis dizer? Os rituais e cerimônias do judaísmo apóstata são uma vestimenta imprestável, e você não pode remendar seus buracos com pedaços do evangelho. Não é compatível.
Jesus não veio com uma mensagem para consertar o antigo sistema, mas substitui-lo por completo. Ele trouxe a mensagem de arrependimento e perdão pela graça que não pode ser misturado com o antigo judaísmo de tradição e obras de justiça própria, ou com qualquer outra religião.
É importante saber que a velha vestimenta não se refere à santa Lei de Deus e ao Antigo Testamento, ela se refere a religião do judaísmo apóstata. O evangelho não pode ser costurado para remendar os buracos de algo imprestável. Jesus expressou essa verdade em duas parábolas, em Mateus 13.
Mateus 13
44 O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo.
45 O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas;
46 e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra.
Um homem encontrou um tesouro em um campo e se desfez de tudo para comprar aquele campo. Outro viu uma pérola, ficou tão fascinado por ela, que se desfez de tudo que possuía para comprar a pérola. O tesouro e a pérola representam o evangelho. Não há como se apegar a qualquer outra forma de religião, diante da singularidade e preciosidade do evangelho.
Fala-se muito hoje em dia sobre conferências entre judeus e cristãos e, certamente, queremos amá-los do fundo do nosso coração. Queremos levá-los ao conhecimento da verdade. Mas não podemos deixar de dizer que a religião deles não pode salvá-los. Isso é o que devemos dizer na conferência.
O Messias veio e, por Sua morte e ressurreição, ofereceu perdão e salvação. Eles precisavam escutar que deveriam abandonar suas tradições e confiança nas próprias obras, ou seja, deveriam deixar sua religião para trás. Nenhuma mistura pode haver de qualquer outra religião com o evangelho, que é absolutamente único. É graça e somente graça.
E então, Jesus dá a eles outra ilustração, essencialmente apontando a mesma conclusão.
Marcos 2
22 Ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho romperá os odres; e tanto se perde o vinho como os odres. Mas põe-se vinho novo em odres novos.
Lemos sobre isso em Josué 9:4-13. Eles matavam uma cabra, pegavam sua pele, usavam o pescoço como bico, costuravam os lugares onde estavam as pernas e quaisquer aberturas e então teriam uma grande bolsa de pele de cabra, couro fresco, e eles enchiam com vinho novo.
Eles o deixariam lá por um tempo e a amargura da borra iria para o fundo, e eles derramavam o vinho que estava em uma pele em outra pele nova. E eles continuariam despejando e despejando. E cada vez que eles derramavam, mais resíduos seriam eliminados, e permaneciam no fundo. Com isso, eles fariam vinagre e coisas assim.
Mas, eventualmente, eles obteriam um vinho claro, sem resíduos. Esse era o processo. Era muito importante que essas películas estivessem macias e que pudessem conter o vinho. As peles velhas, várias vezes reutilizadas, tornavam-se frágeis e, se fossem usadas novamente com vinho novo, romperiam e tudo estaria perdido.
Nosso Senhor está dizendo que você não pode derramar o evangelho cristão em odres velhos, quebradiços, rachados e inúteis do Judaísmo. O vinho novo do evangelho é incompatível com o judaísmo ou com qualquer outra religião. Se você está procurando ser justificado pelo que faz, você está separado de Cristo. O evangelho da graça é o único meio de salvação, e é incompatível com os sistemas religiosos.
Não há como misturar Jesus com qualquer religião. Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). O evangelho é exclusivo. Não há salvação em nenhum nome (Atos 4:12), além de Cristo. O evangelho não é compatível com o Judaísmo, nem com qualquer outra manifestação religiosa, inclusive com as falsas formas de Cristianismo.
A religião dos fariseus e dos escribas, a religião dos discípulos de João Batista, que era pele velha, não podia conter o evangelho. Mas, ao invés de crer na verdade, eles preferiram se agarrar em seus odres velhos, mortos, quebradiços e esfarrapados.
Nosso Senhor deu uma terceira ilustração, que é registra em Lucas.
Lucas 5
39 E ninguém, tendo bebido o vinho velho, prefere o novo; porque diz: O velho é excelente.
Uau! Quão esclarecedor é isso? Jesus disse que é muito natural que as pessoas continuem com suas antigas e velhas tradições religiosas, pois elas se tornaram profundamente enraizadas em suas vidas. Eles cultivaram tal gosto pela própria religião que, se você lhes oferecer outra coisa, eles não se interessarão por isso. Eles veem a verdade como uma ameaça.
A tragédia resulta quando você tenta remendar a velha religião com o cristianismo. Mas, se você está se apegando a qualquer outra coisa fora do evangelho, isso irá para o inferno com você, nunca para o céu. Por isso Jesus falou em se desfazer de tudo para tomar posse da pérola preciosa ou do tesouro escondido no campo. Vamos orar.
Senhor, a Tua Palavra, novamente, é tão rica e perspicaz, penetrante, clara. Agradecemos do fundo de nossos corações por esta rica revelação. O que podemos dizer? Alimentamo-nos dela dia após dia após dia, ano após ano. E é doce, mais doce do que o favo de mel, preciosa, mais preciosa do que o ouro fino, como disse o salmista. É vida para nós, bênção, alegria. E ao recebê-la, regozijamo-nos, mas também temos a responsabilidade de proclamá-la.
Aprendemos a verdade para que possamos amar a verdade, abraçar a verdade, regozijar-nos na verdade, louvar-Te pelo que tens feito, mas também com a responsabilidade de proclamá-la. Dá-nos a ousadia e a oportunidade de declarar a exclusividade, a singularidade, a distinção incomparável do evangelho de Cristo. Abra oportunidades para fazermos isso, mesmo nos próximos dias desta semana. E nós vamos agradecer em nome de Teu Filho. Amém..
Esta é uma série de sermões de John MacArthur sobre o Evangelho de Marcos.
Clique aqui e veja o índice com os links dos sermões traduzidos já publicados desta série.
Este texto é uma síntese do sermão “The Matchless Distinctiveness of the Gospel″, de John MacArthur em 31/05/2009.
Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:
https://www.gty.org/library/sermons-library/41-10/the-matchless-distinctiveness-of-the-gospel
Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno